Liberdade e o Direito de Expressão

Neste blog praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão, próprios de Sociedades Avançadas !

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Crónica

Pura indignação
                                                                                                                        
Suponho que será por estas e por outras coisas que amanhã se dá o primeiro passo para o dia em que uma multidão de silenciosos militares irá proceder, em silêncio, 30 de novembro, defronte do Palácio da Vergonha da República, a uma pacífica transição de regime.
                                                      
Há momentos em que compete aos escritores tornarem-se nos porta vozes da História. O meu cansaço, para poder ser sincero, é idêntico ao da maioria dos Portugueses e, sem qualquer exagero, dos povos que ficaram subitamente reféns de um sistema do qual em nada usufruiriam, e para o qual se anuncia agora a ameaça do Armagedão, de tudo terem de pagar. Idiossincraticamente, são diversos os paladares do que está a ser servido nas múltiplas mesas da Aldeia Global. Enquanto Ocidental, Europeu, e, por acidente, Português, irei fazer o relato, do geral para o particular.
Reza a História que a coisa estoirou na América, com a falta de requinte da Senhora Dona Branca, em Portugal, onde se prova que a pose imperial da Primeira Democracia do Ocidente tem muito da sabujice espertalhona do canteirinho da Europa, e a coisa é simples e elementar, com dois polos de criminalidade, em conluio, e uma consequência existencial a gerar o trucidar de uma geração inteira. Por formação, e pelo asco que o processo sempre me desencadeia, a lenda resume-se assim: as pessoas, desde que são pessoas, precisam de ter onde morar. Isso é coisa que varia imensamente, de cultura para cultura, mas passa sempre por um teto, um chão e uma cama, mais Sony, menos Sony, e a teia montou-se assim: o construtor civil, por essência, uma das formas mais corruptas de estar em sociedade, conluiava-se com os bancos, que avaliavam a bela obra, ou bela merda, que lhe saía das mãos, e tratava de chapar com 30, 40, ou 50 anos de servidão de juros, por cima do comprador. Todos beneficiavam, o comprador, porque pensava que tinha casa, o construtor, porque via o seu lixo ser avalizado muito acima do preço de custo, e o usurário, que, ao longo de décadas mantinha refém, manso e cumpridor, o seu pagador de juros.
Como se sabe, e como acontece em todos os processos afins, a entropia é crescente, ou seja, começa por ser quase ingénua, até se tornar absolutamente aberrante.
A América, megalómana, decidiu, um belo dia, que ia assumir o lado "rocaille" do tema, e a bolha estoirou, porque nesta jigajoga de dinheiros inexistentes, de proventos futuros da usura dos juros e da presença crescente de almas cada vez mais negras no processo, emergiram aqueles que viviam do virtual do virtual, como o célebre Madoff, uma espécie de híbrido de Dias Loureiro com Vítor Constâncio, que fez colapsar o sistema financeiro americano, e apanhou com 150 anos de prisão, enquanto cá o maçónico era promovido a vice presidente do Banco Central Europeu e o protopedófilo, traficante de armas e facínora era condenado a férias bronzeadas, em Cabo Verde, e em Cascais.
O Sr. Obama, um caneco, portanto, um gajo cuja cor de pele, sendo mista, não sabe a que matriz obedecer, e, pelo sim, pelo não, trai ambas, estúpido, como é tradicional na linhagem dos piores ocupantes da Casa Branca, achou que isto tudo se resolvia com um "Yes we can", e uma preta que gostava de férias, amantes e vestidos caros. A Europa, imbecil, e sempre viciada nas suas nostalgias de Maio de 68, lá engoliu o anzol, e baixou as defesas, embarcando na mais espantosa fraude do início do séc. XXI, que era ter um pseudoamigo a destruir a recém construída moeda única. O cenário europeu é desastroso: o célebre Clube de Bilderberg, que coloca os mais incapazes nos mais altos postos de decisão chegou ao cúmulo de semear o Velho Continente de palhaços descarados, cujos nomes vos são familiares, Berlusconi, Sarkozy, Sócrates, Blair, Merkel, Rajoy e mais uns quantos que vocês vão enumerar, porque a mim não me apetece mesmo nada, agora, por questões de vómito.
A curiosidade histórica, todavia, talvez nunca tenha sido enunciada, tal como eu a vou fazer hoje: o célebre eixo Franco-Alemão, que chegou a ser aristocrático e estruturante, está, neste momento, nas mãos de uma mulher que alguém já classificou como das mais perigosas da contemporaneidade, uma mulher a dias, que, quando a Europa séria se estava a construir, lá vivia num miserável quintal, chamado Alemanha de Leste, onde os amanhãs cantavam, tal como o solzinho dançava em Fátima. Suponho que essa criatura, provinda de onde veio, tenha tido uma infância, uma adolescência e uma idade madura miseráveis, uma espécie de Maria de Lurdes Rodrigues a falar língua de cavalo, e que rapidamente se esqueceu de que toda a Europa civilizada se cotizou, para acolher a porcaria geográfica e política de onde ela vinha, apoiando uma coisa que ainda cheirava a Iluminismo, que foi a reunificação da Alemanha, um ajuste de contas da História consigo mesma. Como se sabe, a essência de uma mulher a dias é inalterável, desde o motor imóvel, de Aristóteles, portanto, a criaturinha nunca consegui ver mais acima do lado cinzento do Muro de Berlim, onde não se grafitava, exceto com o sangue dos que queriam fugir para o lado de cá.
No que a Sarkozy, um cocainómano descarado, se reporta, a história não deve ter sido diferente, já que, por muito sangue azul que queira invocar, como o Nuno Crato -- esta vão confirmar: "primo-sobrinho-trineto em 2º grau do 1º Barão e 1º Visconde de Nossa Senhora da Luz", porque revela todo um caráter -- a verdade é que se a Hungria era tão boa, não se percebe porque saiu de lá, de onde se intui que foi mais uma espécie de retornado de um "comunismo" em agonia. Deriva do anterior que a Europa Ocidental está, neste preciso instante, na mão de dois trastes justamente provindos daquele erro histórico - a Cortina de Ferro - contra a qual a sofisticada Europa Ocidental se ergueu. Isto é tão espantoso quanto verdadeiro, que é o facto dos cabecilhas do nosso espaço cultural, ideológico e civilizacional nos terem empurrado para cair nas garras de tudo aquilo que o pós guerra passou o tempo a combater. Se nunca tinham pensado nisto, pensem agora, porque é tarde demais.
Se me é permitido um juízo pessoal, agarrava na Merkel e no Sarkozy, e dava-lhes o mesmo tratamento que os Romenos deram ao Ceausescu e respetiva boca da servidão, aquando da queda do Muro de Berlim, mas esqueçam o que eu escrevi: foi uma coisa que se me escapou... Curiosamente, ao assumir as taras das economias planificadas, o Capitalismo, que já estava transformado na lepra da usura, tornou-se, subitamente... marxista, com umas bestas nomenklaturadas a arrotarem postas de pescada, e a exigirem que a liberdade e maleabilidade dos fluxos económicos e financeiros se escravizassem aos programas estalinistas desses tarados de uma Europa Oriental, que tinha caído de podre.
Para evitar que isto se alongue, muito, até porque há muito que escrever, nestes dias breves que vão anteceder os levantamentos militares, em Portugal, eu vou fazer uma breve análise do estado da Nação, no passado dia 24 de novembro de 2011, dia de uma memorável indignação geral, como nunca se viu. A cabeça do Estado não existe: é um saloio, vindo do interior algarvio, com graves problemas do foro neurológico. A segunda figura é uma provinciana, com sotaque de criada de fora, ou lavadeira, como queiram, ignara, até à quinta casa, de tudo, a começar pelo Regulamento da Assembleia da República, e que, estúpida, como todas as ladies gagas do seu género, resolveu confessar que tanto servia para a Opus Dei, como para a Maçonaria, o que explica a ligeireza com que foi eleita para o cargo, e agora vem o pior, porque, supondo nós que o Parlamento é o espaço da democracia representativa, onde nós colocamos os nossos eleitos, de acordo com as nossas preferências políticas, a verdade é substancialmente outra, porque o que acontece não é termos lá grupos parlamentares do PSD, do PS, do PCP, do BE, ou do CDS, entre outros, mas sim grupos sombra, que se chamam Maçonaria, Opus Dei, Opus Gay, Opus Fufa, Hammerskins, Traficantes de Armas, Traficantes de Droga, Traficantes de Corpos, Pedófilos, Traficantes de Plutónio, entre outros, numa geometria variável, para a qual, involuntariamente, contribuímos, quando votamos. Sendo mais explícito: ao pensar eleger um democrata cristão, poderei estar, sem saber, a acrescentar mais um deputado ao Grupo Parlamentar das Bichas, assim como votando num certo PSD, estarei a votar num membro de um bando de assassinos, de velhas ricas do Brasil, e por aí fora. Há os casos sintomáticos e patológicos, em que, "suddenly", convergem várias seitas, caso da pálida e insípida senhora de Mota Amaral, conhecida como alto membro da Opus Dei, que, ao mesmo tempo, ao fazer à Maçonaria o favor de declarar inválidas as escutas do "Face Oculta", e vindo do tempero Gay associado à subsecção da Pedofilia de Rabo de Peixe, do "Farfalha", cumpre um cúmulo de pertencer a quatro grupos parlamentares-sombra, ao mesmo tempo. De aí, um motorista, gabinete, secretária e BMW.
Um autêntico estudo de caso. Objetivamente, quando se chega a este estado, a democracia representativa está morta e enterrada, e é necessário abater, pela força, o Sistema. Judicialmente, e aqui vamos ao mais grave da questão, terminou a separação de poderes, no momento em que vemos um Procurador-Geral da República a pedir inquéritos urgentes sobre fugas de informação de crimes graves, em vez de pedir a aceleração das sentenças dos referidos crimes. O lado felliniano da coisa, é isso ir sempre parar às mesmas mãos, uma tal de Cândida Almeida, que, em termos de maquilhagem, parece a Amália, na fase terminal. Honra lhe seja feita, é o melhor detergente do mercado...
Queria deixar uma palavra de estima para Carla Cardador, uma juíza que se atreveu a prender um cadastrado maçónico, Isaltino de Morais, que o Supremo Aventalinho imediatamente pôs na rua. Com um pouco de sorte, ficará bloqueada, para sempre, na carreira, como o célebre Rui Teixeira, que foi prender o pedófilo Paulo Pedroso, e nunca mais progredirá no qu quer que seja. Um país destes só pode estar bom para Pintos da Costa, Claras Ferreiras Alves e Dias Loureiros. Esta gente devia estar toda presa. Suponho que será por estas e por outras coisas que amanhã se dá o primeiro passo para o dia em que uma multidão de silenciosos militares irá proceder, em silêncio, 30 de novembro, defronte do Palácio da Vergonha da República, a uma pacífica transição de regime.
Na clandestinidade...
                                                                                                             
                                                                                         
                                                                                               

A caminho do caos

GOVERNO PREPARA-SE PARA O PIOR: A SUA QUEDA DEPOIS DA PRIMAVERA
                                                                                                                             
PS prepara-se para "assaltar" o poder, aproveitando os abusos troikistas e autoritários do Governo... Seguro foi "traído" pelos seus companheiros de bancada pois pretendia votar a favor... Soares, com a sua experiência de vida política não duvida: uma revolução social na UE está para breve... Roubos e assaltos a ourivesarias e super-mercados triplicaram!
                                                           
Depois de um fim-de-semana de conversas com o PS, a maioria recuou e introduziu uma alteração ao Orçamento do Estado que sobe de 485 para 600 euros o limite a partir do qual os subsídios de Natal e férias começam a ser cortados a funcionários públicos e pensionistas. Mas a alteração não evitou que o Governo levasse uma profunda facada nas costas da bancada do Partido Socialista. Até ao último momento, José Seguro dava a entender que votaria a favor, mas o resultado foi surpreendente para a bancada do PSD e do CDS. A proposta apresentada pelo PSD e CDS, mesmo depois de adaptada e suavizada, foi considerada “decepcionante” pelos socialistas que se aliaram assim à esquerda para enfrentar as medidas autoritárias abusivas e anti-constitucionais do Governo. Os socialistas fizeram as contas e concluíram que havia margem para só cortar os subsídios de férias e de Natal a partir dos 750 euros – o valor a partir do qual o corte é progressivo – e para aumentar o tecto do corte dos dois subsídios para os 1250 euros. A intenção não foi acolhida pelo governo, que preferiu avançar com uma “cedência muito curta”, no entender dos socialistas, e levou o PS a demarcar-se da possibilidade de os dois partidos fazerem uma proposta conjunta. Com mais medidas autoritárias a caminho, justificadas pelo Governo como sendo necessárias para que a economia portuguesa cumpra os critérios exigidos pela UE, FMI e Troika, só resta Passos Coelho preparar-se para a rápida queda do seu Governo, talvez logo após a Primavera, como aconteceu com o de Sócrates.
                                                                                       
DISPARAM ASSALTOS A SUPERMERCADOS, GASOLINEIRAS E OURIVESARIAS
                                                                                                             
Os roubos a supermercados, ourivesarias e gasolineiras foram os que mais subiram, mas os assaltos a viaturas lideraram os crimes registados pela PSP, segundo um relatório da Polícia sobre a zona metropolitana de Lisboa. O relatório do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (COMETLIS) de Outubro sobre a criminalidade violenta no que toca aos roubos a estabelecimentos e viaturas, a que agência Lusa teve acesso, refere que no mês passado foram registados 43 crimes, representando os assaltos a viaturas 30 por cento, ourivesarias 19, supermercados 16 e bombas de gasolina sete por cento. O documento refere que a divisão com maior número de roubos foi Loures, com 10, seguindo-se Cascais e Benfica (terceira divisão), com sete cada, e Sintra, com seis. Segundo o relatório, em Outubro confirmou-se a «tendência de subida dos roubos em supermercados, atingindo níveis dos meses de Janeiro e Abril» em que se registaram também sete assaltos. A PSP indica que a maioria dos roubos a supermercados na região da capital foi efectuada com recurso a armas de fogo, tendo todos os suspeitos fugido a pé. Os assaltos a bombas de gasolina também aumentaram em Outubro face ao mês anterior, passando de dois para três, roubos que foram praticados com armas de fogo e usadas viaturas para a fuga. No mês passado verificou-se ainda «um aumento significativo dos roubos a ourivesarias», quase o triplo de Setembro e atingindo o máximo do ano com oito, ocorridos maioritariamente nas divisões de Loures e Sintra, com três assaltos em cada.
                                                                                                
COM MEDO DA ESQUERDA GOVERNO ADMITE REPENSAR MEDIDA DA MEIA HORA EXTRA PARA OS TRABALHADORES
                                                                                                           
Os parceiros sociais recusaram a proposta que é altamente ilegal e inconstitucional. Os sindicatos recusaram ontem, na reunião mensal com o Governo, o aumento de horários proposto pelo Exevcutivo Social Democrata. Do lado dos patrões, o Comércio volta a insistir em mexidas nas férias. O Governo garante que continua empenhado no diálogo social e ontem mesmo admitiu que está disposto a ouvir alternativas ao aumento dos horários no sector privado. Por outro lado, patrões e sindicatos vão avançar para reuniões entre si, antes de insistir num acordo tripartido sobre competitividade. "Se existirem alternativas, se os parceiros entenderem que têm alternativas, o Governo está perfeitamente disposto a ouvir exactamente essas alternativas", disse o ministro da Economia no final da reunião de concertação social. Álvaro Santos Pereira indica assim que está disposto a negociar uma medida que devia vigorar nos próximos dois anos, anunciada pelo primeiro-ministro como forma de compensar mexidas na Taxa Social Única. O Diário Económico sabe que o aumento do tempo de trabalho continua a ser a medida considerada pelo Governo como mais indicada para os objectivos.
                                                                                                                
JOSÉ SEGURO MENOS SEGURO NA LIDERANÇA DA BANCADA DO PS APÓS VOTAÇÃO CONTRA MEDIDAS DO PSD
                                                                                          
Seguro foi "traído" pelos seus companheiros de bancada pois pretendia votar a favor. Um 'mail' entre deputados não permitiu voto a favor no atenuar do corte de subsídios. Direcção do PS queria votar a favor da proposta que ontem o Governo apresentou para diminuir o impacto dos cortes nos subsídios em 2012. A bancada socialista revoltou-se e, depois de um debate entre vários deputados via e-mail, Seguro e Zorrinho viram-se obrigados a um volte-face: o PS absteve-se. Entre os vários contestatários surgiram deputados como Eduardo Cabrita (presidente da Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças), José Lello, Filipe Neto Brandão, Isabel Moreira (que violou a disciplina de voto, decisão que agora a direcção da bancada diz estar a "avaliar"), Idália Serrão e Sérgio Sousa Pinto. Apesar de ter garantido que votaria a favor de qualquer proposta que tornasse o orçamento menos injusto, Seguro recuou. O PS votou contra a subida dos 1.000 para 1100 euros do limite mínimo a partir do qual funcionários públicos e pensionistas perdiam dois subsídios. E absteve-se no número que definia a modulação dos cortes para trabalhadores e pensionistas que subia o limite dos 485 para os 600 euros. Horas antes, António José Seguro, havia garantido estar disponível para votar a “favor qualquer proposta que torne o Orçamento menos injusto”. A proposta de alteração foi, contudo, aprovada com os votos do PSD e CDS. O BE, PCP e Verdes votaram contra. Esta proposta significa que mais 120 mil pensionistas e mais 40 mil funcionários públicos não vão sofrer reduções nos subsídios de Natal e de Férias em 2012.
                                                                                                      
MÁRIO SOARES: "SE A EUROPA NÃO MUDA, TERÁ DE HAVER UMA REVOLUÇÃO"
                                                                                                                         
Soares, com a sua experiência de vida política não duvida: uma revolução social na UE está para breve. Mário Soares diz estar preocupadíssimo com a situação na Europa e admite que podemos estar em vésperas de “uma revolução”. Em entrevista ao jornal 'i', Mário Soares diz que "a Europa está numa crise profundíssima, está à beira do abismo" e "a União Europeia está desorientada", lembrando que "dantes era constituída por duas grandes famílias políticas: os socialistas e os democratas-cristãos, que seguiam a doutrina social da Igreja. Hoje não há democratas-cristãos, ou quase não há, porque já não seguem a doutrina social da Igreja, seguem o neoliberalismo, tendo o dinheiro como principal valor. Estas duas famílias políticas foram colonizadas pelo neoliberalismo". E aponta um dos culpados pela actual situação da Europa: "O senhor Blair teve uma importância maléfica nisto tudo, porque convenceu bastantes partidos socialistas europeus a converterem-se à 'terceira via'".
Considerando "grave" a nomeação de primeiros-ministros não eleitos, como aconteceu em Itália, na Irlanda e na Grécia, o histórico socialista defende que para subsistir a Europa "não pode deixar de ser uma federação democrática". E se o actual estado de coisas no Velho Continente não mudar "vai ser terrível. Não só para nós, europeus, mas para o resto do mundo. E não sabemos onde podemos parar". E concluiu: "Se for assim, terá de haver uma revolução. As revoluções às vezes são rupturas e resolvem os problemas. Tenho alguma esperança numa revolução pacífica, não violenta, mas na ruptura profunda. Não gostaria de uma revolução violenta no meu País. Seria terrível para todos". Na mesma entrevista, O ex-Presidente da República criticou ainda o comportamento da 'troika'. "A troika, como diz, bem, o presidente do BPI, é um conjunto de tecnocratas de quinta ou sétima linha, que julgam poder governar por nós. Alguém aceitará que tecnocratas estrangeiros, de várias procedências, governem o nosso País? Mas por que carga de água?", disse. E o "mal", frisou Mário Soares, é os conselhos da troika estarem a ser "acolhidos pelo governo. Como se fossem ordens. Ora nós estamos a cortar tudo e não estamos a construir nada para obter maior crescimento económico e para reduzir o desemprego. Se assim continuar, daqui a um ano vamos estar pior do que estamos hoje. (in, Económico).
                                                                                                        
MERKEL SÓ SALVA O EURO SE ASSUMIR SOBERANIA ECONÓMICA SOBRE TODOS OS PAÍSES
                                                                                                                             
Tal como Hitler, Merkel assume finalmente que quer TODO o poder económico da UE nas suas mãos. A Alemanha quer uma união orçamental com sanções e poder de decisão das autoridades europeias nas contas dos países do euro. Enquanto os ministros das Finanças se reúnem hoje em Bruxelas para decidir se poupam a Grécia à falência técnica nos próximos 20 dias, em Berlim o governo alemão anuncia a estratégia para salvar o euro do colapso, numa altura em que o gigante italiano já se financia a mais de 8%. O objectivo é obter, o mais rapidamente possível, uma revisão do Tratado de Lisboa, criando uma união orçamental, a que Berlim chama ‘união de estabilidade", com sanções, sistemas de controlo e poderes intrusivos das autoridades europeias nas contas dos países do euro. E só depois considerar soluções solidárias, como sejam ‘eurobonds' ou uma participação mais robusta do Banco Central Europeu. O plano alemão será debatido pelos líderes europeus a 9 de Dezembro em Bruxelas, antecipando-se algumas resistências. Até ao novo Tratado estar em vigor, cabe ao BCE e à sua compra avulsa de dívida soberana a tarefa de acalmar os mercados. Em alternativa discute-se activar a nova linha de crédito do FMI com os recursos que sobram no Fundo de Resgate.
Berlim ganha tempo para ver até onde estão dispostos a ir os periféricos com as suas reformas. "Primeiro, temos de ter uma união de estabilidade e depois veremos como isso funciona", disse o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, citado pela Bloomberg. BCE e ‘eurobonds' "são debates que teremos depois, não agora", de momento "qualquer discussão sobre ‘eurobonds' reduz a probabilidade de termos o enfoque necessário" nas mudanças ao Tratado. Esta integração orçamental, acrescenta Michael Meister - deputado porta-voz do partido de Angela Merkel -, é a pré-condição para que a Alemanha rever no futuro a sua posição sobre soluções de risco partilhado. E mesmo assim, o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, deixa o aviso para os que falam em "mostrar a Bazooka": "Na Europa não podemos fingir uma força financeira que não temos". A Alemanha explora a posição de maior país e maior contribuinte da UE, fixando os termos dos acordos futuros. O discurso de Merkel no Parlamento a 2 de Dezembro vai determinar os contornos do acordo político de revisão do Tratado a fixar entre os líderes na semana seguinte. Estas mudanças, explica Seibert, "devem poder ser adoptadas num prazo de tempo que será surpreendentemente curto para alguns". Trata-se de um "calendário ambicioso porque acreditamos que a Europa não pode esperar para sempre".
                                                                                                               
"ISTO É O PRINCÍPIO DO FIM DO EURO"
                                                                                                                              
Simon Johnson, antigo economista-chefe do FMI considera que o Euro já iniciou o seu fim irremediável. Simon Johnson, antigo economista-chefe do FMI, escreve que está lançado o mote para a dissolução da união monetária. "Os investidores enviaram aos políticos europeus uma mensagem dolorosa na semana passada quando a Alemanha teve uma emissão de dívida seriamente decepcionante", escreve Simon Johnson, antigo economista-chefe do FMI, num artigo publicado hoje no blogue "The Baseline Scenario", e assinado em conjunto com Peter Boone, da London School of Economics. Recorde-se que nessa emissão, da última quarta-feira, a Alemanha não conseguiu vender a totalidade das obrigações a 10 anos, no leilão com a procura mais baixa desde a criação do euro, pelo menos. O juro desses títulos de dívida também subiu face à última emissão comparável. Para Simon Johnson - um dos primeiros economistas estrangeiros a antecipar um resgate a Portugal, e que na altura até mereceu resposta de Teixeira dos Santos -, a mensagem deste falhanço é clara: "a Alemanha já não é um porto seguro". No artigo, os dois autores indicam que desde a crise financeira global de 2008, os investidores se têm focado no risco do crédito e têm recompensado o país liderado por Angela Merkel com baixos juros. "Mas agora os mercados vão focar-se no risco da moeda", antecipam, o que terá como consequência o aumento da inflação e "o euro pode entrar em colapso de uma forma que coloca em risco todas as obrigações em euros".
Por tudo isto, Simon Johnson e Peter Boone consideram que "isto é o princípio do fim da zona euro". Os dois autores referem que Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e agora Itália têm grandes quantias de dívida de curto prazo que não conseguem refinanciar a baixo custo e que os maiores bancos europeus estão na mesma situação. "Mais realisticamente, nenhum destes países vai conseguir financiar-se nos mercados financeiros no curto prazo", e o ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan, está fora da realidade quando defende que o país vai voltar ao mercado em 2013, argumentam. Mais ainda, Simon Jonhson e Peter Boone consideram que mesmo com uma "bazuca" financeira, o BCE não iria conseguir restaurar a competitividade nos países periféricos, e que, por isso, os países mais problemáticos do euro, onde se incluirá Portugal, iriam precisar de muitos mais anos de "dura austeridade e reformas orçamentais para estabilizar a dívida". Para os dois autores, o rumo da zona euro está a tornar-se claro. "À medida que as condições na Europa se agravam, vai haver cada vez menos activos em euros que os investidores podem comprar com segurança". "Aguarda-nos uma tragédia". É a triste previsão dos dois autores, que terminam o artigo referindo que nos resta apenas a esperança de que os políticos europeus estejam a planear discretamente uma acção concertada para "evitar que a desordem se transforme em caos".
                                                                                                                                  
                                                                                                                 
                                                                                                                                                         

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Crónicas sem Tempo

Abolição de Feriados Nacionais resolvem a crise !
                                                                                                                            
Acrescentar meia hora diária de trabalho para quem labora na actividade privada por conta de outrem ou mexer nos feriados, são atropelos à Constituição e aos Contratos de Trabalho, que não vem resolver nenhum problema de produtividade enquanto se praticarem ordenados de miséria para com o povo.
                                                        
É surrealista o que se passa neste País de princípios corruptos judaico cristãos, e à pala das falsas reformas acaba-se com os feriados como se isso fosse uma decisão de somenos importância. Os feriados nacionais não apareceram por criação espontânea. São datas que assinalam de forma festiva feitos históricos ou religiosos que a Nação celebra com pompa e circunstância concedendo ao povo a dispensa ao trabalho podendo participar nos eventos todos os anos para que a memória passe de geração em geração e saiba como foi difícil e patriótico reconquistar a independência depois de 60 anos de opressão tirânica às mãos dos Filipes espanhois de mau feitio que delapidaram as riquezas nacionais e puseram em cheque as conquistas das descobertas que formavam o império português no Mundo, que entre 1383, vitória na Batalha de Aljubarrota e 1580, perda da independência, projectou Portugal para um domínio universal de mais de metade do Mundo conhecido. A recuperação dessa grandeza deve-se ao rigor, saber, valentia e muita coragem dos conjurados que se reuniram no Palácio Vaz de Almada e deram o golpe, no que ficou historicamente conhecido como a Restauração em 1 de Dezembro de 1640, fixando-se o feriado nacional, até aos dias de hoje, tendo sobrevivido a todos os sistemas políticos económicos e sociais.
Em relação ao 5 de Outubro de 1910 é outro dia glorioso para Portugal. Reinava uma Monarquia corrupta, beata, acéfala e tramontana, que foi tolerada na governação portuguesa até à Revolução Liberal de 1820, deixando de se justificar como estava escrito que mais tarde ou mais cedo haveria de cair e dar lugar a um regime que tem a sua génese na Revolução Francesa de 1789, onde o Iluminismo marca um virar de página, pondo termo ao sistema feudal de governação que perdurou séculos de Monarquias absolutas, onde os reis tinham o poder de vida ou de morte de qualquer cidadão por maiores que fossem os seus méritos e qualidades. Ora, este regime sanguinário em que assentam todas as Monarquias, mesmo nos dias de hoje na contemporaneidade predominam em África e noutras regiões do globo, dinastias hereditárias de poderes absolutos de tortura e flagelação dos povos. Até nas chamadas Monarquias Constitucionais que vigoram na Europa e na Ásia, é de facto uma tremenda aberração encontrar-se no cimo da piramede um Rei e sua corte de autênticos parasitas que outra função não desempenham a não ser consumir recursos materiais de biliões de euros que afectam e de que maneira o desenvolvimento civilizacional.
Portanto, tanto o feriado que comemora a Restauração de 1 de Dezembro de 1640, quer o feriado alusivo à Implantação da Republica do 5 de Outubro de 1910 devem prevalecer para sempre, enquanto Portugal se mantiver como País independente da Monarquia troglodita de Castela (Espanha) totalitária, que roubou as independências aos países Ibéricos, como o País Basco, a Catalunha, a Andaluzia, a Galiza e outras comunidades mais pequenas, como a Valenciana, num verdadeiro crime de lesa Pátria a que Portugal, por duas vezes conseguiu escapar. A mais grave terminada em 1640, depois de uma opressão de 60 anos, pelo que este feriado nunca pode ser abolido do calendário anual da nossa afirmação independente. Tal como o cativeiro espanhol, as Monarquias são uma lepra e a sua cura muito custou a milhares de patriotas portugueses, desde, pelo menos 1891, no 31 de Janeiro, que se bateram pela implantação da Republica e sossobraram às mãos assassinas dos monárquicos, mas uma luta persistente que acabou por vingar em 5 de Outubro de 1910, e que jamais poderá deixar de ser feriado nacional, cuja abolição o Presidente da Republica não pode pactuar com o seu desaparecimento, que nem Salazar se atreveu a riscar.
Quanto aos dois feriados religiosos que se pretende acabar, não nos opomos, embora não advogue a sua extinção. Mas, nunca se pode pôr em pé de igualdade com os argumentos dos feriados republicanos, laicos e civilistas. A Igreja Católica, não pode exigir uma paridade ou moeda de troca. A Igreja tem o seu espaço e o seu reino é, ou devia ser, o espiritual tendo privilégios exagerados num Estado republicano, laico e democrático e todas as resoluções devem ser tomadas por consulta popular, não se podendo dar à Igreja aquilo que ela mesmo não aceita, a intervenção nos seus interesses religiosos, económicos e sociais. A Igreja Católica não é uma organização democrática, vive de dogmas e rege-se por uma obediência estrangeira sediada no papado de Roma. Assim, se há que cortar feriados, só podem ser os religiosos, deixando somente os mais significativos como o Natal, a Páscoa e o 8 de Dezembro por sugestão do Cardeal Patriarca. Os feriados actuais não são demais e se o Governo pretender abolir alguns deve faze-lo por via referendária, deixando sempre como Feriados Nacionais o 1º de Janeiro, o 25 de Abril, Domingo de Páscoa, 1º de Maio, 5 de Outubro, 1º de Dezembro e 25 de Dezembro (Natal). Tal como acrescentar meia hora diária de trabalho para quem labora na actividade privada por conta de outrem ou mexer nos feriados, são atropelos à Constituição e aos Contratos de Trabalho, que não vem resolver nenhum problema de produtividade enquanto se praticarem ordenados de miséria para 90% dos trabalhadores, e uma minoria de 10% arrecadar mais de 80% da riqueza produzida. Francamente, com tantos problemas que o Governo enfrenta sobretudo para domesticar a troika, como reclama Fernando Ulrich, a extinção de feriados, não é necessária, conveniente, e politicamente errada. Mas, no contexto actual já nada se estranha sobretudo a invariável burrice.
Manuel Aires
                                                                                     
                                                                                                              
                                                                                                              

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Crónica de Domingo

Do ódio camuflado até ao deslumbre do poleiro
                                                                                                                             
As acusações genéricas, confundindo tudo e todos, têm o efeito contrário ao pretendido por alguns políticos, porventura ingénuos. E perpetuam a ineficácia da justiça ao cegar a opinião pública também.
                                                         
Não é de agora. Claro que não. Atacar a honra, a credibilidade e a legalidade de actos de políticos no activo é, desde há muito, uma forma de os combater. É, desde logo, uma estratégia que pode ser seguida destruindo político a político, por exemplo com o objectivo de fazer cair um determinado Governo. Este tipo de ataque é, por isso, um dominó: apresenta-se em prestações semanais, sempre dirigido a uma só pessoa, verificando-se com a matemática do tempo que todos os bandidos pertencem ao mesmo grupo, ao mesmo Governo.
Este foi o estilo inaugurado pelo “Independente” de Paulo Portas, todas as sextas uma promessa, com ou sem provas, fazendo do obreiro um dos responsáveis pelo fim do cavaquismo. Paulo Portas era muito novo, diz-se, mas mais nova era eu, por exemplo, e aquelas primeiras páginas eram tão mortais que nem a circunstância de ter então 10 anos me fizeram esquecer o jornal “do momento”.
Passaram muitos anos, temos canais privados, que bom tanta liberdade de expressão, até para aqueles do PSD que odeiam Portas até hoje e optam pelo silênco, no seu pleno direito, enquanto outros, imagine-se, os que deveriam ser por adesão ideológica avessos ao “Independente”, passaram a usar da mesma técnica em tempos de técnica mais apurada.
Nem uma voz durante os seis anos mais impressionantes de perssiguição política a um PM (com a ajuda de Cavaco, a ex-vítima) e, com isso, todos, mas todos, a construirem uma “moral de verdade” que assenta na negação dos mais elementares princípios do Estado de direito.
Por outro lado, esta moral está a acabar com a política. A política e sobretudo quem a exerce é presumivelmente um cão. E tanto é um cão que vozes da esquerda que animam o “Eixo do Mal” dizem, por exemplo, que Sócrates nunca poderá voltar à política por causa do Vara (Clara Ferreira Alves). O cidadão, portanto, para a comentadora, perdeu os seus direitos políticos porque confiou em Vara, pelos vistos um bom administrador da CGD, mas, já julgado e culpado, terá a sua sentença de culpabilidade estendida ao ex-PM.
Na inquisição era assim, de facto: vigora o princíipio da extensão da culpa. Daniel Oliveira, assertivo, não deixa dúvidas: “quem priva com um imoral é imoral”. A ser verdade, estou feita ao bife. Já privei, sem saber, com imorais lixados. Tudo isto alimenta o sentimento popular traduzido em frases como: os deputados são todos corruptos; os deputados são todos advogados de grandes empresas que negoceiam com o Estado; os deputados não vão perder os dois subsídios, ai pois não; o ordenado dos deputdaos ronda os dez mil euros; e por aí fora. Uma pena que em vez de se combater estes erros decorrentes de perseguições como a feita esta semana pelo Expresso a João Semedo, se caia na demagogia aprovando o nojento enriquecimento ilícito contra todosos pareceres de quem de direito. Pode ser que alguém se lembre de lembrar à cidade que somos todos políticos.
                                                                             
Rui Rio considera que “não é possível termos um poder político forte e capaz quando na comunicação social as pessoas são denegridas permanentemente e são julgadas na praça pública de uma forma perfeitamente arbitrária”. Concordo. Mas o que leva Rui Rio a fazer estas afirmações agora? Se está a referir-se a casos como o de Duarte Lima (ou qualquer outro cidadão a braços com a justiça), evidentemente que o comportamento da comunicação social é infame, embora comercialmente compreensível, mas menos infame, por exemplo, do que o dos agentes da justiça que lhe fornecem as informações “preciosas” e que são as verdadeiras fontes da boataria e das meias verdades. O que Rui Rio não deixa de reconhecer. Mas Duarte Lima não é um político no activo. Há anos que não exerce qualquer cargo. Então? Se está a referir-se a Sócrates, seja bem-vindo, mas já vem tarde. Na altura, como o próprio afirma, “até achava graça”, não era?
O facto de, ao ler a notícia, ter imediatamente imaginado na cabeça de Rui Rio estes dois casos deve-se claramente à proximidade do primeiro e ao exemplo flagrante e escandaloso de ataque insuportável que o segundo constituiu. Mas a amálgama é incompreensível. Confundir acusações de burlas de milhões e de homicídio com montagens de origem política, com um objectivo bem preciso de abater um adversário é não ajudar nada à desejável separação de águas.
Eu sei, dirá que não estava a referir-se a nenhum caso concreto, mas o problema é que, se houve político que foi denegrido e injuriado na comunicação social foi Sócrates, e com tal força que ainda hoje a mera menção do seu nome leva muita gente a afiar os punhais, pelo que, mesmo não aludindo a ele, é impossível não o incluirmos na nebulosa que emana das palavras de Rio. Rui Rio, embora pense que não, está assim também a contribuir para o “caldo” de que o seu próprio partido é corresponsável.
De fora da nebulosa estará, certamente, para Rui Rio, Cavaco Silva e o arranjinho com o Público pouco antes das eleições de 2009 com vista à propagação do boato de que a presidência andaria a ser ilegalmente escutada pelo anterior primeiro-ministro. Esse quadro, efectivamente, assusta e desmotiva. As acusações genéricas, confundindo tudo, têm o efeito contrário ao pretendido por este, por vezes ingénuo, Rui Rio. E perpetuam a ineficácia da justiça ao cegar a opinião pública.
Obviamente que as discordâncias da ala não neo-liberal do PSD, na qual se inclui Rio, em relação à política impiedosa e experimentalista do actual governo levam o presidente da Câmara do Porto a pensar com os seus botões se não teria apoio suficiente para liderar o partido e correr com os estarolas. Homem, pense nisso. Mas olhe que uma coisa são insultos, insinuações e calúnias a políticos, luta política rasteira (não confundir com os casos de polícia – Duarte Lima e Oliveira Costa) e outra bem diferente são críticas. Estas terão toda a razão de existir numa sociedade democrática. Por vezes fica-se com a sensação de que Rio também não está preparado para críticas.
                                                                                    
Por fim, o Mota da Vespa lá sucumbiu ao deslumbre da bomba... A canalha é mesmo toda igual!
Carlos Ferreira
                                                                                                                     
                                                                                                                           
                                                       

domingo, 27 de novembro de 2011

Revista da Semana

GREVES GERAIS SÃO NECESSÁRIAS PARA "RESISTIR AO RETROCESSO SOCIAL E CIVILIZACIONAL"
                                                                                                                                    
Movimento grevista a caminho da Assembleia da República
É preciso um novo 25 de Abril para quebrar o ciclo de opressão social dos políticos corruptos ao serviço da NWO... Farto de assistir à destruição do Estado Social, Soares decidiu passar à acção e mobilização cívica... Merkel e Sarkozy estão, por incompetência, a defender o Dólar em detrimento do Euro... A UE já tentou depois da queda de Sócrates "implantar" o "iluminado" Constâncio; tentarão outra vez?...
                                     
Deixar o euro é como sair de uma guerra, avisa Carvalho da Silva, para quem Portugal está sob ocupação estrangeira. Em entrevista ao JN, o líder da CGTP diz que a greve tem, por isso, uma dimensão patriótica e, espera, conseguirá despertar a sociedade. O tempo é de resistência ao "retrocesso social e civilizacional". Não acha que os sindicatos devem ser mais activos na apresentação de soluções concretas em vez de serem apenas reivindicativos? Os sindicatos têm propostas concretas, o problema é que não se enquadram nos catecismos dos poderes dominantes. Propomos que se considere uma nova forma de distribuir a riqueza, o combate à economia clandestina, não deixar que o económico e o financeiro se sobreponham ao político e valorizar o trabalho. Não esperem que os trabalhadores cujo trabalho não é valorizado reajam positivamente. Quanto ao Euro, este não vai continuar como até aqui. Vai haver uma só moeda ou mais do que uma? Vão manter-se todos os países ou alguns serão empurrados para fora? Em Abril do ano passado disse que países pequenos como o nosso, se forem empurrados do euro podem ficar, em termos sociais, sob pressões idênticas à saída de uma guerra...
Quanto ao Bloco de Esquerda, o partido apelou a uma "grande" participação na greve geral. "Será o primeiro dia em que o País responde à troika", sublinhou Francisco Louçã, que falava em Braga, numa ação de mobilização para a greve geral. Para o líder bloquista, "já se viu o que a troika cá veio fazer: destruir a economia, promover o desemprego, promover a miséria, encarecer a saúde, atacar a educação, atacar a cultura, ir atrás dos salários". Por isso, Francisco Louçã quer que a greve signifique o princípio de um novo 25 de Abril, "que é tão importante para salvar a economia, salvar o respeito, salvar a democracia e trazer dignidade". Será, sublinhou, uma jornada de luta "contra o empobrecimento e a exploração". Louçã lembrou que os portugueses já são obrigados a trabalhar mais meia hora gratuitamente por semana e que talvez venham a ter de trabalhar um sábado "sem o pagamento de um cêntimo". Disse ainda que o BE não desistirá de lutar contra o "roubo" dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos. "E agora querem baixar ainda o salário. É uma política de terra queimada, não esquecem ninguém, vão atrás de toda a gente", criticou. Garantiu que o partido "recusa" o aumento do IVA para restaurantes, comércio, pequena actividade comercial, cultura e espectáculos e saudou o PS por se ter manifestado de acordo com esta posição. Exigiu igualmente a tributação do património de luxo, "um imposto sobre quem ganha fortunas a partir da especulação de terrenos e da especulação imobiliária".
                                                                                                   
SOARES TRANSFORMA MANIFESTO "UM NOVO RUMO" EM MOVIMENTO POLÍTICO E CÍVICO
                                                                                                        
Mário Soares e um grupo de amigos do fundador do PS planeiam lançar, no próximo ano, um conjunto de debates que pode «abrir a influência da área socialista», na sequência do manifesto 'Novo Rumo', que esta semana veio apelar à mobilização política e cívica de quem se opõe às medidas de austeridade. «Isto não afecta nada o PS, muito pelo contrário», diz o soarista Vítor Ramalho. «Do nosso ponto de vista, ajuda ao alargamento da influência da área do socialismo democrático. E forçará – no bom sentido – a direcção do PS a ver que há gente com experiência longa na vida pública que tem a concepção de que a intervenção política é uma causa nobre» adianta ao SOL. Na calha, para o próximo ano, está um movimento de intervenção que assentará num conjunto de debates envolvendo figuras com peso político, algumas sem filiação partidária. «Estamos a pensar também em personalidades internacionais», antecipa Ramalho. O texto 'Novo Rumo', divulgado em vésperas da greve geral, começou, no entanto, a germinar há mais de mês e meio, entre o grupo que se reúne, com ou sem Soares, «de dois em dois dias». O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Medeiros Ferreira, o ex-dirigente do PS Pedro Adão e Silva, o próprio Vítor Ramalho, um dos socialistas mais próximos de Soares e líder do PS/Setúbal, Vasco Vieira de Almeida (advogado e ex-ministro pelo PS) e o professor universitário Mário Ruivo integram o grupo e assinam o documento.
                                                                          
VÍTOR CONSTÂNCIO, O PRÓXIMO PRIMEIRO MINISTRO ELEITO PELOS FEDERALISTAS EUROPEUS?
                                                                                                                       
Com a previsível queda do Governo de Passos Coelho para breve, já em 2012, a União Europeia poderá estar a preparar mais uma das suas cartadas mágicas. A estratégia da falsa crise económica tem, a curto prazo, o único objectivo de forçar os países da União Europeia a aceitarem à força, a Federação Europeia, que ao mesmo tempo que se está a consolidar com os EUA na preparação da NWO, que dominará muito brevemente todas as decisões políticas, económicas, mas sobretudo militares em todo o Mundo. Apenas a China poderá parar este processo de totalitarismo da NWO. Mas até essa hipótese já foi pensada pelos EUA que preparam secretamente uma guerra (provavelmente atómica) com a China, depois de provocarem falsos conflitos diplomáticos e económicos com aquele país. Mas no que toca a Portugal, a estratégia passará por provocar a queda do Governo (facto que Passos Coelho já sabe) e colocar mais um Bilderberg do Banco Central Europeu - Vítor Constâncio (Maçon-llluminati de alto grau) a governar Portugal sem ter sido eleito pelo povo. Também Mario Monti (Itália) e Lucas Papademos (Grécia) estiveram nas reuniões Bilderberg, passaram pelo BCE e pertencem à Comissão Trilateral, um verdadeiro ninho da Máfia Económico-Política Bilderberg. A União Europeia começou por experimentar na Bélgica como podia dominar um país a partir do Parlamento Europeu. Seguiu-se a Grécia, Itália. Agora Portugal. Espanha será a próxima vítima desta estratégia ditatorial, camuflada de federalismo.
                                                                                                                           
GOVERNO SECRETO PSD-PS DECIDE ÀS ESCONDIDAS O DESTINO DE PORTUGAL
                                                                                                                                             
Carlos Zorrinho do PS entra nestes jogos de Sociedades Secretas do Governo PSD, recheado de llluminati's. Os líderes parlamentares do PSD, e do PS almoçaram esta semana, num restaurante em Lisboa, com o Orçamento do Estado para 2012 à mesa. É através de Luís Montenegro e Carlos Zorrinho que, de forma muito reservada, os dois partidos procuram ainda um entendimento para incluir no documento algumas das propostas dos socialistas, embora o caminho a percorrer não seja fácil. Uma coisa é certa: existe das duas partes o desejo de, na discussão na especialidade, incluir ideias do PS no Orçamento. Duarte Pacheco, coordenador do PSD na Comissão de Orçamento e Finanças, disse ontem ao i que “seria útil” contar com algumas propostas do maior partido da oposição no documento, mas insiste na ideia de que “não há qualquer hipótese” para acolher as alterações de António José Seguro tal como elas estão. As conversas entre a maioria e o PS estão reservadas a um núcleo restrito e, entre o PSD e o CDS, existe a convicção de que ainda é possível chegar a um acordo que permita alargar o consenso à volta do Orçamento. “É sempre possível fazer alterações ou adaptar propostas e há prática disso na Assembleia da Republica”, afirma Duarte Pacheco, num claro desafio aos socialistas para que se aproximem das intenções da maioria. Os últimos dias tornaram evidentes as dificuldades em conseguir essa aproximação. O PS insiste em cortar só um subsídio a funcionários públicos e pensionistas e na manutenção do IVA para a restauração e o governo não abdica destas medidas com o argumento de que não seria possível cumprir as metas do défice. As 23 alterações ao Orçamento propostas pelo PS passam ainda por medidas com menor impacto orçamental. Uma delas é poupar as pequenas e médias empresas e mais impostos e manter a aplicação da taxa de IRC de 12,5% nos lucros até 12.500 euros das empresas. Em contrapartida, os socialistas propõem o aumento da sobretaxa sobre lucros acima dos 10 milhões de euros para 5%.
                                                                                                             
DURÃO BARROSO QUER RETIRAR SOBERANIA ORÇAMENTAL A PORTUGAL
                                                                                                                                
Barroso passa assim um atestado de incompetência ao Ministro das Finanças e ao Governo. O presidente da Comissão Europeia propõe vigilância apertada e medidas correctivas aos países que estão a pagar empréstimos. Portugal vai ficar sob vigilância apertada da Comissão Europeia até meados da próxima década, altura em que se espera, em Bruxelas, que o país tenha pago até 75% do seu empréstimo. Trata-se de uma entre várias novas regras intrusivas de governação económica na zona euro, ontem propostas por Durão Barroso. "Um Estado-membro será posto em supervisão pós-programa até que um mínimo de 75% da assistência recebida (...) tenha sido devolvido", pode ler-se na proposta de regulamento sobre a supervisão para os países intervencionados onde se incluem Portugal, Grécia e Irlanda, mas também aqueles que venham a receber ajuda preventiva, como se fala agora para outros países do euro, demasiado grandes para serem ‘resgatados'. No caso de Portugal e Irlanda, uma fonte comunitária avisava ontem que "estamos a falar de, no mínimo, mais uma década, ou talvez um pouco mais, até se chegar a esse limite". Estes 75% do total do empréstimo a Portugal correspondem a 58,5 mil milhões mais juros. A fatia do FMI - 26 mil milhões mais juros - deverá ser paga até 2022, e o resto entre 2014 e, no máximo, 2042 se o país beneficiar de obrigações a 30 anos que os dois fundos de assistência europeus oferecem. Porém, a média de maturidades dos empréstimos europeus não deverá ir muito além dos 12,5 anos. Esta vigilância apertada implica uma perda ainda maior de soberania orçamental, com visitas surpresa dos técnicos europeus e relatórios semestrais de missões europeias (Comissão e BCE), sujeitando-se a medidas correctivas.
                                                                                                                                
DÍVIDA SOBERANA DA ITÁLIA ESTÁ A DEIXAR ALEMANHA E UE EM PÂNICO
                                                                                                                                          
Olli Rehn não quer a Alemanha a financiar mais casos perdidos na UE. Em nome da estabilidade, Olli Rehn pediu à Comissão de Orçamento do Parlamento italiano para tomar medidas rápidas e ambiciosas de forma a travar o contágio ao país e acalmar os investidores. De visita a Roma, à margem de um encontro com o novo primeiro-ministro italiano, o Comissário europeu para os Assuntos Económicos reiterou que “para reverter as expectativas do mercado é importante enviar mensagens fortes.” Também na capital italiana, o comissário europeu para os Serviços financeiros, Michel Barnier, apoiou a implementação de reformas, durante uma visita para analisar as “golden shares” do Estado. A dívida italiana representa 120% do PIB. Esta sexta-feira, o país pagou os juros mais altos desde a criação da moeda única. O Tesouro vendeu 8 mil milhões de euros de dívida a seis meses, mas com um juro recorde que superou os 6,5%. A esta colocação somou-se outra de dois mil milhões de euros, em obrigações a dois anos. Mas também aqui o juro disparou para os 7,8%. A chanceler alemã e o Presidente francês disseram em Estrasburgo ao primeiro-ministro italiano, Mario Monti, que “o colapso” da Itália levaria inevitavelmente ao fim da moeda única.
                                                                                                                                               
SARKOZY E MERKEL AFIRMAM QUE COLAPSO DE ITÁLIA SERÁ O FIM IMEDIATO E DEFINITIVO DO EURO
                                                                                                                                   
Sarkozy e Merkel disseram ao primeiro-ministro italiano que "o colapso" de Itália levará ao fim do euro, indicou o governo italiano. O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, reafirmaram "o seu apoio à Itália afirmando-se conscientes que o colapso de Itália levará inevitavelmente ao fim do euro e a uma interrupção do processo de integração europeia com consequências imprevisíveis", de acordo com um comunicado do governo italiano publicado após um conselho de ministros. Durante a mini-cimeira que reuniu na quinta-feira os três dirigentes em Estrasburgo (França), Merkel e Sarkozy manifestaram a sua confiança em Monti e no empenho de Itália "no esforço comum destinado a encontrar soluções para a grave crise financeira e económica da zona euro", acrescentou o governo italiano. Monti confirmou o objectivo de Itália de atingir o equilíbrio orçamental em 2013 e assegurou que Roma vai aprovar rapidamente medidas destinadas a relançar o crescimento. As taxas de juro para a Itália continuaram ontem a atingir recordes, um dia depois da reunião de Monti com Merkel e Sarkozy.
                                                                                                                                            
                                                                                                                               
                                                                                                                                 

O novo Hino Nacional

sábado, 26 de novembro de 2011

Opinião

A miséria a que chegámos !
                                                                                                                    
Se Portugal se tivesse afundado neste empobrecimento a mata-cavalos mais cedo, e até muito mais cedo como berravam os direitolas, a que horas da noite estaríamos agora a ficar sem electricidade e de que cor seriam as senhas de racionamento da comida?
                                                                          
Pacheco Pereira – o maior (ou talvez o único) especialista vivo em técnicas de espionagem, coacção e lavagem cerebral utilizadas pelo mafioso Gabinete do anterior primeiro-ministro – ainda não teve tempo para explicar como é que aquela rapaziada acabou toda a falar em telefones escutados a partir de Aveiro. Recorde-se que nesse mesmo Aveiro, estávamos a entrar em Junho de 2009, ouvimos a Manela a dar conta do seu desejo de poder estar a ser escutada pelos escutados, o que infelizmente não se veio a confirmar e que muito a terá desapontado. Viscosas coincidências na terra do ensopado de enguias? Temos de esperar pela autobiografia do Pacheco para estes enigmas encontrarem a definitiva resolução.
                                                                                                        
Entretanto, Vara está metido na camisa das dezenas de escutas. O tribunal vai usá-las num longo e dilacerante processo de exposição da sua intimidade profissional e pessoal. Se isto se passasse com alguém ligado a Cavaco, PSD e CDS, teríamos um permanente desfile de indignados da gente séria a clamar contra a perseguição do Ministério Público e a defender inflamados a tese de que o uso de escutas pode permitir as maiores deturpações e vilanias. Assim, o silêncio é total, o gozo completo. Qualquer dano que se consiga fazer a Vara será um tiro que vai atingir Sócrates. Se se provar Vara ter prevaricado, haverá champanhe a correr em Belém e na Lapa. Se sair ilibado, o mal continuará a estar muito bem feitinho.
                                                                                
Chamaram-me a atenção para a edição do Eixo de Mal de 13 do corrente. Não vi na altura porque deixei de acompanhar com regularidade. A partir de princípios de 2010, passei a não aguentar semanalmente a já penosa presença do Luís Pedro Nunes desde que ali abancou. Ele é hoje uma das mais bem pagas vítimas do socratismo, tendo derretido a mioleira num ódio bronco que fazia (e faz) questão de partilhar com os espectadores. Contudo, os inúmeros e preclaros talentos que exibe mereciam que se entregasse em exclusividade a um programa dedicado à sua obsessão, onde pudesse gastar diariamente duas ou três horas de televisão a lançar dardos e bolas de trapo contra bustos de Sócrates pendurados no estúdio, entremeando a ginástica com variações idiomáticas à volta das expressões “cabrão” e “filha da puta”. Até lá, passarei ao lado de momentos gloriosos como este que deixo, onde apenas se salva Pedro Marques Lopes. Ver Clara Ferreira Alves a tratar Vara como um escroque, sem precisar de se justificar para além do nível do boato, ou ouvir Daniel Oliveira a causticar um advogado por ter aceitado defender alguém que causa asco a este puro da esquerda pura, é uma exuberante lição a respeito da miséria em Portugal.
                                                                                                                         
Já agora, deixo uma pergunta no ar: Se Portugal se tivesse afundado neste empobrecimento a mata-cavalos mais cedo, e até muito mais cedo como berravam os direitolas, a que horas da noite estaríamos agora a ficar sem electricidade e de que cor seriam as senhas de racionamento da comida?
J. Francisco
                                                                                                    
                                                                                                  
                                                                                                                        

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Bilhete Postal

O valor dos (in)Génios
                                                                                                             
Somos tratados pelo Governo e comunicação social como se fossemos atávicos adolescentes.
                              
Passos Coelho foi uma excelente escolha do povo livre para nos conduzir à vitória neste agudizar das crises europeia e mundial. É que o nosso primeiro-ministro tem esta característica extraordinária: surge permanentemente anestesiado. Mesmo quando se obriga a parecer choroso, ou porque está a dizer a quem votou nele que fará exactamente o contrário do que prometeu ou porque partilha convicto o seu ideal de um Portugal ainda mais pobre, no fundo daquela carcaça encontra-se um bloco granítico imune a qualquer transe afectivo. E esse amoralismo pragmático inane adequa-se na perfeição a um projecto governativo politicamente desmiolado, onde a contabilidade se erige como critério absoluto e predatório. O facto de Relvas, esse monumento à vulgaridade, ser o seu braço-direito só vem confirmar o diagnóstico: eis um homem invulgarmente invulgar.
Imagine-se o que aconteceria se no Governo anterior viesse um secretário de Estado anunciar uma medida para de seguida ser categoricamente desmentido por um ministro. Foi o que aconteceu com o anúncio, e posterior negação, da revisão das tabelas salariais da função pública. Mas não é a primeira vez, a coisa parece estar a tornar-se um hábito neste Governo. Há dias foi o ministro da Economia a desdizer-se a ele próprio quando veio dizer que o encerramento do metro às 23h00, afinal, não fazia sentido. Se acontecessem semelhantes trapalhadas no Governo anterior as acusações de desnorte, incompetência, etc. e tal seriam imediatas. A oposição exigiria explicações e muito provavelmente não faltariam pedidos de demissão dos governantes. Já para não dizer que Sócrates seria acusado de manipular e de usar a comunicação social, coitadinha, para nos enganar. Agora parece normal o Governo dizer uma coisa num dia e desdizê-la com toda a calma no seguinte. Somos tratados pelo Governo e comunicação social como se fossemos atávicos adolescentes, ou melhor, como tivéssemos todos cinco anos e ninguém reclama. Não admira que o Governo seja tão elogiado pelos senhores da Troika, que, aliás, parecem ter entrado também neste divertido jogo ao sugerirem os cortes nos vencimentos do sector privado para de seguida o Governo os desmentir. São uns génios estes nossos governantes.
Por outro lado, chamado a promulgar, a enviar para o TC ou a vetar politicamente o diploma batoteiro que transfere as competências dos Governos Civis e dos Governadores Civis, Cavaco como que não vê o big picture e por isso promulga aquela fraude sem deixar de se mostrar preocupado com um dos preceitos do decreto: o que diz respeito à execução da declaração de estado de emergência no país. Viu ali uma contradição e tivemos mensagem.
Quando lhe chegar às mãos o OE que apelidou de iníquo, ele e só ele que pode dar a oportunidade ao TC de preventivamente se pronunciar sobre o mesmo, que fará? Sai promulgação com mensagem?
Fiquem os deputados com o encargo de pedirem a fiscalização sucessiva, portanto de um OE já em execução, caso em que o TC estará muito menos disposto a fechar os olhos ao anúncio público e internacional de uma execução em curso.
O tempo a passar e Pilatos sempre a reaparecer.
Carlos Ferreira
                                                                                                 
                                                                                            
                                                                                                                                                             

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tudo aos tiros... no pé !

Associação hoteleira algarvia favorável ao uso de armas de fogo pelos seguranças
                                                                                                                            
Já foi apresentado um memorando ao ministro da tutela, no qual se solicita permissão de posse de armas de fogo para a segurança hoteleira e reforço dos meios policiais na região, mas o presidente do Turismo do Algarve não está de acordo.
                                                       
O presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve acredita que só uma alteração legislativa poderá ajudar a combater o aumento dos assaltos. Elidérico Viegas defende que os seguranças hoteleiros devem poder usar armas de fogo. “Se os seguranças estão impedidos de utilizar armas, não se pode esperar que façam frente a assaltos cometidos por criminosos armados até aos dentes”, sustenta Elidérico Viegas. “À semelhança do que acontece em muitos outros países, os seguranças deviam ser objecto de formação adequada para a utilização de armas”, acrescenta. As declarações de Elidérico Viegas surgem após um assalto a um hotel de quatro estrelas em Vilamoura, na madrugada de sábado. Dois homens encapuzados agrediram um segurança e levaram dinheiro da recepção do hotel. Por sua vez, o presidente do Turismo não concorda com a proposta de Elidérico Viegas.
                                                                                                                            
Presidente do Turismo do Algarve defende reforço da videovigilância
                                                                                                                              
Aumento da criminalidade no Algarve tem atingido as unidades hoteleiras. Opiniões dividem-se quanto às estratégias a adoptar para travar os roubos. O presidente do Turismo do Algarve não concorda que os seguranças dos hotéis possam usar armas de fogo para travar o aumento da criminalidade. Como alternativa, António Pina propõe, em declarações à agência Lusa, o aumento da videovigilância nas zonas turísticas e de comércio tradicional, assim como o reforço policial na região. "Eu preferia ver mais polícia municipal, por exemplo, do que forças civis a usarem armas. Senão qualquer dia isto fica como na América, em que toda a gente tem armas em casa”, argumenta António Pina. Apesar de afirmar que o Algarve pode estar a ser vítima de uma “onda” de assaltos, António Pina encarou o assalto violento da madrugada de sábado, que ocorreu em Vilamoura, como uma ocorrência “passageira”. “Eu quero considerar que são [ocorrência] passageiras, embora comecem a ser mais do que eu gostaria”, apontou. O presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve tem opinião diferente. Elidérico Viegas considera que os seguranças hoteleiros devem poder usar armas de fogo.
                                                                                                    
"As instituições de solidariedade são a verdadeira almofada social deste país"
                                                                                                                             
O Presidente da República encontrou-se com as instituições de solidariedade social e transmitiu a sua confiança aos responsáveis para lidar com um ano de 2012 que se prevê difícil. O padre Lino Maia, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), afirma que o encontro de hoje com Cavaco Silva foi útil, porque o Presidente deu uma palavra de alento e sugeriu que todas as instituições trabalhem em rede. Uma sugestão bem recebida pelo CNIS e pelas várias outras instituições de solidariedade social que estiveram presentes. “Estas instituições de solidariedade são a verdadeira almofada social deste país. ‘O que seria deste país’, afirmou [Cavaco Silva] claramente, ‘se estas instituições arrefecessem ou congelassem’. Elas estão de facto muito activas, o país está a viver dificuldades muito grandes. Houve uma palavra muito importante do senhor Presidente, que foi a de transmitir a sua confiança e a de lançar um desafio às instituições”, conta o padre Lino Maia.
“Uma grande conclusão deste encontro”, na opinião do responsável da CNIS, “é que é importante que todos nós estejamos de mãos dadas". "E estamos, há grandes colaborações entre nós. O senhor Presidente disse aquilo que é conhecido por todos, que o ano 2012 perspectiva-se como o ano provavelmente mais difícil, pelo menos da história da democracia”, diz. O padre Lino Maia foi o porta-voz da reunião desta tarde no Palácio de Belém, nas qual as instituições fizeram o ponto da situação às necessidades decorrentes da actual crise e concluem que as receitas diminuíram, mas as despesas aumentaram. “Há a diminuição das comparticipações dos utentes, há congelação nas transferências do Governo para as instituições. A população está a diminuir na sua generosidade e, por outro lado, os pedidos estão a aumentar. Estão a aumentar os pedidos extraordinários, casos de endividamento na água, luz, rendas de casa”, descreve o padre Lino Maia. “Muitas famílias que estiveram anos e anos a pagar o crédito à banca e agora têm de abandonar a casa e ingressar nos números dos sem-abrigo. Pagaram anos e anos e ficam sem casa”, lamentou ainda o padre Lino Maia, à saída do Palácio de Belém.
                                                                                  
Cavaco Silva tem dúvidas sobre transferência de competências dos governos civis
                                                                                                                       
Presidente da República pede ao Governo que pondere melhor o caso da declaração do estado de emergência civil. O Presidente da Republica promulgou o diploma sobre a transferência de competências dos governos civis, mas tem dúvidas no que diz respeito à atribuição aos comandantes distritais da Protecção Civil da declaração do estado de emergência civil. Num texto publicado no sítio da Presidência na Internet, Cavaco Silva faz saber que promulgou o diploma, por se inserir na política geral que o Governo definiu para o país, mas revela também que, na mensagem enviada à Assembleia da República, sugere a reponderação no caso da emergência civil. O Presidente considera que, no contexto do regime jurídico da segurança nacional, a opção tomada pelo Governo pode não ser a melhor e pede por isso aos deputados que a estudem melhor.