Liberdade e o Direito de Expressão

Neste blog praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão, próprios de Sociedades Avançadas !

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

FELIZ ANO NOVO



"Jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos"


Inédito: Hotelaria encerrada durante Reveillon

Muitos hotéis fechados no Algarve

Apesar de no fim de ano se esperarem mais visitantes do que em 2008, muitas unidades hoteleiras decidiram este ano encerrar.

É inédito, e pela primeira vez acontece: muitos hotéis e aldeamentos turísticos no Algarve optaram este ano por encerrar durante o Inverno, apesar de o fim de ano estar à porta e de se prever que atraia mais visitantes do que em 2008, segundo se lê na publicidade divulgada.
O encerramento de alguns pequenos hotéis é comum em época baixa devido à diminuição da procura, mas desta vez atingiu uma dimensão superior ao normal, diz o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve.
As previsões apontam, contudo, para um aumento da ocupação hoteleira no fim de ano, que deverá ter mais pessoas do que no ano passado, sobretudo portugueses, afirmou Elidérico Viegas. "Em períodos de crise, os portugueses optam por ficar no País e não viajar para o exterior, tendência que se tem verificado todo o ano e que deverá verificar-se também no fim de ano", argumentou.
O facto de o réveillon se comemorar numa data próxima do fim--de-semana também permitirá a quem se desloque à região permanecer mais dias que o habitual, acrescentou o empresário. Segundo Elidérico Viegas, as zonas mais afectadas são Albufeira, Vilamoura, Portimão e Alvor, que concentram 80% da oferta turística do Algarve.

Mau tempo continua

Inundações e quedas de árvores

A Protecção Civil registou 250 ocorrências no Algarve durante o alerta amarelo.

O Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro registou 250 ocorrências devido ao mau tempo durante o período do alerta amarelo, na sua maioria devido a inundações e quedas de árvores, disse fonte da Protecção Civil.
"Foram registadas no distrito (de Faro), durante o período do alerta amarelo, entre as 22:00 terça-feira e as 14:00 de ontem, 250 ocorrências, 76 inundações, oito deslizamento de terras, 93 quedas de árvores, 30 quedas de estruturas, oito quedas de cabos eléctricos, oito desabamentos, 11 acidentes rodoviários e 16 patrulhamentos", disse à Lusa o comandante do CDOS, Vaz Pinto.
Vaz Pinto precisou que "foram afectados todos os concelhos", mas frisou que "a noite passada não foi muito problemática, tendo havido apenas 20 ocorrências".

Vendaval sobre a Ria Formosa

Aeroporto de Faro inundado
Painéis electrónicos de informação sobre o movimento de aviões deixaram de funcionar.

Ontem de manhã, o aeroporto internacional de Faro ficou parcialmente inundado, o que levou ao cancelamento do tráfico aéreo.
O temporal que se fez sentir perto das 11h30 e que durou mais de meia hora, conduziu ao encerramento de várias ruas nas imediações do aeroporto, local onde caíram diversos painéis publicitários.
Dentro do aeroporto os painéis de informação sobre a partida e chegada de voos avariaram e alguns voos foram cancelados. Dezenas de passageiros encontram-se dentro do recinto à espera de informações e soluções, que tardaram em chegar.

Crimes contra estrangeiros não param, no Allgarve

Padre holandês atacado a dormir

Segundo o 'Correio da Manhã', a vítima foi assaltada numa vivenda em Albufeira, e ficou sem anel e dois telemóveis.

Quando sentiu um cobertor a ser-lhe lançado sobre a cabeça e a força de umas mãos a apertarem-lhe o pescoço, o pânico instalou-se no espírito do padre holandês Willem Van Der Kooij. O pastor protestante, 67 anos, foi atacado enquanto dormia, pelas 04h00 de ontem, na vivenda número 13 da rua Júlio Dinis, na zona da Oura, Albufeira, por pelo menos dois homens que lhe roubaram um anel e dois telemóveis, tudo avaliado em cerca de 1100 euros. É a última vítima estrangeira de sequestro e roubo violento em casas do Algarve.
'Depois de o terem tentado estrangular, os ladrões começaram a bater-lhe na cabeça com uma frigideira que foram buscar à cozinha, para o obrigar a dizer onde tinha o dinheiro. Com as pancadas, perdeu a consciência e deve ter sido nessa altura que lhe arrancaram o anel do dedo', diz ao CM Jonh Waagenaar, um amigo da vítima e em cuja casa, em Armação de Pêra, o padre estava ontem a recuperar.
O alerta para o crime foi dado pelo próprio padre que, ao recuperar os sentidos – e após perceber que lhe tinham roubado os telemóveis, que tinha deixado na sala –, saiu de casa e conseguiu chegar à avenida Sá Carneiro, onde, cerca das 05h00, encontrou uma patrulha da GNR, a quem pediu ajuda.
Com a cabeça a sangrar abundantemente devido aos vários golpes, o sacerdote, em choque, foi levado ao Centro de Saúde de Albufeira, onde recebeu tratamento e de onde teve alta ainda de manhã. Segundo o amigo, 'um dos ferimentos é bastante profundo e teve de ser suturado com cinco pontos. Ele tem a cabeça toda ligada '.
No relato que fez do sucedido, a vítima referiu estar convencida de que eram apenas dois assaltantes. Não os conseguiu ver bem, mas ouviu-lhes as vozes. Por três vezes, em inglês, exigiram ‘money’. Terão sido essas as suas únicas palavras. O caso está entregue ao Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Albufeira, que recolheu indícios. Ontem ainda não havia suspeitos.
Violência continua
Os recentes assaltos violentos a estrangeiros no Algarve, em vivendas, estão a suscitar preocupação, tendo as autoridades britânicas subido, em Setembro, o nível de alerta para a criminalidade em Portugal. Tal como o CM noticiou, um casal alemão, de 66 e 67 anos, foi agredido, sequestrado e roubado em casa, na Quinta de Santo André, Loulé, por quatro homens encapuzados, na madrugada de 7 de Dezembro.
A 31 de Outubro, foi assaltado um casal suíço, na Quinta Rejan, em Almancil. A mulher, de 77 anos, foi violada. Tratou-se do caso mais violento registado na zona. No mesmo mês, quatro homens assaltaram uma vivenda na Goncinha, Loulé, e ameaçaram cortar os dedos à proprietária. E em Alvor, a 22 de Setembro, um casal inglês foi algemado e roubado por três homens, dois dos quais já foram detidos.



segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O insólito de 2009

As notícias mais estranhas do ano

O ano que está a terminar ficou marcado por inúmeros acontecimentos insólitos. Esta é uma pequena amostra escolhida pela AFP.


Desde o padre, que defendeu os direitos dos pobres roubarem nos hipermercados, à corrida às réplicas da catedral de Milão, como aquela que partiu o nariz e dois dentes a Silvio Berlusconi, passando pelos rumores sobre Britney Spears, nos últimos doze meses não faltaram notícias de fazer arregalar os olhos. Eis uma amostra das histórias mais surpreendentes deste ano.

Itália
Disparam vendas da estatueta atirada a Berlusconi

As vendas de pequenas réplicas da catedral de Milão como aquela que foi atirada contra Silvio Berlusconi dispararam na capital da Lombardia logo a seguir à agressão. "Estão a sair muito bem. Já vendi mais de 20 quando antes vendia em média umas 12 ou 13", disse Andrea Brachi, dono de uma banca de lembranças na praça da catedral de Milão. "As vendas aumentaram de tal maneira que o modelo que feriu Berlusconi esgotou", garantiu um dos seus concorrentes.

Reino Unido
Um padre favorável ao roubo das montra


Um pastor anglicano defendeu o roubo de produtos desde que os ladrões sejam pessoas desfavorecidas e se fiquem pelas grandes superfícies. O padre Tim Jones, da paróquia de Saint Lawrence e Saint Hilda, em York, cidade do Norte de Inglaterra, pensa que essa prática "é preferível à prostituição, às agressões e ao roubo violento". "Dado que, enquanto sociedade, nós deixamos os mais vulneráveis cair numa situação terrível, eu preferiria que as pessoas roubassem um pacote de massa de 90 cêntimos em vez de fazerem outras coisas monstruosas", afirmou à BBC.

EUA
Britney Spears comia esquilo

A cantora americana Britney Spears vingou-se dos jornais que enchem páginas com histórias da sua vida ao publicar no seu site uma lista com 75 notícias mais ridículas publicadas sobre ela em 2009. Um tablóide inglês revelou que a família da estrela tinha o hábito de comer carne de esquilo durante as viagens de caravana na sua infância. Um outro artigo afirma que a vedeta pediu que montassem um varão de striptease na suite do hotel para a ajudar a manter-se em forma. "Britney adora dançar no varão", garantiu uma fonte anónima.

França
Roubar anjos do cemitério é remédio contra a solidão

Roubar estátuas de anjos para matar a solidão: era este o remédio da cinquentenária que há três anos saqueava os cemitérios dos arredores de Mulhouse, cidade do Leste de França. Inquirida sobre os seus motivos, a mulher explicou à polícia que os anjos "a acompanhavam na solidão". Uma busca à sua casa permitiu recuperar mais de uma centena de objectos roubados dos cemitérios, na sua maioria estátuas de anjos, mas também arranjos florais, placas de mármore e velas de cera.

EUA
"Não beijem os sapos", avisam veterinários

A Associação Americana de Médicos Veterinários avisou ontem a população para não
beijar os sapos porque os batráquios podem transmitir salmonelas. O alerta surgiu numa altura em que está a chegar aos cinemas o filme da Disney A Princesa e o Sapo. "Os sapos, como todos os anfíbios e répteis, podem infectar os humanos com salmonelas", garantiu a associação. "Lembramos o público que uma relação pouco apropriada com um anfíbio, como é a troca de um beijo, pode resultar numa grave doença, mais do que um príncipe", acrescentou.SuíçaUm minarete na chaminé em sinal de protesto
Um suíço colocou um minarete na chaminé do edifício da sua empresa, localizada nos arredores de Lausana, para protestar contra o referendo que proibiu a construção desses monumentos no território da Confederação Helvética. "É escandaloso que os suíços tenham votado pela proibição. Por causa disso, recebemos o apoio de todos os partidos de extrema-direita. É uma vergonha", explicou Guillaume Morand, que dirige uma cadeia de sapatarias. O seu minarete é muito parecido com um verdadeiro, com uma base de pedras brancas, uma torre de plástico (PVC) com janelas em arco e um tecto de madeira com uma cruz dourada.

Suécia
Militares suecas lutam pelo soutien

A Suécia, um país avançado no que à paridade diz respeito, "negligencia" as mulheres na tropa. Enquanto o exército dá aos homens roupa interior apropriada, as suecas que cumprem o serviço militar têm de comprar os seus sutiãs - que não estão pensados para as tarefas militares - nas lojas. "Eles não são adaptados nem para situações de combate nem em caso de incêndio e desprendem-se com muita facilidade", lamentou o Conselho dos Conscritos num comunicado em que apelou à produção de sutiãs de combate.

Arábia Saudita
A moral não pára à frente dos carros

A Arábia Saudita proibiu as matrículas com letras em árabe cuja combinação forma palavras obscenas no alfabeto romano. As matrículas sauditas têm normalmente três letras do alfabeto árabe e três números, mas aos automobilistas afixam também versões com caracteres romano, que resultam em palavras como "sex" (sexo), "ass" (rabo) ou "nut" (maluco). Também são alvo de censura as matrículas com as palavras "bad" (mau) e "bar", palavra que evoca álcool, que também é estritamente proibido naquela monarquia ultraconservadora.

Crónica de Fim d'Ano

Será o Amor como o era antes?

Por vezes dou por mim a pensar que os relacionamentos nestes tempos – de consumo - têm muito de marketing… Como os produtos, parece haver relacionamentos para todos os fins e objectivos. Parece haver pessoas que, como alguns produtos, não abandonaremos, parece haver pessoas que servem um determinado objectivo.

Do “one-night-stand” ao namoro, do “amigo colorido” ao casamento, os relacionamentos de hoje em dia são variados, podem evoluir para coisas mais profundas, podem ficar apenas por umas horas bem (ou mal) passadas. Podem ser profundíssimas e acabar. Uma das motivações mais profundas no ser humano é amar e ser amado. Não é preciso um psicólogo dizer isto. Afinal, em alguma altura da nossa vida, estivemos apaixonados por alguém. Ou ansiamos encontrar esse alguém que nos ponha a cabeça a andar à roda e que preferencialmente sinta a mesma coisa.

Não sou daqueles que diz que antes era mais fácil. A questão é que nos nossos tempos – de consumo – a escolha também é maior, assim como a concorrência. Por outro lado, numa sociedade cada vez mais individualista, não estamos facilmente abertos a aceitar pequenas grandes diferenças – os chamados defeitos. A margem de manobra que nos damos a nós próprios para aceitar a diferença alheia parece ser menor que noutros tempos. Em algumas situações, ainda bem que assim é. Noutras, nem por isso.

O corre-corre do dia a dia parece também afectar esta coisa dos relacionamentos. Por vezes é difícil ou mesmo impossível mostrarmo-nos como somos. Logo à partida, andamos todos muito defensivos, com medo de espantar a “caça”. Ou então, escolhemos tanto que acabamos uns anos depois a realizar verdadeiros saldos de nós próprios. Nem uma coisa nem outra é boa. Numa e noutra desponta, mais cedo ou mais tarde, a insegurança de viver num mercado relacional por vezes muito agressivo. Isto para não falar dos milhentos casos de pessoas que se mantêm num relacionamento por medo da solidão. Não são assim tão poucos como possa parecer à primeira vista.

Curiosamente – ou talvez não – a capa desta edição mostra um homem autómato e uma mulher de carne e osso. As interpretações possíveis devem ser pelo menos tantas quantos os leitores da revista: O homem a quem nada era exigido e agora tudo é exigido, qual autómato; a mulher que cada vez tem mais poder (ainda bem!) nesta coisa dos relacionamentos; o cyber-relacionamento: hoje temos paixões e relacionamentos virtuais, pela Internet, mais dia menos dia surgem os robots, com aquela personalidade, peso, medidas, cor de cabelo e tamanho de sutiã que corresponde ao nosso ideal… Isso seria dramático…

Seria dramático porque mesmo com todas as dificuldades, características de relacionamentos, desilusões, traições, defeitos, fins e recomeços, esta coisa dos relacionamentos é fulcral no nosso desenvolvimento. Aprendemos sempre algo num relacionamento e até mesmo no não-começo de um relacionamento. Se calhar aprendemos que não é boa ideia falar de relacionamentos anteriores no primeiro encontro com alguém; que a pessoa pode não ter aquele peito idealizado, mas que a forma como sorri é muito mais sensual; aprendemos essencialmente sobre nós.

Isto dos relacionamentos não é fácil. Não é fácil começar um, não é fácil mantê-lo quando a paixão se esbate, não é fácil acabar outro, não é fácil chegar ao ponto ideal de partilha individual e respeito pela diferença que permite um relacionamento saudável e satisfatório para as duas pessoas. Mas desistir é pior, mais destrutivo. Às vezes é preciso mesmo reiventar a relação que temos em determinado momento. Não nos esqueçamos que, da mesmo forma que não vemos os defeitos e diferenças, apenas só coisas boas no outro no inicio duma relação, quando ficamos com dúvidas tendemos a ver só as coisas negativas. Desistir é o mais fácil. Corrigir, dialogar, reinventar o relacionamento é o mais difícil. Mas pode ser também o mais proveitoso. Isto porque, como as empresas de sucesso, os grandes relacionamentos adaptam-se e inovam, não se rendem às circunstâncias, se o seu “produto” – essa terceira entidade que existe numa relação entre duas pessoas – for de qualidade e passível de ser melhorada.

Victor Silva

Entrevista interessante

«Presidente tem poder efectivo e tem de o exercer»

Em entrevista ao Diário de Notícias, o editor, banqueiro, monárquico de afeição mas social democrata por opção, Paulo Teixeira Pinto fala, nas entrelinhas, do conflito entre Belém e São Bento.

Paulo Teixeira Pinto trocou a política pelos livros, mas não deixou de estar atento à actualidade. Como defensor da monarquia, está à vontade para abordar, entrelinhas, o conflito entre o Presidente da República e o primeiro-ministro.
«Portugal vive de acordo com um sistema semi-presidencial, o que significa que o Presidente não é uma figura meramente tutelar, mas que tem poder efectivo. Não sendo apenas o símbolo de representação da chefia do Estado - é mais que um símbolo titular do poder -, tem de o exercer», disse, em entrevista ao DN.
«E, genericamente, devo dizer - sendo impossível concordar com todos - que, desde 1976, Portugal teve presidentes da República eleitos e que no geral todos representaram bem e dignificaram o Estado português», acrescentou.
No entanto, Paulo Teixeira Pinto admite que «não estávamos acostumados a ver na praça pública» esta crispação entre Belém e São Bento, dispensando mais comentários.
Comparando com a monarquia, o editor afirmou que «os reis não é suposto terem juízos ou avaliações políticas». «Os reis não são parte do sistema político porque estão por cima dos agentes políticos, daí não é suposto serem motivo de disputa ou protagonistas da dialéctica política», defendeu.
Para Paulo Teixeira Pinto, a política nacional está «mais degradada»: «Penso que tem havido uma espécie de inconsciência de alguns protagonismos políticos e, de certa forma, até do modo como fazem a sua comunicação. Nenhuma adversidade ou guerra política justificam uma forma de desrespeito formal e de educação entre as pessoas!»
«Aquilo que me preocupa hoje e que me choca, quando leio à distância e sigo alguma da chamada guerra política, é, antes de saber do argumento ou da razão de cada um, a adjectivação usada para defender cada posição. E quando os adjectivos ocupam o lugar dos substantivos, é porque há pouca coisa a dizer e muito a gritar», concluiu.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Crónica de Domingo

Comemorar o quê?

2009: Um ano para esquecer. Agora é necessário paciência, coragem e, acima de tudo, um pouco de firmeza acreditando nos nossos ideais.

Dentro de algumas horas, a turba alienada vai dar reflexos às suas emoções consumistas e comemorar mais um "Reveillon". Mas comemorar o quê?
Contráriamente ao costume nas minhas crónicas, hoje debruço-me um pouco sobre mim. Peço desculpa pelo intimismo, mas penitencio-me, pelo ano que agora finda, ao jeito de reflexão-antídoto para 2010.
O ano que agora vai terminar, foi verdadeiramente igual àquele que SAR Elizabeth II denominou em 1985, de “annus horribilis”. E tinha razão.
Tal como a grande parte dos portugueses, sinto-me apático em relação à maioria das coisas. É assim que me sinto. É assim que eu vejo os outros. Por isso, sei que estou bem de “saúde mental”. Sofremos todos os efeitos de uma metamorfose tão grande neste último ano que, sinceramente, não me reconheço mais nesse País. Ligam-me a ele apenas os laços da terra, os cheiros e as cores, o mar, as serras e um punhado de Amigos que ficaram no coração. Uma portugalidade que receio, tende a desaparecer.
Como já mencionei aqui algumas vezes, nunca fui pessoa de dar grande importância ao dinheiro. Mea-culpa de má aprendizagem. Serve para gastar, comer, viver e pagar os funerais quando a Segurança Social falir. Dessa forma de “estar na vida”, muito e bem, se aproveitou sem escrúpulos uma denominada “boa gente”... Mas não curto esse tipo de gente desonesta, hipócrita e falsa como a maioria dos empresários e classe política que conheci, e trabalhei, durante os últimos anos da minha permanência no Algarve. Os poucos bons, confirmam a regra. Por isso sempre afirmei que a Terra Sulina era um paraíso para os paraquedistas e para os vigaristas. Isso, hoje vê-se e sente-se mais do que nunca. Porque nada têm a ver os “indígenas” que aí vivem hoje, com as gentes dos anos 60 e 70 que conheci. Fiquei sempre à espera que tudo mudasse um dia, que fosse fruto da tal consagrada “crise à portuguesa”, reflexos de um PREC cuja miséria nunca mais terminará. E cansei-me. Comecei à algum tempo a dizer claramente as verdades e a sofrer as suas consequências. Isso foi uma das principais mudanças cristalizadas neste ano, que ferveu e deitou por fora. Aprendi a não ter vergonha nem medo de falar a verdade e de a divulgar.
Antes, ainda receava admitir muitas coisas. Medo de falar, de escrever, mostrar o que sentia. De mandar um conhecido à fava, ou um idiota à m... Agora não. Se tiver que falar, falo, escrevo e deixo preto no branco. Quem não gostar do preto, fique-se pelo branco, não leia. Se não quiser perdoar, não perdoo. E assim as coisas vão seguindo desde as verdades às mentiras. Enganarem-me mais, os(as) mesmos(as), isso não. Tudo o que me fez falta, aprendi a aproveitar até ao ultimo momento, mesmo quando começa a ficar tarde e a verdade urge ser reposta no meu espírito.
Engoli tanta coisa que me desceu seco pela garganta, arranhando o meu palato mole até ás goelas, que resolvi cuidar um pouco mais da minha vida. Pensar em como eu poderei ficar no fim de uma situação ou de um confronto de ideias, sem ter medo de errar e sem ter medo de agir injustamente. Hoje sei mais de mim mesmo do que dos outros. Mas uma coisa não mudarei: penso mais nos outros do que em mim próprio.
Agora não estranho o meu corpo. Dizem que estou mais forte. Mas é mentira, apenas talvez no interior, porque no aspecto até de “mais elegante” me chamam. Atribuo isso à generosidade e à enorme mudança que a minha vida sofreu desde que saí de Portugal, em Outubro passado. O corpo o sente. E ainda só lá vão três meses. Que se dane. Nunca é tarde p’ra recomeçar. No ano que vem, não mudarei nada, e continuarei igual a mim próprio. Da pureza aos vícios.
Recentemente, ao analisar o exemplo e percurso de vida de uma amiga fez-me crer um pouco mais, ter um pouco mais de fé no começo deste novo ano. O que implorei p’ra não acontecer no passado, aconteceu, mas na verdade, apenas o inevitável foi adiado. Mas ao menos, foi bem mais indolor do que teria sido antes. Adiar às vezes faz bem; ter fé, também.
Quando me falam da inexistência do amor e do desapego, essa parte não gosto. Mas tenho mais medo das falsas amizades. Daquelas que se servem de nós para gerir os seus interesses, e depois de servidas ficam mais ocupadas que antes. Não acreditar em amor também dói, estropia a alma. Viver pelo desapego faz mal. Isso eu vou querer mudar. Acreditar no amor mais uma vez, será uma boa escolha para o novo ano, mas o medo domina-me, e o meu lado Sátiro está muito mais afiado que antes, do que nunca esteve. Mas sei que isso trará consequências péssimas. Sei que o amor da minha vida pode ter passado ao meu lado e eu sem o ver… É isso, e estou consciente. Comemorar o quê? Ainda não sei como acabará o meu ano velho, mas sei muito bem como eu quero que ele termine e como desejo que o outro comece: com paz, saúde e trabalho.
Os amigos – verdadeiros – estarão sempre comigo. Na alma, no peito, na lembrança e na afeição. Seguros e guardados a sete chaves. Não serão areia que escorre entre os dedos… A gente se agacha, pega em mais um punhado, segura firme… Mas são outros grãos, serão uns iguais aos outros, iguais aos que escorreram, e ficaram pelo caminho. Hoje, descansa já um sentimento enraizado dentro de mim solidificado em tantas desilusões. Agora não dá para colocá-las em risco, de reeditálas, se não morre-se de vez. É melhor preservar o que ficou, para ficarem aqui guardadas pra sempre. No fim de contas, só Deus sabe se os grãos serão os mesmos… É necessário paciência, coragem e, acima de tudo, um pouco de firmeza, acreditando em nós e nos nossos ideais.
Uma dose de vinho semi seco também é bem vinda, mas do futuro, nada sei… Areia que voa com o vento, cega. Há ocasiões que nós precisamos mais de terra do que de areia. Eu sou apenas um grão.
Ósculos e amplexos… Um pouco de frustração e complexos também.
Bom Ano!

Carlos Ferreira

sábado, 26 de dezembro de 2009

Fim de Semana

Eles ainda andam por aí...

Novas descobertas de fósseis de dinossauros comprovam a teoria de que, embora extintos, eles encontram-se presentes na natureza por meio dos seus descendentes – as aves.

Os dinossauros foram extintos há 65 milhões de anos, mas as descobertas dos seus fósseis reafirmam a tese de que, por caprichos da evolução, eles continuam presentes entre nós na forma dos seus descendentes – as aves. Um estudo divulgado na semana passada sobre o fóssil de uma espécie de dinossauro até hoje desconhecida, o Tawa hallae, encontrado em 2006 em escavações no estado americano do Novo México, comprova essa tese. Com 213 milhões de anos, o Tawa hallae é um dos mais antigos fósseis de dinossauro já descobertos. A prova do seu parentesco com as aves são os ossos ocos, que tornam o seu esqueleto mais leve e facilitam o voo, além do pescoço alongado em forma de S.
A ideia de que os dinossauros e as aves modernas têm um ancestral comum foi proposta pelo biólogo inglês Thomas Huxley em 1868 e, desde então, tornou-se foco permanente de debate entre os cientistas. Para chegar a essa conclusão, Huxley analisou um fóssil de ave, encontrado em 1861 na Alemanha, que tinha características comuns com os dinossauros, o Archaeop--teryx. A cauda longa e ossuda, os dentes e as garras aproximavam-no dos dinossauros, enquanto as penas e a presença da fúrcula (o osso da sorte) remetiam para a características das aves modernas. O Archaeop-teryx viveu há aproximadamente 140 milhões de anos.

Leveza ancestral

Representação do Tawa hallae, espécie de 213 milhões de anos encontrada nos Estados Unidos: como as aves, ele tinha os ossos ocos, o que diminui o peso do esqueleto, e pescoço em forma de S

A teoria de Huxley ampara-se na teoria da evolução de Darwin, segundo a qual as espécies sofrem mutações aleatórias que, eventualmente, podem originar novas espécies. Os arcossauros, grandes répteis quadrúpedes que surgiram no começo da Era Mesozoica, há 250 milhões de anos, teriam-se diversificado, originando novas linhagens. Uma delas resultou nos crocodilos e jacarés. Outra linhagem deu origem aos dinossauros e, entre eles, os terópodes, o grupo que estaria na ascendência das aves. As penas são óptimos indicadores do parentesco entre os dinossauros e as aves. Em ambas as espécies, as penas assimétricas são as que possibilitam o voo e as simétricas as que cobrem somente o corpo. Acredita-se que, nos dinossauros, as penas serviam primeiramente para exibições em disputas territoriais e rituais de acasalamento. Além disso, actuavam como abrigos térmicos – uma adaptação evolutiva para conservar o calor do corpo. Só posteriormente os dinossauros passaram a usar as penas para voar. Em 2002, foi descoberto na China o Microraptor, o primeiro dinossauro que apresentava evidências de que a espécie era capaz de voar. Tinha penas assimétricas e quatro asas, mas supõe-se que ele voava planando. "Enquanto as penas das patas dianteiras do Microraptor foram crescendo com a evolução, as das patas traseiras foram-se reduzindo até desaparecer", diz o paleontólogo Max Langer, da Universidade de Yale.
Charada resolvida

Anchiornis: a descoberta do seu fóssil, na China, há três meses, elucidou um mistério. Todos os fósseis de dinossauros com penas encontrados até hoje tinham 80 milhões de anos. Com 150 milhões de anos, ele é a prova que faltava de que os dinossauros emplumados surgiram muito antes dos pássaros.
Os cientistas já comprovaram também afinidades de comportamento entre dinossauros e aves, como o instinto para cuidar dos filhotes e organizarem-se socialmente para chocar os ovos. Em 1995, no Deserto de Gobi, na Mongólia, cientistas americanos acharam o fóssil de um Oviraptor de 80 milhões de anos. As suas pernas estavam dobradas atrás do corpo e os seus braços envolviam os ovos. Os pesquisadores acreditam que o animal tenha sido morto repentinamente por uma tempestade de areia e que o seu gesto era uma tentativa de proteger os ovos. No fim de 1998, na Patagónia, Argentina, foram encontrados fósseis de milhares de ovos de dinossauro espalhados por diferentes profundidades numa área de 1 quilómetro quadrado. Supõe-se que todos os anos eles se reuniam na mesma localidade para desovar.
Em setembro deste ano, a equipe do paleontólogo chinês Xu Xing desenterrou, no nordeste do seu país, o fóssil de um dinossauro com penas que ajuda a elucidar um mistério. Todos os fósseis de dinossauro com penas encontrados até hoje têm até 80 milhões de anos, ou seja, viveram há muito menos tempo do que o Archaeop-teryx, a primeira ave de que se tem registo. Isso induziria à hipótese disparatada de que o Archaeop-teryx seria anterior aos seus próprios ancestrais. A descoberta do Anchiornis, na China, mudou tudo. Com no mínimo 150 milhões de anos de idade, ele confirma a tese de que os dinossauros emplumados surgiram muito antes dos pássaros. "Com o Anchiornis, aproximadamente 10 milhões de anos mais velho que a primeira ave, o problema da lacuna de tempo foi finalmente resolvido", diz o paleontólogo Alexander Kellner, do Museu Nacional da Universidade de Yale. Para uma espécie extinta, os dinossauros permanecem bem presentes no planeta.

Pequeno e feroz

Raptorex: em 50 milhões de anos de evolução, só mudou o tamanho

Um dos mais relevantes fósseis de dinossauro descobertos recentemente é o do Raptorex, o ancestral do feroz Tyrannosaurus rex, o T-rex, popularizado pelo cinema como o maior dos predadores de sua espécie. Para surpresa dos paleontólogos, o Raptorex tem exactamente as mesmas características de seu neto que viveu 50 milhões de anos depois – braços curtos, pernas musculosas e aptas para correr, mandíbulas poderosas e olfacto bem desenvolvido. Tinha, porém, um quinto do seu tamanho. A descoberta fez cair por terra a ideia estabelecida de que as características do T-rex evoluíram ao longo do tempo. Ele apenas cresceu. O fóssil foi descoberto por Paul Sereno, um dos maiores paleontólogos da actualidade, e está 95% completo – falta-lhe apenas um pedaço da cauda. "Só neste ano, 45 novos dinossauros já foram identificados. Acho que a descoberta do Raptorex foi uma das mais importantes, pois revela muito sobre a trajetória dos tiranossauros", disse Sereno na Science and Nature. Os cientistas acreditam que, no período transcorrido entre o reinado do avô e o do neto, muitos tiranossauros de tamanho intermédio habitaram a Terra. Para reagrupar a família, será preciso descobrir novos fósseis.
Moura y Castro

Fonte: Science and Nature

Fogo em Loulé

Casa arde na noite de Natal

Chamas destruíram por completo a habitação, cujos desalojados foram recebidos em casa de familiares.

Um incêndio que deflagrou na madrugada desta sexta-feira, em Loulé, destruiu por completo a habitação de uma família.
Uma das residentes explicou que o fogo poderá ter começado com duas crianças que brincavam com um isqueiro e tentavam acender velas. «Quando vi já tudo ardia», disse.
As chamas lavraram durante meia-hora, o que levou à destruição completa da residência. Os habitantes ainda tentaram combater o fogo, mas só com a chegada dos bombeiros as chamas foram extintas.
Cinco pessoas ficaram desalojadas e vão agora passar o período de festas em casa de familiares.

Mensagem de Natal do PM

Sócrates encara 2010 com optimismo

O Primeiro-Ministro anunciou na sua tradicional mensagem de Natal «esperança» e «solidariedade».

O primeiro-ministro manifestou esperança que 2010 seja ano de recuperação económica.
«Os portugueses sabem que podem contar, da minha parte, com confiança, energia e determinação na resolução dos problemas do país. É com este espírito e com esta atitude que encaro o ano de 2010», declarou. «Esperança» e «solidariedade» foram as palavras mais vezes usadas por José Sócrates.
O PM referiu que 2009 «ficou marcado em Portugal, como, de resto, em todos os países do mundo, pelos efeitos da maior crise económica e financeira dos últimos 80 anos».
«Este foi, portanto, um ano de grande exigência para todos, famílias, trabalhadores e empresas. Mas com a intervenção do Estado, no momento certo, foi possível estabilizar o nosso sistema financeiro, apoiar as famílias, apoiar as empresas, estimular a economia», sustentou.
Sócrates advertiu que esta conjuntura de «crise económica mundial persiste», mas «há agora sinais claros de que estamos a retomar lentamente um caminho de recuperação». «Temos, porém, ainda muito trabalho pela frente. Precisamos de investimento público que crie emprego», defendeu. «Precisamos de investir nos domínios que são essenciais à modernização do nosso país: as infra-estruturas de transportes e comunicações, as escolas, os hospitais, as barragens, as energias renováveis. Precisamos de continuar a apoiar as nossas empresas, com particular atenção às pequenas e médias empresas, às empresas exportadoras, às empresas criadoras de emprego», acrescentou.
Neste capítulo, o PM assegurou que o seu Governo irá «continuar a apostar na qualificação dos portugueses, estendendo a escola para todos até ao 12.º ano, promovendo a frequência do Ensino Superior, apostando no Ensino Profissional e no programa Novas Oportunidades, que já tem mais de um milhão de inscritos».
«A esperança num ano de 2010 com crescimento da economia e do emprego tem uma razão de ser: é a confiança nas capacidades dos portugueses. Esta é a nossa responsabilidade: estar à altura dos desafios dos tempos exigentes que atravessamos», afirmou.
Sócrates falou também de «fraternidade» e «solidariedade», dizendo que «ser solidário é apoiar mais quem mais precisa. E é isso que temos procurado fazer, aumentando as pensões mais baixas, alargando a protecção no desemprego, atribuindo bolsas para a frequência do Ensino Secundário aos alunos mais carenciados, e, designadamente, aumentando mais uma vez, de forma significativa, o valor do salário mínimo. Mas ser solidário é também apoiar as famílias. E por isso temos feito subir o valor do abono de família e temos em curso o maior programa de sempre de investimento em creches, para ajudar as jovens famílias a cuidar dos seus filhos», advogou.
Na parte final da sua mensagem, Sócrates lamentou os danos causados pelas recentes intempéries: «Quero também dirigir uma palavra de solidariedade e de apoio aos que foram afectados pelas recentes intempéries. Quero garantir-lhes que o Governo usará todos os instrumentos para os ajudar a superar as dificuldades e para retomar a actividade económica nas zonas mais afectadas.»
José Sócrates defendeu que 2009 foi um ano «de afirmação de Portugal no mundo»: «No passado dia 1 de Dezembro entrou em vigor o novo Tratado da União Europeia, o Tratado de Lisboa. O nome da capital de Portugal ficará, a partir de agora, associado à construção de uma Europa mais forte e mais capaz de se afirmar no mundo para defender os valores da paz, do desenvolvimento, da coesão e da democracia.»
Neste contexto, o PM salientou o seu «profundo reconhecimento» em relação aos militares portugueses em missões de paz no estrangeiro, dizendo «que, com a sua acção, têm dado um contributo ímpar para a afirmação de Portugal no mundo». Sócrates deixou ainda «uma palavra especial de saudação aos nossos compatriotas espalhados pelos vários cantos do mundo».

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

BOAS FESTAS






























Juntos, com todos os Amigos e leitores, do AR
A dividir, partilhar, participar, integrar
Caminhando lado a lado

Juntos na ousadia de sonhar
Que é possível um Mundo melhor
Transformando sonhos em realidades


Juntos, na certeza e na dúvida
No desafio do novo
Na arte de ensinar


Juntos, na vontade de aprender
Na coragem de recomeçar
Na certeza de que a vida se renova


Juntos ainda, apostando em projectos
Por um Mundo mais justo
Com iguais oportunidades para novos e velhos


Juntos, onde caiba a cada um o trabalho e o pão
Onde a alegria esteja no sorriso das crianças
E a Paz desarme todos os corações


Juntos na certeza de que sozinhos nada somos
E de que somente o amor e a amizade é capaz
E pode transformar a humanidade


Você, leitor - é o nosso presente
Por nos lêr e ajudar
A construir um futuro melhor.


Feliz Natal e um Novo Ano mais próspero !

Macário começou a usar "marca"

Bombeiros admitem greve em Faro

Fernando Curto afirmou que, se o presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, não rever a constituição da força operacional que agrupa bombeiros municipais e voluntários, a ANBP e o SNBP irão tomar medidas que podem passar pelo recurso à greve.

A Associação e o Sindicato Nacionais de Bombeiros Profissionais (ANBP/SNBP) voltaram a questionar a legalidade da Força Operacional Conjunta dos Bombeiros de Faro (Focon), numa reunião com os deputados municipais do PSD, disse ontem o presidente da ANBP.
A Associação e o Sindicato consideram que a Focon "está a funcionar ilegalmente" porque Macário Correia nomeou o responsável máximo dos bombeiros voluntários, Aníbal Silveira, como comandante operacional municipal e "a lei estipula que essa tarefa cabe aos bombeiros profissionais". "Ou o presidente da Câmara entende que é necessário reorganizar e repensar a situação numa perspectiva de cumprimento da lei, com o comando operacional a caber aos bombeiros municipais, ou iremos tomar posições", assegurou Fernando Curto.
O presidente da ANBP sublinhou que irá aguardar até 10 de Janeiro, quando estiverem concluídas as audiências que pediu aos partidos com assento na Assembleia e Câmara Municipais de Faro, para "informar a população do que está acontecer em termos de prejuízo ao socorro, organizar uma concentração de bombeiros profissionais de todo o País em Faro e recorrer à greve".
"Estamos também a preparar uma providência cautelar a contestar, não a criação da Força, mas a legalidade da sua constituição nos actuais moldes", acrescentou. Fernando Curto frisou que também se reuniu com o presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e Arnaldo Cruz "disse desconhecer oficialmente a criação da Focon".

Temporal faz estragos em vésperas de Natal

«Se calhar, o Pai Natal até existe»

Um dos jovens que passou a madrugada numa oliveira relata a aventura: «Consegui agarrar-me à oliveira».

Um dos jovens que passaram a madrugada desta quarta-feira numa oliveira, no Alentejo, depois do carro em que seguiam ter sido arrastado pelas águas de uma ribeira, reconheceu que tiveram sorte, ironizando que «se calhar, o Pai Natal até existe», escreve a Lusa.
«No meio do azar, tivemos muita sorte. Se calhar o Pai Natal até existe», disse à Lusa João Urgeiro, 27 anos, entre sorrisos de «alívio» por ter sobrevivido com três amigos à «história mais emocionante» da sua vida. «O mais importante foi termos sobrevivido», frisou João, o condutor do carro que arrastado por uma «onda de cheia», provocada pela subida do caudal da ribeira de Geraldos, no concelho de Castro (Beja).
Cerca das 03:30, João e os amigos Jorge Caeiro e Hugo Custódio, ambos de 26 anos, e Pedro Simões, de 28 anos, iam a caminho de Castro Verde, quando, depois de fazerem a curva «bastante acentuada» antes da ponte sobre a ribeira, foram «surpreendidos por uma enxurrada».
«Depois da curva, antes de chegarmos à ponte, quando demos conta, já o carro estava no caudal da ribeira, que tinha galgado as margens e submergido a ponte», contou João. «Foi uma surpresa bastante desagradável. Ainda tentei travar o carro e fazer marcha atrás mas não consegui. Perdi logo o controlo do carro que foi rapidamente arrastado pela corrente para o meio do caudal da ribeira», disse.
Com o carro a boiar e arrastado pelas águas, «o primeiro instinto» dos jovens «foi sair o mais rápido possível» da viatura, disse João, frisando que «tiveram sorte» porque «havia silvas, um aglomerado de detritos e uma oliveira na zona». Após sair do carro, o Hugo Custódio «foi arrastado pela corrente, mas felizmente conseguiu nadar até à margem», salientou. «Depois sai eu do carro. A corrente era muito forte, mas consegui agarrar-me à oliveira», explicou João, enquanto Jorge Caeiro e Pedro Simões «ainda estavam em cima do tejadilho do carro».
«O carro começou a afundar-se e disse-lhes para pularem para a árvore. O Jorge conseguiu agarrar-se logo à oliveira, mas o Pedro, ao tentar subir, escorregou e caiu outra vez dentro de água», precisou. «Foi um dos momentos mais complicados. Tive de me agarrar às silvas que estavam junto da oliveira e com uma mão puxei-o para a árvore», explicou João, referindo que «foi o Hugo, que tinha o telemóvel intacto, quem conseguiu fazer uma chamada para outro amigo, que chamou os bombeiros».
João, Jorge e Pedro Simões ficaram «várias horas agarrados à oliveira, à chuva e ao vento» e «com medo» que a árvore «cedesse» porque «estava muito frio».
«Tremíamos todos», contou João David, confessando que, enquanto esteve em cima da oliveira, «só temia que acontecesse alguma coisa» aos amigos. «Não tive culpa da situação, mas, como era o condutor, só me passava pela cabeça que se acontecesse alguma coisa a algum deles ficaria para sempre marcado», confessou.
«Dizíamos uns aos outros para termos calma», contou, referindo que «por volta das 07:00» chegaram os bombeiros e a GNR e, mais tarde, sentiram «um grande alívio» quando ouviram o helicóptero da Protecção Civil, que os resgatou. «Foi preciso muito sangue frio e muita calma», salientou João, rematando: «Felizmente acabou tudo bem».

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Onde encontrar trabalho para 550 mil pessoas?

Número de desempregados sobe 28,2% em Novembro

Regista-se um aumento de 1,2% em relação a Outubro. Há dez mil vagas em «stock» no centro de emprego.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal subiu 28,2 por cento em Novembro, face ao mesmo mês do ano passado, e aumentou 1,2 por cento face a Outubro, segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo IEFP.
De acordo com a informação mensal publicada pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final de Outubro, encontravam-se inscritos nos Centros de Emprego do Continente e das Regiões Autónomas 523.680 desempregados, mais 115.082 indivíduos do que há um ano atrás. Face a Outubro, o aumento foi de 1,2 por cento, o que representa um acréscimo de 6.154 inscritos.
O presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), Francisco Madelino, acredita que o número de desempregados não deverá começar a diminuir antes de meados de 2010. «Mesmo com as economias internacionais e a economia portuguesa a recuperarem, não é expectável que antes de meados de 2010 se verifique uma inversão desta situação do desemprego», disse o responsável.
Portugal enfrenta o maior número de desempregados em cerca de 30 anos, com quase 550 mil pessoas sem emprego. Mas há 10 mil vagas disponíveis no centro de emprego, ainda que em sectores de mão-de-obra intensiva, os menos procurados pelos desempregados.
Em declarações à Lusa, o presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Francisco Madelino, disse que existem 10 mil vagas em «stock» para os cerca de 518 mil desempregados inscritos nos centros de emprego. Os sectores são «no trabalho intensivo que utilizam mão-de-obra em maior quantidade, mas menos qualificada e [com] salários mais baixos».
«As colocações estão a ser feitas com maior facilidade nas actividades com maior procura: na construção civil, actividades agro-alimentares, serviços sociais ou então no sector da restauração e turismo», explicou Francisco

Criminalidade: Mais polícia não chega

Reforço da GNR no Algarve não convence empresários

Sector turístico está alarmado com a vaga de criminalidade na região. No domingo, um casal suíço foi assaltado em casa, em Loulé, com muita violência.

Os empresários do sector turístico e comerciantes do Algarve consideram "insuficiente" o reforço do dispositivo de segurança nesta região com mais 200 militares da GNR durante a quadra natalícia e passagem de ano, quando se perspectiva para a última semana de 2009 cerca de meio milhão de visitantes. E alertam para o risco do aumento da criminalidade, numa altura em que se sucede a vaga de violência com assaltos à mão armada, atingindo cidadãos estrangeiros nas suas casas (ler texto em baixo), bem como a bancos, lojas e hotéis.
"O Algarve precisa do dobro dos efectivos ao longo de todo o ano só ao nível da GNR, ou seja, é necessário, pelo menos, mais um milhar de elementos, por ser a força de segurança com maior área sob a sua responsabilidade. Tem- -se assistido a um desfalque no número de efectivos e não à sua reposição", alertou, em declarações ao DN, Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve.
Vilamoura, Quarteira, Vale do Lobo e Quinta do Lago, no concelho de Loulé, Albufeira, Alvor (Portimão) e Armação de Pêra (Silves) são as zonas mais necessitadas, segundo aquele gestor.
Só no concelho de Albufeira, onde foram assaltadas recentemente três dependências bancárias, são precisos, no mínimo, cem efectivos da GNR, ou seja, cerca do dobro do que existe neste momento. E nem a promessa da governadora civil de Faro, Isilda Gomes - de ficarem "largas dezenas" de militares da GNR na região em Janeiro de 2010 -, tranquiliza o sector empresarial. "É urgente a criação de uma força mista composta por elementos da GNR, PSP, SEF e PJ para actuar na prevenção da criminalidade e permitir alguma paz e sossego. Falta policiamento de proximidade", defendem as associações comerciais.
Em Albufeira, por exemplo, "têm ocorrido dezenas de assaltos, criando-se até já a ideia de situações de impunidade dos autores, pelo que nem são comunicados às autoridades tanto pelos turistas como pelos comerciantes lesados", referem.
Já o presidente da Câmara de Loulé, Seruca Emídio, mostra-se cada vez mais apreensivo com a violência contra cidadãos estrangeiros residentes em vivendas de luxo de zonas isoladas neste concelho e receia que "o Sul de Espanha, França e outros países europeus continuem a aproveitar essa situação para tentar demonstrar a mais-valia desses destinos turísticos relativamente ao nosso em termos de segurança".
Além de considerar "manifestamente insuficiente" o reforço de 200 militares, o autarca insiste na necessidade de alterar a legislação criminal. "Não é mais aceitável a situação em que nos encontramos porque há gangues organizados que conhecem perfeitamente a legislação em vigor no nosso país e sabem o que fazer, pelo que ultrapassam com frequência a fronteira depois dos seus actos criminosos, que provocam danos irreparáveis", observa o autarca.
Por outro lado, lamenta a perda de efectivos da GNR nos últimos anos e o facto de, por exemplo, nos postos de Loulé, Quarteira e Almancil haver, "muitas vezes, só uma patrulha com dois elementos". Para Seruca Emídio também não faz sentido haver elementos do GIPS (Grupos de Intervenção de Protecção e Socorro) no Algarve só para combater fogos florestais. "Agora, quando não há perigo de incêndio, faria muito mais sentido que tivessem um papel de vigilância nos empreendimentos turísticos do litoral e nas zonas mais isoladas do interior", diz.

Ler mais em: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1453513&seccao=Sul

Vaga de criminalidade no Algarve


Detidos por roubarem bancos

Os suspeitos apoderaram-se de 1.700 euros, e foram agora detidos em Armação de Pêra.

A Polícia Judiciária (PJ), em conjunto com a GNR de Armação de Pêra, identificou e prendeu dois jovens de 20 e 24 anos por suspeita da prática de assalto a duas instituições bancárias no dia 18 de Dezembro, tendo supostamente levado de uma delas a quantia de 1.700 euros.
A PJ apreendeu o veículo utilizado pelos suspeitos para abandonar o local do crime e recuperou cerca de mil euros. Os detidos serão presentes a tribunal para determinação da medida de coacção.

Medo leva estrangeiros na reforma a pensar deixar o Algarve

Casal suíço foi espancado na sua vivenda

Idosos foram atraídos por barulho de tiro à porta da sua moradia, na serra de Loulé. Sexto caso registado em 4 meses.


O casal Allemann foi a mais recente vítima da vaga de assaltos violentos em moradias de estrangeiros no Algarve. Ao início da noite de domingo, os suíços, ambos de 69 anos, foram atacados por três homens na casa onde vivem na zona do Sobradinho, na serra a Norte do concelho de Loulé. Foram agredidos e ficaram sem telemóveis, computadores e televisão, além das carteiras. Desde Setembro, é o sexto caso conhecido de ataques a moradias isoladas. Quase sempre com violência e contra estrangeiros reformados.
Quatro dos casos aconteceram na serra a Norte de Loulé. A mesma zona onde, em 2005, um inglês morreu na sequência de um assalto. Com medo, os turistas falam cada vez mais em abandonar Portugal. Pouco passava das 20h30 de domingo quando a senhora Allemann apareceu à porta da vizinha Maria José Lampreia, no sítio do Sobradinho. 'Tinha uma marca no olho direito, parecia que lhe tinham batido, e estava muito assustada', recorda Maria José ao CM. Como só fala Português, não percebeu o que a suíça dizia mas deixou-a utilizar o seu telefone para chamar a GNR. 'Parece que foi um assalto, mas não sei bem', diz ainda Maria José.
A casa dos Allemann tem alarme e grades nas janelas, mas não foi suficiente. Até porque o assalto terá sido preparado ao pormenor. Os criminosos começaram por cortar a rede que delimita a propriedade do casal suíço. Efectuaram um disparo para o ar para atrair os moradores à rua. Nesta altura, para imobilizar os idosos, os assaltantes agrediram-nos na cara. Depois limparam a casa e abandonaram o local.
A GNR foi a primeira força a chegar à moradia ‘Val Verde’. Mais tarde chegaram os homens da PJ, que ficaram com a investigação. As autoridades não dão mais informações sobre o caso 'porque ainda é muito prematuro', explica a Judiciária de Faro.
Perante estes assaltos, os estrangeiros que compraram casa no Algarve para a reforma falam cada vez mais em abandonar o País, como desabafa, sob anonimato, um vizinho dos Allemann: 'Saí de Vilamoura porque já tinha sido assaltado cinco vezes, agora acontece isto aqui. Estou em Portugal há 18 anos, agora a minha mulher quer ir embora.'

Seis ataques em três meses

São pelo menos seis, com o de domingo, os casos de assaltos violentos a moradias no Algarve desde Setembro. O anterior aconteceu no início do mês, também na serra de Loulé, a um casal de alemães, residente em Portugal há dez anos, que foi roubado e agredido.
Antes, a 31 de Outubro, um outro casal suíço foi assaltado na casa onde estava, em Almancil, igualmente concelho de Loulé. Neste caso, a senhora, de 77 anos, foi violada. Ainda em Loulé, em meados de Outubro, de novo numa moradia na serra, os assaltantes ameaçaram cortar os dedos de uma portuguesa, de 60 anos, se esta não revelasse os códigos do multibanco. Modus operandi semelhante ao utilizado com uma inglesa, de 50, numa moradia na Bordeira, também na serra, duas semanas depois. Em Setembro, Robert e Frieda Pickles, casal inglês de 74 e 72 anos, foi alvo de um assalto com agressões na casa onde passava férias na Penina, em Portimão. Recorde-se que, em 2005, um inglês morreu na sequência de agressões durante um assalto à moradia onde vivia com a mulher no Sobradinho.

(João Mira Godinho - 'Correio da Manhã')

Ler mais, em: http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=AAE0316D-80C2-4AA3-81BF-DB5F8032B135&channelid=00000181-0000-0000-0000-000000000181

Crime em S. Brás de Alportel

Um morto e dois feridos numa rixa

Vítima de 30 anos esfaqueada em rua de São Brás de Alportel. A desordem envolveu estrangeiros e um português.

Um homem morreu ontem após ter sido esfaqueado, numa rua de São Brás de Alportel, no interior do Algarve, durante uma rixa que provocou mais dois feridos ligeiros, disse fonte da GNR.
A mesma fonte, citada pela Lusa, explicou que a polícia foi chamada às 22:45 para uma ocorrência numa rua em São Brás de Alportel e quando chegou ao local deparou-se com um homem de 30 anos que já estava morto.
Envolvidos na rixa terão estado, segundo a GNR, quatro estrangeiros e um português.
A guarda informa ainda que fez um detido, de 40 anos, e que este será o presumível autor do homicídio. A causa da rixa está a ser investigada e o caso foi entregue à Polícia Judiciária, adiantou a GNR.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Em 2010 vamos ter mais GNR's

Algarve com mais 100 militares da GNR

O reforço no Natal e Passagem de Ano chega aos 200 homens. Metade fica depois na região.

O Algarve vai contar com um reforço de 200 militares no efectivo da GNR para o Natal e Passagem de Ano e metade ficará definitivamente na região, garantiu esta segunda-feira à Lusa a Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes.
«Este reforço é na ordem das duas centenas de militares da GNR, sendo que mais ou menos 50 por cento ficarão na região. É um número e um reforço muito significativo para o Algarve», afirmou Isilda Gomes. A Governadora Civil de Faro congratulou-se por, «em menos de um ano, e em praticamente meio ano, o Algarve ter sido reforçado na área da GNR com mais de duas centenas de efectivos».
É um número que já não víamos há muitos, muitos anos no Algarve em termos de reforço efectivo. Não é um reforço pontual, é um reforço efectivo», sublinhou, acrescentando que na PSP não está previsto nenhum aumento do número de agentes.
Isilda Gomes defendeu que «não só tem havido um reforço de homens, mas também de meios», numa referência às 12 viaturas entregues este mês à GNR e à PSP para o programa Escola Segura, e «por conseguinte, para além do número de efectivos, a melhoria dos meios de resposta está a ser uma realidade».
Sobre a distribuição dos efectivos da GNR pela região, Isilda Gomes disse que «essa é uma questão operacional e o comandante da GNR (tenente coronel Matos Sousa) saberá melhor do que ninguém quais os postos ou esquadras onde precisa mais» de reforços.
Isilda Gomes negou ainda a ideia de que a criminalidade esteja a aumentar na região, apesar das constantes notícias que têm vindo a público sobre assaltos a multibancos e a residências, quando questiona.
«Não corroboro a ideia de que há um aumento da criminalidade. A criminalidade global não aumentou. Há é crimes que adquirem uma maior visibilidade», afirmou, garantindo que a distribuição dos militares será feita nos «locais onde há maior número de cidadãos e maior afluxo de pessoas».

"PSP não é futuro p'ra ninguém"

Petição com 5500 assinaturas

PSP entrega petição no Parlamento. Polícias querem ficar de fora da lei que «prejudica as carreiras».

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia entregou esta segunda-feira no Parlamento uma petição com 5500 assinaturas para que seja discutida a exclusão da PSP da Lei 12-A que, segundo os sindicalistas, prejudica as carreiras e «é aplicada por razão economicista», refere a Lusa.
A ASPP/PSP pretende que a questão seja discutida na Assembleia da República e que seja aprovada legislação específica sobre o regime de vínculos, remuneração e carreiras dos profissionais da Polícia de Segurança Pública (PSP). «Sabemos que esta lei só se aplica à Polícia por uma questão economicista», disse aos jornalistas o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, à margem da reunião com o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.
«A Lei 12-A é usada só para tentar reduzir despesa. Naquilo que é negativo para os funcionários públicos a lei aplica-se também à Polícia, em tudo o que os beneficia a Polícia é excluída», acrescentou. «Daí resulta a impossibilidade de criar mais postos de trabalho e é impossível ter uma avaliação que crie expectativas de progressão na carreira. Neste momento a PSP não é um futuro para ninguém», argumentou.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Zangam-se as comadres...

«PSD é uma federação de grupos que se detestam»

A política partidária do PSD anda de rastos. Pedro Santana Lopes diz que não é candidato, mas quer uma mudança já, ou até encara mesmo abandonar o partido.

Santana Lopes assegura que «está foram de questão ser candidato à liderança do PSD, mas está preocupado com o partido, por isso está a reunir assinaturas para um congresso extraordinário. O ex-líder social-democrata defende uma renovação de mentalidades no partido.
«Esta iniciativa não tem propósitos individuais, não tem mesmo. Durante estes meses, andei a pensar o que fazer com a minha relação com o PSD. Fiz um esforço enorme, enorme, para me manter ligado à vida de um partido com a qual eu não me identificava, internamente não me identifico de todo», começou por dizer, em entrevista ao «Diário de Notícias».
Na sua opinião, há muitos que não fazem nada para se unir: «O Partido está descrente, está mal, está disfuncional, está com um estado de espírito negativo, está triste, céptico, muito céptico em relação ao seu futuro. Para não lhe dizer que alguns estão convencidos que não têm mesmo um futuro. O PSD atingiu a fase aguda, a fase crítica de uma patologia muito complicada e que tem a ver com o facto do PSD padecer de um problema talvez de "confusionismo" ideológico desde a sua nascença. O estado do PSD corresponde um pouco ao estado de Portugal, eu acho que o País também começou a cair com a saída de António Guterres».
«A questão é que se o PSD quer mudar o País deve começar por se mudar a si próprio. Actualmente é uma federação de grupos que se detestam», frisou, confessando que «nos últimos meses» anda a «hesitar» se fica ou sai do partido.

Natal frio

Inverno chega com chuva, frio e neve

Toda a semana do Natal vai ter condições adversas. O Algarve descerá a temperaturas próximas dos 10 graus.

O Inverno chega esta segunda-feira com chuva, frio e neve, de acordo com as previsões do Instituto de Meteorologia (IM). «Os primeiros dias de Inverno vão ser chuvosos», disse à agência Lusa Idália Mendonça, do IM, acrescentando que a previsão disponível neste momento vai até dia 27 de Dezembro.
«De segunda-feira a domingo, o tempo é chuvoso em todo o território, uns dias mais do que outros, mas sempre com chuva», acrescentou.
Em relação à temperatura, hoje, segunda-feira, haverá uma pequena subida em relação a domingo porque o fim-de-semana «vai ser bastante frio», mas as temperaturas vão manter-se «relativamente baixas». A partir de Domingo ao fim do dia começou a nevar acima dos 300 metros de altitude, o que se prolongou durante a noite.
Assim, o primeiro dia de Inverno promete neve a "altitudes bastante baixas" e ao longo do dia a quota de neve vai subindo para cerca de 600 metros. Terça-feira volta a nevar acima dos 600 metros ao final do dia, estando assegurada a neve na Serra da Estrela, um dos principais destinos turísticos nesta época do ano.
Para Beja, Santarém e Setúbal hoje estão previstos zero graus de mínima, para Lisboa um grau e para Faro quatro graus. Nos máximos dias, Faro chegará aos 10 graus, enquanto Lisboa, Porto, Beja e Santarém não deverão ultrapassar os oito graus.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Crónica de Domingo

Aquilo que todos devemos aos jovens

"Tratando-se dos jovens e das suas frustrações, falo na essência sobre nós, adultos, pais, professores, políticos e autoridades, e no quanto lhes somos devedores"

Fiquei surpreendido quando um leitor me enviou um email dizendo que nos meus textos falo sempre dos jovens como arrogantes e mal-educados. Sinto muito: mas essa crítica, mais uma vez, não encaixa em mim. Poderei não ser bem interpretado, mas estou consciente da razão que me assiste. Porque lido com palavras a vida toda, foram uma das minhas primeiras paixões e ainda me seduzem pelo misto de comunicação e confusão que causam, como neste caso, e pela sua beleza, riqueza e ambiguidade.
Escrevo repetidamente sobre a juventude e a infância, família e educação, cuidados e negligência. Sim, é verdade. É uma das minhas preocupações básicas desde sempre no conceito de vida. Sobre a nossa falha quanto à autoridade amorosa, interesse e atenção. Tenho reflectido muito sobre quanto deve ser difícil para a juventude nesta época em que nós, adultos e velhos, damos aos jovens tantos maus exemplos, correndo desvairadamente atrás de mitos estúpidos, desperdiçando o nosso tempo com coisas desimportantes, negligenciando a família, exagerando nos compromissos, sempre a caír de cansados e sem vontade ou paciência de escutar, reflectir ou de falar. Penso sobretudo no desastre da educação no pós 25 de Abril, e nos resultados que se estão agora a colher: nem sequer mesmo um bom e tranquilo exemplo do "antigamente" lhes conseguimos oferecer. A maciça ausência de jovens inscritos em actos eleitorais, quase a metade deles, não se deve a outras dificuldades, senão ao desânimo e à descrença.
De modo que, tratando-se dos jovens e das suas frustrações, falo sobre nós, adultos, pais, professores, políticos, autoridades, no quanto lhes somos devedores. O que fazem aqueles que - de maneira geral, deveriam ser líderes e modelos? Os escândalos públicos que nos últimos anos se repetem e se acumulam são para deixar qualquer jovem desencantado: estudar para quê? Trabalhar para quê? Pior do que isso: ser honesto para quê, se os nossos pretensos líderes políticos e sociais se portam de maneira tão vergonhosa e, ano após ano, a impunidade continua reinando neste país que tenta ser ufanista?
Tenho muita empatia e compreenção pela juventude, exposta a tanto desencanto e descalabro, cuidada muitas vezes por pais sem informação, cultura, força nem vontade de exercer a mais básica autoridade, sem a qual a família se desintegra, com os jovens abandonados à própria sorte num mundo nem sempre bondoso e acolhedor. Quem são, quem podem ser, os ídolos desses jovens, e que possibilidades lhes oferecemos? Então, refugiam-se nas tribos, com atitudes que demonstram o seu desencanto pela rebeldia, pela contestação: o piercing, a tatuagem, a dança ao som da música de "bate-estacas", na qual se sobrepõe a batida dos tantãs. Negativa? Censurável? Necessária para muitos, a tribo é onde afinal se sentem acolhidos, abrigados, aceites.
A escola e a família ou se declaram incapazes, ou estão assustadas, ou não se interessam mais como o deveriam fazer. Do que temos: autoridades, homens públicos, supostos líderes, muitos deles a gente nem os receberia em casa se pudesse. O que resta? A solidão, a coragem, a audácia, o fervor, tirados do próprio desejo de sobrevivência e do optimismo que sobrar. Quero deixar claro que nem todos estão paralisados, pois reconheço que muitas famílias saudáveis criam em casa um ambiente de confiança e afecto, de alegria. Muitas escolas conseguem impor a disciplina essencial para que qualquer organização ou procedimento funcione, e nem todos os políticos e governantes são corruptos. Mas quero também deixar claro que aqueles que o são - já bastam para tirar o fervor e matar o optimismo de qualquer um.
Assim, não acho que todos os jovens sejam arrogantes, todas as crianças mal-educadas, todas as famílias disfuncionais. Um pouco da doce omnipotência da juventude faz parte, pois os jovens precisam de romper laços, transformar vínculos (não cuspir em cima deles) para se tornarem adultos lançados numa vida muito difícil, na qual reinam a competitividade, os modelos negativos, os problemas de mercado de trabalho, as universidades decadentes e uma sensação de bandalheira geralizada por todo o País.
Tenho muitos jovens na minha família. A idade deles vai de 6 a 23 anos. Todos são motivo de alegria e esperança, todos compensam de um modo ou de outro, com o seu jeito particular de ser, qualquer dedicação, esforço, parceria e amor de família. Não tenho nenhuma visão negativa da juventude, muito menos da infância. Pelo contrário, acho, sim, que nós, os adultos, somos os seus (maus e bons) exemplos, e inevitávelmente os grandes devedores, pelo mundo e País que lhes estamos a legar. Então, quando falo em dificuldades ou mazelas da nossa juventude, é de nós que estou, melancolicamente, tristemente, a escrever.

Carlos Ferreira
Nota final:
Aos leitores e amigos do Algarve Reporter, desejo um feliz Natal, e que o Novo Ano traga para todos mais prosperidade.
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sábado, 19 de dezembro de 2009

Assalto a hotel no Algarve

Mesmo durante o Inverno, Algarve está a saque

Uma viatura, 1.100 euros e um monitor roubados foram roubados de um Hotel em Loulé. Caixa de Crédito Agrícola de Armação de Pêra assaltada após tentativa ao BPI.

O hotel «A Colina», em Ludo, Almancil, no Concelho de Loulé, foi assaltado esta sexta-feira, por quatro indivíduos, que roubaram uma viatura de marca Citroën, 1.110 euros e um monitor LCD, segundo o Comando Geral da GNR.
De acordo com a mesma fonte, «três dos indivíduos entraram, encapuzados, no hotel, ameaçando com arma de fogo um segurança que se encontrava no local». O quarto elemento ficou dentro da viatura em que os quatro se fizeram transportar para o local.
A GNR não soube informar se o Citroën roubado pertencia ao hotel ou a algum dos hóspedes.
Também a dependência da Caixa de Crédito Agrícola em Armação de Pêra, no Concelho de Silves, foi ontem assaltada, por dois indivíduos que roubaram um montante desconhecido, revelou à Lusa o Comando Geral da GNR.
«Um dos indivíduos, com luvas e encapuzado, entrou e apontou uma arma de fogo à cabeça de um funcionário que estava ao balcão, roubando uma quantia desconhecida. O outro ficou à espera à porta, numa viatura em que ambos fugiram», segundo a GNR.
Antes desta ocorrência, tinha havido, na mesma localidade, uma tentativa de assalto a um balcão do Banco Português de Investimento (BPI).
«Pelas 8:30, dois indivíduos aguardaram a chegada de uma funcionária que ia abrir a delegação, tendo-lhe apontado uma arma à cabeça. Esta, alarmada, começou a gritar, pelo que os dois homens se puseram em fuga a pé», descreveu a GNR. A GNR suspeita que a dupla que perpetrou um assalto e tentou cometer outro seja a mesma.

Cimeira de Copenhaga

EUA igual a si mesmo: «Não há tempo a perder»

Obama disse que estava na Conferência para agir, mas não convenceu. China opôs dificuldade de suster os nefastos efeitos da sua emergente industrialização.

Chegou-se a acordo em Copenhaga. Mas o entendimento entre a comunidade internacional, não vinculativo até 2010 como data limite para tratado vinculativo, por isso é insuficiente para travar as alterações climáticas. O presidente dos EUA assumiu as limitações das negociações na capital dinamarquesa, mas realçou que elas devem ser ponto de partida para que o mundo avance para um novo acordo mais ambicioso.
O descortinar do entendimento chegou com o anúncio de que Obama chegara a acordo com os líderes da China, da Índia e da África do Sul - três dos países emergentes mais importantes. Um responsável norte-americano, citado pela agência Reuters, descreveu esse entendimento com «um histórico passo em frente».
Esse mesmo responsável, que não foi identificado pela agência noticiosa, refere, contudo, que este acordo «não é suficiente para combater a ameaça das alterações climáticas mas um importante primeiro passo».
Apesar de todos os dados apontarem para o fracasso, Barack Obama disse estar em Copenhaga para ajudar a encontrar um solução que salva a Cimeira do Clima.
O presidente dos Estados Unidos foi avisando: «Vim para agir». Na sua perspectiva, se não houver transparência o acordo terá «palavras vazias numa página de papel». «A mudança climática supõe um perigo crescente para todos nós. Este risco não é ficção, mas ciência», frisou.
«Há duas décadas que falamos dito e o fenómeno das alterações climáticas continua a crescer. É altura de colocar um ponto final. Podemos chegar a um acordo que faça história e melhorar a vida dos nossos filhos e netos, ou podemos continuar a atrasar-nos, utilizando os mesmos argumentos. Não há tempo a perder. A América já tomou uma decisão e está disposta a fazê-lo, mas tem de haver movimentos noutras partes», referiu Obama.
Uma das grandes dúvidas estava relacionada com a China, até porque o primeiro-ministro, Wen Jiabao, não deixou muito clara a sua posição. «A China atravessa um período rápido de industrialização e situação do carbono faz com que seja difícil reduzir as emissões», recordou, admitindo estar disponível para «melhorar os métodos de medição e aumentar a transparência», o que não é o suficiente para que a conferência possa ser tomada como um sucesso positivo para o futuro.
Lula da Silva, por seu lado, revelou frustração pela não existência de um acordo e avançou com a intenção de reforça o compromisso de financiamento dos países em vias de desenvolvimento:
«Se for preciso um maior sacrifício, o Brasil está disposto a pôr dinheiro para ajudar outros países. Estamos dispostos a participar nos mecanismos de financiamento se chegarmos a um acordo nesta conferência. Não estamos é disponíveis que haja um acordo em que as principais figuras do planeta assinem um qualquer papel só para dizer que chegaram a um acordo.»

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

"Os maus da fita"

Justiça e jornalistas na berlinda

Noronha do Nascimento quer órgão disciplinar para jornalistas com políticos. O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça justifica a defesa desta medida por causa das violações estatutárias.

O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) defendeu esta quinta-feira a criação de um órgão com poderes disciplinares efectivos sobre os jornalistas, por causa das violações estatutárias, composto paritariamente por representantes da classe e da estrutura política do Estado, noticia a Lusa.
No final do seu discurso de tomada de posse para um segundo mandato à frente do STJ, em que retomou esta ideia, Noronha Nascimento disse que, por exemplo, não é admissível que «haja alguém que seja director de um jornal sem ter a carteira de jornalista».
A quarta figura do Estado questionou também se «não há regras de incompatibilidades entre o jornalismo e outras funções» e «quem as controla», acrescentando que se tais regras existem é «para serem cumpridas».
Confrontado com o facto de existir uma Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), que até é presidida por um juiz, Noronha Nascimento replicou que a CCPJ é «composta basicamente por profissionais do sector» e deu o exemplo do Conselho Superior da Magistratura (CSM), órgão de gestão e disciplina dos magistrados judiciais em que metade dos seus membros não são juízes.
Noronha Nascimento disse ainda que para «as violações estatutárias» só conhece um «antídoto eficaz»: um «órgão com poderes disciplinares efectivos, composto paritariamente por representantes das próprias classes profissionais e da estrutura política do Estado, de modo a obviar à sua partidarização ou ao seu corporativismo».
«Enquanto não houver a coragem de impedir a desregulamentação da informação continuaremos sempre à procura do perfume do amor proibido», afirmou no seu discurso de tomada de posse. No VI Congresso dos Juízes em Aveiro (2001), Noronha Nascimento já havia feito sugestões polémicas a propósito da relação entre os media e a justiça.
O ministro da Justiça, Alberto Martins, presente na cerimónia, recusou pronunciar-se sobre a proposta de Noronha Nascimento de criação de um novo órgão para regular a actividade dos jornalistas, dizendo que «a regulamentação da comunicação social está na Constituição», mas que a sugestão do presidente do STJ serve, porém, para «reflexão».