Liberdade e o Direito de Expressão

Neste blog praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão, próprios de Sociedades Avançadas !

domingo, 31 de agosto de 2008

Crónica de Domingo

Os estultos 'jornaleiros' que temos

OU... A VIGARICE DESAVERGONHADA

Sempre que escrevo algo sobre jornais ou jornalistas, cai-me uma quantidade inusitada de ‘emails’ alguns deles curiosamente insultuosos. Eles devem ter razão. A “classe” não suporta ver-se criticada na praça pública, como se detivesse o dom e mérito da exemplar magistratura desta profissão. Como se não houvesse jornais de má qualidade como há fruta podre num belo cabaz de laranjas. Como se não houvesse revistas porcas como há sanitários públicos, como se não houvesse jornalistas miseravelmente imbecis e desonestos como há vigaristas nas mais variadas profissões. Nada é exclusivo de ninguém. É que eu penso assim: há determinados elementos da “classe jornaleira” algarvia que se protegem debaixo da capa de iniquidade como auto-protecção corporativa. Outros, os jornalistas mais profissionais - e sérios, calam-se ou, dão-me razão. Essoutros, porém, decidiram que me falta sensibilidade para estas matérias e que, em última instância, detesto a concorrência. Têm razão no último ponto: odeio a concorrência chunga e ordinária. Mesmo assim, não percebo a disparatada dedução. Se bem me lembro, os meus artigos sobre a matéria criticam sempre justamente a falta de profissionalismo, os falsos jornalistas, e os maus jornais, que preferem viver das mordomias inerentes ao estatuto da profissão, e das regalias que o Estado equivocadamente lhes confere a, digamos, trabalharem um pouco mais. Suar e colocar os neurónios a funcionar não é com eles. Mas não ignoro que, a par destes oportunistas da dita divulgação da notícia como informação, conceito lírico e pouco fiscalizado pelo Estado, existem criaturas constrangidas pela idade ou outra limitação qualquer, a quem a oferta de um jantar, uma viagem e a concessão de ajudas diversas resgataram de um futuro miserável e, admito mesmo, sem alternativas. Muitos seriam chulos, proxenetas, outros paraquedistas ou vendedores da “banha da cobra”, mas nunca meros directores de uma publicação (porque respeitáveis não são).
Essa mais valia só o Algarve lhes confere.

A questão está em descobrir a norma e a excepção. Não me parece fácil. Para os defensores de uma intervenção reforçada do Estado junto da Comunicação Social regional, os vigaristas que se aproveitam das benesses constituem uma minoria irrisória e, logo, um escasso preço por uma sociedade mais equilibrada. Para os menos crentes nas propriedades redentoras do Estado, a vigarice é suficiente para minar o referido equilíbrio. Daí que, devesse haver menos estultos "jornaleiros" encartados, mas mais jornalistas bem diplomados e documentados, menos pasquins regionais, mas melhores jornais algarvios. Porque a maior parte deles ninguém lê. São lixo!
De que lado está a razão? Se vamos pela fezada, a discussão não se resolve. Por sorte, quem está no meio, conhece os números. Grande parte dos jornais regionais não vendem e são distribuidos panfletariamente, transformados em correias de transmissão do que se passa nas Autarquias, e só por acção destas conseguem ter existência. Não fazem investigação, não procuram a notícia exclusiva, não fazem reportagem. São parasitas que se encobrem sob a capa de um pseudo-jornalismo, e que se limitam a transcrever comunicados e notas recebidas das mais variadas agências de comunicação e serviços de relações públicas, a maior parte deles cheios de erros ortográficos e péssima redacção, revelando uma ignorância confrangedora. Por isso ninguém os lê. Vivem da extrusão de publicidade às Autarquias e da a cumplicidade de alguns membros destas, na expectativa de que só digam muito bem deles. Outros, os mais atrevidos e cheios de lábia, chegam a insinuar deter informações negativas sobre A ou B, para que as ditas lhes aumentem os “editais” e outras coisas mais. Aqui, a esperteza nunca morre solteira.
Não se percebe também, como lhes é permitido que se acoitem debaixo da capa de Associações Jornalisticas fantasmas sem qualquer representatividade de uma classe, indivíduos sem o mínimo de preparação académica, alcoólatras sem desejo de tratamento, oportunistas contumases que ainda por cima beneficiam de apoios do Governo, dinheiro de todos nós, sem que as autoridades algarvias - Autarquias e organismos do Estado - tenham a coragem de separar o ‘trigo do joio’. Talvez por isso, a curto prazo a maioria dos jornais semanários regionais tenham o seu fim anunciado. E entre os muito maus de que ninguém terá saudade, a onda levará inexoravelmente alguns dos bons.
Claro que, somadas estas fraudes, obtém-se sempre um valor inferior aos dos milhões subtraídos pela dupla contabilidade que a maior parte dos negociantes algarvios exerce. Resta que os eficientes métodos do Governo permitam a curto prazo inventariar os indigentes da Comunicação Social regional, e os muitos outros que polulam por aí. E resta ainda que, mesmo assim, se inclua no pacote a classe alegadamente profissional e honesta que sustenta por reflexo a parasitagem, incluindo os fictícios, e que, também por causa disso, terminam normalmente o mês numa penúria para cumprir com aquilo de que os “outros” fogem. Mas de certeza exercendo uma profissão mais digna da classe que representam.
Era de vigaristas e de justiça que estávamos a falar, não era?


Integração de Imigrantes

Churrasco Intercultural

A Associação Doina, com sede em Almancil dá o exemplo: Reune imigrantes romenos e moldavos com autoridades do Algarve

A governadora Civil de Faro, Isilda Gomes, presidiu ontem, sábado, ao grande Churrasco Intercultural, uma iniciativa a decorrer no âmbito das comemorações regionais do Ano Europeu do Diálogo Intercultural.
O encontro, teve lugar no Jardim das Comunidades, em Almancil, e foi promovido pela Doina-Associação de Romenos e Moldavos do Algarve, contando com a colaboração do Governo Civil de Faro, da Câmara Municipal de Loulé, da Junta de Freguesia de Almancil, do Consulado Honorífico da Roménia no Algarve e da Associação Social e Cultural de Almancil.

Presentes estiveram várias individualidades e autarcas, entre as quais o presidente da Câmara de Loulé, Seruca Emídio, acompanhado do vereador Pssolo Viegas, que foram recebidos pelos membros da Direcção da Doina, representada pela presidente executiva, Elizabeta Necker.O Ano Europeu do Diálogo Intercultural, que decorre sob o tema “Juntos na Diversidade”, é uma iniciativa da União Europeia (UE), com vista à promoção do diálogo entre todas as culturas e pessoas, ajudando os cidadãos a lidar de uma forma mais aberta e simultaneamente mais complexa, com um ambiente cultural onde coexistem diversas identidades e valores culturais.
Contribuir para uma sociedade diversificada e dinâmica, promovendo uma cidadania europeia activa e aberta ao mundo, que respeite a diversidade cultural e se baseie nos valores comuns da UE, constitui ainda objectivo preconizado pelo projecto.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

As antenas da discórdia

População de Ferragudo quer antenas noutro local

Moradores pedem, a deslocalização das antenas da TMN, Vodafone e Optimus instaladas na Antiga Torre de Atalaia de Ferragudo, para fora da Vila

Um movimento de cidadãos com expressão popular, abrangendo todo o espectro da sociedade local, diz que é insustentável manter as antenas na antiga Torre de Atalaia, em Ferragudo.
Acrescentam que, as operadoras e a Câmara Municipal de Lagoa, insistem em impor à população de Ferragudo a permanência das antenas na Antiga Torre de Atalaia (Moinho), contra a vontade popular, sendo de bom senso que um local alternativo, num mastro fora da Vila, é uma solução melhor para todas as partes, elevando os padrões de qualidade ambiental, cultural e de saúde pública e a melhoria da paisagem urbana aos ferragudenses e visitantes.
A população de Ferragudo têm prosseguido as acções de denúncia e protesto. As notícias têm dado visibilidade pública à vontade da população de Ferragudo, em concretizar uma solução alternativa para relocalizar as antenas da TMN, Vodafone e Optimus, instaladas na antiga Torre de Atalaia de Ferragudo, também conhecida por “Moinho”.
A Comissão Dinamizadora deste Movimento tem vindo a expor publicamente os valores patrimoniais, culturais, ambientais e de saúde pública que estão em causa, por forma a alertar as entidades competentes e as 3 operadoras para a necessidade de actuar, de imediato, com vista à alteração da situação.
Assim, esta comissão de moradores de Ferragudo, decidiu que amanhã, dia 30 de Agosto, pelas 17 horas a população, num gesto simbólico de grande significado entrega telemóveis às operadoras representadas nos stands da FATACIL em Lagoa.

Eficaz sugestão

Cob2 serve de 'protecção anti-roubo'

Na África do Sul automobilista deixa os animais no banco, ou no painel, do seu Audi Special para afastar possíveis ladrões

O leitor precisa de um potente travão electrónico? Um sofisticado imobilizador via satélite? Ou um infalível alarme anti-roubo?
É que os tempos estão difíceis e não são para brincadeiras, a crise aperta e é preciso usar a imaginação.
Da África do Sul vem o exemplo. O curandeiro Mbuso Makhathini não usa nada disso, e nem sequer precisa gastar muito dinheiro com a manutenção. Para garantir a segurança de seu novíssimo ‘Audi TT Special’ nas perigosas ruas de Durban, uma das cidades mais violentas do país na África Austral, o sul africano Makhathini utiliza apenas duas simples cobras píton.
Batizadas de 'Pequenina' (será mesmo?) e 'Malvada' (sabe-se lá com que razão...), as duas cobras constritoras – que são aquelas que matam ao se enrolar na própria vítima, como uma jibóia - medem cada uma cerca de 3,5 metros. 'Ninguém tem coragem de entrar no meu carro', diz o automobilista-curandeiro. Que pode até não ter muito sucesso na sua profissão, mas que inventou um processo anti-roubo deveras eficaz.
E o leitor, que certamente quer proteger os seus bens eficazmente desta onda avassaladora de gatunagem que semearam por aí, à solta, gastando o menos possível...
Já pensou ‘domesticar’ a sua?

Hoje é “Dia do Melhor Vinho do Algarve”

Ministro da Economia inaugurou 29ª. FATACIL

Este é o último fim de semana para visitar a maior feira que se realiza a sul do Tejo, e hoje a noite será do "Vinho Algarvio"

O Ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, em conjunto com o Presidente da Câmara de Lagoa, presidiram, na passada Sexta Feira, dia 22 de Agosto, à inauguração da XXIX Edição da Fatacil, umas das mais importantes feiras de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria. Inauguração que contou com a presença da Governadora Civil, autarcas da região, entidades e demais personalidades da vida pública e privada.No seu discurso, o Ministro proferiu algumas palavras de apreço à feira, lançando o convite, em integrá-la, futuramente, nas iniciativas do “Allgarve”. Seguiu-se uma visita, pelo recinto, onde o Sr. Ministro, sempre acompanhado pelo Presidente da Câmara de Lagoa e restante executivo, Presidente da Fatasul, Director da Direcção Regional da Agricultura do Algarve e demais autarcas da região, foi recebido pelos vários expositores do certame, que lhe ofereceram a oportunidade de degustar alguns produtos regionais em exposição.

A aposta na requalificação do sector agro-pecuário e a primeira edição do Concurso "O Melhor Vinho do Algarve" são as grandes novidades da 29ª edição da FATACIL que encerra a 31 de Agosto, em Lagoa. Rui Correia, presidente da direcção da FATASUL, destacou, em conferência de imprensa, no passado dia 13 de Agosto, a requalificação do sector agro-pecuário, com a pavimentação de uma plataforma de 600 m2, onde serão colocadas tendas gigantes climatizadas, com "rigorosas condições higiénico-sanitárias". A primeira edição do "Concurso de Vinhos do Algarve" acontece no dia 29, às 15:00 horas, no Convento de S. José. O concurso seguirá a norma internacional do vinho e o jurí, ainda não divulgado, será de "reconhecido mérito internacional", garantiu o coordenador do sector Agro-Pecuário da FATACIL. A manhã está reservada para o colóquio "A Vinha e o vinho", destacando-se uma apresentação da futura Adega Cooperativa do Algarve.

«Onda de Crimes» 2

Quem tiver armas vai logo preso

Governo vai alterar Lei das Armas para que seja aplicada a prisão preventiva a todos os crimes com armas

O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, anunciou ontem, quinta-feira, em entrevista à RTP, que o Governo vai alterar a Lei das Armas, para esta «prever que, em todos os crimes em que sejam usadas armas, seja aplicada a prisão preventiva». A lei irá ainda permitir que um suspeito apanhado com armas seja detido até à apresentação ao juiz.
Segundo Rui Pereira, esta decisão foi tomada em conjunto com José Sócrates e o ministro da Justiça, Alberto Costa, e surge como uma «reposta adequada e firme» do Governo à onda de crimes violentos, que nas últimas semanas tem assustado o país.
Quanto as alterações aos novos códigos penais, exigidas por juízes, polícias e pelo próprio Procurador-Geral da República, o ministro da Administração Interna esclareceu que está a ser efectuada uma avaliação das novas leis penais, pelo sociólogo Boaventura Sousa Santos, e que só depois da conclusão da análise poderão existir mudanças aos códigos, que entraram em vigor a 15 de Setembro do ano passado.
Ainda em relação às alterações introduzidas pela nova lei penal, nomeadamente, na aplicação da prisão preventiva a crimes em que a pena mínima é de cinco anos, Rui Pereira explicou que esta alteração foi aprovada pelo CDS e pelo PSD e que, como legislador, acrescentou uma norma que prevê a aplicação da medida de coação mais grave, em crimes com penas mínimas de três anos, desde que seja considerada criminalidade violenta.

Para combater criminalidade violenta é preciso alterar a lei

O Procurador-Geral da República anunciou ontem, em nota enviada às redacções, que aguarda que o legislador faça os «ajustamentos legais que se mostram necessários para combater a criminalidade violenta». A aguardada nota do PGR sobre a recente onda de crimes violentos, que tem assolado o país, revela ainda que Pinto Monteiro considera que existe um «hiper garantismo concedido aos arguidos», que «colide com o direito das vítimas (...), dificulta e impede muitas vezes o combate eficaz à criminalidade complexa».
Pinto Monteiro anuncia ainda que serão criadas «unidades especiais para combater a criminalidade especialmente violenta, que funcionarão nos Departamentos de Investigação e Acção Penal (Lisboa, Porto, Coimbra e Évora), dirigidas por magistrados do Ministério Público especialmente vocacionados para essa investigação». Segundo o PGR, estas unidades «contarão com a colaboração de efectivos» da PJ, GNR e PSP.
É na palavra colaboração que assenta uma boa parte da mensagem de Pinto Monteiro, que recorda as directivas emitidas pelo PGR em Janeiro deste ano, na qual «foi dada especial prioridade à investigação dos processos relativos à criminalidade organizada e violenta». O recado é claro no que diz respeito às «acções concertadas entre o Ministério Público e os órgãos de polícia criminal, o que sempre se tem pretendido, mas nem sempre se tem conseguido».
«A cooperação, a partilha de informação em tempo útil, a especialização e a articulação de esforços são essenciais para a obtenção de resultados contra uma criminalidade cada vez mais organizada e global», faz questão de frisar na nota emitida esta quinta-feira à tarde, na qual é demonstra preocupação «face ao aumento qualitativo e quantitativo da criminalidade especialmente violenta e ao sentimento de insegurança que se tem instalado entre os cidadãos».

Ministro da Justiça concorda com «unidades especiais»

O ministro da Justiça, Alberto Costa, concorda com as iniciativas anunciadas pelo Procurador-Geral da República, entre as quais a criação de «unidades especiais» para combater a criminalidade violenta, mas reafirma que as leis penais não serão alteradas, escreve a Lusa. Uma nota do gabinete do ministro Alberto Costa adianta que as iniciativas hoje divulgadas por Pinto Monteiro «têm, desde o primeiro momento, a concordância do Ministério da Justiça (MJ)».
De entre diversas medidas anunciadas, o Procurador-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, considera que o combate à criminalidade violenta justifica a criação de «unidades especiais», que funcionarão nos Departamentos de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, Porto, Coimbra e Évora, contando com a colaboração das forças de segurança.
Pinto Monteiro disse, também, que aguarda que o «legislador» faça os ajustamentos legais necessários para combater a criminalidade violenta, num alerta dirigido ao Parlamento e ao Governo.
A este propósito, o Ministério da Justiça refere que «não estão previstas alterações ao Código Penal e ao Código de Processo Penal», reafirmando uma ideia já expressa anteriormente. «As normas fundamentais, na última revisão (das leis penais), resultaram de um consenso parlamentar alargado. A aplicação do Código está a ser objecto de uma monitorização, cujos resultados finais ficarão disponíveis no próximo ano, altura em que deverá ser feita uma avaliação», lê-se na nota do MJ. Esta monitorização está a cargo do Observatório Permanente da Justiça, liderado pelo sociólogo Boaventura Sousa Santos e que funciona junto da Universidade de Coimbra.

AL MOURARIA

O novo Fado que é espectáculo

É um dos grupos artisticos com vozes e músicos algarvios, mais bem sucedidos no panorama cultural. Inesperadamente têm a visibilidade que merecem porque, ali o talento existe

O concerto levado a cabo pelo grupo de fado AL MOURARIA na Praça dos Pescadores, em Albufeira, no passado dia 24 de Agosto, pode ser considerado como uma dos melhores dos últimos anos deste agrupamento.
Com uma praça totalmente cheia, este espectáculo que teve como objectivo a gravação ao vivo do primeiro DVD do agrupamento, contou ainda com vários convidados entre os quais "OS CORVOS" que tocaram com os AL MOURARIA os últimos temas do concerto, numa pré-estreia do trabalho que já está a ser preparado em conjunto, numa fusão que promente sucesso.
O grupo algarvio Al Mouraria fez recentemente apresentação do seu mais recente trabalho discográfico intitulado "Em Tudo na Vida há Fado". Este CD é uma mistura de temas originais, com outros já anteriormente editados, mas que foram recuperados depois de "afadistados", tendo isso acontecido com músicas de Sérgio Godinho, Rui Veloso, Carlos Paião e Madredeus, entre outros.
Este agrupamento que se define pela linha do chamado ‘novo fado’, e no qual inclui alé dos músicos, vozes femininas, masculinas e corpo de baile, nasceu em 2003 e desde então tem sido convidado para inúmeros espectáculos e Festivais de Música Internacionais, com presenças em Marrocos (Casablanca e Essaouira), Espanha (onde em Sevilha gravou um primeiro trabalho promocional), Alemanha e Argentina, entre outros.
Trabalhando na base da música tradicional portuguesa, com 'roupagens' novas, o grupo AL MOURARIA promete ir longe, divulgando a música nacional. Assim o sucesso não lhes suba à cabeça...

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A Tomatina Valenciana

120 mil quilos de tomate numa hora

Excesso de produção “rende” na festa em honra de São Luís Bertrán que se comemora desde 1945

Cerca de 40 mil pessoas participaram ontem na popular festa da «Tomatina» de Buñol, emValência. Este ano foram lançados, durante uma hora, cerca de 120 mil quilos de tomates, informa a Europa Press.
A tradicional batalha dos tomates faz parte da comemoração das festas em honra de São Luís Bertrán, patrono da localidade. Os tomates vêem da região de Xilxes, perto de Buñol, e são cultivados expressamente para a «Tomatina».

Um total de seis camiões repletos das famosas verduras, um a mais do que em 2007, foram distribuídos pelos participantes nas ruas da cidade.
Uma forma assás inteligente, de escoar e dar vasão ao excesso de produção daquele legume na região de Valência.
A «Tomatina» é uma festa mediática e chegou mesmo a ser classificada como uma Festa de Interesse Turístico Nacional em 2002. Existem várias versões sobre a origem da festa que começou a celebrar-se em 1945, em especial pelo excesso de cultivo do produto na região.
Outra dessas histórias explica que as comemorações começaram quando, uns jovens que se encontravam na praça do povo, tentaram entrar à força, num desfile de «gigantes e cabeçudos».
Para se defenderem dos empurrões os participantes começaram a atirar tomates que encontravam num cesto de verduras ao pé da rua.

«Onda de crimes»

Cavaco Silva diz que é assunto «muito sério»

Presidente da República sublinhou necessidade de «uma concentração de meios e esforços e uma estratégia adequada» para o seu combate

O Presidente da República, considerou ontem «uma coisa muito séria» a «onda de assaltos e crimes violentos» que se tem verificado, sublinhando a necessidade de «uma concentração de meios e esforços e uma estratégia adequada» para o seu combate, escreve a Lusa. «A onda de assaltos e crimes violentos é uma coisa muito séria», afirmou Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas no final da cerimónia de inauguração do Unidade de Cuidados Continuados de Odemira. Sublinhando que cabe ao Estado garantir a segurança de pessoas e bens, o chefe de Estado alertou para a necessidade dos cidadãos confiarem nas forças policiais.
Questionado sobre o que pode ser feito para combater a «onda de assaltos e crimes violentos», Cavaco Silva disse ser necessário «uma concentração de meios e esforços» e uma estratégia adequada. «É preciso uma estratégia muito adequada para que a imagem de país seguro não seja alterada», declarou. Interrogado se considera que a estratégia que está a ser seguida não é a adequada, o chefe de Estado admitiu que «a onda de crimes aumentou significativamente» e que «não há dias sem assaltos», o que poderá implicar uma «adaptação da estratégia».

Confiar na polícia e... “Não comento críticas”

O Presidente da República enfatizou ainda a necessidade dos portugueses confiarem na polícia. «Eu confio nas nossas forças policiais, na polícia de investigação», referiu, considerando que também os portugueses precisam de «confiar neles e esperar que tenham os meios e instrumentos necessários».
«Os portugueses não podem deixar de estar ao lado da polícia», reforçou.
Instado a adiantar que medidas pensa que poderiam ser tomadas, Cavaco Silva disse não competir ao chefe de Estado fazer tal concretização. «Deixo a matéria da concretização a quem tem essa competência», afirmou.
Interrogado se confiava na acção do Governo e nas acções concretas que têm sido desenvolvidas, o chefe de Estado recordou que «o Governo é o topo da administração pública».
«Tenho a certeza que está a acompanhar com preocupação a situação», disse, escusando-se a comentar acções concretas de combate à criminalidade.
O Presidente da República, Cavaco Silva, disse também não ter encontrado razões para não promulgar as leis de segurança interna e de investigação criminal, escusando-se a comentar as críticas à sua decisão. «Não encontrei razãoes para não promulgar», afirmou o chefe de Estado, no final da cerimónia de inauguração da Unidade de Cuidados Continuados ede Odemira.
Cavaco Silva recordou, a este propósito, que todos os diplomas enviados pelo Governo ou pela Assembleia da República para Belém são «objecto de estudo e análise» e que as suas decisões são «resultado de uma ponderação muito séria e rigorosa».

PS «de braços cruzados e olhos fechados»

«É um duplo erro», sublinha o líder da bancada parlamentar do CDS-PP, Diogo Feyo, quando confrontado sobre a rejeição dos socialistas em viabilizarem um debate parlamentar de urgência sobre a recente onda de criminalidade. O CDS-PP lançou na quarta-feira de manhã um desafio aos partidos para que interrompessem as férias parlamentares e reunissem em comissão permanente extraordinária. O PS respondeu e anunciou que irá inviabilizar o pedido. «Não entendemos que a situação que se vive no país seja de tal forma extraordinária que fundamente a convocação extraordinária da comissão permanente», disse esta terça-feira à Lusa o vice-presidente da bancada socialista Ricardo Rodrigues.
«O PS comete um duplo erro. Em primeiro lugar, um erro de percepção: quando o PS diz que esta situação tem nada de extraordinário mostra que a política de segurança não anda apenas de braços cruzados, mas também de olhos fechados», afirmou o líder da bancada parlamentar do CDS-PP. «Perante um conjunto de situações de crescente criminalidade, se não há nada de extraordinário, então o que é ser preciso para que exista algo extraordinário», questionou o deputado, acrescentando que há ainda um «erro de natureza política» na atitude do PS.
«A imposição de uma maioria de um só partido, perante um sentimento generalizado de insegurança, e de que esta situação não pode continuar, pode ser interpretado como um sinal preocupante - como sinal de que a insegurança das pessoas não preocupa os agentes políticos».

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

No Aeroporto de Faro

Aterragem de emergência

Coincidência, ou não: o Avião com 210 passageiros a bordo ia de Londres para as ilhas Canárias

Um avião da companhia Thomas Cook aterrou por volta das 12.45 no aeroporto de Faro com problemas técnicos, confirmou fonte da ANA.
A bordo iam 210 passageiros, que foram retirados do avião e seguirão ainda esta quarta-feira viagem, sendo que ainda não se sabe se o aparelho será arranjado a tempo ou se irão noutro.
No entanto, a ANA desvaloriza a situação, uma vez que foi lançado apenas o alerta amarelo, um dos níveis mais baixos.
O Boeing 757 ia de Londres para as ilhas Canárias. A ANA remete mais explicações sobre o sucedido para a companhia.

Os assaltos do dia...

Terça feira: bancos, CTT e bombas de gasolina

Armados e encapuzados levaram bens de estabelecimentos e de clientes.
PSD ataca PS

Pelo menos três bancos, uma estação de correios e duas bombas de gasolina foram alvo dos ladrões esta terça-feira. Dois dos assaltos podem ter sido cometidos pelo mesmo grupo de suspeitos. A onda de assaltos já levou o PSD a acusar o PS de «lidar mal» com os problemas de insegurança.
Um posto de abastecimento de combustíveis da GALP foi assaltado esta manhã no Fogueteiro, concelho do Seixal por três encapuzados armados, disse à Lusa fonte da PSP. O assalto ocorreu por volta das 12:00 e os suspeitos conseguiram fugir de carro em direcção à A2, no sentido Fogueteiro-Lisboa, adiantou a mesma fonte. Os encapuzados levaram a máquina registadora e os telemóveis dos dois clientes que estavam na bomba de gasolina.
De acordo com uma outra fonte policial, este grupo poderá ser o mesmo que perto das 12:00 assaltou uma outra bomba de gasolina na via rápida da Costa de Caparica. Aqui, os assaltantes levaram o dinheiro da caixa, disse à agência Lusa fonte da gasolineira.
Os dois homens, que não mostraram armas, levaram o dinheiro da caixa, cujo montante não foi especificado, e assaltaram ainda uma pessoa que abastecia no posto, revelou a mesma fonte. Entretanto, a polícia bloqueou todas as saídas da via rápida no sentido de apanhar o duo de assaltantes.

Assalto a banco rende 750 euros

Em Sintra, dois homens assaltaram esta terça-feira à mão armada o Banco Millennium BCP da Tapada das Mercês, levando 750 euros, disse à Lusa fonte da PSP. Segundo a mesma fonte, o assalto ocorreu às 9:30 e os dois homens encapuzados ameaçaram os funcionários com uma pistola, conseguindo roubar 750 euros.. Após o assalto os dois homens fugiram a pé, tendo a Polícia chegado ao local dois minutos depois de ser chamada.
Também em Sintra, e por volta da mesma hora, ocorreu outro assalto a um banco. Dois homens armados entraram na dependência do Banco Santander Totta de São João das Lampas, em Sintra, desconhecendo-se o montante roubado, disse à Agência Lusa fonte da GNR.
Segundo a mesma fonte, os dois homens entraram de cara destapada e de armas na mão, tendo levado o dinheiro das caixas e de um dos cofres do banco. Após o assalto os dois homens fugiram em carros separados - desconhece-se ainda quais as viaturas utilizadas no assalto - encontrando-se a Policia Judiciária a investigar o caso.
À hora do almoço houve ainda um outro assalto a um banco. A dependência do Banif da Alta de Lisboa foi assaltada, sem terem sido adiantado mais pormenores. De acordo com a RTPN a dependência foi assaltada por um homem armado com cerca de 20/25 anos.
Já em Setúbal, a estação de Correios de Monte Belo, foi esta manhã assaltada à mão armada por duas pessoas encapuzadas, que não provocaram quaisquer danos físicos aos clientes nem aos funcionários, revelou um responsável dos CTT.
Em declarações à Agência Lusa, Fernando Serrano Marante, do gabinete de imprensa dos CTT, disse apenas que a estação de Monte Belo foi «assaltada às 10:50 por dois individuos encapuzados», não dando quaisquer detalhes sobre a duração do assalto nem sobre o número de clientes presentes na loja no momento do crime.

«PS lida mal com insegurança»

Entretanto, o líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, considerou que a promulgação das Leis de Segurança Interna e de Organização da Investigação Criminal retira ao PS «qualquer desculpa para não tratar da situação de insegurança».
«A partir de agora, o PS tem todos os meios ao seu alcance, meios que são da sua exclusiva responsabilidade. Por isso, o PS já não tem qualquer desculpa para não tratar da situação de insegurança», afirmou Paulo Rangel.
Num comentário à decisão do PR, o líder da renovou as críticas às novas leis, reiterando que se trata de legislação que não merece o apoio do partido.
«A autoridade do Estado é uma matéria com a qual o PS tem lidado mal», referiu, lembrando que nos últimos 13 anos, o PS esteve no Governo a maioria do tempo, ou seja, 10 anos.

Mas...
"Já houve dias com mais assaltos"
O número de assaltos registados na terça-feira não é especialmente preocupante, na opinião do responsável pelo Gabinete Coordenador de Segurança, general Leonel Carvalho, uma vez que ele tem «conhecimento de outros dias em que ocorreram igual, ou mesmo mais assaltos».
Leonel Carvalho comentava os três assaltos registados hoje a dependências bancárias, dois assaltos a bombas de gasolina e uma estação de correios.
O secretário-geral do Gabinete desvaloriza o facto de serem assaltadas dependências bancárias e que o crime é tratado de igual modo seja qual for o seu género - comércio de alimentação, ourivesarias ou qualquer espaço comercial.
Leonel Carvalho desconhece «como são obtidas as armas» mas com «a livre circulação é mais fácil». Dá como exemplo as "máfias de leste", que há cerca de cinco anos estiveram a actuar em Portugal mas a Polícia Judiciária «desmantelou vários braços» da organização.
No entender do Gabinete Coordenador de Segurança, a «criminalidade violenta tem aumentado, desde o segundo semestre de 2007», em Portugal, apesar dos números totais não estarem ainda consolidados.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

VAMPIROS AO SOL

O fim da Silly Season

Depois dos Abeis, dos Carlos Castros, dos Pedros Leitões, dos Danieis, das Mituxas, Evaristos & Compª., chegou a vez da Maya. Tudo astrológicamente envenenado, impróprio para consumo

Quando chega o Verão, e o apetite da vampiragem do ‘jet-set do croquete’ aumenta, enchem-se de calores e quase todos rumam ao Reino dos Algarves à procura das 'noites quentes'. Atrás deles, vêm outros, já mais velhos e de dentes cariados mas aguçados, que se erguem das catacumbas faraónicas da capital para ferrarem a dentuça nos vaidosos e presumidos inocentes. Falamos daqueles que inventaram as pretensas empresas de promoções e festas do sociality, onde trazem como figurantes colunáveis que se propõem promover o Sol algarvio a troco de uns cobres, que quase sempre têm terminação em milhões, normalmente e imbecilmente pagos por todos nós.
Estão como seus alvos preferênciais as empresas municipais autodependentes das Autarquias, essa digna instituição concelhia em tempos democráticos transformadas numa espécie de Agências de Entertenimento, nas quais se tornaram muitas delas no pós do 25 de Abril, em particular aquelas que são mais endinheiradas, trocando a construção de um parque para crianças, por uma noite de festa para matulões.
A fome de notoriedade e fama que assola os políticos do nosso reino, é uma espécie de equizofrenia húmida que atinge o ser humano, tornando-se mais visível no equizema brozeado da classe política, que assim se coçam por tudo e por nada para aparecer nas revistas do cor-de-rosa, ainda numa fotozinha que seja, de preferência ao lado das Dianas Chaves ou dos Rodrigos Menezes e Thiagos Maneis dos moranguitos deste Portugal dos pequeninos. Para que isso aconteça, eles estão dispostos a fazer desembolsar pelas Autarquias quantias exorbitantes a troco de umas tantas reportagens que os jornaleiros menos escrupulosos se prestam a fazer a troco de uns ‘comes & bebes’. Tudo isso, discretamente, por acção inerente de terceiros. E é aqui que aparecem os vampiros gulosos das promoções e masturbações visuais, em que se transformam a maioria das noites algarvias.

Já foi tempo em que eram as discotecas, os hotéis e as empresas comerciais que faziam esse trabalho justificável, mais ou menos limpo e admissível. Depois veio os ‘Jogos dos Craques em Férias’ e vieram as Casas dos Castelos, os Chinas e os Figos, que acabaram todos por cair de maduros, e todos eles de mão estendida nos apoios institucionais. Entretanto chegaram as Noites Fashion onde a moda está em fazer de um simples desfile, passagens de modelitos a cheirar a mofo, que muitas das lojas e estilistas aproveitam para exibir e, se possível, vender. O tempo é de crise, e com a defesa do ‘comercio tradicional’ a servir de escudo, os autarcas promovem verdadeiros bailes de costureiras que terminam geralmente em banquetes e muitas fotos, com as colunáveis Babás e as Kikis deste rectângulo territorial plantado à beira-mar de etares mal cheirosas.
Entre os vários concelhos algarvios ardorosos de exposição mediática, Portimão e Albufeira estavam no top das exibições sociais, que nem sempre justificam qualidade de vida. Mas adiante... Em Albufeira, o promotor das modas, antes visto na Autarquia com olhos enviezados de anão misógeno, conseguiu transpor a barreira dos seus maneirismos numa aceitação após de muito bem credenciado, fazendo depois o milagre da multiplicação de fotos, conseguindo publicar algumas delas com os políticos da terra no cor-de-rosa fútil, e convidando algumas funcionárias camarárias para outras festas sociais. Após três anos, agora em Albufeira, a vinda dos colunáveis já se tornou corriqueira, pois até para apresentar um simples programa de animação eles estão aí com “pompa e em circunstâncias” duvidosas.

Em Portimão, tudo por ali pia (canta) mais fino, e a Sashada promocional chegou através de polémicos protocóis, e muitos milhares de euros abençoados pelo partido do poder, apesar das reportagens do social não conseguirem ainda o milagre de transformar trambolhos em elegâncias.
Mas como a inveja nunca deixou medrar o vizinho, e o pretenciosismo e a falta de criatividade são células do mesmo ADN imaginativo sulista, este ano o responsável de uma outra Autarquia decidiu-se por fazer nascer um noctívago lugar pomposamente chamado de Beach Club em plena Praia da Manta Rota, ali mesmo bem perto das casas dos munícipes. O jovem e ambicioso autarca entendeu - e muito bem (pensará ele), que quando o ‘jet-set do croquete’ nasce é p’ra todos comerem dele. E vai daí, não deixou por créditos alheios nem regionais influências a difícílima promoção da sua ambição escatológica, e foi buscar à capital a sábia e astrológicamente famosa Maya, para dirigir as operações promocionais.
Só que a bola de cristal da Maya, tem andado um pouco embaciada, talvez fruto da falta de tempo para limpeza, pois a astróloga ainda não descobriu maneira de estar na televisão, e em festas e promoções ao mesmo tempo de estudar as linhas do sucesso. Daí, que a bola se transformasse num balão de fumo, e o Manta Beach Clube de Vila Real de Stº. António tenha redondado num tremendo fiásco, um fracasso político, onde as notícias mais salientes se prenderam com a revolta dos moradores pelos altos decibéis que os fizeram mudar de casa para poderem dormir um pouco durante as curtas férias, e ainda pela rusga da GNR efectuada ao Clube por falta de condições à face da lei. E logo tudo isso, num negócio municipal que deveria ser exemplar, pago com o dinheirinho dos contribuites...
Mas como é que a Maya não conseguiu prever isto?
Afinal, o fim da “silly season” chegou sem que o Algarve tivesse sido notícia importante nos jornais estrangeiros, esses sim que podem fazer promoção nos média internacionais, e trazer maior desenvolvimento ao Verão algarvio e à indústria do Turismo. E parece que a RTA distraída como anda com o 'seu' ALLGARVE, nem sequer deu por isso... Os croquetes do "jet" já cheiram a bolor, os políticos ficam agora com as bandeiras na mão, depois dos descerramentos de lápides e apresentações de projectos virtuais. Já não há ministros nem medalhas olímpicas para fotografar nas piscinas, e a populaça que antes não conseguia atravessar tranquila uma rua, volta agora a desfrutar do seu Algarve mais natural.
Pena é que, entretanto, nos tenham roubado mais um Verão.

Sol, Praia e... Arte

Exposições atraiem mais de 45 mil pessoas

As exposições de arte contemporânea do programa Allgarve, que decorrem desde Junho em vários locais da região, receberam mais de 45 mil visitantes em apenas dois meses, duplicando o número total registado em 2007

As sete exposições de arte contemporânea distribuídas pelos municípios de Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Portimão e Albufeira, estão abertas ao público até 7 de Setembro e apresentam trabalhos de artistas nacionais e estrangeiros que desenvolveram projectos especialmente concebidos para os locais onde se inserem.
A exposição “Mundos Locais”, que decorre em Lagos (Centro Cultural, Forte do Pau da Bandeira e Laboratório de Actividades Culturais) foi a que teve a maior afluência de público, com 11 mil visitantes. O projecto reúne uma variedade internacional de obras contemporâneas em novos media e performance, que exploram a relação entre o local e o global.
A exposição “Finisterra”, que decorre até 28 de Agosto na Galeria de Arte de Vale do Lobo e Centro Cultural São Lourenço, em Almancil, registou 8122 visitantes. Esta mostra de artistas nacionais tem entrada gratuita e apresenta as relações entre paisagem/construção, natureza/intervenção e terra/abismo, presentes no Algarve.
O Museu de Portimão, que acolhe a exposição “Sem Actividade”, de Ignassi Aballi, e que integra a PhotoEspaña, recebeu, até à data, 7103 pessoas. A nova galeria do Portimão Arena apresenta ainda a exposição "Olhar Picasso".
As outras exposições Allgarve que podem ser visitadas até 7 de Setembro são “Holidays in the Sun”, na Lota de Portimão, Aeroporto de Faro e praias; “Articulações”, na Fábrica da Cerveja, em Faro, Mina campina de Cima e Convento de Santo António, em Loulé; “William Kentridge”, no Convento de S. José, em Lagoa; “Bill Viola/James Turrell”, no Museu Municipal de Faro; “Reacção em cadeia”, na Quinta da Fonte da Pipa e no Lagar das Portas do Céu, em Loulé; “Jorge Martins”, na Galeria Trem, em Faro; “The Storyteller” de João Pedro Pais, no Museu do Cerro da Vila, em Vilamoura; e “Transparências” de Gerard Burmester, na Galeria Trem, em Faro.
O programa de arte contemporânea do Allgarve’08 é promovido pelo ministério da Economia e da Inovação e pelo Turismo de Portugal e é produzido pelo Museu de Arte Contemporânea de Serralves.

Esperanças renovadas

Novo medicamento inovador contra o VIH/SIDA

Simplifica e facilita o tratamento: Um único comprimido, uma vez por dia, pode contribuir para uma maior qualidade de vida dos doentes

A evolução que o tratamento do VIH/SIDA tem sofrido ao longo das últimas duas décadas, tem neste novo medicamento a expressão de um desejo de anos: conseguir todo o tratamento num único comprimido, uma vez por dia, ao invés das dezenas de comprimidos repartidos por diversas tomas diárias que, até há pouco tempo, faziam parte do dia-a-dia dos doentes que padecem desta infecção.
A infecção pelo VIH é uma das maiores pandemias de todos os tempos e novos dados começam a surgir comprovando que o tratamento é um importante factor para o controlo da doença. A adesão ao tratamento, para a qual este medicamento apresenta um contributo importante, é um factor decisivo não só para o sucesso do controlo da doença mas também para a melhoria da qualidade de vida dos doentes.
O novo medicamento, de que poderão vir a beneficiar parte dos cerca de 32 mil portugueses infectados, é considerado uma Nova Era na terapia contra o VIH/SIDA e consiste numa única toma diária de um único comprimido que inclui dois dos fármacos mais eficazes no tratamento da doença. Esta conjugação de diferentes fármacos num único comprimido resulta da parceria entre duas das maiores empresas de referência na investigação do tratamento do VIH/SIDA, a Gilead Sciences e a Bristol-Myers Squibb.
A comercialização do novo medicamento foi autorizada em todos os países da União Europeia em Dezembro de 2007, mas só agora a sua introdução nos hospitais do SNS foi autorizada pelo Infarmed, após se ter comprovado o valor terapêutico acrescentado e vantagem económica associada ao medicamento. Nos Estados Unidos da América o novo comprimido foi aprovado pela U.S. Food and Drug Administration em Julho de 2006 e é actualmente o tratamento mais receitado para doentes que começam a terapia antiretroviral neste país. Também já está disponível na Alemanha, Grã-Bretanha, Irlanda, Grécia, Espanha, Itália, Holanda, Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia.

PR aprova Lei de Segurança Interna

Diploma vai criar cargo polémico

Decreto contestado pela oposição passou pelo crivo do Presidente da República. Lei foi aprovada na AR, com a abstenção dos sociais-democratas e de um deputado socialista

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, promulgou ontem as Leis de Segurança Interna e de Organização de Investigação Criminal, confirmou à agência Lusa fonte da Presidência da República. As propostas de Lei de Segurança Interna e de Lei de Organização de Investigação Criminal «foram aprovadas na generalidade em 27 de Setembro de 2007, pelo Conselho de Ministros» e, a 8 de Maio de 2008, foram aprovadas na Assembleia da República, pela maioria parlamentar socialista, com a abstenção dos sociais-democratas e do deputado socialista Manuel Alegre.
Em relação à nova redacção da Lei da Segurança Interna, a nomeação do secretário-geral de Segurança Interna - cargo ainda não ocupado e que irá funcionar na dependência directa do primeiro-ministro - passa a ser antecedida de audição no Parlamento. As suas funções, que incluíam a coordenação das forças policiais, passam agora a ser delimitadas a situações como ataques a órgãos de soberania, hospitais, prisões e escolas, sistemas de abastecimento de água e electricidade, bem como estradas e transportes colectivos.
Também a resolução de situações de uso de armas em casos que ponham em risco a vida de várias pessoas, o recurso a explosivos e outras substâncias letais, além da tomada de reféns, fica igualmente sob coordenação daquele secretário-geral, com equivalência a secretário de Estado. No caso de ataques terroristas ou catástrofes, a actuação do secretário-geral é determinada pelo primeiro-ministro após ser informado o Presidente da República.
No diploma que altera as regras da Organização da Investigação Criminal é estabelecido que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) passe a ficar com competências para investigar crimes de associação ao auxílio à imigração ilegal e tráfico de pessoas, bem como de falsificação de documentos de identificação com aquele objectivo. As propostas do Governo aprovadas no parlamento e de acordo com a nova legislação, os crimes de prevaricação e abuso de poderes praticados por titulares de cargos políticos vão passar a ser investigados unicamente pela Polícia Judiciária (PJ).
Os ministros da Administração Interna e da Justiça garantiram no parlamento que o secretário-geral não vai ter poderes concentracionários, nem poderá aceder a processos-crime ou emitir directivas ou ordens sobre tais casos. Ainda segundo o ministro da Administração Interna, a Lei de Segurança Interna «reflecte um balanço entre liberdade e segurança, permitindo uma repressão mais eficaz» à criminalidade. Também o ministro da Justiça, Alberto Costa, explicou que, com objectivos de eficácia e economia, se decidiu atribuir ao secretário-geral de Segurança Interna «a missão de velar pela coordenação, cooperação e efectividade da partilha de informações entre órgãos de polícia criminal».
Por seu lado, o procurador geral da Repúbica, Pinto Monteiro, em relação à Lei de Organização da Investigação Criminal, foi peremptório em afirmar que esta devia contemplar a fiscalização do Ministério Público aos órgãos de polícia criminal, como a Polícia Judiciária, a Polícia de Segurança Pública, a Guarda Nacional Republicana e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

Juízes criticam as leis promulgadas por Cavaco Silva

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses critica as Leis de Organização e Investigação Criminal e de Segurança Interna mas não comenta a sua promulgação pelo Presidente da Republica, afirmou à Lusa o presidente daquela organização. A Associação Sindical dos Juízes Portugueses entende que «pode ser colocada em causa a autonomia do Ministério Público», afirmou à agência Lusa o representante da organização, António Martins.
O magistrado explicou que com a aprovação destas leis «o executivo político pode ter acesso a informações constantes em processos de investigação criminal», dando como exemplo, escutas telefónicas, informação bancária, informações das forças e serviços de segurança além de dados considerados classificados.
O juiz entende que a criação do cargo de secretário-geral do Sistema de Segurança Interna representa um «excesso de concentração de poderes, num Estado de direito». António Martins afirmou ainda que «o princípio de interdependência de poderes pode estar em causa» e que é um «risco grande, os poderes delegados», pelo primeiro-ministro, na figura do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna.
Por seu lado, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público «não se pronuncia sobre a promulgação das Leis», afirmou hoje à agência Lusa o representante da organização, António Cluny. «Não compete ao Sindicato pronunciar-se sobre as decisões do Presidente da República», disse Cluny, adiantando que «não irá emitir qualquer opinião sobre a decisão de promulgação».
António Cluny, referiu no entanto, que o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público mantém uma «opinião crítica sobre a Lei de Organização e Investigação Criminal». No seu entender, esta lei «introduz confusão na articulação do sistema» e as leis hoje promulgadas «condicionam o Ministério Público».

PS satisfeito com PR

Entretanto, o PS manifestou-se satisfeito com a promulgação pelo Presidente da República das Leis de Segurança Interna e de Organização de Investigação Criminal, considerando-as «importantes» no combate ao crime, escreve a Lusa. «Sentimos satisfação por esse facto. Trata-se de leis importantes de luta contra o crime», afirmou o porta-voz do PS, Vitalino Canas, numa curta declaração telefónica à Agência Lusa.
Já o Bloco de Esquerda criticou a promulgação pelo Presidente da República, considerando-as «negativas» para a Democracia e cidadãos.
Em declarações telefónicas à Agência Lusa, a deputada do Bloco de Esquerda Helena Pinto sustentou que a Lei de Segurança Interna «é má e perigosa para o Estado de Direito e democrático», já que «concentra todos os poderes na figura do secretário-geral, que depende directamente do poder político».
Quanto à Lei de Organização de Investigação Criminal, a deputada apontou «as medidas especiais da polícia», nomeadamente buscas em viaturas, que «só são validadas» posteriormente «por um juiz», pelo que «têm implicações nos direitos das pessoas».

Alemães atingidos a tiro

Criminosos viajavam de comboio

Dois alemães sofreram tentativa de assalto na Estação da CP, Boliqueime, quando se apeavam do comboio. Um dos cidadãos foi atingido a tiro

Dois indivíduos entraram na manhã de segunda feira, entre as 09h30 e as 10h00, na estação de Lagos, num comboio regional com destino a Vila Real de Santo António, tendo, ao longo da viagem, provocado alguns distúrbios.
Face ao comportamento dos referidos indivíduos, à chegada da composição à estação de Boliqueime, no concelho de Loulé, um funcionário daquele transporte ferroviário, obrigou-os a abandonar o comboio, o que viria a suceder. Na mesma estação desembarcaram também do referido comboio, dois passageiros de nacionalidade alemã, a quem os referidos indivíduos tentaram assaltar. Perante a resistência dos cidadãos estrangeiros, um dos dois indivíduos disparou uma arma de fogo, tendo atingido um dos cidadãos alemães, o qual não corre porém perigo de vida.
Sem prejuízo da investigação que compete à Directoria de Faro da Polícia Judiciária, a GNR montou no terreno um dispositivo de “caça aos bandidos” integrando meios auto, em moto e a cavalo, equipas cinotécnicas, elementos da Brigada de Trânsito e do Serviço de Protecção da Natureza, com vista a localizar e deter os autores do crime. O gabinete coordenador de Segurança Distrital de Faro tomou conta a ocorrência.

Tiro na cabeça

O cidadão alemão foi baleado na cabeça, tendo sido assistido no local por uma ambulância do INEM. Transportado ao hospital, já foi operado e encontra-se com «prognóstico reservado», anunciou o Hospital de Faro, escreve a Lusa.
O homem, de 64 anos, deu entrada às 11:08 nas urgências com lesão craniana provocada por arma de fogo, apresentando-se «consciente e estável», de acordo com o boletim clínico divulgado. «De momento o prognóstico é reservado e depende da evolução no período pós-operatório», assinala o relatório, que remete a próxima informação actualizada para a manhã de terça-feira.
A vítima foi baleada depois de ter resistido a uma alegada tentativa de assalto, ao chegar à estação de comboios de Boliqueime.




segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Acabou a Volta a Portugal

Ciclista da equipe de Tavira repete vitória de 2006

David Blanco é o primeiro estrangeiro a bisar na prova, na qual teve prestação regular de sucesso

O espanhol David Blanco (da equipe do Palmeiras Resort-Tavira) tornou-se ontem, domingo, o primeiro ciclista estrangeiro a vencer por duas vezes a Volta a Portugal em bicicleta.
Blanco confirmou o triunfo na 70ª edição da Volta, ao terminar em segundo lugar a 10ª e última etapa, um contra-relógio de 31,2 quilómetros entre Penafiel e Felgueiras, tendo sido o ‘camisola Amarela’ do dia anterior.
O seu compatriota Hector Guerra (Liberty Seguros), segundo da geral, venceu o crono com o tempo de 43.03 minutos, menos 28 segundos do que Blanco.
Uma diferença insuficiente para anular a vantagem de 54 segundos com que partiu o camisola amarela, que assim repete o triunfo conseguido em 2006.

BE em comício de Verão na Manta Rota

Louçã diz que Cavaco é “insensível e insensato”

O líder do Bloco de Esquerda criticou veto do Presidente da República à nova lei do divórcio

O líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, afirmou que o Presidente da República demonstrou ser um homem «insensível» e «insensato» ao vetar a Lei do Divórcio, informa a agência Lusa. «O Presidente da República mostrou nesta matéria ser um homem insensível e insensato», disse Francisco Louça durante um comício em Manta Rota, Vila Real de Santo António, no sábado à noite.
Sublinhando discordar do veto à Lei do Divórcio, Louçã defendeu que o Parlamento deve voltar a votar a lei para «abrir a porta a pessoas que não querem casamentos unilaterais» e deixar os casais decidir. Na sua opinião, a decisão do Presidente da República baseia-se num conceito «reaccionário» e «extraordinário», por partir do pressuposto que podem haver casamentos unilaterais. «O que a sensatez exige é que o Estado e a Lei não se metam no que não é do Estado e da Lei», frisou, considerando que a lei «moderna» e «respeitadora» não decide pelas pessoas «o que estas devem decidir por si».
Uma palavra também para o PSD, que pediu a demissão do ministro da Administração Interna. Louçã acusou os dirigentes políticos de fazerem «demagogia com notícias de segurança pública». «Mal vamos nós quando os políticos fingem que substituem os polícias, quando são eles que têm que levar os criminosos à justiça», afirmou.


Vaga de crimes

Ministro reconhece mas não se demite

Face à vaga de criminalidade que assolou o País, o PSD pediu a demissão do Ministro da Administração Interna

O Ministro da Administração Interna (MAI) considera que há uma vaga de assaltos no país. Em entrevista ao Jornal da Noite da SIC, Rui Pereira reconheceu que este mês tem sido particularmente violento. «Ainda não há números consolidados da criminalidade em relação ao primeiro semestre deste ano, mas há números que nos têm causado preocupação. É evidente que nos últimos dias de Agosto têm acontecido alguns crimes graves», disse o responsável do MAI. «O que tem acontecido em especial nos últimos dias prova que o que temos feito está correcto». O ministro da Administração Interna referia-se em particular ao programa de reforço do dispositivo policial em dois mil novos polícias, que se encontram em formação até 2009.
«Não perdi um único dia, não fui de férias, tenho estado no meu posto», disse Rui Pereira, em resposta às criticas do PSD, que esta pediu a demissão do ministro devido ao aumento da criminalidade e à ausência de esclarecimentos sobre o aumento do crime violento em Portugal. Sobre este pedido, o ministro disse que «a crítica do PSD não é construtiva porque não foi apresentada nenhuma solução válida». E que se tratam de «críticas gratuitas e de mau gosto». Rui Pereira disse na entrevista à Sic que tem incentivado uma maior visibilidade das polícias junto das populações, sendo certo que não pode existir um polícia para cada cidadão.
Dizendo que não considera exagerado falar-se numa onda de crimes, o MAI disse: «O que tenho pedido sempre aos chefes da polícia é uma maior visibilidade, mais polícia na rua, com mais armas, mais patrulhamento, mais acções preventivas, um controlo mais apertado das fronteiras», referiu. «As forças de segurança devem usar armas sempre que necessário e podem usar armas em defesa própria e de outros», vincou ainda.
Questionado pelo jornalista sobre o facto de ter comentado o desfecho do assalto violento à dependência do BES (que resultou na morte de um dos assaltantes por parte do Grupo de Operações Especiais), e não esta vaga de crimes violentos, o ministro disse: «Como ministro, não posso aparecer imediatamente a seguir a cada crime.

Mais de mil crimes por dia

Já em março deste ano, Rui Pereira anunciava que "há mais de mil crimes por dia em Portugal". Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna, verificaram-se 391.611 casos de crimes participados às forças de segurança - mais de mil por dia. Na altura, apenas alguns dados foram avançados pelo ministro da Administração Interna, em conferência de imprensa, deixando para o final desse mês a divulgação pública do documento na íntegra.
Como já era do conhecimento público registou-se, em 2007, uma diminuição de 10,5 por cento da criminalidade violenta e grave - correspondendo a um decréscimo de 2.587 crimes -, relativos a homicídios e violações, e a um aumento da criminalidade participada, quando comparada com dados de 2006.
Nessa data, e após uma reunião do Conselho Superior de Segurança Interna, em São Bento, presidida pelo primeiro-ministro, Rui Pereira preferiu referir-se a este aumento na criminalidade geral como uma «estabilização», por se verificar apenas um acréscimo de 0,1 por cento, que corresponde a um aumento de 535 casos.
Rui Pereira apontou ainda um aumento de 34 por cento nos crimes de carjacking - roubo de carros na estrada com ameaça de armas de fogo -, tendo subido de 365 para 488 casos, como já tinha sido avançado, reiterando as medidas que estão a ser planeadas, no âmbito tecnológico, contando com a intervenção de produtores e vendedores de automóveis.

domingo, 24 de agosto de 2008

Recordar a história recente

A liderança da mentira

Um livro que traça o perfil sem ilusões dos sete chefes que lideraram na União Soviética – escrito por um militar que serviu a quatro deles

Durante décadas, o militar e historiador russo Dmitri Volkogonov – a exemplo dos militantes comunistas de todo o mundo – acreditou na maior falácia do século XX: a integridade do sistema político vigente na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Em 1995, poucos meses antes de morrer, aos 67 anos, vítima de cancro, ele disse numa entrevista ao jornal The New York Times que a única coisa da qual se orgulhava na vida era ter sido capaz de alterar os seus pontos de vista em relação ao regime a que sempre fora fiel por tanto tempo.

O seu derradeiro livro, Os Sete Chefes do Império Soviético (tradução de Joubert de Oliveira Brízida; Editora Nova Fronteira; 514 páginas), publicado postumamente, resume com clareza as razões para tal mudança, a partir de uma análise da trajectória dos homens que comandaram aquela gigantesca e desaparecida potência, das suas origens, na Revolução de 1917, até à sua extinção, em 1991: Vladimir Lenin, Josef Stalin, Nikita Kruchev, Leonid Brejnev, Iuri Andropov, Konstantin Chernenko e Mikhail Gorbachev.
Não é uma reflexão qualquer, feita em gabinetes académicos: como coronel-general, o autor trabalhou para os quatro últimos líderes da União Soviética. A linha mestra que costura a obra é a idéia de que o pior da experiência soviética já se encontrava no leninismo. Os capítulos referentes a cada chefe, dispostos em ordem cronológica, funcionam como ensaios independentes, porém, olhados em conjunto, não deixam dúvidas sobre a tese central: "Tratava-se de um sistema que incorporava a própria personalidade de Lenin". Stalin – que comandou a União Soviética com mão de ferro entre 1924 e 1953, promovendo a morte de possivelmente 20 milhões de pessoas – não seria, portanto, um detractor do "pai da pátria", mas sim um aplicado continuador do seu pensamento.

Pesquisador que ajudou a trazer a público os arquivos secretos da KGB e as atrocidades cometidas por Josef Stalin, Volkogonov produziu um livro bem documentado, que ilumina aspectos controversos da história soviética. Examina, por exemplo, as hesitações da política de abertura prometida por Gorbachev. O último chefe soviético nunca levantou a censura a Arquipélago Gulag, de Alexander Soljenitsin, escritor dissidente falecido este mês. Condenava, assim, um livro que nunca lera. Os Sete Chefes também sublinha traços inusitados da personalidade dos comandantes comunistas – alguns, de um ridículo absoluto, como a obsessão de Brejnev por medalhas, o que levava os seus assessores a inventar condecorações absurdas. As impressões telegráficas que Brejnev deixou sobre um encontro de líderes dos partidos comunistas de todo o mundo, em 1966, guardam notas interessantes, entre as quais considerações como: “mas que tipo chato este”, referindo-se ao discurso do líder comunista brasileiro no exílio, Luís Carlos Prestes.
Num trecho do seu livro, denominado “Arauto do colapso”, Dmitri Volkogonov escreve: «Em 2 de novembro de 1977, uma sessão solene do Comitê Central, do Soviet Supremo da URSS e do Soviet Supremo da Rússia teve lugar no Palácio dos Congressos do Kremlin para comemorar o sexagésimo aniversário da Revolução de Outubro. Brejnev havia dito aos seus assessores que lhe preparavam os discursos, uma ou duas semanas antes, que não queria falar por mais de cinquenta minutos. Passara a ter aversão por textos longos. O discurso, que foi revisto diversas vezes no Politburo, era totalmente devotado ao futuro e recebeu o título de “O Grande Outubro e o Progresso da Humanidade.” “Esta época,” proclamou Brejnev no meio de aplausos orquestrados, “é a época da transição para o socialismo e o comunismo (…) e toda a humanidade está destinada a trilhar tal caminho.”

Brejnev ainda retinha pontos de vista inspirados pelo Komintern sobre o futuro do comunismo. Nos “seus” XXIII e XXIV Congressos do partido, ele expressou a crença no triunfo final da causa de Lenin. Disse no XXIV que o sistema mundial de socialismo era “o protótipo da futura comunidade mundial de povos livres,” e que “a vitória completa da causa socialista em todo o mundo é inevitável.”
Prevendo o colapso do capitalismo e o sucesso do comunismo, Brejnev omitiu o facto de que, sem os capitalistas, a URSS não poderia sobreviver. Cerca de dois meses antes do seu profético discurso no Kremlin, em 30 de agosto de 1977, ele aprovara um relatório rotulado como “De especial importância” e “Para arquivo secreto,” assinado pelos gerentes económicos e financeiros mais credenciados do país. Se tivesse deixado transparecer o que constava daquele relatório, o seu discurso no Kremlin teria acabado em pó. Desde a época de Lenin, os bolcheviques tinham-se tornado mestres na contabilidade de dupla entrada, uma para eles mesmos e outra para “as grandes massas operárias.” Kosygin e os outros autores haviam escrito: “Em 18 de junho de 1977, o CC e o Soviet de Ministros tomaram a decisão de comprar no exterior 11,5 toneladas de cereais para entrega à URSS em 1977/78.” Agora, continuaram, “surgiu urgente necessidade de comprar no exterior com moeda conversível mais dez milhões de toneladas de grãos (trigo, milho, cevada) para entrega à URSS em 1978. A compra adicional de grãos permitirá atender a demanda na economia nacional, se bem que não completamente.”

Já acostumados com as carências dos recursos nacionais, os autores do relatório levavam em conta uma série de outros factores: supunha-se que as safras seriam fracas entre os países amigos satélites da URSS, e que Polónia, Checoslováquia, Alemanha Oriental e a China estavam também a preparar-se para comprarem cereais aos capitalistas. A idéia não era tanto aumentar a produtividade dos campos soviéticos, mas fazer bons armazenamentos com os grãos estrangeiros ao custo de centenas e milhares de toneladas do ouro. Talvez Brejnev tivesse isso na cabeça quando declarou no seu discurso que “a nossa orientação não é só para as necessidades correntes, mas também para o futuro, particularmente para a nossa política agrícola” que já nessa época dava mostras de decadência.»
Também autor de uma biografia de Stalin já publicada, Volkogonov conclui que “o inevitável colapso da União Soviética se deveu sobretudo à pretensão de omnisciência, omnipotência e omnipresença do Partido Comunista”. Assim, quando Mikhail Gorbachev surgiu no posto mais alto do Kremlin falando em "socialismo de face humana" e repetindo, como dogmas, as palavras glasnost (transparência) e perestroika (reestruturação), estava claro que ele procurava conciliar propostas inconciliáveis: a expressão da liberdade dentro de um sistema totalitário. Logicamente que não podia dar certo – por isso, o sistema ruiu.



Sombras olímpicas

O ‘outro’ lado da China

Nacionalista, globalizada e – quando dá – loucamente consumista, a juventude chinesa é um "país" de 300 milhões de pessoas

Luxo suado (e autêntico)

Para comprar a bolsa Louis Vuitton da foto, a universitária Xu Xinjia, de 21 anos, trabalhou durante seis meses, em regime de meio período, numa loja da McDonald’s, em Xangai. Cada um dos 8.000 iuanes que ganhou (o equivalente a 1.200 dólares) foi gasto nessa compra. Ela discorda que seja um sacrifício demais por uma bolsa: "Todas as minhas amigas fazem isso. É uma Louis Vuitton, afinal". Se alguém lhe perguntar se não passou pela sua cabeça simplesmente comprar uma bolsa pirata, a estudante recita a frase ensinada pelo governo chinês, pressionado pelo governo americano, e que passou a disseminar nas escolas a partir dos anos 2000: "Falsificações são desprezíveis, imorais e ilegais".
O meu reino por uma bolsa. Xu Xinjia (à esq.) e sua Louis Vuitton: seis meses de trabalho para a comprar.

O exército que veio do campo

O crescimento da economia chinesa fez com que, nas duas últimas décadas, perto de 200 milhões de pessoas deixassem o campo em direção aos centros urbanos. Em cidades como Pequim e Xangai, quem tem um pouco mais de sorte ou preparação, escapa das fábricas e vai para o sector de serviços. Ser manicure, por exemplo, é considerado um óptimo negócio, ainda que se trabalhe doze horas por dia, seis dias por semana, a 200 dólares por mês. É o caso de Huang Peipei, de 20 anos, que há três anos deixou a província de Anhui para morar em Xangai. Ela vive com outras doze colegas num alojamento providenciado pelo salão e, todos os meses, manda 130 dólares, mais da metade do seu salário, para os pais, que continuam lavradores. "Sou jovem, não preciso de tanto dinheiro", diz.
Vida dura, mas melhor. A manicure Huang (à direita): profissão considerada ótima entre os que migram do campo para as metrópoles.

Cabeças do além-mar

Tentar comunicar em inglês na China, é ainda como tentar entabular uma conversa com a Grande Muralha. Mas isso deve mudar em breve. Os chineses estão a ganhar o mundo a passos rápidos. Se até 2004 existiam apenas 380.000 jovens estudando no exterior, só no ano passado 150.000 estudantes deixaram a China, na maior parte das vezes, em direção aos Estados Unidos. Uma projecção do Instituto de Pesquisa sobre Jovens e Crianças da China aponta que 75% desses estudantes devem retornar ao país – e para fazer sucesso, segundo Zhao Changchun, director administrativo do instituto. "Embora não exista uma pesquisa sobre o assunto, é notório que todas as pessoas vencedoras hoje em dia são ‘haidai’." A expressão chinesa significa, literalmente, "os que voltaram do além-mar".
Daqui para a frente, são esses os homens e mulheres que vão liderar a China.

A redenção dos filhos únicos

Graças à política do filho único instituída em 1979, a China produziu a primeira geração da história do mundo composta maioritariamente por jovens sem irmãos. Até há pouco tempo, essa geração era vista por boa parte dos chineses como consumista, mimada e desgarrada dos ensinamentos de Confúcio (sobretudo aqueles que falam dos deveres filiais). Dois episódios recentes contribuíram para polir a imagem dos Pequenos Imperadores, como ficaram conhecidos os filhos únicos chineses: o terremoto que atingiu a província de Sichuan e a Olimpíada de Pequim. No primeiro, imprensa e políticos não se cansaram de louvar a solidariedade dos milhares de jovens que, além de ajudar nos trabalhos de resgate, contribuíram para amenizar o sofrimento das vítimas com o seu sangue e a sua mesada. Agora, os jovens chineses limparam a cara de vez: estão no centro da explosão nacionalista potencializada pela Olimpíada de Pequim. Os Pequenos Imperadores chineses agora são os Grandes Guardiões da Pátria.
Solidárias e patriotas (à direita). A geração dos sem-irmãos: fim da má fama.

Mãe, a senhora é muito boa!

Entre os jovens de Pequim, fazem sucesso os clubes em que os frequentadores dançam ao som de música ao vivo (e também pulam e empurram selváticamente uns aos outros, segundo a prática, aparentemente universal, que se convencionou chamar de headbanging, ou, em bom português, não-bates-bem-da-bola). Nesses clubes, apresentam-se bandas de hip hop como o CMCB – ou Chinese MC Brothers. Os seus integrantes exibem os mesmos ares rebeldes das bandas de hip hop de todo o mundo e, como toda banda que se prexe, adoram gritar uns palavrões de vez em quando para gáudio da platéia. Mas há uma coisa que as músicas do CMCB não têm: sexo nas letras. Ou, pelo menos, dizem que não tem (na China, referências eróticas ocupam o mesmo lugar que manifestações políticas: quando não são reprimidas pelo governo, são-no na origem). Confrontado com a frase de uma de suas músicas – "Ela tem um corpo bom"–, o vocalista e compositor do CMCB negou que se estivesse a referir a uma mulher que houvesse despertado o seu desejo. Estava falando de quem, então? "Da minha mãe", respondeu, candidamente. "Era uma homenagem a ela."
Será que os CMCB poderão um dia cantar músicas alusivas às mães do Tibete?

Fonte: New York Times