Liberdade e o Direito de Expressão

Neste blog praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão, próprios de Sociedades Avançadas !

domingo, 31 de janeiro de 2010

Crónica de Domingo

Políticos portugueses são “vergonha nacional”

Poderá, deverá haver excepções no exercício da política, mas a generalidade confirma a regra e não se pode confundir a árvore com a floresta de mentiras que rompe por Portugal de Norte ao Sul. O curioso, é que nem sempre foi assim. Mas nos dias de hoje...

O Governo anuncia que vai limitar despesas com medicamentos. O Ministério da Saúde fez saber que este ano vai limitar as despesas com medicamentos a um ponto percentual acima da inflação e a dois pontos nos medicamentos fornecidos nos hospitais.
O Governo impõe como regra o equilíbrio orçamental para os pedidos dos serviços. Os serviços do Estado que peçam um reforço orçamental só o podem receber se apresentarem um "plano que preveja a redução, de forma sustentável, da correspondente despesa", e que carece de autorização prévia de um governante.
O Governo vai limitar novas contratações na Função Pública após redução de 73 mil funcionários em 2009. O Governo pretende manter em 2010 a regra de contratação de um novo trabalhador em funções públicas por cada dois que saiam, um mecanismo que permitiu reduzir na última legislatura perto de 73 mil funcionários públicos. Os funcionários públicos vão perder poder de compra.
O Governo estuda o aumento de novas portagens em SCUT. O Governo vai estudar a possibilidade e as condições de introduzir novas portagens em auto-estradas em regime SCUT para além das já anunciadas, segundo uma versão preliminar do Orçamento do Estado.
O Governo dá incentivo mínimo à compra de carros eléctricos limitado a 5 mil unidades até 2012. Depois de anunciar que apoiava a iniciativa, o Governo vai limitar às primeiras cinco mil unidades o incentivo de 5 mil euros concedido a quem comprar um veículo eléctrico até final de 2012, indica uma proposta preliminar do Orçamento do Estado 2010.
O Governo vai congelar os salários com objectivo de reduzir um défice acima de 9% do PIB para 8,3% em 2010. Desemprego sobe, a miséria aumenta.
O Governo vai... O Governo faz, o governo estuda, limita, aumenta, impõe, reduz, congela, aperta o cinto, estrafega os portugueses para corrigir as burrices que os políticos vêm fazendo ao longo dos anos. Num país decrépito financeiramente, sem investimento, nem industria e pouquíssimo comércio, com população quase miserável, a rondar o limiar da pobreza, o Governo faz ainda outras coisas inconcebíveis. Eis a notícia:

O Governo, Portugal vai emprestar 140 milhões a Angola.
Com o FMI a anunciar a dívida externa de Portugal a passar dos 100% do PIB, o Governo comprometeu-se a para ajudar a milionária terra de Luanda. Portugal em colaboração com o Brasil, comprometeu-se com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a emprestar a Angola até 200 milhões de dólares (cerca de 140 milhões de euros) já em 2010, ao abrigo do megaempréstimo no valor de 2,35 mil milhões de euros organizado pelo Fundo à ex-colónia portuguesa e a entrar nos cofres de Luanda já em Março próximo.
O Ministério das Finanças, tutelado por Teixeira dos Santos, recusa - desde a semana passada – a confirmar o empréstimo do Governo de Portugal ao país africano, bem como a certificar os montantes associados ao crédito, mas Luanda e Brasília confirmam a participação de Lisboa no megaempréstimo. Como será lógico, o crédito obrigará Portugal a endividar-se ainda mais no exterior, num contexto de aumento das taxas de juro, para, por sua vez, emprestar ao Governo do milionário Eduardo dos Santos.
A dívida externa portuguesa ultrapassa os 100% do produto interno bruto (PIB), de acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal, e deverá aumentar nos próximos dois anos, com as casas de rating a ameaçar Portugal com o aumento das taxas de juro que remuneram a dívida. Em 2009, o desequilíbrio das contas do País com o estrangeiro (défice externo) situou-se em 8,2% do produto e deverá agravar-se este ano para os 9,8% do PIB, o que por si só é o suficiente para aumentar a dívida acumulada dos portugueses ao estrangeiro. Ou seja, Portugal, neste momento, vive à custa das poupança dos estrangeiros, já que tem de contratar empréstimos para pagar o défice externo.
Este crédito a Angola destina-se a fazer face ao elevado défice externo daquele país africano, neste momento com uma grave crise na balança de pagamentos, provocada por uma forte queda nas exportações de ramas petrolíferas e dos respectivos preços em finais de 2008 e 2009. Uma crise na balança de pagamento que já estava, desde o ano passado, a causar problemas financeiros a algumas empresas que realizam negócios com angolanos. De acordo com a revista Exame de Angola, em Junho de 2009, as reservas cambiais de Angola davam somente para pagar 2,75 meses de importações, quando o FMI aponta como óptimo um nível de reservas que sustentem entre "três e seis meses de importações".

Sobre esta nova decisão do Governo de José Sócrates, os portugueses deverão ter a sua própria opinião. Porém, a minha, que vale tão pouco como um voto – ou ajudará no mínimo ao esclarecimento de outras – é simples e objectiva: É absolutamente vergonhosa esta decisão de empréstimo, quando se sabe que o nosso Governo está com um défice de 9,3%, e não consegue dar apoios para evitar o desemprego, mas injecta dinheiro “sob empréstimo” num país riquissimo, pese embora esse mesmo país esteja nas mãos de uma grande família, e o povo esteja a sofrer da forma que todos sabemos, assistindo impávido e sereno ao despesismo nacional, aos investimentos no exterior, à opulência dos estadistas angolanos. Uma vergonha!
Há quem já tenha escrito que foi para isto que ficamos reduzidos ao nosso mísero cantinho com o 25 de Abril. Para ver meia dúzia de nababos se banquetearem à vontade com as riquezas das ex-colónias, e aqui, reduzirem-nos à mais triste miséria e dependência da Europa? Será necessário endividar-nos para ajudar um país que tem petróleo, ouro, diamantes, carvão e as melhores condições para agricultura do café, do açúcar, etc. Será que os portugueses estão a ficar senis? Até à revolução dos cravos, as nossas colónias sustentavam a riqueza dos priveligiados da ditadura salazarenta-marcelista, e cabe-nos agora a nós, logo agora neste contexto de miséria, sustentar a riqueza deles? Por favor, quem fez a descolonização que responda, pois ainda vivem e há muito que deveriam ter sido responsabilizados, por terem agido levianamente e traído os milhares de portugueses que lá viviam com suas famílias, e foram selváticamente barbarizados, vitimas das catanas afiadas.
Pois, eu sei que isso vai longe... Mas o que aí vem também nada nos agrada. E porquê? Segundo li no ano passado, a revista Forbes catalogou o dos Santos como a quarta maior fortuna de África. Quarta! Então, há quem pergunte: Angola está tão pobrezinha que precise de ajuda? Ou aqui há negociata de gandes interesses com dividentos inexplicáveis, ou devemos estar a ser mais uma vez gandes burros, não abrindo os olhos na altura certa, como no tempo da "descolonização exemplar"?
Há quem diga que tudo isto é uma palhaçada. Eu digo: uma perfeita imbecilidade! Angola é um dos países mais ricos do mundo, e está bem claro que quem vai ganhar com isto são os verdadeiros intermediários desta operação multimilionária, e (para mim) escandalosa. O nosso país precisa de dinheiro nas empresas, nas escolas, nos hospitais, nas ajudas aos desempregados, na inovação tecnologica e em outras áreas de desenvolvimento social, mas "ele" não aparece. Desse dinheiro que será em breve entregue a Angola quase de certeza que uns tanto por % vão para algumas contas privadas offshores algures no mundo, para que alguém mais tarde possa re-investir em Portugal ou na propria Angola. O jogo é muito simples, claro e evidente... Como se de uma gigantesca lavagem de dinheiro a céu aberto se tratasse. O argumento que nos dão, de que em Angola estão várias empresas portuguesas não chega nem é válido, porque é conhecida a razão por que algumas lá estão, e de outras como a Sonae se prepararem para instalar: poderem ganhar muito e rápido dinheiro, num país (que se mantém) engolido por "abrutes" educados em outros continentes. Aquele Presidente (o Pai) e aquela grande e jovem empresária (a Filha), detentores de grande parte do PIB angolano, eles que emprestem aos compatriotas, e paguem na medida daquilo que Angola deve!
Triste mesmo é verificar o que se passa neste momento no nosso país, que dá pelo nome de Portugal, com o conluio dos partidos da oposição.
Angola divide a sua riqueza (petróleo, diamantes, etc.) com a América e outros países que não Portugal. Mas para os ajudar na saúde, (nós, portugueses temos lista de espera nos hospitais de anos, mas para os PALOP'S, arranjam-se sempre vagas), e agora na economia, aí Portugal é o primeiro a chegar-se á frente. É realmente gritante a medida tomada por este Governo, sabendo como são geridos os dinheiros em Angola, onde o seu principal governante (e familia) ficam cada vez mais ricos. O empréstimo de Portugal só pode ter como intenção as contrapartidas que daí vão caír nos bolsos de alguma gente nesse nosso País cada vez mais mal frequentado e conspurcado de tanto parasita que aí se acoita e instalou. Até quando vão os portugueses aguentar este tipo de políticos, que à margem da vontade do povo continuam a fazer aquilo que ele (povo) não quer, mas que também nada reclama?
É evidente, que esta divida nunca será paga e um dia será perdoada. Os principais ganhadores serão os"donos" do FMI que ditarão quais as cedências que Angola terá que fazer para compensar o perdão; infelizmente aí veremos que Portugal ficará de fora pela sua falta influência nesse organismo para não falar no trauma de país antigo-colonizador. Pior mesmo é se a retoma económica for em W, aos soluços, aí verão que este "dinheiro que anda a ser negociado há mais de 6 meses", não vá chegar e Angola “rapidamente e em força”, com os angolanos a pedirem mais algum para evitar que o país não caia no caos económico com os inevitáveis tumultos sociais.
É uma vergonha que haja dinheiro para emprestar e dar aos PALOPS, e não apareça dinheiro nem investimento para dinamizar a economia nacional; que Portugal seja até hoje o único país que não indemnizou os espoliados das suas ex-colónias. Para existir cooperação, esta terá que ser nos dois sentidos. Mas ela só se vê a ser promovida por um deles. Qual é, por exemplo, a cooperação de Moçambique para com Portugal? Ou de Angola? Mas a de Portugal está sempre na 1ª. linha a ser exigida e lembrada. Quando é que o Governo Português deixa de ter complexos em relação à descolonização? Para quando uma triagem e solução para os retornados das ex-colónias? Se há os que recuperaram, muitos outros continuam mal, e muitos deles nunca mais conseguiram recuperar até hoje o que perderam. Veja-se como exemplo, a Itália, que indemnizou os seus cidadãos pelos bens perdidos nas ex-colónias portuguesas. Não esteve à espera do Governo Português para decidir.
Independência, solidariedade, sim senhor. Roubo, mexer nos bolsos dos portugueses, é que não!
Este empréstimo é mais uma vergonha nacional!
Carlos Ferreira


sábado, 30 de janeiro de 2010

Fim de Semana

Helicóptero persegue assaltantes no Algarve

São cinco, os suspeitos cujo carro se despistou no Concelho de Tavira, mas ainda continuam por localizar.

As autoridades montaram uma verdadeira operação de caça ao homem no Algarve.
O objectivo era deter um grupo de cinco indivíduos armados que assaltaram ontem a Caixa Agrícola de Santa Catarina da Fonte do Bispo, em Tavira.
Na zona estiveram várias patrulhas e um helicóptero. Durante a fuga, os suspeitos despistaram-se com o carro em que seguiam. Contudo, deixaram o veículo para trás e colocaram-se novamente em fuga e ainda se encontram a monte.
O gerente da Caixa Agrícola de Santa Catarina da Fonte do Bispo disse que dois indivíduos entraram dentro do banco exigindo dinheiro, avisando “isto é um assalto, não se mexam!”.
Calcula-se que os assaltantes sejam portugueses e estrangeiros, os mesmos que na noite de ontem assaltaram um café em S. Brás de Alportel.

Conselho de Estado

PR convoca órgão consultor

Desafios do futuro e novo quadro parlamentar em destaque, são as preocupações de Cavaco Silva, a debater dia 3 de Fevereiro.

O Presidente da República, Cavaco Silva, convocou para a próxima quarta-feira o Conselho de Estado. Os temas em discussão são os desafios do futuro e novo quadro parlamentar. A presença de militares portugueses no Afeganistão foi o tema que esteve em cima da mesa no último encontro deste órgão de consulta do chefe de Estado, em Junho de 2009. O próximo encontro irá realizar-se às 17h00 do próximo dia 3 de Fevereiro.
O Conselho de Estado é o órgão político de consulta do Presidente da República, sendo constituído pelo presidente da Assembleia da República, pelo primeiro-ministro, pelo presidente do Tribunal Constitucional, pelo provedor de Justiça, pelos presidentes dos governos regionais, por antigos presidentes da República e por um conjunto de dez cidadãos, cinco designados pelo Presidente da República e cinco eleitos pela Assembleia da República.
Os cidadãos nomeados para o Conselho de Estado através do Presidente da República ou do Parlamento cessam funções em simultâneo com os órgãos que os nomearam. Por seu lado, todos os outros mantêm-se como conselheiros de Estado enquanto exercerem os respectivos cargos. De acordo com o Estatuto dos Membros do Conselho de Estado, os conselheiros cessam funções «por renúncia, morte ou impossibilidade física permanente».
Por outro lado, se um conselheiro for alvo de procedimento criminal e indiciado definitivamente por despacho de pronúncia [vai a julgamento], tem de ser o Conselho de Estado a deliberar se suspende ou não o seu mandato, «salvo no caso de crime punível com pena maior».

A ”laranja mecânica” aperta o cerco

Distritais do PSD querem novo líder «já!»

As distritais do PSD exigem substituição de Manuela Ferreira Leite, e um novo líder para o partido até ao final de Março, num processo «feito sem sobressaltos».

São declarações de Carlos Carreiras, líder da distrital de Lisboa, à TVI, depois de uma reunião inédita em que 15 das 19 estruturas regionais do PSD estiveram presentes, ontem, sexta feira.
«Há um consenso muito generalizado [entre os líderes das distritais] de que é preciso ultrapassar a questão da liderança do partido» para que o PSD se «volte a afirmar».
As distritais querem ainda uma reunião com a direcção nacional, o que não acontece há 10 meses, quando os estatutos prevêem que tal se faça de dois em dois meses.
Querem ainda que Rui Machete, presidente da Mesa do Congresso do PSD, explique a convocatória para o Congresso Extraordinário de 12 de Fevereiro e garantem que vão reunir antes desse mesmo Congresso.

Haiti: Tráfico de crianças e órgãos

Após o sismo intensificou-se o flagelo

Governo afirma que este é mesmo um dos maiores problemas do país.

O primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive, afirmou esta quinta-feira, que existe tráfico de crianças e de órgãos no país após o terramoto. «Há tráfico de órgãos para crianças e outras pessoas, porque existe uma necessidade para todo tipo de órgãos», afirmou Bellerive numa entrevista à CNN.
O primeiro-ministro haitiano não deu mais pormenores, mas quando a jornalista perguntou se também há tráfico de crianças, Bellerive respondeu: «As informações que eu recebi dizem que sim».
O Governo do Haiti tenta localizar crianças deslocadas e registá-las para entregar a familiares ou entregar para adopção, explicou. Segundo Bellerive, o tráfico de crianças é «um dos maiores problemas» do país. O primeiro-ministro declarou que está a trabalhar com as embaixadas em Port au Prince para proteger as crianças dos traficantes.
A Unicef também já expressou preocupação com a saída de crianças supostamente órfãs do Haiti sem haver documentação adequada ou sem que os trâmites legais da adopção tenham sido concluídos.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Crónicas Sem Tempo

O acordo ortográfico não faz sentido

Não é possível a pretexto nenhum alterar uma realidade de trocar uma pureza linguística por uma miscelânea de vocábulos por vezes indecifráveis, com origem na língua alemã, holandesa, francesa, asiática e espanhola, num vasto mosaico multiforme das diversas comunidades de que é constituída a Nação brasileira.

Os países colonizadores europeus têm tido grandes problemas com as antigas colónias. Foram 5 séculos de colonização intensiva com objectivos bem determinados que iam da extinção dos nativos passando por várias fases começando com a escravização até à neo colonização, num processo a longo prazo, mais para uns do que para outros, mas os resultados são idênticos. Basta lembrar as descolonização do Congo belga, da Argélia francesa, dos países da Comunidade britânica, da Líbia italiana, do Magreb espanhol e finalmente da colonização portuguesa de Angola, Moçambique e Guiné Bissau, depois de 13 anos de guerra que causou milhares de mortos e de centenas de milhares de feridos de ambos os lados. Ora, disto tem de resultar um trauma maior do que aquela descolonização de países africanos onde se chegou a acordo por etapas negociadas e que não conheceram o recurso à luta armada com tudo o que isso tem de revanche, vinganças e ódios que não terminam em duas ou três gerações. São necessárias pelo menos gerações que abarquem um período de 100 anos, para que as mazelas deixem de se fazer sentir na vida dos povos que o colonialismo juntou, na mesma tragédia humana, que nunca termina, mudando apenas de forma.
Ainda hoje, passados que estão 186 anos da independência do Brasil, não estão de todo sanadas as sequelas da presença portuguesa naquela Nação continente, que com os seus 190 milhões de habitantes e já considerada uma das 10 super potencias à escala mundial e que com o Acordo Ortográfico veio ao de cima um certo mal estar que tem provocado ondas de indignação das populações dos dois países. Como português de lei, também não aceito este Acordo que fere e humilha Portugal naquilo que é a sua mais valia – a Língua portuguesa, que nada tem de errado. Daí que tenha assinado, via internet o Manifesto que se insurge contra a aplicação de um Acordo leonino, que unicamente favorece os indígenas brasileiros. Foi Portugal que partiu à descoberta dum mundo obscuro e lhe deu universalidade a todas essas latitudes que abarcam a Europa, a Asia, a Africa, as Américas e a Oceania. Foi a língua de Luís Camões, de Fernando Pessoa, do Padre António Vieira e José Saramago que operaram o milagre da compreensão entre os povos.
Não é possível a pretexto nenhum alterar uma realidade de trocar uma pureza linguística por uma miscelânea de vocábulos por vezes indecifráveis, com origem na língua alemã, holandesa, francesa, asiática e espanhola, num vasto mosaico multiforme das diversas comunidades de que é constituída a Nação brasileira. E se mais não justificasse defender liminarmente a rejeição deste Acordo Ortográfico, bastava ter em linha de conta o facto de termos um Prémio Nobel da Literatura português, bem recente, e que felizmente está vivo que nunca escreveu no dialeto brasileiro ou euro africano, mas antes no mais belo idioma que conta 800 anos e tem sabido evoluir, espalhando a mensagem cultural pelas 7 partilhas do Mundo. Apesar de actualmente possuirmos a classe politica mais atrasada e medíocre da União Europeia, temos um povo sábio que em meia duzia de dias aderiu ao Manifesto anti-Acordo Ortográfico com mais de 20 000 assinaturas apesar de terem sido obtidas através das novas tecnologias, um meio ainda pouco vulgarizado.
Tal como a língua portuguesa não pode ser conspurcada com Acordos analfabetos, de errática ortografia, muito menos pode ser o País violentado por estrangeiros que aqui poisam, pagos a peso de ouro pela banca portuguesa e Fundações, para dizer baboseiras e falar do que não sabem nem dominam em nome de superiores interesses humanitários que não sentem e que só são conhecidos devido ao oportunismo de actuarem no “music hall internacional”. Estamos a referir esse artista de segunda classe que dá pelo nome de Bob Geldofe, que a convite do Jornal “Expresso” e BES, deu uma conferência, tendo desrespeitado o País acolhedor, chamando criminosos aos governantes angolanos, pondo em causa as relações amistosas entre Portugal e Angola, um dos países que vai representar em África o que o Brasil representa para a América latina e do Sul. Angola é uma potência que neste momento avança a passos largos e onde já trabalham 300 000 portugueses e todo o cuidado é pouco para que se não volte para trás.
Não pode qualquer Bob Geldofe, que de valor artístico não se consegue afirmar, vir estragar um trabalho politico que desde a morte de Jonas Savimbi, o tal que atrasou e traiu o desenvolvimento de Angola, durante mais de 40 anos, criar novos problemas aos nossos governantes, independentemente de quem está a governar a cada momento. Com todo o respeito por quem se bate por convicções e Savimbi parece que o fazia, essa página está virada e o Governo Angolano liderado pelo MPLA com todos os seus defeitos, é a única aposta politica credível, como provaram as ultimas eleições legislativas onde o MPLA, teve mais de 80% dos votos e o Presidente José Eduardo dos Santos e família faz grandes investimentos em Portugal. As teias que a lei tece criam contradições insanáveis, mas hipotecar a língua portuguesa será a morte da Pátria que toda a riqueza produzida no planeta Terra jamais chegará para pagar tão abominável crime. Vasco Graça Moura lançou o grito do Ipiranga, do lado de cá para que se evite uma asneira maior do que o Corcovado, porque a nossa Pátria é a língua portuguesa no dizer de Fernando Pessoa e dela se separou o Brasil em 1822 de forma canhestra e mal amanhada que até hoje nunca se fez entender.

Manuel Aires

O "papel" do PR

PSD quer dar mais poder ao Presidente da República

Chumbado alargamento do papel do PR nas entidades reguladoras. PSD diz que proposta traria maior «equilíbrio ao sistema político português». No PS há quem queira mudar as regras da reforma, para que os trabalhadores que começaram a trabalhar cedo não sofram penalizações na pensão.

O PS, BE, PCP e PEV chumbaram as propostas do PSD e CDS-PP para alargar o papel do Presidente da República e do Parlamento na nomeação de membros das entidades reguladoras independentes.
Na apresentação da proposta do PSD, quarta-feira, o deputado Bacelar Gouveia afirmou que a sua aprovação traria maior «equilíbrio ao sistema político português», considerando que existem «muitas suspeitas para não dizer certezas sobre a governamentalização destas entidades».
As propostas de sociais-democratas e centristas abrangiam organismos como o Banco de Portugal, a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários ou a Autoridade da Concorrência, e mereceram as críticas dos partidos mais à esquerda, com o PS a acusar os proponentes de quererem uma «presidencialização» nas nomeações para estes lugares.
A deputada do PS Isabel Oneto disse que, à semelhança de uma proposta apresentada pela sua bancada em 2002, os socialistas recusam «a presidencialização» (que segundo a deputada nem «está de acordo com a Constituição») e defendem a «parlamentarização» no processo de escolha para estes cargos.

Deputado do PS quer mudar regras da reforma


O deputado do PS Vítor Baptista disse esta quinta-feira que vai propor uma alteração ao Orçamento do Estado para 2010 para que os trabalhadores que somem 95 anos entre a idade e os anos de descontos não sofram penalizações na pensão de reforma. «Qualquer funcionário público ou autárquico que tenha 65 anos e apenas 30 anos de serviço tem uma reforma sem penalização. O total soma 95 anos. E parece-me injusto que haja cidadãos que têm mais de 40 anos de serviço e que têm mais de 55 anos e que tenham penalizações», afirmou o deputado.
Em declarações aos jornalistas, o deputado socialista disse ter suscitado a questão na reunião desta quinta-feira do grupo parlamentar do PS e que «não desistirá» de uma «causa de justiça. Aquilo que me parece é que estamos a privilegiar na reforma quem descontou pouco e trabalhou pouco tempo. O que proponho e me parece correcto é que os mesmos 95 anos de somatório prevaleçam sem penalização [na reforma] para qualquer cidadão», acrescentou.
Para o deputado, «não é justo» que «quem começou a trabalhar muito cedo continue a ser penalizado na reforma, e não tenciono desistir desta minha luta», afirmou, adiantando que apresentará propostas de alteração na discussão do OE para 2010 na especialidade para as quais espera abertura por parte do grupo parlamentar socialista.

Natalidade no Algarve

Um quarto dos bebés têm mãe estrangeira

Faltam bebés em todo o país. Autarquias dão incentivos, e Nazaré e Caminha são exemplos. No Algarve, as estrangeiras que mais «dão à luz» são
brasileiras, ucranianas e romenas.

Um quarto dos bebés que nasceu no Algarve em 2009 não é filho de mãe portuguesa. De um total de 4713 bebés que nasceram, 1090 são filhos de mãe estrangeira, de acordo com comunicado da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve citado pela Lusa.
A nacionalidade mais representativa de estrangeiras a dar à luz no Algarve é a brasileira, com 345 bebés, seguida da ucraniana, com 144, e da romena, com 137.
O número de bebés filhos de mãe estrangeira diminuiu ligeiramente face a 2008, em que se tinham registado 1139 nascimentos. O entanto, os dados revelam que a população migrante no Algarve continua a aumentar. «Os valores colocam o Algarve como uma das regiões portuguesas com maior natalidade, confirmando a crescente importância da população migrante no desenvolvimento socioeconómico da região», refere a ARS.
O número de nascimentos de mãe estrangeira no Algarve subiu de forma acentuada nos últimos anos, tendo mesmo quintuplicado desde 2000, ano em quando nasceram na região 216 crianças. As outras nacionalidades predominantes em termos de nascimentos no Algarve em 2009 são, por ordem decrescente, a moldava, inglesa, guineense, cabo-verdiana, chinesa, russa e alemã.

País «precisa dos emigrantes»

Apesar da «tragédia do desemprego crescente», o presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana, D. António Vitalino Dantas, considera que Portugal «já não consegue subsistir sem o contributo dos imigrantes», escreve a Lusa.
«A redução da natalidade entre nós deixou muitas aldeias desertas e muitos sectores da vida social e laboral sem as forças activas necessárias», afirmou na homilia, no Santuário de Fátima, no âmbito da Peregrinação do Migrante e do Refugiado.
Também o bispo de Beja defendeu que os migrantes são «um povo em mobilidade, que não resigna perante as dificuldades e a aridez de muitos ambientes».

Autarquias reclamam medidas nacionais para combater desertificação

O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) defendeu, este domingo, que o Governo deve tomar medidas para incentivar a natalidade nos concelhos desertificados, diz a Lusa.
Depois de vários municípios do interior do país terem avançado com incentivos à natalidade para contrariar a perda da população, o mesmo começa a acontecer no litoral. «Para estancarem a desertificação e fixarem população as autarquias deitam mão a todos os instrumentos possíveis e imaginários», salientou o presidente da ANMP.
Fernando Ruas considera que «esta luta sem tréguas podia ter mais sucesso se fosse complementada com medidas da administração central». «O Governo devia criar incentivos nos municípios que comprovadamente estão a perder população, nomeadamente fazer uma discriminação positiva em termos fiscais para reforçar as medidas que as autarquias estão a tomar», defendeu.
Para Maria Filomena Mendes, investigadora e professora da Universidade de Évora especializada nas questões de natalidade e fecundidade, é importante que a «muito baixa» fecundidade nacional seja encarada como «um problema do país» e não apenas do interior.

Os exemplos de Caminha e Nazaré

Caminha e Nazaré são dois pequenos concelhos do litoral que já apostam neste tipo de incentivos, instrumentos que já não são novidade em municípios como Melgaço ou Vila de Rei.
Junto à fronteira com a Galiza, apesar da estabilidade demográfica registada no concelho nas duas últimas décadas, a Câmara de Caminha decidiu avançar este ano com incentivos à natalidade e à adopção. Assim, nas freguesias do interior do concelho, os casais vão receber 750 euros pelo primeiro filho e 1.000 pelo segundo e seguintes, valores que, no litoral, se ficarão, respectivamente, pelos 500 e 750 euros, explicou a presidente da Câmara de Caminha, Júlia Paula Costa.
Mais a sul, a Câmara da Nazaré iniciou recentemente a atribuição de subsídios aos bebés que nasçam no concelho, uma iniciativa que o presidente da autarquia assegurou integrar um conjunto de apoios mais vastos às famílias. «O prémio não pode ser visto isoladamente. É um complemento a outras acções que visam apoiar as famílias do concelho», afirmou Jorge Barroso. A decisão de atribuir subsídios entre 100 e 500 euros por cada bebé que nasça no concelho da Nazaré foi aprovada por unanimidade pelo executivo municipal em Novembro de 2008.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O poder do capital

Belmiro no seu melhor: "Cavaco é um ditador!"

O líder do grupo Sonae deu uma entrevista à revista "Visão" em que dispara em todos os sentidos. Diz que Sócrates lhe telefona muitas vezes, e que "Alegre já devia ter juízo!"

Belmiro de Azevedo vai directo ao assunto, sem tentar ser politicamente correcto. Depois de deixar as funções executivas no grupo Sonae, em entrevista à revista "Visão" hoje publicada, ataca Cavaco Silva, Manuel Alegre e José Sócrates, mas também os empresários portugueses. Sempre num tom calmo, descontraído e por vezes com algum humor.
Belmiro diz que "a essência da democracia é a alternância de poder, porque senão é uma ditadura a dois, um compadrio, não é interessante para a democracia que isso aconteça". Isto para depois atacar "a generalidade dos políticos activos dos vários partidos", em que "a maior parte das pessoas são jotinhas, funcionários e pessoas sem experiência".
Quanto ao governo, é claro: "Este governo tem uma pessoa que manda. Ele próprio assumiu. Não com esse radicalismo, mas disse que tinha ministros - uma coisa politicamente incorrecta - que faziam trabalho técnico de preparação. É o maior insulto que se pode fazer à figura de um ministro", considera o empresário. Sobre as pressões exercidas por José Sócrates, afirma que "o primeiro-ministro telefona ou manda telefonar com muita frequência". Um dos projectos do executivo, o TGV, também não fica de fora: "O TGV está desenhado em função dos interesses espanhóis", diz.
Depois do ataque ao governo, segue-se a oposição, a começar por Francisco Louçã, líder do Bloco de Esquerda, cuja votação subiu nas últimas eleições. "Há pessoas inteligentes que usam a comunicação mais retrógrada que já vi em Portugal. Ele [Francisco Louçã] usa a comunicação mais primária que já vi. Mas os outros também." Incluindo Manuela Ferreira Leite. Sobre a presidente do PSD, Belmiro diz que "teve muitos anos de trabalho, mas no Estado. Nunca dormiu mal por ter a responsabilidade de saber como pagar salários".
As críticas ao Presidente da República, Cavaco Silva, e ao anunciado candidato à Presidência, Manuel Alegre, ficam para o fim. Belmiro de Azevedo conta que andou no liceu com Manuel Alegre, o que justifica a sua posição sobre a recandidatura: "Manuel Alegre devia ter juízo. No final do mandato já terá 80 anos; não é muito sensato". Quanto a Cavaco Silva, a crítica sobe de tom: "Cavaco é um ditador. Mandou quatro amigos meus, dos melhores ministros, para a rua, assim de mão directa", lembra.
Depois dos políticos, Belmiro de Azevedo aponta baterias aos empresários, começando pelas associações patronais, sobre as quais diz que "não há nenhum empresário sério que se reveja" nelas. "Os empresários têm muita força, mas quem a tem mesmo são os trabalhadores". Numa época em que se fala do congelamento de salários dos trabalhadores da função pública, vai mais longe. Admite que os salários nacionais "são baixos", mas explica que "é o pessoal do meio que ganha de mais. Têm de ser aumentados o último piso e o rés-do-chão".
Quanto à situação económica do país, entende que "quando um país deixa de investir, automaticamente está a comprar um futuro que não é brilhante. Se perdermos competitividade, ficamos aqui uma aldeia dedicada ao vinho e aos kiwis". Belmiro de Azevedo garantiu que "nunca pediu nenhum favor nem ao PS nem ao PSD", o que lhe permite falar com independência, revela na entrevista. O empresário reage desta forma à ausência de ministros no aniversário dos 50 anos da Sonae. Uma "falha" que foi justificada pelos mesmos devido à campanha eleitoral. "Na inauguração de Tróia aconteceu uma coisa semelhante", revela o homem-forte da Sonae.
Quando questionado sobre os processos que tem em mãos, Belmiro chama a atenção de que construiu a Avenida Lusíada - perto do centro comercial Colombo - "e ainda não recebi nenhum tostão da câmara". Quanto ao BE, Belmiro diz que o Bloco de Esquerda mantém "um discurso parecido com o dos dirigentes de igejas, que prometem tudo quando nao é possível fazêr nada". Sobre se é possível vir a existir uma coligação PS-PSD, o magnata adianta: "a julgar pelo comportamento, pela História e pela ética, julgo que isso nem cenário é".
O empresário critica o governo por prometer o que não pode cumprir e contrariou "as afirmações politicamente correctas" do ministro das Finanças. O chairman da Sonae garante não sentir a "retoma" de que Teixeira dos Santos tanto fala, e acrescenta: "Neste momento, não há qualquer actividade que eu conheça que se possa dizer que está em retoma. Algumas estão a aguentar a situação e, muitas vezes, à custa de outras, isto é, há uma deslocação de quota de mercado das empresas que são pouco eficientes para as que são mais eficientes. Já se notam alguns sinais nos países que têm uma relação com os trabalhadores muito mais agressiva e de pró- -desenvolvimento, onde a economia começa a trabalhar mais depressa. Não é o caso de Portugal e dos países em que as pessoas têm um discurso muito concentrado nos direitos adquiridos. Quem se agarra muito aos direitos adquiridos está agarrado a um caco pequenino no meio do mar e vai ao fundo com o caco".
Não partilha da opinião de Teixeira dos Santos de que Portugal está num ponto de viragem, mas diz, "tenho estima pelo ministro das Finanças, mas ele diz as coisas que são politicamente correctas. É óbvio que há muitas coisas que ele diz e não assina nenhum cheque para as concretizar. O ministro não pode lamuriar-se. Os políticos são as últimas pessoas a dizer que há crise, portanto têm de animar um bocadinho a actividade. Mas não se pode cair na ilusão de prometer coisas que não se podem cumprir. Têm de ser cautelosos".
Para Belmiro, o período eleitoral que se viveu recentemente pode ter prejudicado a recuperação da crise, e diz: "Os períodos eleitorais são, sem dúvida, necessários, mas têm de ser mais rápidos, porque são sempre perigosos. Promete-se sempre muito e já se sabe que não vai ser cumprido. Se se pudessem resolver todas as eleições [europeias, autárquicas e legislativas] num dia, não era pior, porque senão vão prolongar-se excessos de afirmações públicas e perturbar inevitavelmente a vida de muitas pessoas".
Na entrevista à "Visão", o empresário revela ainda algumas estratégias da Sonae: "Só vai para onde for querida. Em Angola sou estrangeiro e vamos para lá quando as leis e os costumes daquela terra forem suficientemente próximos dos nossos valores e ao considerarmos que podemos trabalhar". Belmiro evita, no entanto, comentar a situação no país depois da aprovação da nova constituição. "Agora há classificações diversas. Democracias perfeitas acho que não há".

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Bilhete Postal

Abrupta-me

"Depois de te ler, confesso, não dormi. Pensei. Com dificuldade, mas adormeci e acordei. Fui à rua. Encontrei um senhor que me ofereceu um café e disse: “liberta-te do passado e do futuro, mas fica atento ao instante que passa, só ele é real, tudo o resto é fantasia”. Disse-me também: “quando vieste ao mundo choraste enquanto os outros sorriram. Saibas tu viver de modo que quando te fores embora sejas tu a sorrir e os outros a chorar”. Estou no limite.

Ontem à noite bati com a cabeça na parede do meu quarto. Era o prenúncio da dor que hoje chegaria ao lêr-te. És a palavra sábia do viajante da mudança. Do vira-casacas em segunda mão. Um Peter Pan a voar, de muletas. Fiquei com uma dor lixada para fazer chichi, e apeteceu vestir-me de laranja. Como me sinto livre sem que ninguém faça ideia da "libertação" que tu representas.

Quero falar contigo e não posso. Intelectualmente não existes. Mas... E dizia-me o outro: porque lhe apareceste? E eu dizia dentro de mim: não há homem que me desatine. Deixei de sentir pena dos animais. Irracionais. Demagogos e filantropos. Passaste a ser o meu zoológico portátil. O alfinete que rompeu a membrana do olho. O sangue engasgou os meus sentidos. E o vómito apareceu mais forte por me sentir parte do teu país.

Conta-me mais coisas. Da palavra sábia mais dura de mastigar nasce com a verdade no teu olhar, brusca, abrupta, plena na sensibilidade de um universo que busca a estrela mais próxima, a mais fácil de apanhar.
Morres e renasces tantas vezes qual talibã de burca travestida e bigode à Lenine, mas o que queres mesmo é viver na sombra da vontade de ficar infinitamente conselheiro, barbacã em estado de graça onde nasce o passo repentino da mudança que não muda nada nem dança. Tudo muda e nada avança. Enrosco os dedos no gesto final de acerto, e dou um estalo: cá dentro rebento de contentamento porque encontrei quem afinal eu queria, nesta puta da nossa mania de dar importância àquilo que não tem.

Cada sorriso meu esconde hoje bem longe um bocejo de tédio, cada alegria uma maldição, todo o prazer a saciedade, e os melhores beijos não me deixam nos lábios senão o irrealizável desejo de uma volúpia mais alta. Fiquei extasiado ao ler-te. Abrupta-me... enquanto me re-vacino!"

Matéria Pública

Insegurança e violência persistem em Loulé

Estrangeiro roubado e agredido em Vilamoura

Inglês agredido e assaltado por encapuzados. Sábado, ficou inconsciente com um soco. Ontem, levaram-lhe carro e computador.

Sábado, ficou inconsciente com um soco. Ontem, levaram-lhe carro e computador
Numa altura em que, como anunciou no passado fim-de-semana o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, já estão criadas equipas mistas de forças de segurança para combater assaltos violentos a moradias de cidadãos estrangeiros no Algarve, um empresário inglês de 50 anos foi agredido e roubado, no sábado, cerca das 03.30, junto ao edifício onde reside, em Vilamoura (Loulé), tendo sido ainda vítima de um furto já durante a madrugada de segunda--feira, na sua habitação quando dormia. Aí, ficou sem vários objectos e um carro, após lhe levarem as chaves, num montante avaliado em cerca cem mil euros.
"Estava a chegar ao elevador do prédio onde vivo quando, de repente, vi um indivíduo encapuzado. Quando fugi pela porta de serviço do edifício, apareceu-me um outro homem, também encapuzado, que me agarrou o pescoço. Levei um soco no olho e fiquei inconsciente. Sem falarem, roubaram-me uma carteira com dinheiro, um telemóvel e um relógio", contou Mike Kofman, que teve de receber assistência médica no Centro de Saúde de Loulé.
Ainda abalado com o roubo na via pública, frente ao Casino de Vilamoura, o britânico acabou por ver que o seu apartamento, situado no segundo andar, foi assaltado quando ontem acordou. Desta vez não houve recurso a violência.
"Só de manhã é que percebemos que alguém entrou pela varanda, utilizando uma mesa do jardim. Antes, a porta de entrada do apartamento foi forçada. Fiquei sem um relógio de ouro Rolex, no valor de 25 mil euros, um computador portátil, um telemóvel, uma carteira com documentos e as chaves do meu veículo BMW descapotável, que depois foi levado", disse Mike Kofman. É o terceiro assalto de que é alvo em seis meses no Algarve.
Em Lagos, a loja da Worten situada no hipermercado Modelo, foi, ontem, por volta das 03.00, alvo do segundo assalto num só mês, apesar de o alarme ter disparado. Segundo apurou o DN, em cerca de três minutos, pelo menos seis indivíduos levaram uma quantidade significativa de computadores, telemóveis e máquinas fotográficas. Durante o assalto, os gatunos barraram a estrada de acesso ao hipermercado com viaturas.
Ainda no Algarve, em Portela de Messines, seis homens encapuzados assaltaram uma gasolineira e levaram um cofre com mais oito mil euros em dinheiro e a máquina de tabaco. As autoridades investigam a ligação entre assaltos.

O escândalo do século

Gripe A foi gigantesco bluf

Responsável europeu diz que Gripe A foi o maior escândalo médico do século. Um gigantesco "bluf" para enriquecer multinacionais dos fármacos.

Wolfgang Wodarg, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, diz que a Gripe A foi uma falsa pandemia e que é “um dos maiores escândalos médicos do século.”
O Conselho da Europa discute hoje o modo como a Organização Mundial de Saúde encarou a gripe A e o presidente da comissão parlamentar teceu duras críticas ao modo como o mundo gastou dinheiro na compra das vacinas.
O médico, especialista em epidemiologia, disse em declarações à TSF que “o diagnóstico era falso e custou muito dinheiro.” Wolfgang Wodarg considera que este foi um negócio par aa indústria farmacêutica e que é escandaloso.
Segundo o responsável europeu, a resposta dos governos fez com que os cidadãos perdessem “a confiança na OMS” que deve agora repensar as respostas a este tipo de situações dado que em relação à gripe A foi dado “um alarme desnecessário.”
Wolfgang Wodarg diz ainda que é desnecessário vacinar grávidas e crianças porque “deve encarar-se como uma gripe normal.”

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Roubos e condução com alcool

Seis detidos por furto de cobre

As «rusgas» de Domingo: Cinco pessoas foram ainda detidas por condução sobre o efeito de álcool.

A GNR de Faro anunciou a detenção de seis pessoas por furto de cobre em Olhos d'Água e Armação de Pêra e de outras cinco pessoas por condução sobre o efeito de álcool.
Em Olhos d'Água, foram detidos dois homens, um de 39 e outro de 45 anos, em flagrante delito, depois de «uma chamada telefónica para o Comando de Faro ter permitido o accionamento dos meios em tempo oportuno», precisou a força de segurança, acrescentando que «os detidos foram presentes ao Tribunal judicial de Albufeira, que determinou que o processo passasse a inquérito».
«Também a GNR de Armação de Pêra deteve 4 indivíduos por furto de fios de cobre, em Vale Monte Preto - Algoz. Os indivíduos, de 59, 45, 31 e 26 anos de idade, residentes em Portimão, todos pertencentes à mesma família, foram detidos na posse de cerca de 300 quilogramas de fio de cobre que tinha retirado do interior dum contentor, próximo da fábrica do tijolo do Algoz e que já tinha carregado numa carrinha na qual se faziam transportar», disse a GNR à Lusa.
Os quatro homens não se terão apercebido de que «o contentor estava ligado a central de alarme, que de imediato alertou o Posto de Armação de Pêra» e este «accionou a patrulha que policiava nas proximidades, permitindo, desta forma, a detenção em flagrante delito». Além do cobre, foram apreendidos também a viatura onde era transportado, um pé de cabra e um martelo utilizados para arrombamento do cadeado do contentor. Os indivíduos serão presentes segunda-feira ao Tribunal Judicial de Silves.
A GNR revelou ainda que, numa operação de fiscalização de trânsito em Aljezur, levantou «12 autos de contra-ordenação por infracção à legislação rodoviária, dois quais três por excesso de álcool. Foram detidos cinco portugueses, de 50, 49, 45, 46 e 41 anos, por crime de condução sob efeito do álcool», com taxas de álcool no sangue entre os 2,53 e os 1,40 gramas por litro.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Nem sai de cima, nem a gente almoça...

Marcelo critica Passos Coelho

O professor é mestre na arte de baralhar. Ora pois... Pena mesmo, é que ninguém o contrate para comentar as migrações da Patagónia, ou... candidatar-se ao PSD, que abandonou
em vésperas eleitorais.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou ontem no seu habitual espaço de comentário na RTP1, que Pedro Passos Coelho "arrancou mal" para a corrida à liderança do PSD na entrevista que deu na quinta-feira a Judite de Sousa. O contrário, é que seria de estranhar. Fosse Coelho, Santana ou Menezes. "O próximo líder do PSD tem de ser um candidato de unidade e o arranque dele não foi de unidade", disse o comentarista.
Marcelo respondeu desta forma ao desafio que lhe foi feito - e muito bem, pelo candidato à presidência do PSD para que também se lance na corrida. O antigo líder social-democrata considerou que as críticas de Passos aos antigos líderes e até a Manuela Ferreira Leite não são uma boa estratégia. Ora pois...
O professor disse já ter lido o livro "Mudar" de Passos Coelho e considerou-o "uma desilusão", porque "o programa é muito de Marques Mendes (do qual Passos foi vice-presidente) e em pequeno". Ora pois...Os únicos pontos fortes que reconheceu à candidatura no terreno foram a "sua muita vontade [de chegar à presidência] e o apoio do aparelho, num trabalho que "tem dois anos".
Marcelo frisou ainda que o próximo Conselho Nacional do partido, marcado para 12 de Fevereiro, "vai ser decisivo". Isto porque marcação das datas do congresso extraordinário e das directas vão influenciar as eleições internas. O ex-líder social-democrata considera que se o congresso for antes das directas vai influenciar a escolha da nova liderança. Ora pois... " Vai ser um medir de forças [no Conselho Nacional] prévio entre os que querem o congresso e os que não o querem, e que são os apoiantes de Passos."
E o que quer Marcelo Rebelo de Sousa? Ora pois... Ninguém sabe, e nem ele.

Tráfico de Droga

Droga aos milhões em Lagos

Operação de combate ao tráfico de droga na Praia da Luz levou à aprensão de 1,5 toneladas de haxixe.

Cerca de 1,5 toneladas de haxixe foi o resultado da apreensão realizada na madrugada passada na praia da Luz, em Lagos, no âmbito de uma operação que estava em curso no Departamento Central de Investigação e Acção Penal de Lisboa, revelou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
A operação foi realizada pela PJ e pela Autoridade Marítima do Sul e no seu decurso foram detidos quatro homens, todos de nacionalidade espanhola na casa dos 20 anos, apreendidas duas viaturas, uma embarcação de 8,5 metros que transportou a droga até à praia, e dois veículos, um deles todo-o-terreno para o qual estavam a ser descarregados os fardos de haxixe.
"Trata-se de uma embarcação que já estava referenciada e saiu de um porto algarvio no dia 22. Dado o conhecimento que temos do modo de actuação deste tipo de organizações, montou-se então uma operação de vigilância, à espera que regressasse à costa portuguesa, o que acabou por acontecer na madrugada passada", explicou José Ferreira, coordenador da Investigação Criminal da Unidade de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Crónica de Domingo

Terrorismo - está bem, e recomenda-se

Com exemplos do gabarito deste, como se pode confiar na "inteligenzia" à portuguesa", quando o senhor ministro diz que a ETA não tem bases em Portugal?

Tive conhecimento pelas notícias diárias que me chegam que, mais uma vez, só por mera casualidade a polícia portuguesa teve sucesso ao prender dois terroristas da ETA no norte de Portugal. Não foi fruto de apertada e aturada vigilância nas fronteiras, ou frutíferas investigações no terreno. Tal como o caso de uma carrinha apreendida à saída de Vila Real de S. António à um ano atrás, perto de Ayamonte, as denúncias e a apertada vigilância da "Guardia Civil" espanhola contribuiram para o sucesso. Vem isto a propósito de se apregoar aos sete ventos que Portugal é um país super-seguro contra o terrorismo, mais pela ineficácia das autoridades do que pela realidade conhecida.
Quase toda a gente sabe que Portugal é um pequeno paraíso (diria, santuário) para redes de malfeitores, quer em determinados lugares da serra algarvia - do Barlavento ao Sotavento, quer em locais serranos do norte transmontano pela inexistência de vigilância adquada. Vejam-se os assaltos de que têm sido vítimas expressivas os estrangeiros residentes no Algarve. O facto de as autoriades virem a público dizer que a ETA não tem bases em Portugal, em nada pode descansar os portugueses. As autoridades não podem dizer outra coisa (ou porque não sabem, ou porque não lhes convém), e a ETA também nunca virá confirmar nada, como é natural. A verdade, é que o terrorismo no mundo (incluindo a Península Ibérica) está vivo, e recomenda-se!
A prova, foi dada recentemente - e da qual pouco ou nada se falou - com o ataque suicida de um agente triplo da jihad islâmica, que fez explodir a nata da CIA no Afeganistão conseguindo enganar todo o mundo, incluindo os super-espertos americanos e jordanos, com a falsa promessa de lhes poder entregar um dos chefes da Al Qaeda.
Recordo a propósito, como a ficção do cinema por vezes roça a realidade, ou a inverte rigorosamente. No filme "Rede de Mentiras", de Ridley Scott, Leonardo DiCaprio é um agente da CIA na Jordânia que acha que vai conseguir infiltrar-se na Al Qaeda, mas que acaba por se dar mal. À última hora, é salvo pelo chefe do serviço secreto jordano, o melífluo Hani Salaam (interpretado pelo inglês Mark Strong). Com esperteza, é ele quem consegue fazer um militante radical mudar de lado e colocá-lo numa das ramificações da rede terrorista mundial. Um filme a ver.
No Afeganistão, e na vida real, aconteceu exactamente o oposto. Ali bin Zeid, o chefe da inteligência jordana, foi até ao Afeganistão para apresentar aos americanos o homem que (eles) acreditavam ser um agente duplo, Khalil Abu-Mulal Balawi. Levou-o até uma base avançada da CIA em território afegão. Devido à companhia ilustre, e à promessa tentadora de que o infiltrado poderia oferecer nada menos, nada mais de que a cabeça do número 2 da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, os agentes americanos cometeram uma falha inacreditavelmenta amadora: não o revistaram. Ele foi levado directamente à sala de ginástica da base, onde os mais importantes ilementos da Direcção da CIA no Afeganistão esperavam pela boa notícia. Uma vez chegado ao local, Balawi detonou os explosivos que levava escondidos sob a roupa. Estilhaçou-se no que a sua cabeça convertida ao radicalismo islamita acreditava ser o ápice do martírio, matando quatro agentes da CIA, inclusive a chefe da agência no Afeganistão – uma mulher na faixa entre 30 e 40 anos, com três filhos, que como manda a tradição não foi identificada publicamente e só dará lugar a uma estrela na parede de mármore na legendária sede em Langley que homenageia anonimamente os espiões mortos em serviço. Também morreram três seguranças da CIA e o suposto controlador jordano, Ali bin Zeid, enterrado na presença do rei Abdullah II, com quem tinha parentesco distante e leal folha de serviços prestados. Outros seis presentes na fatídica reunião ficaram feridos. Esta, foi a maior perda sofrida pela CIA desde um atentado no Líbano em 1983. E uma prova de que a Al Qaeda tem capacidade de tramar uma operação sofisticada de infiltração, utilizando o que no jargão de espionagem se chama de agente triplo, alguém que parece ter sido cooptado para o lado contrário, mas que afinal mantém a lealdade original. Nem mais!
Os colossais erros cometidos pelos americanos são o oposto do que se espera de um serviço de inteligência como a CIA: ingenuidade, afobação e quebra de várias das regras mais elementares de segurança. Tão ou mais espantoso é que o espião-mor da Jordânia também tenha caído naquela rede, tanto pela identidade cultural como pela eficiência demonstrada em outras operações. Foi através de informações colectadas pela agência de Ali bin Zeid que a CIA conseguiu localizar e matar Abu Musab al-Zarqawi, um jordano que havia ascendido a chefe da Al Qaeda no Iraque, em 2006. Agora, ficou provado que o recrutamento de um agente duplo, como as duas agências imaginavam ser Balawi, precisa evidentemente de passar por um teste mais inteligente e com um intenso escrutínio. O suicida era um médico de 32 anos, nascido no Kuwait, refugiado na Jordânia e formado na Turquia. Sob pseudónimo, era um dos mais conhecidos propagadores da jihad islâmica pela internet. A sua mulher, uma jornalista turca, escreveu um livro com o título auto-explicativo, "Osama bin Laden, o Che Guevara do Oriente". Balawi foi falsamente "contactado" em março pelo serviço secreto jordano. Como nos jogos de espionagem travados durante a Guerra Fria, ele forneceu dados suficientes para estabelecer a segurança e credibilidade desejada, sob a forma de delacção de um punhado de militantes radicais. Quando colocou na mesa nada menos que Zawahiri, o braço direito de Bin Laden, a isca ficou tentadora demais. Americanos e jordanos morderam-na, fatalmente. A rede de mentiras tinha sido tramada pela Al Qaeda.
Com exemplos do gabarito deste, como se pode confiar na "inteligenzia" à portuguesa quando o senhor ministro diz que a ETA não tem bases em Portugal? Ao contrário do slogan que anima a carreira dos comandos portugueses "A Sorte protege os Audazes", aqui neste caso, talvez a "sorte proteja os burros".
Carlos Ferreira

sábado, 23 de janeiro de 2010

Bilhete postal digital

A pobreza não tem ideologia

O problema de procurar respostas para a pobreza é acreditar que numa delas está a solução. E procurar na ideologia esse bilhete premiado.

Há 2 milhões de pobres em Portugal. Isto quando se adicionam apoios sociais do Estado aos seus fracos rendimentos: sem subsídios, são 4 milhões de portugueses que vivem com menos de 360 euros por mês. Impressionante? Estes números não servem para nada. Isso: não servem para nada - a frase, dura como ácido, valeu um prémio Nobel a Amartya Sen.
Para este indiano conhecido como a Madre Teresa da Economia, a pobreza não se afere pela existência de um ou mais dólares na carteira de cada um. O dinheiro importa, claro, mas para medir as necessidades que não se conseguem pagar com esse dinheiro. Parece a mesma coisa, mas não é: o que Sen mede é aquilo que cada pessoa consegue atingir com determinado nível de rendimento. Há gente a quem a falta de dinheiro não impede de se tornar rica - como existem crianças que nascem ricas e acabam pobres. Porquê?
A resposta valeu o prémio Nobel da Economia a Amartya Sen em 1998, mas nem ele ficou satisfeito com ela: a pobreza ou a ausência dela depende das circunstâncias em que vive cada pessoa, da sua genética, da sorte, dos seus pais, do clima, da roupa que usa, da voz que tem, das emoções que transmite e de um conjunto impressionante de outras possibilidades que salvam uns mas condenam outros.
E é por isso que as respostas políticas são quase sempre insuficientes - podem estar certas, mas nunca acertam em tudo. Desesperante? Na verdade, não.
Amartya Sen sabia bem que não tinha visto o filme todo. Outros, no Ocidente, chegaram a conclusões muito parecidas com as dele. O que o distingue é a fé que (não tendo nada que ver com Deus) lhe permite dizer assim: todas as tentativas são boas mas só a soma de todas elas permite ir solucionando o problema. E acrescentar: a soma é infinita e exige uma disponibilidade permanente para a inovação na busca de soluções diferentes. Por isso parece tão interessante a ideia de Kishore Mahbubani, o tal economista de Singapura que quer entregar a cada habitante com emprego da sua cidade-estado a responsabilidade por um outro conterrâneo sem emprego. Boa ideia, má ideia? O que Sen explica é mais simples: todas as ideias são boas e nenhuma ideologia particular, ao contrário do que parece por vezes convicção geral, encerra em si todas as respostas.
Em Portugal, onde os números que não servem para nada impressionam (quatro em dez portugueses são potencialmente pobres), os políticos ainda vivem na convicção (de discurso, pelo menos) de que as suas respostas podem solucionar o problema - em vez de criarem um departamento com um nome deste género: Instituto Nacional da Busca Permanente de Ideias para o Combate à Pobreza. Parece ingenuidade, ou presunção, ou pode ser visto apenas como mais uma possibilidade. Uma, não a única.
Para a semana vai conhecer-se o Orçamento do Estado e logo a seguir arranca a campanha eleitoral (não oficial) que decidirá se o próximo ocupante de Belém será Cavaco Silva ou Manuel Alegre. A pobreza será assunto - qual dos dois candidatos quererá olhá-la como esta janela gigante que nunca se fecha?
Martim Avillez Figueiredo, (ionlin.pt)

Fim de Semana

Port-au-Prince

Na cidade dos mortos, a fome deu lugar à raiva

Na esquadra da polícia do bairro Delmas 03, em Port-au-Prince, faltam meios para combater o crime crescente. Armas e bastões, precisam-se. E mais carros, que só há um carro de polícia.

Os criminosos do Haiti também pedem ajuda à comunidade internacional. "Eles têm família", diz muito sério e pausado o chefe da polícia, Philistin Leómer, de 40 anos. "São homens com mulher e filhos, como nós", acrescenta. Leómer está fardado a rigor, sapatos pretos milagrosamente engraxados para quem trabalha no meio do pó, no Comissariado de Delmas 03, a esquadra que dirige em Port-au-Prince. O terramoto de 12 de Janeiro não obedeceu à lei e espalhou os frutos do mal sem olhar a posições sociais ou profissões. Entre as vítimas contam-se tanto polícias como ladrões, ricos como pobres. Philistin senta-se muito direito e com voz formal de conferência de imprensa afirma ter um apelo a fazer à comunidade internacional. Não pensa em primeiro lugar na sua casa, que também ruiu, ou nos familiares, que estão a viver num campo de desalojados. Os pedidos são mais prosaicos: "Armas, gás lacrimogéneo, bastões, mais efectivos e mais carros de turno.
" Hoje luta contra o crime apenas com um carro de polícia, perante cada vez mais pedidos de socorro. Os outros foram destruídos durante o terramoto. "Não chega para nada, estamos constantemente a receber pedidos de famílias assaltadas ou que vêem as suas casas ser pilhadas por bandidos. Precisamos de uma ajuda efectiva. Não pedimos dinheiro mas meios para responder de igual para igual aos criminosos", adianta. Segundo Philistin, o dinheiro não serve para nada se não for bem distribuído por quem o saiba administrar. É preciso optar, e "a insegurança é o problema central deste país" nos dias que correm. Lembra que já noutras ocasiões o apoio da comunidade internacional chegou ao país, "no tempo dos ciclones", por exemplo. "O dinheiro entrou, foi mal administrado e agora continua tudo na mesma. O Haiti não mudou por causa disso.
" Ao lado da secretária do chefe de polícia, numa pequena cela, agarrado às grades da porta, está um prisioneiro americano, um velho de origem haitiana. Segundo me explicam, foi detido apenas para averiguações, uma vez que terá atingido com uma bala um outro homem em legítima defesa. Philistin Léomer explica: "Disparou uma bala que feriu um dos bandidos que tentavam assaltá-lo. Tinha uma pistola, mas apresentou a licença americana de porte de arma." Vai ser libertado em breve; os polícias apenas aguardam a ordem do juiz, mas agora não estamos autorizados a falar com ele. São "ordens das autoridades judiciais".

Antoine P. Edson, um polícia à paisana, garante que "a situação da segurança é catastrófica". Os polícias disfarçados como ele não estão livres de ser assaltados. Edson vive num campo de desalojados do terramoto e já foi assaltado quando se dirigia para a esquadra. "Um grupo de bandidos armados cercou-me. Eu não estava armado, o que podia fazer? Resistir?", pergunta com voz pausada. Ao contrário do que se escreve na imprensa internacional, acrescenta, "o crime não vem só da Cité du Soleil", um dos bairros de lata mais perigosos da cidade, onde ninguém entra sem autorização dos chefes dos gangues armados.
Nos dias que correm há novos bandidos a nascer, em consequência do desespero em que vivem depois do terramoto. "Não têm que dar aos filhos, não se pode fazer nada contra isso", acrescenta Antoine. O chefe Leómer concorda. "Enquanto a ajuda não chegar, como podemos fazer alguma coisa?" , pergunta, para logo exclamar: "A prisão civil de Port-au-Prince sofreu danos. Foram 2 mil criminosos que conseguiram fugir e agora estão à solta. Andam pela cidade, temos de os perseguir e capturar com os meios que temos."
A prisão é ali mesmo ao lado do Palácio Nacional, a residência oficial do presidente do país, que foi afectado mas sobreviveu ao grande sismo. Perto ficam também a Direcção-Geral dos Impostos, totalmente destruída, assim como o Ministério da Economia e das Finanças - que, apesar de pouco atingido, está hoje de portas fechadas, com enormes pedregulhos visíveis nas escadas de entrada. As pilhagens e os saques foram inicialmente localizados, mas começam a multiplicar-se e a situação pode agravar-se se não for imposta a lei e a ordem, nas palavras dos polícias do Comissariado de Delmas 03. Há quem diga, entre as pessoas do povo, que também há polícias entre os bandidos da cidade. Antoine e Philistine discordam dessa ideia e garantem ser "uma mentira, uma falsidade". Ou uma generalização abusiva, como podemos traduzir: "Em todas as profissões há bons e maus profissionais. O mesmo acontece na polícia.
"Enquanto Philistine conversa com o i, entra um grupo de polícias semelhantes aos de intervenção em Portugal: coletes antibala, espingardas, pistola à cintura. Trazem mais um detido, um homem com aspecto débil que andava a assaltar pessoas, a pilhar casas destruídas, enfim, "coisas más". O chefe da polícia não entra em mais pormenores. Observa que se trata apenas de mais uma ocorrência normal do dia-a-dia de Port-au-Prince. Como os alimentos não chegam à população, que vive sem água e sem electricidade, a fome dá lugar à raiva - e os cidadãos sem cadastro juntam-se aos criminosos de sempre. "É difícil ser polícia no Haiti", conclui Philistin Leómer.

Ler mais em:http://www.ionline.pt/conteudo/43161-port-au-prince-na-cidade-dos-mortos-fome-deu-lugar--raiva

Cheiro a "Presidenciais"

Cavaco Silva. Um Presidente para dez anos?

O Presidente chegou a Belém há quatro anos. Esteve no centro de uma guerrilha institucional. Mas prepara-se para o segundo mandato.

Quatro anos depois, ninguém tem dúvidas no PSD: o Presidente da República Cavaco Silva prepara-se para disputar um segundo mandato em Belém e reeditar o combate eleitoral que travou com Manuel Alegre. E as primeiras sondagens dão-lhe a vitória: um estudo da Aximage para o "Correio de Manhã" e o "Jornal de Negócios" atribui 60,3% das intenções de voto a Cavaco, contra 39,7% de Alegre.
Cavaco Silva celebra hoje o quarto aniversário da eleição como Presidente da República, a 22 de Janeiro de 2006, depois de derrotar Manuel Alegre e Mário Soares, os principais rostos de uma esquerda dividida. A recandidatura de Cavaco continua distante da sua agenda pública do Presidente, mas não certamente dos seus cálculos políticos. Cavaco desvalorizou o recente avanço de Alegre para se recandidatar a Belém: "Toda a minha atenção está concentrada nos graves problemas do país e na mobilização dos portugueses para enfrentar os desafios que têm pela frente.
" Dias antes, na mensagem de Ano Novo, o Presidente tinha deixado indícios de que não abdicaria de tentar cumprir um segundo mandato: "No meio de tantas incertezas, os portugueses podem ter uma certeza: não desistirei e nunca me afastarei dos meus deveres e dos meus compromissos." Foi o mais longe que Cavaco Silva se permitiu ir. Apesar de o social-democrata Morais Sarmento ter defendido que "Manuel Alegre tem uma força que está a ser subestimada por Cavaco Silva", o Presidente recusa vestir o fato de candidato por entender que prejudicaria o país.
Este registo tem, de resto, pautado as suas intervenções públicas. Os apelos para que os políticos se unam em torno do interesse nacional têm estado presentes em todos os discursos oficiais, desde a tomada de posse, em que Cavaco defendeu que os políticos "devem deixar de lado divisões estéreis" e "querelas que pouco ou nada têm a ver com a resolução dos problemas nacionais". Nomeadamente os económicos.
Foram estas palavras que lançaram a "cooperação estratégica" que Cavaco Silva e José Sócrates ensaiaram durante os primeiros dois anos. Em nome do país. Mas seria em nome dos Açores - mais precisamente, do seu novo estatuto político-administrativo - que a "cooperação estratégica" ficou ferida de morte: o braço-de-ferro entre Belém e São Bento, no Verão de 2008, envolveu dois vetos presidenciais e críticas contundentes de Cavaco a um diploma que considerou ter "normas absurdas" que afectavam "o normal funcionamento das instituições".
A relação entre Cavaco e Sócrates ficou, desde então, recheada de querelas, com particular incidência em 2009: os reparos presidenciais à crise económica do país e às opções do governo para combatê-la sucederam-se. E Sócrates chegou a defender que "em política cada um pedala a sua bicicleta". As insinuações socialistas de que, em ano eleitoral, o PSD estaria a instrumentalizar o Presidente para capitalizar votos foram a etapa seguinte.
E num ano em que Cavaco foi indirectamente associado ao caso BPN - sobretudo pelo envolvimento de um dos seus conselheiros de Estado, Dias Loureiro, entretanto constituído arguido -, a tensão entre São Bento e Belém teve neste Verão o ponto mais alto com o caso das alegadas escutas aos assessores de Cavaco. O episódio assinou a certidão de óbito da "cooperação estratégica" e teve reflexos na popularidade do Presidente, traduzindo a ideia de condicionamento na ponta final do seu mandato.
Mas a figura presidencial sairia reforçada após a eleição de um governo minoritário, um governo que tem de combater a crise económica e que deverá apoiar Manuel Alegre: um irónico cruzamento de factores que marca o último ano do primeiro mandato de Cavaco.

O inacreditável pode acontecer

Portugal terá de abandonar o euro se mantiver fraquezas

Portugal poderá ter de abandonar o euro, caso não consiga superar as suas fraquezas macro económicas e de competitividade do seu tecido empresarial, afirmou Daniel Bessa, ex-ministro da Economia.


Adiantou que Portugal, um país com baixos ganhos de produtividade, com a entrada no Euro, aderiu a uma das "zonas mais caras do mundo", adiantando: "nós, Portugueses, no nosso desenvolvimento modesto, fomos empurrados para o mais exigente dos campeonatos".
Explicou que na zona euro "é muitíssimo difícil" para Portugal conseguir ganhos de eficiência que consigam compensar o diferencial de custo a que tinha acesso.
"(Em Portugal) há grandes fraquezas em matéria de gestão de empresas, grandes fraquezas ligadas a todo o contexto (macro). Se não formos capazes de os resolver, um dia o mal terá de ser cortado pela raíz", disse.
"Nós teremos de sair do Euro, não porque alguém nos manda embora, mas porque nós concluiremos que não podemos lá estar", alertou Daniel Bessa, numa conferência sobre inovação. Quanto à situação financeira de Portugal, frisou que Portugal está "sobretudo numa corrida contra o tempo", adiantando: "a Moody's dizia, outro dia, que a sorte de Portugal é que tem mais tempo".
O actual ministro das finanças, Fernando Teixeira dos Santos, disse, a semana passada, que é "imperioso" que Portugal comece a reduzir o défice já em 2010, após este se estimar ter fixado em cerca de oito pct do PIB em 2009 e a dívida pública ter disparado para 77,4 pct do Produto Interno Bruto (PIB).
Daniel Bessa adiantou que Portugal aderiu "a um clube (euro) em que já só se pode competir com base em inovação" e cujas infraestruturas já interessam relativamente pouco, ao contrário das economias baseadas nos recursos em que aquelas são críticas.
O Governo atribuiu o primeiro troço de TGV, entre Poçeirão e Caia, por 1.400 milhões de euros (ME), ao consórcio da Brisa e da Soares da Costa e aguarda-se agora a adjudicação do segundo troço entre Lisboa e Poçeirão, no valor de cerca de 2.000 ME [ID:nLDE60I1NH].
"As empresas viradas para os mercados externos só podem competir em Portugal com base em inovação, os icones deste novo Portugal são por exemplo a Efacec e a Bial que têm como base um unico factor de competitividade - inovação."
Acrescentou que "houve aqui uma progressão muito interessante, mas este é um segmento muito reduzido e emergente. "Os ganhos neste segmento são e continuarão a ser inferiores às perdas que temos nos segmentos em que a competitividade é obtida com base nos recursos e eficiência", concluiu.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Grandes Opções do Plano

Conheça as Grandes Opções do governo para os próximos anos

Segundo noticia o i online, o Algarve e Turismo não entram nas prioridades do Governo.

O governo apresentou hoje as principais linhas de actuação política no período 2010-2013, as chamadas Grandes Opções do Plano. Estas serão apresentadas juntamente com o Orçamento de estado, no qual se traduzem financeiramente. Conheça as Grandes Opções do Plano apresentadas hoje pelo governo:- avançar nesta legislatura com o voto em mobilidade, possibilitando aos cidadãos votar em qualquer ponto do país, independentemente do local de recenseamento.
- garantir o "pleno acesso dos imigrantes aos direitos sociais" e combater o abandono e insucesso escolar.
- apresentar até ao final da legislatura um calendário para eliminar as tarifas de electricidade e de gás aos clientes finais, mantendo uma tarifa social para as famílias mais pobres
- Novas Oportunidades vão ter novo ciclo e haverá formação para empresários;
- concluir até final do ano lectivo uma nova estratégia para o currículo do ensino básico e secundário, baseada na definição de metas de aprendizagem para cada ciclo e áreas nucleares;
- intensificar a promoção dacandidatura de Portugal a membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU (para o biénio 2011-2012);
- descentralização de competências da Administração Central para a Administração Local;
- qualificação da juventude e aposta no reforço da acção social, com políticas de empregabilidade, empreendedorismo e no estímulo da participação associativa e cívica dos jovens;
- continuação do investimento em investigação e desenvolvimento de forma que na próxima década, a despesa total nesta área atinja 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB);
- antecipar de 2016 para 2013 a conclusão dacobertura nacional da Rede de Cuidados Continuados Integrados para aumentar o apoio e a protecção aos idosos, acrescentando mais 10 mil camas às cerca de quatro mil existentes;
- criação de umaconta Poupança-Futuro para cada criança que nasça em Portugal é uma das medidas governamentais de apoio às famílias e natalidade;
- os grandes investimentos em infra-estruturas de transportes e comunicação contribuem para promover para o "relançamento" do crescimento económico, a "indução" do investimento privado e a criação de emprego;
- apostar na profissionalização nas Forças Armadas, que vão também colaborar mais em missões da protecção civil e com as autarquias;
- revisão da Lei de Bases do Ambiente, a criação de um novo sistema de gestão e financiamento das áreas protegidas e o lançamento da Parceria Portuguesa para a Água;
- constituição de equipas conjuntas de investigação criminal e combate ao terrorismo, o aumento do controlo das fronteiras e a criação de uma Brigada de Investigação Tecnológica;
- os gestores do Serviço Nacional de Saúde com melhor desempenho na redução dos prazos de pagamento a fornecedores serão distinguidos pelo governo;
- criação de um fundo de cobertura de risco sistémico para o sistema financeiro;
- lançamento de um programa "extraordinário" de apoio à reabilitação urbana;
- alargar até 2011 o Plano Oficial de Contabilidade Pública (POCP) a todos os ministérios, prevendo ainda o seu alargamento à administração regional;
- dar especial importância à promoção internacional da Língua Portuguesa, nesta legislatura, nomeadamente através do ensino e da sua expansão junto de organismos internacionais;
- concretização do projecto de construção do novo hospital do Funchal.

Eleições

Portugueses vão poder votar em qualquer ponto do país

O Governo quer avançar nesta legislatura com o voto em mobilidade, possibilitando aos cidadãos votar em qualquer ponto do país, independentemente do local de recenseamento, uma das medidas previstas nas Grandes Opções do Plano (GOP) hoje apresentadas.

No capítulo "Modernizar o Sistema Político e Qualificar a Democracia", o voto em mobilidade é uma das medidas enunciadas, estando ainda previsto o alargamento das condições em que se pode exercer o voto antecipado, com a evolução do Sistema de Informação e Gestão do Recenseamento Eleitoral.
O Governo quer combater a abstenção, nomeadamente entre os mais jovens, e dar prioridade à criação de "novas ferramentas e de novas formas de participação política", como "o orçamento participativo e o envolvimento de cidadãos em actividades da administração pública" para permitir aos cidadãos intervirem na definição das políticas e na melhoria dos serviços públicos.
Noutra área ainda neste capítulo, dedicada ao "Poder Local e Novas Competências das Freguesias", o executivo quer fortalecer as autarquias e estabelece como objectivo a definição de um novo estatuto para as freguesias, "adequado ao seu papel de autarquias de maior proximidade às populações". Estas autarquias locais receberão novas competências na área social e na gestão do espaço público, "actualmente asseguradas de forma precária por delegação dos municípios".
Será criado um quadro de competências adequado às especificidades das freguesias urbanas, rurais e em zonas de baixa densidade, "promovendo a sua vocação de pólos de prestação de serviços de apoio às populações", refere o documento, que prevê também a reorganização territorial das freguesias e a criação de modelos de participação das freguesias nos órgãos municipais. A verdade é que este é um programa antigo do Governo, já tinha sido anunciado por António Guterres - na altura primeiro-ministro- e acabou por ser atrasado devido a dificuldades técnicas.

Regionalização

Comissão deve ser «iniciativa conjunta»

Francisco Assis afirmou que já tinha conversado com PSD e outros grupos parlamentares sobre o tema. «Mas o que é importante é que exista essa comissão eventual», diz Aguiar Branco.

Francisco Assis afirmou esta quinta-feira que já tinha conversado com PSD e outros grupos parlamentares sobre a criação de uma comissão sobre a regionalização, defendendo que esta proposta deve ser apresentada «com a participação» de todos os partidos, informa a Lusa.
Numa declaração aos jornalistas no Parlamento, o líder parlamentar socialista quis «prestar um esclarecimento sobre a proposta hoje apresentada publicamente pelo PSD para a constituição de uma comissão eventual para abordar o tema da regionalização».
«Eu já tive oportunidade de conversar com o doutor Aguiar Branco, com quem tenho mantido ao longo destes meses uma excelente relação, que aliás vai prosseguir, e verificamos que houve aqui um pequeno equívoco que terá que ver com esta iniciativa do grupo parlamentar do PSD», começou por dizer Assis.
O presidente da bancada do PS revelou ter conversado «há umas semanas atrás» sobre o assunto com Aguiar-Branco e que ambos entenderam «que havia vantagem na criação de uma comissão desta natureza e que fosse constituída com a contribuição de todos os grupos parlamentares».
«Nesse sentido eu próprio falei com os líderes parlamentares do PCP e do BE, a quem apresentei a iniciativa (...) ainda hoje tive de novo oportunidade de falar com eles e verifiquei com agrado que ambos manifestaram abertura de princípio para apoiarem a criação desta comissão e participarem activamente nos trabalhos desta comissão», referiu.
Assis declarou que a conversa que manteve com o líder parlamentar social-democrata hoje à tarde «foi de natureza privada» e que tem com Aguiar Branco uma «relação de grande confiança que se mantém», mas disse não poder «deixar de dizer publicamente o que se passou e o que se vai passar a partir daqui».
Neste sentido, o socialista disse que lhe «parece ser o melhor caminho para iniciar a discussão deste tema» a apresentação desta «iniciativa conjunta de todos os grupos parlamentares» que, sublinhou, «não é monopólio de ninguém».
«Não se trata de uma iniciativa isolada de nenhum partido, nem deve ser, trata-se de uma iniciativa de vários grupos parlamentares e nós demos um contributo para que essa iniciativa fosse de vários grupos parlamentares, se bem se recordam nas nossas jornadas parlamentares escolhemos o tema da regionalização», notou.

PSD reconhece que ideia de comissão é do PS

O líder parlamentar do PSD reconheceu que o PS já tinha manifestado a vontade de constituir uma comissão parlamentar eventual sobre a regionalização, mas sublinhou que o importante é que a mesma seja uma realidade. «Eu não tenho nenhuma preocupação em ter aqui nessa matéria a autoria primeira sobre a mesma. O que é importante é que exista essa comissão eventual», afirmou o líder parlamentar do PSD, José Pedro Aguiar-Branco, em declarações aos jornalistas, no final do lançamento do livro de Pedro Passos Coelho.
Numa declaração aos jornalistas no Parlamento ao final da tarde, o líder parlamentar socialista, Francisco Assis, quis «prestar um esclarecimento» sobre um «pequeno equívoco» relacionado com a proposta apresentada de manhã pelo PSD para a constituição de uma comissão eventual sobre a regionalização. O presidente da bancada do PS revelou ter conversado «há umas semanas atrás» sobre o assunto com Aguiar-Branco e que ambos entenderam «que havia vantagem na criação de uma comissão desta natureza e que fosse constituída com a contribuição de todos os grupos parlamentares».
«Não se trata de uma iniciativa isolada de nenhum partido, nem deve ser, trata-se de uma iniciativa de vários grupos parlamentares e nós demos um contributo para que essa iniciativa fosse de vários grupos parlamentares. Se bem se recordam, nas nossas jornadas parlamentares escolhemos o tema da regionalização», notou Francisco Assis.
Confrontado com estas declarações, o líder da bancada do PSD disse não fazer «nenhuma questão quanto à prioridade», reconhecendo que o PS já tinha falado nesta matéria nas jornadas parlamentares, em Dezembro, e que tinha manifestado a vontade da constituição da comissão. «Nós agora aderimos também a essa comissão e a essa ideia», acrescentou, lembrando que na proposta para a criação da comissão eventual o PSD diz «claramente» que deseja que «seja subscrita por todos os grupos parlamentares».