Liberdade e o Direito de Expressão

Neste blog praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão, próprios de Sociedades Avançadas !

quarta-feira, 30 de março de 2011

80 mil milhões de euros para os próximos... 3 anos

Reestruturar a dívida em vez de pedir resgate "protege os contribuintes"
                                                                                                      
Raoul Ruparel, analista britânico do Open Europe, acredita que esta é a melhor opção, porque, desta forma, a factura era repartida também pelos investidores e não só pelos contribuintes europeus.
                                                   
Portugal é apontado como o próximo país europeu a recorrer ao Fundo de Estabilização e ao Fundo Monetário Internacional. O Open Europe, um grupo de trabalho independente que pretende contribuir para o debate sobre o futuro da União Europeia, afirma que o país precisa de uma ajuda entre os 70 e os 80 mil milhões. No entanto, Raoul Ruparel, analista britânico do Open Europe, acredita que é preferível reestruturar a dívida, em vez de Portugal pedir ajuda externa. Em entrevista à Lusa, defende que, desta forma, a factura era repartida também pelos investidores e não só pelos contribuintes europeus. "Nós concordamos que o melhor para Portugal, no longo prazo, seria reestruturar a dívida. Apesar de um resgate permitir cobrir os custos por alguns anos, não resolve os problemas", sustenta Raoul Ruparel.
                                              
Portugal parece ser o próximo país a ser resgatado pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional. De quanto dinheiro precisa o país?
De acordo com a nossa pesquisa, um resgate teria de ser entre os 70 e 80 mil milhões de euros. É uma quantia elevada, mas ajudaria Portugal a cobrir os custos de financiamento para os próximos três anos.
                                                                         
E seria suficiente?             
Em princípio sim. É difícil de dizer. Tudo depende de factores variáveis, como o crescimento económico e quão efectiva será a reforma e cortes nas despesas e o aumento de impostos. Mas, geralmente, olhando para os custos em termos de dívida, os 80 mil milhões seriam suficientes para três anos.
                                                                 
Apesar disso, o Open Europe argumenta que um resgate não iria resolver os problemas de fundo. É melhor para Portugal reestruturar a dívida?
Nós concordamos que o melhor para Portugal, no longo prazo, seria reestruturar a dívida. Apesar de um resgate permitir cobrir os custos por alguns anos, não resolve nenhum dos problemas. O peso da dívida continuará a ser alto e Portugal continuará a ter problemas de competitividade e terá problemas na zona euro, por não ser uma economia tão forte como a alemã. Uma reestruturação permitiria ao Governo mais espaço de manobra para melhorar a economia e fazer reformas centradas no crescimento em vez de corte da despesa.
                                                                             
E como é que isso se faz?
Obviamente que reestruturação precisa da cooperação do sector financeiro. A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional precisavam de apresentar um plano com o que precisa de ser reestruturado. Muitas das reestruturações situam-se entre os 25% e os 35% da dívida a ser reestruturada. Nós pensamos que seria um valor nesse intervalo. Depois disso, as verdadeiras reformas virão daquilo que o Governo ou o novo Governo entenderem ser a melhor forma de promover o crescimento em Portugal.
                                                                                 
Quais são as vantagens de um resgate?
Um resgate vai afastar o receio que existe nos mercados, porque não está a transferir perdas para os investidores e detentores da dívida. Outro dos benefícios é dar alívio para os próximos anos, de forma a cobrir os custos de financiamento. Mas isso também é verdade para a reestruturação da dívida.
                                                                                 
E quais são então as vantagens da reestruturação?
A maior vantagem parece ser que os custos exigidos aos contribuintes passam para os investidores, ao passo que um resgate será financiado pela União Europeia, que é, por sua vez, financiada pelos contribuintes europeus. Os contribuintes europeus estão basicamente a resgatar Portugal, o que não é o ideal. E, num tempo em que os contribuintes estão a sofrer cortes e medidas de austeridade, parece um pouco injusto pedir-lhes que façam isso. Ao invés disso, e com a reestruturação da dívida, os custos seriam impostos aos investidores, que assumiram o risco ao comprar a Portugal e a outros países nesta situação. Ajudará também a resolver problemas a longo prazo, reduzindo a factura da dívida e permitindo ao Governo concentrar-se no crescimento e não nos cortes da despesa.
                                                                                              
Quando poderá Portugal recorrer ao resgate?
A grande questão é saber que poder e legitimidade é que tem Governo de gestão, antes das eleições acontecerem. Mas há outras opções. O Banco Central Europeu pode dar um empréstimo de curto prazo até haver novo Governo. De outra perspectiva, parece que, em Junho, Portugal deve pedir um resgate, porque não consegue financiar-se. É o limite até onde consegue esperar, mas quanto mais cedo, melhor, porque os custos estão sempre a subir.
                                                                                    
A situação espanhola é muito diferente da portuguesa?
Acreditamos que a situação espanhola é muito diferente. Embora os dois países estejam muito relacionados como parceiros de negócios, os sectores financeiros estão muito expostos um ao outro - os bancos espanhóis têm grande presença em Portugal. Mas a Espanha tem uma economia enorme e diversa. O problema de solvabilidade e os problemas na construção e no sistema financeiro não são tão grandes como em Portugal. A Espanha está a tomar as medidas certas e está a ir na direcção certa para evitar recorrer a um resgate. É uma situação um pouco melhor que em Portugal.
                                                             
Presidente do PS admite governo de salvação nacional em "último recurso"
                                                                                                    
Almeida Santos não tem "boas recordações de uma solução dessas", mas admite-a se não houver maioria parlamentar. O presidente do PS, Almeida Santos, admite que poderá ter de se formar um governo de salvação nacional, na eventualidade de as próximas eleições não garantirem uma maioria parlamentar ou um governo de coligação. "Se não houver uma maioria parlamentar... se houver, não se justifica", disse o histórico socialista aos jornalistas, no final da cerimónia de doutoramento "honoris causa" que a Universidade de Coimbra atribuiu hoje ao ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do PS ressalvou ainda que, num cenário de não haver maioria parlamentar - e antes de se passar para um governo de salvação nacional -, terá de se ver as possibilidades de se formar um governo de coligação. O socialista recordou que "sempre que um país passa por dificuldades políticas, vem à ideia um governo de salvação nacional" e confessou que não tem "grande memória de um governo de salvação nacional".
                                                                                      
Portugal "está em condições" de pagar dívida que vence em 2011
                                                                                                            
Secretário de Estado avisa que pedir ajuda externa implica que o país ficará fora dos mercados durante cinco anos, piorando as condições para o sector privado, empresas e famílias. Portugal "está em condições" de pagar a dívida que vence este ano. A garantia é avançada pelo secretário de Estado do Tesouro, Costa Pina, numa resposta escrita à agência Bloomberg. O país conseguirá cumprir “os reembolsos de dívida previstos para 2011, especialmente os agendados para Abril e Junho”, garantiu. Costa Pina avisa, contudo, que se o país pedir ajuda externa, ficará fora dos mercados durante cinco anos, piorando as condições financeiras para o sector privado, empresas e famílias. O secretário de Estado repete ainda que Portugal terá que fazer tudo o que for possível para evitar um pedido de ajuda externa. “É incompreensível que todos estejam contra tudo, sem apresentarem medidas alternativas”, criticou Costa Pina, nas declarações que fez à Bloomberg.
                                                                   
António Barreto defende auditoria às contas antes das eleições
                                                                                                            
O sociólogo sublinha que, em vésperas de eleições, fugir à transparência é, além de tudo, uma deslealdade para com os cidadãos. O sociólogo António Barreto continua a insistir na necessidade de se fazer uma auditoria às contas públicas antes das eleições. Esta tarde, em declarações à Renascença, António Barreto lamentou que diversos responsáveis políticos rejeitem a auditoria com o argumento de "dar mau sinal" aos mercados. Para o presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, esse não é um argumento nem moral, nem político. “O único argumento que ouvi repetidas vezes, para meu desgosto, é que, em caso de auditoria, ia-se descobrir coisas ainda piores do que as que estão. Não é um argumento nem moral, nem político. Com este argumento já se está a dar a indicação de que há coisas piores que estão escondidas”, afirma o sociólogo. Muito contundente, António Barreto lembra que não auditar as contas públicas ainda pode dar pior sinal aos mercados financeiros sobre a situação do país.
Não auditar as contas públicas ainda pode dar pior sinal aos mercados. “Damos um mau sinal ao mercado, porque aquilo que dizemos é que temos algo a esconder e o mercado desconfia. Se nós descobríssemos um défice ainda pior do que temos, escondê-lo, e saber-se lá fora que está a ser escondido, é pior sinal ainda, porque a desconfiança ainda é mais grave”, alerta. À margem do lançamento do livro de Vítor Bento, “Economia, Moral e Política”, António Barreto sublinhou que os princípios da acção democrática são válidos em tempos de paz ou de guerra e de prosperidade ou de crise. Em vésperas de eleições, o sociólogo fez um apelo à lealdade. “Se nós estamos em crise, é indispensável reforçar ainda mais os critérios de transparência e informação. Em vésperas de eleições, a todos estes critérios, que são critérios teóricos e universais, acrescenta-se um, que é a lealdade para com o povo”, explica. António Barreto considera que “se este princípio [o da lealdade] não for satisfeito, se não haver nenhuma tentativa de dar mais informação aos cidadãos, eu estou convencido que a abstenção continua e que esta espécie de irritação ou de cólera que há relativamente ao sistema político e democrático" vai aumentar.
                                                                              
Desemprego entre os jovens está acima dos 25% no Norte
                                                                                                                
Presidente da Associação Industrial do Minho diz que esta taxa de desemprego é o resultado de “políticas públicas pouco assertivas” e põe em causa a “sustentabilidade da região” Norte. A taxa de desemprego dos jovens ultrapassou os 25% no Norte do país, indica o relatório de conjuntura da Comissão de Coordenação da Região Norte. Os dados são relativos ao último trimestre de 2010 e confirmam a tendência de aumento dos últimos anos. Em 2002, por exemplo, a taxa era de 7%. A taxa de desemprego dos jovens a nível nacional situa-se, nesta altura, nos 23%. António Marques, presidente da Associação Industrial do Minho, diz que esta taxa de desemprego é o resultado de “políticas públicas pouco assertivas” e põe em causa a “sustentabilidade da região” Norte. “Temos todos de reflectir muito sobre isso e fazer, de imediato, alguma coisa para contrariar isso, porque se o não fizermos a região vai perder muito com isso e, quando a região Norte perde muito com isso, o país perde também muito com isso”, sublinha.
                                                                                                    
Consumidores confiam no futuro da economia. Empresários estão pessimistas
                                                                                                               
Dados do INE, divulgados hoje, ainda não terão em conta os recentes desenvolvimentos no plano político, nomeadamente a demissão do primeiro-ministro. Os empresários e os consumidores portugueses têm diferentes perspectivas sobre a economia nacional. Os homens de negócios não auguram um bom futuro, ao passo que os consumidores se mantêm optimistas, apesar da crise. Os dados foram apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e recolhidos até ao corrente mês, mas ainda não terão em conta os recentes desenvolvimentos no plano político, nomeadamente a demissão do primeiro-ministro. O indicador de clima económico voltou a cair no mês de Março, uma tendência que se mantém desde Julho do ano passado. Por sectores, os indicadores de confiança estão em queda em todas as áreas, desde a indústria transformadora até à construção e obras públicas, passando pelo comércio e serviços. Uma tendência que contrasta com os dados recolhidos junto dos consumidores, cujos níveis de confiança em relação à economia aumentaram nos últimos dois meses, interrompendo o ciclo negativo iniciado em Novembro. Nesta recuperação destaca-se, segundo o INE, o optimismo quanto à descida do desemprego num futuro próximo.
                                                                                                
Oposição trava aumento dos limites de despesa pública
                                                                                                      
Partido Socialista acusa PSD de mudar de posição e de “voltar a dar uma enorme cambalhota”. A oposição travou hoje o decreto-lei que aumentava os limites para a autorização de despesa por parte do Estado, autarquias e empresas públicas. No final de um debate promovido pelos sociais-democratas, foram aprovados em conjunto, com os votos favoráveis de toda a oposição, quatro projectos de resolução do PSD, CDS-PP, Bloco de Esquerda e PCP, que prevêem a cessação da vigência do decreto-lei do Governo. O presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, referiu que, com esta votação, ficam em vigor os anteriores limites para a autorização de despesa pública. “O PSD, que vem dizer cobras e lagartos deste decreto-lei, que aqui veio manifestar a sua indignação, o PSD votou a favor destas normas. O PSD hoje é um adversário de si próprio, tal como em outras matérias voltou hoje a dar outra enorme cambalhota”, acusou o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão.
O líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo, critica o PS por ter “a lata de apontar o dedo aos partidos da oposição, em particular ao PSD”, “por responsabilidades que manifestamente não temos”. “Quem tem hoje que dar uma explicação ao país é o Partido Socialista e este Governo”, desafiou Miguel Macedo. O ministro Jorge Lacão voltou à carga para garantir que o decreto-lei não é inconstitucional, como alega o PCP, já que a autorização legislativa que o Governo invoca estava caducada à data da aprovação em conselho de ministros. Durante a apreciação parlamentar deste decreto-lei, toda a oposição contestou que se tratasse de uma actualização no valor correspondente à inflação acumulada desde 1999, assinalando que esta corresponde a 34% e que os limites de autorização de despesa foram aumentados em valores superiores. No caso do primeiro-ministro, o limite aumentou 40%, de 7,5 milhões para 11,250 milhões de euros. No caso dos directores-gerais e ministros, foi de 50%. No caso dos presidentes de câmara foi de 100%, apontaram os sociais-democratas. O debate encerrou com a oposição a insistir em conhecer os motivos do Governo para actualizar os limites de despesa nestes valores e com os socialistas a acusarem-na de formar uma "coligação negativa" para revogar aquilo que antes autorizou.
                                                 
Cavaco aplaudido, Sócrates apupado...
                                                                                                       
Na cerimónia “honoris causa” de Lula da Silva, o primeiro-ministro não quis falar sobre uma eventual ajuda do Brasil a Portugal. O Presidente da República e o primeiro-ministro assistiram hoje à cerimónia de doutoramento “honoris causa” do antigo chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, e tiveram recepções diferentes. O Chefe de Estado foi aplaudido, enquanto o chefe de Governo demissionário foi assobiado por estudantes e populares em Coimbra. Sócrates reagiu com acenos e sorrisos. Aos jornalistas, o primeiro-ministro deixou elogios a Lula da Silva, remetendo para outra altura eventuais comentários sobre a ajuda externa económica em Portugal. “A questão não é ajudar ou deixar de ajudar. Vejamos isto numa perspectiva histórica e saibamos estar à altura dessa história e não estar sempre a falar da conjuntura e daquilo que é o dia de hoje”, disse. O país continua a atravessar uma crise política. O Governo de José Sócrates está demissionário, depois do chumbo do PEC 4 no Parlamento. O Presidente da República ainda não aceitou formalmente a demissão e vai amanhã reunir o Conselho de Estado para analisar a dissolução da Assembleia da República.
                                                                                           
                                                                                      
                                   

terça-feira, 29 de março de 2011

Portugal quase no "lixo"

Mercados financeiros voltam a cortar "rating"
                                                                                                                                             
A agência está preocupada com o impacto que as novas regras do mecanismo de estabilidade europeu podem ter para os detentores das obrigações de tesouro.
                                               
A Standard & Poor’s (S&P) cumpriu a ameaça e cortou o "rating" de Portugal, que desceu para BBB-. Ou seja, a dívida portuguesa está apenas um nível acima de “lixo”. Na passada sexta-feira, a S&P tinha cortado o “rating” em dois níveis, de A- para BBB. Ontem, quando cortou o “rating” dos bancos portugueses na mesma dimensão, ameaçou que podia voltar a rever a classificação da dívida soberana portuguesa ainda esta semana. A agência está preocupada com o impacto que as novas regras do mecanismo de estabilidade europeu podem ter para os detentores das obrigações de tesouro. A S&P mantém ainda uma tendência negativa para o rating português, o que significa que pode voltar a baixá-lo nos próximos meses.
                                                                                             
Economia continua a sofrer. Banco de Portugal agrava previsões para o país
                                                                                                       
A instituição liderada por Carlos Costa prevê recessão superior ao previsto para este ano e revê em baixa projecção de crescimento para 2012. O Banco de Portugal (BdP) espera uma recessão este ano ainda maior do que a inicialmente prevista. No boletim de Primavera, divulgado, hoje, a instituição aponta para uma contracção da economia este ano de 1,4%, mais uma décima do que tinha sido previsto no início do ano. Em 2012, a economia deverá crescer 0,3% - a previsão inicial apontava para um crescimento de 0,6%. No Boletim Económico hoje divulgado, a instituição sublinha que as projecções que publica “apenas consideram as medidas orçamentais bem especificadas e já aprovadas, designadamente no âmbito do Orçamento do Estado para 2011” e que, assim, “não reflecte todas as medidas necessárias ao cumprimento dos exigentes objectivos orçamentais assumidos pelo Estado português para 2011".
Assim, a instituição liderada por Carlos Costa cortou o desempenho que esperava para 2012, apontando agora para um crescimento de 0,3% (a anterior projecção era de 0,6%). O Banco de Portugal sublinha que as medidas necessárias para atingir os objectivos para o próximo ano "atingem uma dimensão muito substancial” e que a sua adopção vai levar a uma “nova contracção significativa da actividade económica", à semelhança do que já prevê para este ano. No entanto, e no que diz respeito a 2010, o regulador melhora a sua previsão de crescimento - de 1,3% para 1,4% -, número explicado com o "expressivo crescimento das exportações, do consumo privado e do consumo público", que "mais do que compensou a significativa queda do investimento".
                                                                                                          
Rendimento das famílias e emprego vão cair em 2011
                                                                                                            
Segundo o boletim de Primavera do BdP, os preços vão aumentar, com a inflação a chegar este ano aos 3,6%. Além da previsão de retracção de 1,4% da economia portuguesa este ano, o Banco de Portugal (BdP) diz que o consumo vai cair, que o emprego vai diminuir e que as taxas de juro e o preço do petróleo vão aumentar. O rendimento disponível das famílias deve cair este ano 3,4%, o que já tem em conta a evolução moderada dos salários no sector privado. O emprego vai cair 0,9% este ano e 0,3 no próximo, sobretudo no sector público. Os preços vão aumentar, com a inflação a chegar este ano aos 3,6%, para cair em 2012 para 2%. Só o aumento dos impostos sobre o consumo e a actualização de taxas e preços regulados contribuem em 2 pontos percentuais para este agravamento.
A que se junta o aumento dos preços dos combustíveis, com a alta do petróleo. Este ano o preço médio do barril deve ficar pelos 111 dólares, segundo o Banco de Portugal. O acesso a crédito também vai ficar mais difícil, com o banco central a rever em ligeira alta as taxas de juro. Se as famílias têm menos dinheiro, as empresas não estão melhor. O investimento deverá cair para 5,6%. Ainda assim estes valores representam uma ligeira melhoria face a Janeiro. Já para o Estado a queda esperada no consumo é agora ainda maior. A contrariar este cenário estão as exportações que apresentam um crescimento robusto, de 6% este ano e 6,5 no próximo. Uma esperança para um país que aposta neste indicador para sair da crise.
                                                                                                                   
Crise política “foi uma precipitação”, diz Ricardo Salgado
                                                                                                                
O presidente do BES disse à televisão americana CNBC que as agências de “rating” estão a “exagerar” na avaliação negativa que fizeram de Portugal. As agências de “rating” estão a “exagerar” na avaliação negativa de Portugal, disse Ricardo Salgado à televisão norte-americana CNBC. Comentando a notícia da Standard & Poors ter baixado novamente o 'rating' português, o presidente do BES afirma que"os políticos deveriam ter noção do impacto das decisões que tomam”, porque a crise política "foi uma precipitação". Ricardo Salgado acrescentou ainda que a evolução dos mercados requeria que os políticos “se esforçassem mais na sua análise". Para o presidente do BES, a crise política subsequente à demissão do Governo teve como principal efeito o “downgrade” dos “ratings” de Portugal. Tendo em conta os resultados positivos na consolidação orçamental nos primeiros dois meses do ano, o presidente do BES mostrou-se perplexo com as consequências das atitudes dos políticos: “Uma baixa do ‘rating’ a uma proximidade horrível do chamado 'junk’ [lixo]”, que diz “não entender”.
Ricardo Salgado acusou ainda os Governos do centro europeu de impor o PEC 4 a Portugal e disse, em declarações à Lusa, que o programa europeu para a Grécia e para a Irlanda "funciona mal", pelo que é necessário que a Europa tome medidas que levem a outra evolução. A possível intervenção do Fundo de Resgate Europeu e do Fundo Monetário Internacional não é, para o banqueiro, a questão central: "Até se chegar a uma intervenção, haverá um conjunto de consequências enormes para a economia que são provocadas pela incerteza em que o país fica com este 'vacatio' [vazio] político". Para o presidente do BES, a única política boa é a injecção de fundos do Banco Central Europeu: “É transitória, mas funciona”. Ricardo Salgado esteve hoje em Londres no âmbito da formalização de compra do banco de investimento britânico Execution Noble.
                                                                                   
Luís Amado volta apelar a um entendimento político
                                                                                                  
“As elites partidárias têm que saber colocar o interesse partidário em segundo plano", afirma o chefe da diplomacia portuguesa. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros lembra que, em devido tempo, avisou para a existência de um problema político em Portugal. Luís Amado diz que o impasse político alimenta a especulação dos mercados e volta a pedir um entendimento político em nome do interesse nacional. “Acho que, em momentos de situação difíceis como aqueles que o país vive, é absolutamente indispensável um entendimento entre os seus principais responsáveis políticos”, defende o chefe da diplomacia portuguesa. “As elites partidárias têm que saber colocar o interesse partidário em segundo plano, o interesse nacional deve prevalecer na avaliação de uma situação tão difícil como aquela que vivemos e estou certo que isso acontecerá mais cedo ou mais tarde, porque o país não pode ficar num impasse”, sublinha Luís Amado
                                                                                           
PSD não vai colocar pedido de ajuda ao FMI "em marcha"
                                                                                                             
Passos Coelho vai apresentar as bases do programa eleitoral no Conselho Nacional social-democrata. Se o Governo afasta a possibilidade de um pedido de ajuda externa, não é o PSD que vai levantar dúvidas, afirma o líder social-democrata. "Se o Governo afirma, perante os mercados e perante os portugueses, que não é necessário nenhum pedido de ajuda externa e que o não vai accionar, é porque o Governo está ciente de que o país não precisa de o fazer e não somos nós que vamos pôr esse processo em marcha ou colocar dúvidas nos mercados", garante Pedro Passos Coelho. No final da reunião da Comissão Política do partido, Passos Coelho anunciou que o PSD vai, desde já, iniciar o processo de “construção de uma alternativa política em Portugal e propor a elaboração de um programa eleitoral. O líder do PSD quer “abrir uma janela de confiança e esperança ao país” e vai, por isso, lançar as bases do programa de estabilização financeira de curto prazo e um programa de emergência para ajudar os mais carenciados.
Pedro Passos Coelho afirmou, também, que a ideia de que o PSD vai aumentar o IVA "não tem fundamento", mas reiterou que prefere essa medida, se "faltar dinheiro", do que ir buscá-lo às "pensões mais degradadas". "Os impostos têm um efeito recessivo sobre a economia. A ideia que se foi gerando em Portugal de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento",
declarou o presidente do PSD, em conferência de imprensa, na sede nacional do partido, em Lisboa. O primeiro-ministro José Sócrates e o PS, acusa Passos Coelho, estão a seguir uma estratégia de culpabilizar o PSD pelos problemas do país. “Eu nunca estive no Governo”, afirma o líder social-democrata, segundo o qual o PSD deu todas as condições ao Executivo de José Sócrates para governar, mas o Governo “não entregou os resultados necessários”.
                                                                                                                          
PSD e CDS insistem nos estímulos à economia
                                                                                                                               
Sociais-democratas e centristas reagem ao Boletim de Primavera do Banco de Portugal, que revê a previsão de crescimento em baixa. As previsões do Banco de Portugal vêm dar razão ao PSD, afirma o líder parlamentar social-democrata. “Não me espantam estas previsões do Banco Portugal. No fundo, quantificam aquilo que nós temos dito do ponto de vista político, que o país está a empobrecer e que os portugueses estão a empobrecer”, afirma Miguel Macedo. O líder parlamentar do PSD recusa-se, por agora, a falar em novas medidas propostas pelo seu partido, mas diz que é preciso agir rapidamente para lidar com a “situação de emergência financeira em que o país está”. Miguel Macedo diz ainda que é necessário “um conjunto de medidas que possa fazer com que, a prazo, Portugal possa crescer do ponto de vista económico, que é a única forma de podermos sair da situação muito difícil em que nós estamos”.
Para o CDS-PP, os números do Banco de Portugal vêm provar que a situação é pior do que aquilo que o Governo tem dito e mostram que é preciso compatibilizar o crescimento com as medidas de austeridade. “Isto, do nosso ponto de vista, vem comprovar que a consolidação orçamental é absolutamente necessária, mas tem que ser compatibilizada com o crescimento económico. Se não compatibilizarmos os dois objectivos, entramos num ciclo vicioso em que a recessão provoca défice, depois o défice provoca nova necessidade de consolidação”, diz Cecília Meireles, do CDS-PP. O Banco de Portugal espera, para este ano, uma recessão ainda maior do que a inicialmente prevista. No boletim de Primavera divulgado hoje, a instituição aponta para uma contracção da economia de 1,4%, mais uma décima do que tinha sido previsto no início do ano. Em 2012, a economia deverá crescer 0,3%, sendo que a previsão inicial apontava para um crescimento de 0,6%.
                                                                                                                           
Sócrates ataca a oposição. "Digam as medidas que pretendem tomar"
                                                                                                                    
Primeiro-ministro reafirma que o Governo "vai fazer tudo" para evitar ajuda externa e critica as contradições na oposição. O primeiro-ministro afirmou hoje que a “cobiça de poder” originou a crise política que o país atravessa. Numa declaração em São Bento, pouco depois das 19h00, José Sócrates desafiou a oposição a apresentar medidas para contornar a crise.
“A oposição não apresentou medidas para chegar aos valores do défice e atiraram os nossos esforços para o lixo”, disse. "O que é importante é que digam quais as medidas para chegar a esse défice, isso é que ajudaria o país", acrescentou. O primeiro-ministro diz que o pior “é esta barafunda” em que não se percebe o que o PSD pretende fazer, já que vai apresentando medidas avulsas e contraditórias com o que afirmava anteriormente. José Sócrates considera que a oposição tomou um “gesto imaturo, leviano, inconsciente e irreflectido” ao juntar a crise política à crise económica. O primeiro-ministro reafirma ainda que o Governo tudo fez e tudo vai fazer "para evitar" o pedido de ajuda internacional, mas lembra que as condições se agravaram para os bancos e para a economia. “O que é preciso é reforçar a confiança dos mercados”, acrescenta.
                                                                                                                            
Cancelada sessão solene do 25 Abril
                                                                                                                              
Conferência de líderes parlamentares cancelou debate com Sócrates e volta a reunir quinta-feira. Na sequência da previsível dissolução do Parlamento, foi já cancelada a sessão solene do 25 de Abril que, tradicionalmente, assinala o aniversário da revolução. A conferência de líderes parlamentares – que reuniu esta tarde no Parlamento – cancelou também a sessão comemorativa dos 100 anos da GNR e o Parlamento dos Jovens. A conferência de líderes parlamentares, reunida esta tarde, decidiu desmarcar também o debate quinzenal com o primeiro-ministro e que estava marcado para sexta-feira, dia 1 de Abril. Todos os participantes – partido e Governo - consideraram que não faz sentido mantê-lo nas actuais circunstâncias. Na reunião de hoje, que os líderes parlamentares decidiram interromper e retomar na quinta-feira, depois da reunião do Conselho de Estado. Nessa reunião é que irão decidir quando será a última sessão parlamentar da legislatura, em função da data que o Presidente da República escolher para as eleições antecipadas: se as eleições forem a 29 de Maio, a última sessão será nesta sexta-feira; se forem marcadas para 5 de Junho, ainda haverá uma sessão na próxima semana. Nessa última sessão podem ser votados todos os diplomas que estejam prontos para votação final global. Entre eles deverá estar a nova lei de execução orçamental. Para o plenário de amanhã, mantém-se o debate marcado pelo PSD sobre os limites dos contratos públicos de adjudicação.
                                                                                                    
                                                                                                       
                         
Lula (e Dilma) está em Portugal, e até prometeu...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Agências financeiras afundam o País

S&P corta rating a cinco bancos portugueses
                                                                                                                
Agência ameaça também com novo corte a Portugal esta semana. A Standard & Poor’s cortou hoje o rating de cinco bancos portugueses e duas subsidiárias, na sequência do corte aplicado à República.
                                    
Os ratings do Banco Espírito Santo, Caixa Geral de Depósitos, Banco BPI e Santander Totta caíram de menos A para BBB. Já o BCP sofreu um corte de dois níveis, descendo de BBB positivo para BBB negativo. A agência alerta que a situação do país continua a ser observada com preocupação e não afasta novas avaliações negativas, alertando que um novo corte da República pode chegar ainda esta semana. A explicar o corte dos bancos hoje está a redução aplicada ao rating da República na sequência da recusa da anualização de 2011 do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) pelos partidos da oposição no Parlamento e o consequente pedido de demissão do primeiro-ministro. Na última sexta-feira, a S&P tinha cortado o “rating” de Portugal em dois níveis, de menos A para BBB.
                                                              
Comprar casa, carro ou montar negócio vai encarecer
                                                                                   
César das Neves aconselha os portugueses a “viver consoante as [suas] posses” e a “começar a cortar e a tentar equilibrar” as despesas. Até porque o corte do rating, afirma o professor universitário, “não é o fim do mundo”. Quem estiver a pensar pedir dinheiro ao banco para comprar uma casa, um carro ou abrir uma empresa vai ter mais dificuldades. O economista Campos e Cunha, professor na Universidade Nova e antigo ministro das Finanças, acredita que os portugueses vão viver “um bocadinho” mais apertados depois do corte do “rating” de cinco bancos portugueses. “Quem tem um empréstimo à habitação contraído há cinco anos, as condições de crédito vão ser muito semelhantes”, começa por dizer. “Agora, se uma pessoa quiser mudar de casa ou comprar um carro ou montar negócio, a situação vai ser muito mais difícil do que era há um ano”, explica Campos e Cunha. Também João César das Neves, economista e professor da Universidade Católica, considera que “haverá provavelmente uma subida de taxas”. Ainda assim, a subida “não será drástica”. “Estamos no euro e as taxas estão controladas pelo Banco Central Europeu.”
A Standard & Poor’s cortou hoje o rating do BES, CGD, Totta e BPI e BCP, depois de ter cortado o rating da República na passada sexta-feira. César das Neves sublinha que a solidez da banca não está em risco: “Estamos num sistema que está sólido e controlado. A crise foi muito mais violenta há três anos. Falar nisso [falta solidez] é uma irresponsabilidade”. Campos e Cunha é peremptório: “Tudo isto é consequência do rating da República ter caído há um ano e de ter caído ainda recentemente”. Ao cidadão comum, pouco resta fazer a não ser “protestar pela má política orçamental”, refere o antigo ministro. É preciso “fazer as contas”, porque “os spreads de 0,25 que vigoravam há quatro anos não vão voltar nos próximos anos”. César das Neves aconselha os portugueses a “viver consoante as [suas] posses” e a “começar a cortar e a tentar equilibrar” as despesas. Até porque o corte do rating, afirma o professor universitário, “não é o fim do mundo”.
                                                  
Saiba quais são as propostas alternativas de cada partido ao PEC 4
                                                                                       
As medidas de cada partido têm por base os projectos de resolução apresentados no Parlamento na semana passada. Numa fase em que o país discute alternativas ao actual Governo, o Algarve Reporter apresenta-lhe as propostas que cada partido defende em alternativa ao PEC 4, que foi chumbado na Assembleia da República. Em baixo, pode ler as propostas de cada força política e compará-las directamente com o PEC 4 que o Executivo socialista apresentou. As medidas apresentadas por cada partido têm por base os projectos de resolução apresentados no Parlamento na semana passada.
                                           
PEC 4 [proposta do Governo]
                                                                    
Corte nas pensões
Revisão das deduções fiscais
Reestruturação das taxas de IVA
Subida de impostos do consumo
Redução das indemnizações
Revisão do subsídio de desemprego
Cortes na Saúde
Liberalização das rendas
Encorajamento às poupanças automáticas das famílias
Redução das necessidades de financiamento do sector financeiro
Salário mínimo depende da situação económica
Alteração ao subsídio de desemprego
Produtos alimentares com taxa máxima de IVA
                                          
PSD
                                                             
Consolidação orçamental
Reforma estrutural dos sistemas públicos
Conter desemprego
Controlar endividamento
Critica falta de componente do crescimento económico no PEC
Critica ataque à despesa social
Critica aumento de impostos
Critica cortes nas pensões
Critica cortes nos apoios sociais, particularmente aos desempregados
Realça a necessidade de alcançar as metas orçamentais previstas no PEC
Defende bases para crescimento económico
                                                          
CDS
                                                                     
Promoção dos sectores que incidem sobre bens transaccionáveis
Controle severo da evolução da dívida pública
Suspensão imediata das grandes obras – TGV e novo aeroporto – e renegociação das parcerias público-privadas
Modificação da política fiscal
Reforma do IRS, evoluindo para um regime mais simples com menos escalões
Extinção e reestruturação de empresas públicas
Limites às remunerações, prémios e indemnizações dos gestores públicos, bem como obrigações claras quanto aos contratos de gestão
Supressão ou reestruturação de institutos públicos, fundações e outras entidades desnecessárias
Extinção dos governos civis
Alteração da política do medicamento: prescrição por denominação comum internacional (DCI) e a unidose
Redução suplementar dos consumos intermédios do Estado, quer nos serviços integrados, quer nos fundos e serviços autónomos
Criação de um programa atractivo de rescisões por mútuo acordo na função pública
Pensões mínimas, sociais e rurais não podem ser actualizadas abaixo da inflação
Estabelecimento de vínculos entre a evolução salarial e a produtividade
Identificar as empresas a privatizar e as expectativas de receitas
Solução para o BPN
Alteração da política de alienação do património do Estado, privilegiando as vendas directas ao mercado
Reformas estruturais nos sectores da justiça, mercado de trabalho e efectiva e sã concorrência
                                                                       
Os Verdes
                                                                     
Promover aumento do poder de compra
Revisão da atribuição de prestações sociais
Apoio às micro, pequenas e médias empresas
Garantir investimento público
Rejeita a privatização de sectores estratégicos como a água, energia e transportes
Garantir o emprego público
Promover a motivação para o emprego por via da qualificação dos trabalhadores e do combate à precariedade laboral
Limitação dos vencimentos dos gestores públicos e a reorganização de departamentos governamentais
Revisão fiscal
Eliminação dos benefícios fiscais para o sector bancário, bem como a tributação real em sede de IRC deste sector
Tributação das mais-valias bolsistas e de transacções financeiras para off-shores
Imposto sobre as grandes fortunas
Tributação mais pesada dos lucros de grandes grupos económicos
                                                                                                      
PCP
                                                                                                        
Promover uma justa redistribuição da riqueza nacional produzida
Aumento dos salários e das pensões e reformas, revertendo os cortes já efectuados
Aumento do salário mínimo nacional para 500 euros, apontando para um objectivo de crescimento para, pelo menos, 600€ em 2013
Aumento das pensões e reformas, designadamente um aumento mínimo para as mais baixas
Defender e reforçar a produção nacional
Promover políticas activas de crédito e fiscais das micro e pequenas empresas
Dinamizar o investimento público
Reforçar o financiamento de autarquias e regiões
Acelerar a aplicação dos fundos comunitários
Acabar com o processo de privatizações anunciado ou em curso
Defender e reforçar os serviços públicos
Combater eficazmente o desemprego
Defender emprego público
Alargar o acesso ao subsídio de desemprego
Combater a precariedade laboral, seja pela forma de contratos a prazo, trabalho temporário, falsos recibos verdes ou outra forma
Política fiscal que aumente a tributação sobre os principais detentores da riqueza
Alargar a base tributária
Combate à economia paralela, fraude e evasão fiscal
Tributação de todas as mais-valias
Novo imposto sobre transacções bolsistas e transferências financeiras para off-shores
Garantir preços e custos de bens e serviços essenciais na banca, seguros, energia, telecomunicações e transportes
Promoção da poupança interna
Medidas de poupança em áreas da despesa pública
Limites às remunerações no sector público, incluindo o sector empresarial do Estado
                                                                        
Bloco de Esquerda
                                                                                                   
Rejeita o recurso aos planos de ajustamento impostos pelo Fundo Europeu com o FMI
Actualização das pensões, considerando a inflação
Rejeita aumento de impostos
Abandono do projecto de privatização de empresas estratégicas ou daquelas que constituem monopólios naturais, como a TAP, a ANA, a REN, os CTT, partes da CP e da CGD
Estratégia de crescimento e emprego
Consolidação orçamental estruturada
Aumento das pensões mais baixas
Combate à precariedade
Fim dos falsos recibos verdes ou do falso trabalho temporário e contratos a prazo
Política de investimento para a criação de emprego
Uma política fiscal que contribua para a tributação efectiva do sistema financeiro
                                                                                                                                  
Pobreza agravou-se em 2010
                                                                                                                                                       
Pedidos de apoio aumentaram 24% em relação ao ano anterior. 2010 foi o pior ano em termos de pobreza em Portugal, revela um comunicado da Assistência Médica Internacional (AMI). Ana Martins, directora de acção social da AMI, diz que os pedidos de apoio aumentaram 24% em relação ao ano anterior. “Estamos a fala de um aumento de três mil pedidos em 2010 face a 200”, diz Ana Martins. As zonas mais atingidas pela pobreza são sobretudo os grandes centros urbanos em Lisboa e no Porto. A maioria das pessoas (69%) que recorre aos centros sociais da AMI está em idade activa entre os 16 e os 65 anos, que “podiam estar – mas não estão – a trabalhar”. Nesta situação encontram-se muitas mulheres desempregadas, mas também está a aumentar o número dos sem abrigo que recorre à Assistência Médica Internacional. Em 2010, mais de 1.800 pessoas bateram à porta da AMI a pedir ajuda, 700 das quais pela primeira vez, o que representa um aumento de 12%.
                                                                                                                    
Conselho de Estado analisa quinta-feira a dissolução do Parlamento
                                                                                                                                     
Nota da Presidência da República não indica que irá haver discussão em torno da demissão do Governo.  O Presidente da República convocou o Conselho de Estado para quinta-feira, às 15h00. A reunião vai realizar-se oito dias depois da demissão do primeiro-ministro e tem por objectivo discutir a dissolução do Parlamento. "O Presidente da República convocou uma reunião do Conselho de Estado para o próximo dia 31 de Março, às 15h00 horas, para os efeitos do artigo 145º, alínea a), primeira parte, da Constituição", lê-se numa nota divulgada no site da Presidência da República. Na alínea a do artigo 145º da Lei Fundamental lê-se: "Pronunciar-se sobre a dissolução da Assembleia da República e das Assembleias Legislativas das regiões autónomas". O chefe de Estado não inclui nas razões para a convocação do Conselho de Estado a alínea b, que pressupõe “pronunciar-se sobre a demissão do Governo”. Isto é, o Conselho de Estado desta quinta-feira prevê uma discussão em torno da dissolução do Parlamento e não sobre a demissão do Executivo socialista. De acordo com a Constituição, o chefe de Estado só poderá dissolver a Assembleia da República - um passo indispensável para a marcação de eleições antecipadas - depois de ouvir os partidos com assento parlamentar e o Conselho de Estado. Esta reunião vai marcar a ‘estreia’ do antigo ministro do CDS-PP Bagão Félix, que foi agora escolhido para integrar a ‘quota’ de membros do Conselho de Estado designados pelo Presidente da República, em substituição do também democrata-cristão Anacoreta Correia.
Continuam a ser conselheiros de Estado por indicação do chefe de Estado João Lobo Antunes, Marcelo Rebelo de Sousa, Leonor Beleza e Vítor Bento. Fazem ainda parte do Conselho de Estado outros cinco membros eleitos pela Assembleia da República: Almeida Santos, Pinto Balsemão, Manuel Alegre, António Capucho e Gomes Canotilho. O Conselho de Estado é ainda constituído por membros que o são por inerência dos cargos que desempenham ou que ocuparam: o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, o primeiro-ministro, José Sócrates, o presidente do Tribunal Constitucional, juiz Conselheiro Rui Moura Ramos, o Provedor de Justiça, juiz Conselheiro Alfredo José de Sousa, os presidentes dos Governos Regionais dos Açores e da Madeira, Carlos César e Alberto João Jardim, e os ex-Presidentes da República, Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio.
                                                                                                                       
Lula da Silva diz que "o FMI não é solução" para Portugal
                                                                                                                      
Quanto à eventual compra de dívida soberana portuguesa por parte do Brasil, Lula da Silva deu a entender que esse será um ponto na agenda da nova Presidente brasileira, Dilma Rousseff. O ex-presidente brasileiro Lula da Silva afirmou hoje que o Fundo Monetário Internacional (FMI) “não é solução" para resolver os problemas económicos de Portugal.  Lula da Silva falava aos jornalistas à margem de um jantar informal com o primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, que está a decorrer num restaurante em Lisboa. Quanto à eventual compra de dívida soberana portuguesa por parte do Brasil, Lula da Silva deu a entender que esse será um ponto na agenda da nova Presidente brasileira, Dilma Rousseff, que inicia amanhã uma visita oficial a Portugal. “Eu acho que tudo o que nós pudéssemos fazer para ajudar Portugal deveríamos fazer. Acho que Portugal merece essa compreensão do Brasil”, disse Lula da Silva. O primeiro-ministro José Sócrates não quis falar muito de questões internas, disse apenas que o que Portugal precisa é da confiança dos mercados para resolver os seus problemas internos.