Liberdade e o Direito de Expressão

Neste blog praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão, próprios de Sociedades Avançadas !

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Leone vence a tempestade

Rali de Castro Marim sob dilúvio

Pedro Leone resistiu ao dia chuvoso, ao lamaçal e ao líder do Campeonato Regional de Ralis do Sul (CRRS) Luis Mota, assumindo-se como candidato ao título absoluto quando só restam duas provas

Leone só perdeu a liderança do Rali de Castro Marim na segunda Prova Especial (PE) para Luis Mota mas o piloto do Lancer Evo IV teve de se render à supremacia do Ford Sierra Cosworth, terminando a 5,4 segundos de Pedro Leone. Esta é a primeira vitória do recém-chegado aos ralis que não estranhou as condições difíceis semelhantes ao Todo-o-Terreno em que acumulou larga experiência.
De resto, só 11 "sobreviventes" passaram ilesos na terceira etapa do CRRS, num dia muito chuvoso, tal como aconteceu no Rali de Martim Longo. Os ralis do Clube Automóvel do Algarve no Sotavento parecem estar, assim, apadrinhados pela chuva intensa. Nuno Pinto conseguiu, na última PE, ultrapassar António Lampreia e terminar o pódio. Gil Antunes, o melhor das 2 Rodas Motrizes acabou em quinto lugar.
No Rallye Mix, a prova sorriu aos quads… com somente três motos nos 11 concorrentes que conseguiram finalizar a prova. João Simões, Pedro Gonçalves e Nelson Caxias formaram o pódio da úlima etapa do Rallye Mix que volta em 2009 sob a forma de um campeonato com mais provas.

Piscinas naturais... em VRSA

Graças às obras de saneamento que estão por fazer

Para o presidente da Câmara de VRSA, as fortes chuvadas só teriam graves consequências se tivessem ocorrido mortes. Ruas e casas inundadas é-lhe panorama familiar

Inesperadamente, a Câmara de Vila Real de Santo António informou que "as fortes chuvadas que afectaram a região no passado fim-de-semana não tiveram consequências de maior no Concelho". Os altos índices de pluviosidade que se verificaram no concelho, só alagaram o centro da cidade e localidades visinhas, graças à falta de medidas preventivas que ainda não foram implementadas pela Câmara, embora o executivo no poder já esteja no último ano de mandato, e porque as situações que se registavam no passado, continuam a repetirem-se agora.
O presidente da Câmara, Luis Gomes, diz que "os serviços municipais reforçaram os trabalhos de limpezas de ruas, efluentes e sarjetas, de forma a permitir um escoamento correcto das águas pluviais, impedindo que as mesmas pudessem provocar estragos nas habitações e comércio do Concelho", mas a verdade é que nada disso resultou, e foi precisamente o contrário o que aconteceu, registando-se maiores danos em Vila Real e Monte Gordo, com ruas e casas alagadas. conforme documentam as fotos a que tivemos acesso.
A demagogia do edil do PSD, só conseguiu "alcançar" algumas complicações maiores verificadas em aldeamentos na zona da Manta Rota, “e porqiue foram aprovados pelo anterior executivo camarário, edificados sem terem sido construídas quaisquer redes de saneamento de águas pluviais”, refere no comunicado enviado para a Comunicação Social.
Solidário, como convém e á sua maneira, Luis Gomes termina a sua mensagem expressando “a sua solidariedade com os municípios algarvios afectados pelas fortes chuvas do fim-de-semana”. Felizmente, Vila Real de Santo António só - mais uma vez, meteu água, não morreu ninguém!

O quêêê?... Basta!

Porém, os vereadores da oposição, e a presidente do Partido Socialista de Vila Real de Santo António, a deputada Jovita Ladeira, não estiveram completamente a dormir sobre o “dilúvio” que se abateu sobre Vila Real, e apressaram-se a desmentir o autarca do PSD, revelando que há munícipes muito prejudicados, e deixaram claro: “as fortes chuvadas de Domingo provocaram inundações consideráveis em toda a cidade de Vila Real de Santo António (VRSA), na vila de Monte Gordo e em Manta Rota. Em VRSA as zonas do Complexo Desportivo e Mercado Municipal, e as ruas da Liberdade, Nova de Lisboa e Pescadores, em Monte Gordo, a zona baixa da Manta Rota, foram mais uma vez palcos de grandes inundações”.
Jovita Ladeira revelou ainda que “os moradores das zonas afectadas estão desesperados e indignados com a situação, uma vez que sempre que chove com um pouco mais de intensidade as inundações se repetem, sem que se observe uma intervenção satisfatória da autarquia para resolver definitivamente o problema do escoamento das águas pluviais, apesar das muitas promessas realizadas nesse sentido. Neste momento particularmente difícil, o Partido Socialista (PS) de VRSA expressa a sua máxima solidariedade a todos os afectados pelo temporal que assolou o Concelho, e disponibiliza-se para prestar todo o apoio que lhe seja solicitado pela população atingida”.

Investir nas infra-estruturas

Na Conferência de Imprensa em que o PS denunciou a verdadeira situação que Luis Gomes tentou escamotear, Jovita Ladeira foi clara e avisou que o problema das infra-estruturas relacionadas com o escoamento das águas pluviais não é uma questão recente, mas sim uma situação que se arrasta há vários anos e que se tem vindo a agravar nos últimos tempos sem nada se fazer para a evitar.
Jovita Ladeira considera "não ser admissível, nem tolerável, observar-se que a edilidade vila-realense com os vastos recursos financeiros que possui, e que têm vindo a aumentar de ano para ano, ao invés de investir na construção de infra-estruturas que sirvam a população e resolvam problemas deste género, esbanje os recursos financeiros em actividades fúteis, muitas delas injustificadas, que mais não servem que para a satisfação do ego pessoal dos dirigentes autárquicos”.
A Concelhia do PS de VRSA diz que “já basta!” de demagogia, e exige que o Município “deixe de ser o Município 'Sempre em Festa', e passe a optar por investir em obras que realmente são imprescindíveis para a qualidade de vida da população do concelho”.
Foi na presença de membros da Comunicação Social - alguns deles subservientes ao ‘poder local’ como manda a falta de ética profissional - que, Jovita Ladeira deixou claro a sua mensagem: “Já é tempo de exigir ao actual presidente da Câmara de VRSA que assuma as suas responsabilidades e resolva de vez alguns dos problemas do Município, dado que na sua gestão já com mais de três anos, pouco, ou nada tem feito, para resolver dificuldades que se arrastam. Aliás, não é nada mais do que cumprir o que prometeu aquando da sua candidatura à Câmara. Por isso dizemos, basta! É tempo de realizar obras que se vejam!”

Roller Lagos em destaque

Clube domina campeonato Patinagem de Velocidade

Disputou-se no passado fim de semana na Pista mais rápida de Portugal, o Campeonato Nacional de Absolutos, atletas Cadetes, Juniores e Seniores

Com o domínio dos atletas e equipas do Roller Lagos, como vem acontecendo nesta magnífica época para as cores do clube lacobrigense, a prova foi estimulante. Mesmo sem a presença do Campeão Europeu Junior – Diogo Marreiros, a recuperar de lesão os atletas algarvios estiveram em grande destaque.
Em termos individuais sagraram-se Campeões Nacionais – Elisabete Batalim, nas provas de 1Km e 10Km Pontos/Eliminar, Rita Batista nos 10Km a eliminar, Jorge Macarrão na prova de 1Km e ainda os atletas lacobrigenses, a competirem a título individual devido a uma regra absurda que não permite mais de três atletas por clube/prova, Gonçalo Marreiros, Campeão Nacional de 10Km Pontos/Eliminar e David Pedro , vencedor da prova de 10Km a eliminar.
A competição foi a penúltima do calendário nacional. A última será no fim de semana de 4 e 5 de Outubro em Vila Nova de São Bento, Serpa, com o Campeonato Nacional de Absolutos de Estrada, com provas sábado de manhã e à tarde e domingo de manhã, de distâncias curtas – velocidade - 200m c/r e 500m e longas de 10Km pontos e 20Km a eliminar.

Nascer vai ser + fácil em Lagoa

Yoga para grávidas

O programa Desporto para Todos “Viva +”, em Lagoa, passa a incluir Yoga para mulheres grávidas

O programa municipal de Desporto para Todos “Viva +”, promovido pela Câmara de Lagoa, dispõe de actividades regulares e de promoção desportiva de grande interesse para a saúde e qualidade de vida - num momento em que tanto se fala em combate à obesidade e prevenção de doenças cardíacas e outras - disponibilizadas há muitos anos, para cidadãos de todas as idades, mas com cuidados e preparação especial para pessoas com idade superior a 55 anos.
As classes de Treino Personalizado, de Preparação de Pré e Pós-Parto, Classes Sem Barreiras e Ginástica no Trabalho (postura), assim como actividades de promoção desportiva são valências de que os munícipes podem usufruir nas instalações desportivas da Autarquia e ao ar livre, como é o caso de passeios e marchas ou outras que se desenvolvem nas praias do Município de Lagoa.
Estas actividades são orientadas pelos Serviços Desportivos Municipais, sempre com acompanhamento de técnicos e monitores especializados.
Estão abertas as inscrições para todas as iniciativas do Programa Municipal de Desporto para Todos “Viva +”. Poderá obter informações nas Juntas de Freguesia do Concelho ou nos Serviços Desportivos Municipais, através dos telefones 282380437/443 ou pelo seguinte correio electrónico: jcarmo.sdm@gmail.com.

Clube Náutico de Tavira

Bons resultados na Pré-Época

A época oficial das equipas do Clube Náutico de Tavira ainda não começou mas as primeiras provas de preparação para a nova temporada 2008/2009 antevêm boas prespectivas

Este fim-de-semana, estiveram em representação do CNT duas das suas Equipas de Competição, a classe Optimist foi convidada a disputar o Troia Portugal Junior Cup, em Troia, e a classe Laser deslocou-se a Vigo - Espanha, para participar no Campeonato Ibérico da Classe Laser.
Quanto aos resultados foram bastante positivos. A atleta Inês Guilherme na classe Laser 4.7, terminou o Campeonato Ibérico na 3ª posição da Classificação Geral e venceu a Classificação Feminina. Na mesma classe, a velejadora Rita Rosário acabou no 8º lugar da Geral, 5º Feminino.
Na classe Laser Standard, o velejador Paulo Sobral sagrou-se Vice-Campeão Ibérico, sendo batido apenas pelo velejador Jose Tor Jarvell do CVAtlantico.
Na classe Optimist, os resultados foram mais modestos, Jaime Guerreiro, a melhor representação do CNT, terminou a prova em 10º Lugar. Esta foi uma prova especial, onde o principal objectivo da organização era proporcionar aos jovens velejadores o contacto com as principais estrelas do Ranking Mundial de Match Racing, que disputavam na mesma altura o Troia Portugal Match Cup.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

VRSA: Com má Educação

Pré-escolar em estado de abandono

Socialistas fazem avaliação negativa da Educação em Vila Real de Santo António (VRSA), constatando o que de mau se passa no ensino pré-escolar

Após a realização de uma visita de trabalho a todos os agrupamentos escolares do concelho, a deputada Jovita Ladeira, líder do PS/VRSA, acompanhada pelo vereador Álvaro Araújo e pelo subdirector regional da Educação, Eduardo Dias, destacaram a qualidade profissional e humana dos professores que leccionam nas escolas que visitaram, assim como o facto desses estabelecimentos de ensino estarem já a funcionar a tempo inteiro, com actividades de enriquecimento curricular e aulas de substituição e a utilizarem todos os recursos derivados da implementação do novo Plano Tecnológico da Educação, que pretende colocar Portugal entre os cinco países mais avançados na modernização tecnológica do ensino, até 2010.
No decurso da visita, a deputada Jovita Ladeira defendeu a “construção de uma escola pública de qualidade que promova a igualdade de oportunidades para todos, tendo em conta que a aposta na Educação tem de começar no ensino pré-escolar. Mas lamento ter constatado o estado deplorável de abandono em que se encontra o ensino pré-escolar no concelho. A competitividade de um país, de uma região ou de um concelho será, num futuro próximo, fortemente condicionada pelo grau de instrução das suas populações. Portanto, os dirigentes políticos não podem, nem devem, regatear esforços para lograr esse desígnio”, enfatizou a dirigente socialista vila-realense.

Jovita Ladeira considerou ser absolutamente inexplicável e inadmissível que a taxa de cobertura do ensino pré-escolar no concelho de VRSA ronde agora os 65%, quando há três anos se situava nos 95%. Hoje cerca de 35% das crianças residentes no município estão excluídas da rede pública de ensino pré-escolar.
“O grave é que crianças de quatro anos ficaram excluídas do acesso ao pré-escolar, o que nunca aconteceu no tempo da gestão autárquica socialista em que havia total cobertura para as crianças dos quatro e cinco anos de idade.”, lembrou indignada a dirigente socialista, para concluir de forma expressiva sublinhando que “em 2005 haviam 24 crianças em lista de espera, estando prevista a construção de uma nova sala para as integrar, mas no ano lectivo de 2007-08 o número subiu para 77 e em 2008-09 são já 106 as crianças que figuram na lista de espera. Isto é: a lista de espera mais que quadruplicou desde que o novo executivo do PSD chegou à câmara”.
E é neste contexto que o PS considera que o município vila-realense se tem demitido das suas responsabilidades em matéria de ensino pré-escolar, ignorando por completo as vantagens avançadas pelo Governo através do Programa de Apoio ao Alargamento da Rede de Educação Pré-Escolar, permitindo dar continuidade ao esforço de requalificação do alargamento da rede de educação pré-escolar. Finalmente, o PS de VRSA reafirma o seu propósito de não descansar enquanto o problema do ensino pré-escolar não estiver resolvido e compromete-se, desde já, a envidar todos os esforços para que as crianças do concelho tenham uma oferta educativa universal e de qualidade, porque é o seu futuro e o do concelho que estão em causa.

domingo, 28 de setembro de 2008

Crónica de Domingo


Vamos contar mentiras?

O líder da bancada parlamentar do PS diz que o partido não está ainda em condições de votar o projecto do Bloco de Esquerda e de Os Verdes sobre o casamento gay. E diz mais: não está porque essa questão não fez parte do contrato eleitoral proposto aos portugueses nas últimas eleições. Eu acredito, e embora reconhecendo não ser esta uma das questões mais prioritárias para o País a precisarem de legislação adquada, este argumento consubstancia um caso de rematada e tremenda hipocrisia. Do contrato eleitoral do PS com os portugueses, que mereceu a maioria absoluta, também fazia parte o compromisso da não subida de impostos, mais emprego, entre outras cláusulas, e todos sabemos o que aconteceu.
A verdade é bem mais prosaica, e é esta: a um ano das eleições, o PS não quer polémicas à volta dos costumes para conseguir o seu projecto de tentar uma outra maioria absoluta. Que não será fácil, mas também não impossível, porque o eleitorado é volúvel. Mas para fazer o que não tem feito, não precisa disso. José Sócrates abordou o problema de frente, e vai certamente perder uma franja do seu eleitorado. Mas isso agora não interessa nada. Este é o tempo de tentar atrair uma parte do "outro" eleitorado do centro (leia-se do PSD) e, nesse sentido, aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo trarzer-lhe-ia algum desgaste, para não dizer outras coisas. Não interessa assumi-lo agora, mesmo que o projecto do derrube das barreiras sociais até seja simpático à maioria dos deputados do partido, como o demonstra a revolta liderada por Paulo Pedroso, contra a eventual disciplina de voto. Mas não só Pedroso, outros deputados têm dificuldade em aceitar este recuo que nas intenções de voto na última campanha eleitoral se apresentava como a “intenção de demolir algumas das barreiras sociais e perconceituosas existentes na sociedade portuguesa”. Por estas ou por outras palavras, está lá escrito.
Mas um dia, o PS há-de apadrinhar um projecto semelhante, de preferência sem ser a reboque desta esquerda fracturante cujo crescimento, também baseado na "modernização" de alguns costumes, tanto incomoda neste momento os objectivos eleitorais do PS. Objectivos que se alheiam das realidades visíveis e concretas do País em matéria de costumes. E bastava ligar a televisão e procurar alguns dos mais recentes programas recreativos. Para não falar nos noticiários.
Francisco Pinto Balsemão (PSD) não concorda com a forma como o governo financia o serviço público de televisão e entende que os canais estatais deveriam, em toda a Europa, concentrar-se na transmissão de programas de alta qualidade, enquanto as suas concorrentes se dedicariam ao entertenimento e a causas sociais. Até aqui tudo quase perfeito. Só tenho uma dúvida: isso significaria que os privados, em consequência, poderiam dedicar-se de forma ainda mais frequente e brutal a executar cidadãos pobres de espírito, à frente das respectivas famílias, em programas como o Momento da Verdade? Quando se pensava que a televisão reality show em Portugal já tinha batido no fundo, o fundo desceu ainda mais. Abismou-se. O novo programa de Pinto Balsemão/Teresa Guilherme é rigorosamente inqualificável em termos de ética televisiva, e uma armadilha incomensurável na ingenuidade bacoca deste povo que somos. O PS e José Sócrates ainda não deram por isso, talvez porque só sintonizem a RTP. Pediu-se então um milagre a Nuno dos Santos em termos de audiências para fazer subir do fosso da falência a SIC capitalista? Ele há-de operá-lo . Mas ninguém vai acreditar que ele não se constranja nem envergonhe perante alguns dos compromissos que está a fazer, e o preço em danos morais nos concorrentes para o conseguir.
Quem disse que a imoralidade tinha limites, enganou-se. Em política, tal como na televisão é rigorosamente igual. Embora fazendo crer no contrário, Balsemão (PSD) e o PS tem óptimas intenções políticas em detrimento das causas sociais. Só que na prática, não as sabem aplicar.

Carlos Ferreira

Um brinde ao futuro

Um meganegócio
chamado Turismo

Já vai longe o tempo em que o Turismo era simplesmente sinónimo de luxo, ou "fazer uma excursão em viagem interessante". Hoje, mais do que uma sofisticada actividade de prestação de serviços, o Turismo é um meganegócio que responde por mais de 10% do PIB mundial (aproximadamente US$ 5 trilhões), gera mais de 250 milhões de empregos e atinge outras centenas de milhões de pessoas, estendendo o seu impacto também à área social, política e cultural.
As condições de vida têm-se deteriorado nos grandes conglomerados urbanos e conduzem ao facto de uma boa parcela da população buscar, durante as férias, os fins de semana ou os feriados, as regiões com belezas naturais - longe das cidades a pretexto de “recarregarem baterias” para enfrentarem a rotina diária. Além disto, outros factores contribuíram para o crescimento dos fluxos turísticos a nível mundial.A ver: O aumento do tempo livre como consequência da racionalização e do aumento da produtividade nas empresas. A jornada de trabalho diária, semanal e anual diminuiu,aumentando o tempo livre para as actividades de lazer e turismo; A evolução técnica, que conduziu a um aumento na produtividade e à redução dos custos da produção. A produção em massa de veículos aumentou o grau de movimentação das pessoas, que utilizam cada vez mais - apesar do preço dos combustíveis - os automóveis para viajar em férias; O aumento na rentabilidade económica de amplas camadas da população contribuiu para que parcelas crescentes de rendimentos fossem direcionadas para os gastos com viagens de turismo; O desenvolvimento de empresas prestadoras de serviços que organizam e comercializam viagens de férias a preços competitivos; A liberalização de formalidades aduaneiras, a eliminação de vistos, a unificação de documentos de viagem entre outros factores, estimularam as viagens internacionais; O aumento da urbanização como consequência da industrialização, e a falta dos espaços verdes e os impactos psicológicos da vida urbana, que incentivam as viagens de férias ou de fim de semana.
Tudo isso, e o crescimento da demanda e, consequentemente, da oferta turística, e as facilidades para viagens tornaram o mundo inteiro acessível aos viajantes ávidos por novas e emocionantes experiências em regiões com recursos naturais quase ilimitados e culturas exóticas mas considerávelmente atraentes. Em muitos países, o turismo está longe de ser um sector apenas periférico, sendo o responsável prioritário para a geração da economia e empregos, no desenvolvimento económico, gerando divisas e interferindo na distribuição regional, nas finanças públicas e até nos níveis gerais de preços.
Em Portugal, constitui actualmente o sector da economia que mais cresce em produção e em geração de empregos mas também aquele que deveria ter a prioridade de investimentos e protecção do Governo, o que em tempos de crise significa ser o sector que pode "tirar um país do buraco". Mas não tem sido entendido assim, e pelo contrário o Governo insiste em criar legislação burocrática que a pretexto de uma salvaguarda exercida em excesso de zelo, dificulta e faz desistir os investidores. Num país pequeno, pobre de solos e de mar, sem industria, sem exportações consideráveis, que vive das receitas de um comercio que gasta mais do que produz, é de facto um paradoxo.
Numa projecção sobre o turismo global até o ano 2020, a Organização Mundial de Turismo (OMT) estudou dados compilados de 85 países revelando que o número de viajantes para o exterior deve saltar de 763 milhões, em 2007 para 1,6 bilhão em 2020. A fatia da população mundial a viajar para o exterior, subirá para 7% em 2020. Além dos seus visíveis efeitos económicos, a forte influência na preservação do meio ambiente e património histórico já seria uma outra e bem forte razão para um especial e massivo investimento do governo neste sector. Mas não é só, a influência no desenvolvimento dos recursos humanos e a mudança de hábitos que visa atrair e fidelizar os turistas em Portugal, que são parte integrante de um cenário no qual as horas de lazer são o motor da produtividade.
As horas de lazer devem-se transformar paulatinamente no "motor da produtividade" a partir do momento em que os momentos de ócio sejam cada vez mais frequentes. A antiga crença de que as inovações tecnológicas, por si só, seriam suficientes para a melhoria das condições materiais de vida, já não subsiste. É necessário que a indústria da hospitalidade e da paz esteja preparada para as novas mudanças do milénio.Imaginemos que o lazer seja o motor da produtividade no país; dinheiro externo investido tanto em empreendimentos como em visitas de turistas; mais empregos, maior produção e mais profissionalismo constituidos de segmentos que abram espaço para actividades múltiplas e diversificadas e maior consciencialização (com relação aos recursos naturais do país e consciência ecológica).
Se tudo isto não convencer público, empresários e Governo, que o turismo é um meganegócio mundial, que é "a bola de neve" de uma economia em crescimento no futuro para países de fracos recursos como o nosso, expliquem-me por favor, então, o que é um meganegócio!

C. Ferreira

Mau tempo voltou ao Algarve

Vendaval a Sul

As inundações estão de regresso, e a chuva parece não querer abandonar esta região, com uma precipitação acima do normal que ronda os 53 litros por metro quadrado

As fortes chuvadas que esta noite - madrugada de Domingo, caíram nos concelhos de Portimão, Albufeira, Loulé (Quarteira), Olhão e Tavira, no Algarve, provocaram queda de árvores e inundações várias em casas e na via pública. Segundo o site da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), no local estão 55 bombeiros com 17 veículos.
Em declarações à TSF, o comandante Vaz Pinto explicou que os casos mais graves registaram-se na Fuzeta, Moncarapacho e Cabanas de Tavira. Mas, também em Albufeira, o centro da zona velha da cidade voltou a ficar inundado, embora sem as consequências de há uma semana atrás. A forte cuvada acompanhada de trovoada intensa que caíu entre as 06h e as 10h da manhã, alarmou algumas populações, sem contudo causar vítimas.
Salientou ainda que, a situação não é considerada grave e não há estradas cortadas. O Instituto de Meteorologia colocou o distrito em alerta laranja, o que corresponde a uma situação meteorológica de risco moderado e elevado. Prevê-se a ocorrência de aguaceiros fortes e localizados e trovoadas atá ao fim do dia. Só na segunda-feira deverá registar-se uma melhoria do estado do tempo.

Assinalado o Dia Mundial do Turismo


Governo trouxe comemorações oficiais ao Algarve

Joe Berardo, Fátima Lopes, Carlos Barbosa (ACP), Vanessa Fernandes e Nelson Évora foram alguns dos medalhados na Gala do Turismo de Portugal, realizada no Casino de Vilamoura

Celebraram-se ontem - prolongando-se pelo dia de hoje, as comemorações do Dia Mundial do Turismo que a Organização Mundial do Turismo dedicou, este ano, ao tema “O Turismo enfrenta o desafio das alterações climáticas”. Em Portugal, as comemorações organizadas pelo Turismo de Portugal, I.P. tiveram lugar no Algarve. O programa inclui várias actividades, em que se destacaram a realização da Conferência Internacional HMI - Hospitality Management Institute of Portugal, no Pavilhão Arade, e a assinatura do protocolo “Turismo 2015” - Pólo de Competitividade do Turismo, a enquadrar no regulamento das Estratégia de Eficiência Colectiva, no Museu de Portimão.
“Turismo: Que Futuro?” foi o tema da Conferência Internacional HMI, que teve a participação do presidente do Turismo de Portugal, Luís Patrão e a intervenção, no final, do Ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, contando ainda com a presença do Secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade.
Este ano, o Dia Mundial do Turismo foi celebrado internacionalmente no Peru - tal como já aconteceu em Vilamoura, onde a Organização Mundial do Turismo realizou a Assembleia Geral com a participação de agentes públicos e privados do sector, com o objectivo de debater e definir os contributos do sector do turismo para uma sustentabilidade global.

À noite, realizou-se a cerimónia de entrega das Medalhas de Mérito Turístico a várias individualidades do país e estrangeiras numa iniciativa do Turismo de Portugal. Foi uma cerimónia sem "pompa nem circunstância", com uma condução sem brilho e demasiado amadorística para uma iniciativa do governo, com a entidade responsável pelo Turismo a deixar por mãos alheias o crédito duma cerimónia com o profissionalismo e glamou que o sector impõe.
A sala do Casino de Vilamoura estava composta, não chegando porém a metade da sua lotação. Notadas a ausência da grande maioria dos grandes empresários do sector no Algarve, bem como a de muitos dos autarcas de concelhos especialmente vocacionados para a expansão do futuro turístico de qualidade desta região.
Foram galardoadas catorze individualidades, entre elas o presidente da Câmara de Guimarâes e de Óbidos, entre vários empresários ligados ao sector do turismo. Do Algarve, nenhuma entidade mereceu essa distinção, o que é grave verificarmos que a principal região de oferta turística do país não merece destaque num evento internacional.
O Instituto doTurismo de Portugal, dirigido por Luis Patrão, terá de encontrar também a fórmula a que nestes eventos, fique em destaque a velha máxima que o governo tanto apregoa: a oferta da excelência. Que afinal esteve tão arredada desta simbólica atribuição de medalas aos melhores dos maiores no turismo.

sábado, 27 de setembro de 2008

XIV Seminário Ibérico de Química Marinha

Aluno da UAlg distinguido com prémio em Espanha

Pedro Alcântara, licenciado em Ciências do Mar pela UAlg, e actualmente a frequentar o 2.º ano de Mestrado de Oceanografia, igualmente na UAlg, acaba de ganhar o prémio Professor Rubio Segovia

A distinção foi atribuída ao melhor trabalho apresentado por jovens investigadores no XIV Seminário Ibérico de Química Marinha, que decorreu em Cádiz. O trabalho “Quantificação das trocas de nutrientes e de clorofila através da barra do Ancão em função da variabilidade da maré”, realizado por Pedro Alcântara, em co-autoria com os docentes da UAlg Alexandra Cravo e José Jacob, valeu ao estudante a conquista do prémio Professor Rubio Segovia, na categoria de Oceanografia, atribuído ao melhor trabalho apresentado por jovens investigadores no XIV Seminário Ibérico de Química Marinha.
Neste evento, que decorreu em Cádiz de 22 a 24 de Setembro, foram apresentadas um total de 30 comunicações orais e 50 na forma de painel, focando diversos temas das Ciências do Mar, nomeadamente oceanografia, processos biogeoquímicos, contaminação marinha, alterações climáticas e ecotoxicologia marinha.
Para além da comunicação premiada de Pedro Alcântara, foram apresentadas por elementos da UAlg outras quatro comunicações orais na área de Oceanografia – coordenadas pelos professores Alexandra Cravo, Paulo Relvas e José Jacob –, uma comunicação na área de contaminação marinha e duas no âmbito da ecotoxicologia marinha. No que toca às comunicações na forma de painel, a UAlg esteve representada com três participações na área de ecotoxicologia marinha, todas coordenadas pela professora Maria João Bebianno.
Três dos trabalhos apresentados esta semana no XIV Seminário Ibérico de Química Marinha resultam da cooperação ibérica na área da Química Marinha, que assume especial relevo no sector da contaminação e ecotoxicologia marinhas através da cooperação existente entre a UAlg, as universidades espanholas de Huelva e Cádiz e o Conselho Superior de Investigação Científica de Cádiz, e que tem recebido o apoio financeiro do programa INTERREG da União Europeia.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Caloiro sofre...

PSP de Faro contra excessos

A semana de recepção aos novos estudantes na UALg vai estar sob foco da 'Operação Caloiro'

Face aos resultados obtidos em anos anteriores, onde o excesso de consumo de bebidas alcoólicas por jovens estudantes era notório e referenciado como um perigo para a circulação automóvel, a PSP de Faro irá, nos próximos dias e durante a duração da Recepção ao Caloiro (altura de grande movimentação e afluência de pessoas à cidade), intensificar as acções de prevenção e fiscalização rodoviárias nocturnas, nomeadamente as vocacionadas para a detecção da condução sob a influência do álcool, com o objectivo de dissuadir tais práticas.
Durante a madrugada de hoje, 26 de Setembro, a Esquadra de Trânsito e Segurança Rodoviária da PSP de Faro realizou uma Operação Stop na cidade, à qual estiveram afectos cerca de uma dezena de elementos policiais, apoiados por uma Equipa de Intervenção Rápida. Esta Operação resultou em 6 detenções, todas por condução de veículo sob a influência do álcool, tendo os detidos, com idades compreendidas entre os 24 e os 38 anos de idade, acusado taxas de álcool no sangue entre os 1,24 g/l e os 1,79 g/l. Foram ainda levantados 11 autos de notícia por contra-ordenação muito graves, por infracções ao Código da Estrada e legislação avulsa, nomeadamente 9 por condução sob a influência do álcool (com valores compreendidos entre os 0,80 g/l e os 1,17 g/l) e 2 por falta de inspecção periódica obrigatória.

Rock Fest na Quarteira

Sons de Rock and Roll

Muita música em noite de grande festa na praia de Quarteira, com um Concerto a dizer ‘adeus’ ao Verão

Realizou-se a primeira edição do Quarteira Rock Fest, um festival de música, dedicado à nova vaga do Rock and Roll, o qual foi comemorado em festa pelas centenas de fans, que aproveitaram uma bela noite de fim de verão, para assistir a três excelentes concertos.
Abriram a noite os The Act-Ups, que trouxeram do Barreiro a energia explosiva do garage rock, liderados pelo carismático Nick Nicotine na guitarra e voz, de grande poder comunicativo, agarrou muitos admiradores, entre os quais um jovem do público acabou a tocar com a guitarra do Nick. Esta foi a primeira vez que tocaram no Algarve, trazendo o seu terceiro álbum na bagagem… e, curiosamente foi a imprensa espanhola, da revista Freek Magazine, que se deslocou a Quarteira, propositadamente para entrevistar a banda portuguesa.

Seguiram-se os Del Shapiros, que vieram de Sevilha com rock and roll ao estilo dos sixties, entre os clássicos e temas originais em inglês, surpreenderam com o visual e o seu som de rock primitivo, animando a “fiesta” , nesta que foi a sua primeira apresentação em palcos portugueses.
A encerrar uma noite em grande, os Bunnyranch, da cidade de Coimbra, provaram porque muitos consideram a melhor banda portuguesa ao vivo. Trouxeram muito rock, com um ritmo avassalador, balanceado pelo baixo do Pedro Calhau e pela bateria e voz do Kaló, bem apoiados pelos tons do órgão do João Cardoso e da guitarra do André Ferrão, empenharam-se e tocaram com energia de alta voltagem.
O balanço foi positivo, o ambiente festivo, a produção estave ao melhor nível e as bandas corresponderam com três grandes concertos. Uma aposta ganha pela Câmara de Loulé, que se espera volte com uma edição em 2009.

Dia Mundial do Turismo 2008 no Algarve

Conferência Internacional no Pavilhão do Arade

Além de assinalar a criação do Hospitality Management Institute, a data serve para a atribuição das Medalhas de Mérito Turístico no Algarve

“Tourism: What’s Next?” é o tema da conferência internacional que decorre nos dias 26 a 27 de Setembro, no pavilhão do Arade, em Ferragudo (Portimão), com a participação do ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, do secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, e do presidente do Turismo de Portugal, Luís Patrão.
O evento, que assinala a criação do Hospitality Management Institute (HMI), decorre no âmbito das comemorações oficiais do Dia Mundial do Turismo (27 de Setembro). O HMI é um projecto de investigação e formação avançada em turismo da responsabilidade do Turismo de Portugal, Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e Universidade do Algarve, tendo como parceiro estratégico o Rosen College of Hospitality Management da University of Central Florida (Orlando).
Patrick Dixon, consultor internacional na área de gestão e motivação, Quentin Peel, editor de Negócios Internacionais do Financial Times, Rudolf Reuland, professor da Lausanne Hospitality School e Tad Hara, professor da University of Central Florida, são algumas das personalidades presentes na conferência, que aborda temas como os impactos da economia no futuro, a gestão da mudança, a inovação e a criação de valor aplicados ao sector do turismo.
Além da conferência, as comemorações do dia 27 de Setembro integram a cerimónia de entrega das Medalhas de Mérito Turístico e as assinaturas dos protocolos HMI/ Lausanne/ UC Florida e “Turismo 2015” - Pólo de Competitividade do Turismo, a enquadrar no regulamento das Estratégia de Eficiência.

Ciência e desenvolvimento

Estudo sobre a Serra de Monchique

Características geológicas e ambientais do maciço alcalino de Monchique esteve em debate no Fórum Monchique 08

No âmbito do Fórum Monchique 08 foram dados a conhecer à comunidade científica, e ao público em geral, os últimos progressos no conhecimento científico sobre as particularidades geológicas e ambientais do Maciço Alcalino de Monchique e da Serra que o circunscreve. Organizado pelo Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA), da UAlg, em parceria com a Câmara de Monchique, o Fórum Monchique 08 - I Encontro Interdisciplinar sobre o Maciço Alcalino de Monchique, teve lugar na Biblioteca Municipal de Monchique, estabelecendo-se como uma oportunidade única para a valorização daquela região serrana.
“A informação de carácter interdisciplinar que foi divulgada no contexto desta reunião constitui-se como um produto educativo, mas também como uma futura base capaz de potenciar a actividade económica em vários domínios, como o geomineiro, o lazer e o turismo de qualidade”, referiu o Prof. Tomasz Boski, coordenador do CIMA.

Esta primeira edição do Fórum Monchique 08 centrou-se na apresentação dos resultados do projecto de investigação VALEMON, coordenado pelo CIMA em parceria com o Departamento de Geologia da Universidade de Huelva e a Câmara de Monchique. No âmbito deste projecto foi desenvolvida uma aplicação didáctica sobre as características da Serra de Monchique, o MonDid, em formato de CD-ROM, que se destina a ser utilizada em sala de aula ao nível dos ensinos primário e secundário, como ferramenta de apoio ao ensino das Ciências. O MonDid já tem um irmão mais velho, o GuaDid, que contém, justamente, informação sobre as características do estuário do rio Guadiana, sendo que na forja já está um terceiro projecto, a ter início até ao final deste ano, que desta vez incidirá sobre uma de duas estruturas geológicas algarvias, a Ria Formosa ou a Ria de Alvor.
Um outro projecto desenvolvido no âmbito do VALEMON foi o MonSig, “um sistema de informação geográfica que funciona como ferramenta de apoio à gestão ambiental”. Esta ferramenta agrega os dados dos levantamentos geológicos mais recentes realizados no Maciço Alcalino de Monchique, muitos ainda actualmente em curso, dando um especial relevo ao potencial mineiro associado a esta região, incluindo cartografia da vegetação e dados sobre a fauna do maciço de Monchique.

Crimes violentos

Os imigrantes é que “pagam” a crise

Declarações inadmissíveis de Leonel Carvalho indignam comunidade imigrante, e as milhares de famílias de portugueses nela integrada

O Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração (COCAI) considerou ontem uma «calúnia criminosa» as declarações do secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança que associa a criminalidade violenta aos imigrantes, noticia a Lusa. «Associar a criminalidade aos imigrantes é uma falsa questão, é uma mentira criminosa», disse à Agência Lusa Timóteo Macedo, presidente da Associação Solidariedade Imigrante e membro do COCAI.
Em entrevista à Antena 1, o secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança (GCS), general Leonel de Carvalho, admitiu que os estrangeiros são cada vez mais responsáveis pelo aumento da criminalidade violenta em Portugal. Leonel de Carvalho afirmou ainda que «é preciso ter consciência desta nova realidade» e sublinhou que é necessário «adaptar o sistema de controlo de fronteiras». O general Leonel de Carvalho achou assim mais fácil culpabilizar os imigrantes, do que encontrar motivos na impreparação das autoridades para a segurança com e sem imigrantes, ou na desenfreada exploração a que estes têm sido sujeitos por alguns dos empresários portugueses sem escrúpulos, e sem ter a coragem suficiente de admitir que a abertura de fronteiras sem controle, gera sempre em qualquer país a entrada de indesejáveis.

Para Timóteo Macedo, a onda de criminalidade está relacionada com «a exclusão social e pobreza» e com «o falhanço das políticas sociais», não tendo «nada a ver com a nacionalidade». «Os imigrantes estão revoltados. Não é justo que se faça esta ligação. Isto terá que ter uma resposta», frisou o membro do COCAI, para adiantar que os estrangeiros residentes em Portugal estão a preparar uma manifestação para expressarem o seu descontentamento, pela legalização dos imigrantes e contra as políticas europeias.
O COCAI é um órgão de consulta do Alto-Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) e nele têm assento o alto-comissário, que preside, e entidades representativas dos imigrantes, instituições de solidariedade social e entidades públicas, entre outras. Contactado pela Agência Lusa, o Ministério da Administração Interna disse que «não há comentário a fazer» sobre as declarações do secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança. Contudo, elas servem para acirrar os ânimos e revoltar os muito milhares de portugueses que têm as suas famílias envolvidadas por laços de parentesco com muitos milhares de imigrantes que em Portugal organizaram as suas vidas e são pessoas de bem.

Imigração e violência é um fenómeno mundial, bem como a exploração da mão de obra dos imigrantes, principalmente dos ilegais. Eles foram bem-vindos a Portugal para trabalhar nas grandes obras do Estado, pela falta de mão d’obra, e hoje fazem, tal como em outros paízes, aquilo que os nacionais não querem fazer. Onde estão portugueses a transportar ou varrer o lixo? Onde estão portugueses nas obras duras da construção civil? Onde estão portugueses na agricultura, na apanha do tomate, nas vindimas? Onde estão portuguesas a fazer manutenção dos sanitários nos grandes centros comerciais? Onde estão portugueses nas cosinhas, copas ou a servir às mesas dos restaurantes? São só alguns exemplos. Neste caso, o general Leonel de Carvalho confundiu a “árvore com a floresta”. Como aliás, sempre acontece com as responsabilidades das autoridades portuguesas. Colocar os imigrantes na condição de marginais, obrigá-los a viver em ghettos sem lhes conceder o essencial que a dignidade humana exige, é esquecer o que ainda recentemente aconteceu em França.
Vindo estas declarações de pessoas com responsabilidades na vida social deste País, é sinal de que Portugal não aprende nada com o exemplo dos outros.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Lagos vai ter nova Autarquia

Funcionalidade é palavra de ordem

Futura casa dos serviços municipais de Lagos evolui como programado. A 1ª.Fase está concluída. Inauguração prevista para Maio de 2009

No cumprimento do plano de trabalhos previsto desde o arranque da obra, Dezembro do ano transacto, teve agora lugar a conclusão de toda a estrutura de betão armado do futuro edifício dos serviços municipais. A futura casa do município de Lagos, situada no terreno da antiga fábrica de cortiça CAFI, conta com 19.023 m2 de área bruta de construção, distribuída por seis pisos, estará concluída em Maio de 2009, totalizando 15 meses de construção efectiva.
Recorde-se que a decisão de avançar para a construção deste edifício prendeu-se com objectivos de eficiência e eficácia que se pretendem atingir ao reunir todos os serviços camarários num único espaço, os quais actualmente se encontram dispersos por diferentes edifícios da cidade, com a consequente sobrecarga financeira para o orçamento do município, e prejuízos de funcionalidade e coordenação dos próprios serviços.
Da autoria do arquitecto António Meireles a concepção do edifício foi abordada como uma peça isolada, com grandiosidade própria, que pretende anular a ideia de hierarquia de frentes, o que se fez tanto através do tratamento das envolventes como através da criação de acessos por ambas as fachadas ao átrio principal do edifício. Constituindo-se como uma peça arquitectónica sóbria e de linhas direitas, que transmite uma imagem de modernidade e eficiência, a futura casa do município sendo um elemento marcante da paisagem urbana da cidade.

Loulé em Málaga

Imagens do Algarve na Feira de Turismo

Pelo segundo ano consecutivo, o Município de Loulé marcou presença na 5ª edição da Feira Internacional de Turismo Cultural de Málaga

Num certame que decorreu entre 18 e 21 de Setembro, no Palácio de Feiras e Congressos desta cidade, e contou com a participação de mais de 160 expositores do sector turístico, proporcionando aos seus visitantes, profissionais ou público em geral, informação turística e workshops onde podiam comprar na hora o seu destino de férias, a Câmara de Loulé fez-se representar com um stand de 32 m2 com informações de âmbito turístico e cultural sobre o Concelho, degustação de produtos regionais (licores, aguardente, bolos regionais e água-mel) e oferta de brindes.
Mas o grande destaque desta representação louletana foi para a divulgação dos eventos culturais que têm lugar no Concelho ao longo de todo o ano, nomeadamente os que já alcançaram projecção nacional e até internacional, casos do Festival MED, da Noite Branca ou as festividades tradicionais como a Festa da Mãe Soberana ou o Carnaval. As exposições e os espectáculos de música, teatro ou dança também foram apresentados nesta Feira, dando a conhecer aos potenciais turistas a pujança cultural do Concelho que, a par das praias, golfe, animação nocturna, património histórico e ambiental ou da gastronomia constitui um dos pontos fortes de Loulé enquanto destino turístico referenciado pela sua qualidade.

Ensaio sobre a cegueira

Depressão económica? Mas qual depressão?

As comparações entre a crise financeira actual e a de 1930 ignoram o novo papel dos países emergentes e o desastre social de outros períodos de turbulência. Os consumidores enchem os shoppings, e os contribuintes vão pagar a crise.

O filósofo americano Thomas Kuhn definiu o "paradigma da cegueira" no seu livro A Estrutura das Revoluções Científicas, de 1962. Trata-se de um processo pelo qual análises consolidadas impedem que se vejam, com nitidez, situações novas. Algo semelhante parece estar a ocorrer quando se interpreta a gravidade e a extensão da actual crise financeira mundial. Ela é grave, ninguém duvida - só neste ano, onze bancos desapareceram face aos abalos financeiros iniciados em agosto do ano passado, e as estimativas de perdas com o crédito podre na economia americana giram entre 500 bilhões e 3 trilhões de dólares. Esses números levaram o economista e investidor George Soros a compará-la (sem as reservas feitas pelos especialistas abaixo descritos), à Grande Depressão de 1930. A comparação gratuita impressiona, mas revela uma cegueira que, com cinismo, pode-se dizer que beira a esperteza. Quem propala perigos demais está, no fundo a pedir ajuda dos governos. Eis alguns exemplos do que foram crises profundas:
• Na Grande Depressão, a taxa de desemprego nos Estados Unidos saltou para 25%. Metade dos bancos fechou as portas e 90.000 empresas desapareceram.
• No período posterior à II Guerra Mundial, a população europeia, 10% maior, alimentava-se com apenas quatro quintos da comida disponível na década de 30.
• Os choques do petróleo de 1973 e 1979 provocaram uma retracção de 13% no comércio internacional e fizeram o desemprego na Europa quase triplicar. Na Inglaterra, o governo determinou que a indústria funcionasse apenas três dias por semana.
• O Japão passou a década de 90 arrastando-se na vergonhosa taxa de crescimento do PIB de 1% ao ano, em média, por causa do estouro da bolha que se havia formado nos mercados imobiliário e financeiro.
O que chama maior atenção na crise actual é o facto de a economia real, que envolve a indústria, o consumo e as exportações, estar indo bem, como se houvesse isolado a ameaça do sector financeiro. Mais importante, as autoridades financeiras das principais economias do planeta souberam tirar lições das hecatombes económicas ocorridas no passado. O Tesouro americano e o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), aliados aos seus congéneres europeus, foram rápidos em injectar toda a liquidez necessária para que os mercados financeiros não sucumbissem. A mais recente acção nesse sentido foi a intervenção estatal nas duas gigantes hipotecárias americanas na semana passada. Esse trabalho coordenado impediu que houvesse um definhamento completo nas linhas de crédito - como aconteceu no crash de 29, exacerbando a crise. Não se deve esquecer também que o mundo possui hoje pólos diversos de consumo e crescimento, principalmente na Ásia.
O capitalismo americano terá de se purgar dos seus excessos, notóriamente na bolha do preço dos imóveis - um desequilíbrio que vinha a ser apontado desde 2005 por dezenas de observadores, dos quais o mais enfático é o respeitado professor Robert Shiller, da Universidade Yale. As bolhas criam riqueza quando se incham e destroem riqueza quando estouram. Desde a bolha de internet que se inchou nos anos 90 e estourou em 2000, o capitalismo turbinado pela hegemonia e pela globalização vem produzindo cíclicas megacrises. Agora é a vez da bolha imobiliária. Ela será metabolizada, pois, como toda crise do capitalismo, essa traz em si o germe de sua própria solução.

Cinco especiais visões sobre esta crise

Kenneth Rogoff
Professor de economia de Harvard, ex-economista-chefe do FMI

"Pela sua profundidade e duração, é a maior crise financeira desde 1930. As empresas estão a desfazerem-se na bolsa. Esse efeito espalha-se pelo mundo. O desemprego nos Estados Unidos já é o mais alto dos últimos quatro anos (6,1%). Há o risco real da crise se espalhar para outras áreas da economia."

Raghuram Rajan
Ex-economista-chefe do FMI, professor de finanças da Universidade de Chicago

"A crise inflaccionária de 1987 foi curta. A actual é muito pior. O problema do crédito ainda nem apareceu de verdade. Por enquanto, os bancos ainda emprestam dinheiro para cumprir compromissos assumidos anteriormente. Vão conceder novos financiamentos quando isso acabar? Ninguém sabe."

Allan Meltzer
Professor de política económica da Universidade Carnegie Mellon

"É tentador exagerar um problema, principalmente quando existe um objectivo subjacente. Geralmente quem promove o exagero são os que se desdobram para obter ajudas do governo. O Congresso acostumou-se a atendê-los. O custo tem sido transferido para os contribuintes. Está errado."

Barry Eichengreen
Professor de economia da Universidade de Berkeley, ex-conselheiro do FMI

"Há uma tendência para dramatizar em excesso as experiências que se vivem. A crise de 1930 - quando metade dos bancos dos EUA faliu ou desapareceu - foi infinitamente mais séria. Prefiro pensar que a crise actual é ‘a pior da era recente da securitização em massa’. É um bicho novo."

Harvey Rosen
Director do Centro de Estudos de Políticas Económicas de Princeton

"Muitos analistas aumentam a crise porque trabalham no sector financeiro. Para eles, realmente há um problema - as suas empresas estão a falir, os seus empregos estão em perigo. Isso influencia para piorar a percepção geral da crise. Mas o estado da economia como um todo não é assim tão mau."


Fonte: New York Times

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Estranho: Cavaco Silva diz “quase”?

Em directo de Nova Iorque, falou o Presidente da República

Cavaco diz que crise financeira quase de certeza vai atingir os portugueses. «Todos pagam uma factura, não são só os contribuintes norte-americanos», disse o PR nos EUA. Estranhas revelações... Será da proximidade do “ground zero”?

O Presidente da República, Cavaco Silva, precisou de ir a Nova Iorque para tecer consideraçães económicas, considerando ontem, terça-feira, que o mundo inteiro sofrerá com a crise financeira com origem nos Estados e alertou que «quase de certeza vai atingir os portugueses. Aqueles que sofrem esta crise financeira estão espalhados pelo mundo. Não só porque têm menos acesso ao crédito, [mas também porque] pagam taxas de juro mais elevadas», disse Aníbal Cavaco Silva, em declarações à comunicação social durante a sua visita à sede das Nações Unidas, nos EUA.
O Presidente da República avisou que esta crise «quase de certeza, vai atingir os portugueses» e prometeu aprofundar este assunto «depois de ouvir aqueles que têm uma responsabilidade no sistema financeiro mundial. Todos pagam uma factura, não são só os contribuintes norte-americanos. A minha preocupação volta-se para aqueles que são as vítimas», disse.
Na próxima quinta-feira, Cavaco Silva visitará a Bolsa de Nova Iorque (BNI), onde será recebido pelo CEO da BNI, Duncan Niederauer, que lhe oferecerá uma estatueta com o símbolo da BNI (um touro e um urso), tocará o sino que indica a abertura oficial da sessão, assinará o livro de honra, e ainda terá oportunidade de vislumbrar a bandeira portuguesa hasteada à porta daquela instituição. «A BNI é o epicentro do ciclone financeiro», afirmou o chefe de Estado português, acrescentando que tem a sua ideia sobre aquilo que falhou: «Os reguladores, os supervisores, bancos centrais, a invenção que se fez de produtos financeiros. Permitiram-se todas as invenções. De tal forma que, agora, nem se consegue descortinar o que é que está dentro dos vínculos financeiros que foram inventados. Os produtos são tão complexos, nem os próprios reguladores entendem o que está dentro desses produtos», sublinha.
O Presidente considerou que os líderes mundiais não podem deixar de discutir este assunto. «Mas já existe uma cooperação entre instituições financeiras internacionais. O Banco Central Europeu já foi chamado e tem colaborado na cedência de liquidez em grandes montantes. Vamos ver com é que o sistema reage à proposta que está a ser discutida entre a Administração norte-americana e o Congresso», explica, sublinhando «que estão 700 biliões de dólares em discussão, seis vezes o produto interno português. Mesmo assim, há quem diga que não chega, que tem de ser um trilião, mostra bem a dimensão desta crise e há, com certeza, responsáveis», disse.
No entanto, o Presidente da República assegurou não acreditar que esta crise signifique a falência da economia de mercado. «Funciona se houver uma regulação. Não podia funcionar segundo uma regra geral da mão invisível. Por isso é que existem entidades reguladoras, por isso é que existe responsabilidade dos governos. Alguém disse, a democracia é o pior dos regimes, excepto todos os outros; a economia de mercado é a pior, excepto todas as outras», afirmou.
Estranho é que Cavaco Silva tenha precisado de ir a Nova Iorque para mandar esta mensagem do “quase” aos portugueses. Estranho, quando se trata de um economista, tardiamente abordando assunto tão grave e perceptível para todos. Estranho ainda, porque não mereceu nenhuma intervenção sua na televisão apelando um maior rigor no excesso do consumismo. Estranho, porque com outras ninharias que não afectam o bolso nem a vida dos portugueses ele faz solenes comunicações.
É um facto, Cavaco Silva anda muito estranho.

Relatório TI: É como o algodão...

Portugal está mais corrupto

Relatório internacional revela que caímos quatro pontos em relação ao ano passado. Só?

O relatório anual da organização não-governamental Transparency Internacional foi ontem divulgado e não engana: revela que Portugal está mais corrupto, segundo o Índice de Percepção de Corrupção. Em relação ao relatório do ano passado, Portugal caiu quatro lugares, passando de 28º para 32º lugar. O aumento da percepção do problema da corrupção em Portugal no ano passado pode ter sido causada pela investigação de alegada corrupção que envolveu figuras destacadas do desporto.
Segundo o ranking da Transparency Internacional (TI), que analisa 180 países, Portugal está entre os países onde aumentou a percepção de corrupção, encontrando-se no 32º lugar do ranking a nível global e no 19º lugar a nível europeu. Outros países europeus onde aumentou esta percepção da corrupção foram Bulgária, Finlândia, França, Itália, Noruega e Inglaterra.
Em relação ao relatório do ano passado, Portugal caiu quatro lugares, passando de 28º para 32º lugar, revela o Índice de Percepção de Corrupção (IPC) da Transparency Internacional (TI) que mede o nível de percepção de corrupção no sector público em determinado país, tendo por base diferentes pesquisas no sector privado e entre consultores.
O Índice de Percepção de Corrupção de 2008, que analisa o mesmo número de países de 2007, apresenta uma escala que vai de zero (muito corrupto) a 10 (livre de corrupção), encontrando-se Portugal nos 6.1, enquanto no ano anterior estava nos 6.5. O relatório, disponível desde hoje no site da Transparency Internacional, refere que «investigações de corrupção envolvendo figuras destacadas do desporto captaram a atenção pública em Portugal em 2008».
No entanto, o documento destaca também a primeira investigação de sempre com «êxito» sobre donativos ilícitos para campanhas políticas. «Extensas discussões públicas de propostas para uma nova abordagem do combate à corrupção e de um plano falhado dominaram os debates públicos em Portugal e poderão ter afectado as percepções» do problema, sublinha o documento. No site da TI encontra-se um documento do vice-presidente do Tribunal Constitucional português, juiz Rui Moura Ramos, no qual esclarece que financiar um partido é diferente de financiar uma campanha e sublinha que as actuais leis proíbem o financiamento privado, só admitindo donativos pessoais ou de fundações.

Inundações em Albufeira

O dia seguinte

Face ao caos vivido pelos comerciantes, os socialistas de Albufeira exigem auditoria técnica às obras do Polis e responsabilizam o Presidente da Câmara pelas inundações na cidade

Os dias seguintes à grande inundação da madrugada de segunda feira, em Albufeira, têm sido dramáticos para os comerciantes que tiveram prejuízos que no total dizem ascender a mais de 500 mil euros. São carradas de material inutilizado, desde roupas a electrodomésticos, a despejar em contentores com destinho à lixeira.
A chuva intensa causou alguns milhares de euros de prejuízos nas lojas da cidade, mas a autarquia quer um relatório final antes de definir apoios aos comerciantes, escreve a Lusa.
A baixa da cidade tem umas 150 lojas e metade delas foram afectadas pela intensidade das águas que inundaram caves e que chegaram a arrancar pedras da calçada na Rua 5 de Outubro. A autarquia fala só em alguns «milhares de prejuízos» e teme que muitas das lojas não tenham seguros contra esta intempérie. Por isso, para conhecer ao certo o volume de prejuízo, está a ser ultimado um documento que será divulgado amanhã, onde serão identificadas lojas afectadas e os valores danificados. «Os estragos vão ainda ser avaliados com base em testemunho local» até porque «uma entidade pública tem se ser séria na avaliação dos prejuízos», disse à Agência Lusa o vice-presidente de Câmara de Albufeira, José Carlos Rolo, criticando aqueles que atiram um valor subjectivo para o ar sem uma avaliação no terreno.
O presidente da direcção da Associação de Comércio e Serviços de Albufeira (ACOSAL), Luís Alexandre, estima, que numa primeira avaliação, o prejuízo «ascende a mais de meio milhão de euros». Já o autarca de Albufeira, Desidério Silva, em declarações à Lusa, não exclui a hipótese de ajudar os comerciantes, nomeadamente aqueles que viram as suas caves inundadas, mas qualquer decisão só será tomada depois de se conhecer o relatório que identifica e avalia os danos.

Socialistas querem inquérito rigoroso

O PS de Albufeira veio a público defender a realização de uma auditoria técnica rigorosa às obras realizadas pelo Programa Polis, bem como a criação de um Fundo Municipal para responder a situações de emergência no Concelho. Estas são duas de um conjunto de cinco medidas integradas numa proposta, que os vereadores eleitos pelo PS na Câmara de Albufeira irão apresentar na próxima reunião do executivo, na sequência das inundações verificadas na baixa da cidade.
O deputado David Martins, presidente da concelhia do PS/Albufeira, diz que se tem de responsabilizar “o executivo da autarquia pela falta de medidas eficazes na resolução dos problemas relacionados com as cheias. É urgente encontrar soluções para um problema que tem vindo a agravar-se de ano para ano, com prejuízos na ordem dos muitos milhares de euros, sobretudo em habitações e comércio localizados no centro histórico da cidade”.
De acordo com declarações de populares e das inúmeras notícias publicadas sobre a catástrofe registada em Albufeira, os problemas devem-se às obras do Programa Polis, pois reduziram as condições de escoamento das águas pluviais nesta zona da cidade. “Apesar do presidente do executivo insistir em atribuir responsabilidades da acção das obras do Polis a terceiros, importa referir que a Câmara Municipal é o principal parceiro deste projecto e o representante da população na defesa das melhores soluções. Questionamo-nos por isso se a fiscalização e o acompanhamento das obras têm sido feitos de forma correcta. Efectivamente, e de acordo com muitos testemunhos locais, a participação da população raramente, ou nunca, é solicitada. Do mesmo modo, nunca foram tidas em consideração as chamadas de atenção que o Partido Socialista fez na Assembleia Municipal, assim como, nunca foi apresentado o estudo da bacia hidrográfica nem o estudo das marés vivas, solicitado pelo PS em Dezembro de 2006”, referiu o deputado do PS.
Perante as inúmeras situações que têm afectado a imagem do Concelho, e com especial incidência nos últimos meses, o PS/Albufeira pretende “chamar a atenção para a política de desenvolvimento levada a cabo por este executivo, a qual privilegia a ocupação do solo urbano e consequente impermeabilização. Ao contrário do que tem sido a proposta do Partido Socialista, o executivo do PSD insiste num modelo de desenvolvimento urbanístico que pressiona o território, não garantido a sua sustentabilidade e a dos equipamentos”, acrescenta o socialista David Martins, licenciado em Turismo e agora Deputado na Assembleia da República.

Para o deputado do PS, “a situação registada no dia 21 deste mês e os vários problemas ocorridos nos últimos meses, nomeadamente durante o período de Verão, com as ETAR’s nas praias do Concelho, demonstram a fragilidade dos equipamentos e a falta de planeamento existentes. Em Albufeira pensa-se no imediato e esquece-se o futuro. Prova evidente e incontestável deste facto é que Albufeira está a perder a sustentabilidade conseguida ao longo dos últimos 20 anos, pondo em causa a qualidade de vida da população e a imagem do Concelho. Refira-se ainda a estranha inexistência de informação sobre o estudo elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, com vista a encontrar uma intervenção técnica adequada para o problema. O PS exige por isso que o executivo apresente publicamente o referido documento e aponte a melhor solução encontrada pelos peritos”. Num contacto directo com a população local, o deputado David Martins e vários membros do PS, verificaram in loco o receio dos inúmeros munícipes que habitam e trabalham na zona afectada, tendo constatado o desespero dos muitos que ficaram sem condições para reabrir os estabelecimentos, já que perderam grande parte dos seus bens, estimando-se os prejuízos em vários milhares de euros.
Por esse motivo, considerando esta situação e tendo presente que o mais importante é resolver o problema e apoiar as pessoas prejudicadas, os vereadores eleitos pelo Partido Socialista na Câmara de Albufeira vão apresentar na próxima reunião do executivo uma proposta com base nos seguintes pontos: 1) a realização de uma auditoria técnica pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil para verificação das soluções do Programa Polis; 2) realização imediata de uma acção preventiva de limpeza da rede pluvial da cidade de Albufeira; 3) realização de um inventário com a identificação dos lesados por esta intempérie; 4) criação de um Fundo Municipal para responder a situações de emergência; 5) divulgação dos resultados da auditoria e promoção de iniciativas que envolvam a população e associações, para resolução definitiva destes problemas.
Sobre esta matéria será também apresentada uma iniciativa na Assembleia Municipal de Albufeira.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A crise energética


Portugal deve estudar a opção da energia nuclear?

É preciso reduzir a dependência energética, até porque a «alteração estrutural dos preços da energia está para ficar», defende governador do Banco de Portugal, que aponta como exemplo positivo da Finlândia.

O governador do Banco de Portugal quer que Portugal estude as vantagens da energia nuclear e avisou que é uma opção que não pode ser descartada. Vítor Constâncio afirmou no Parlamento, que é preciso reduzir a dependência energética nacional e não deixou esperanças sobre uma redução do preço dos combustíveis: «A alteração estrutural dos preços de energia está para ficar».
O governador deixou como exemplo o modelo finlandês, um país conhecido pelas suas práticas ecológicas. «Acho que é uma opção que deve estar em cima da mesa. Basta pensar na Finlândia, um país bem gerido, que iniciou há pouco tempo um programa de construção de centrais nucleares».
Aos microfones TSF, Pedro Sampaio Nunes, que liderou um processo para a construção de uma central nuclear em Portugal, considerou que, neste momento, «a situação é de tal modo crítica, que é necessário ter em linha de conta todas as opções e estudá-las de uma forma rigorosa e correcta». O responsável defendeu o debate nacional sobre o tema e até a realização de um referendo nacional.
Já a Quercus, considera que Vítor Constância deve desconhecer a realidade do nuclear. A associação ambientalista garante que a opção não é benéfica em termos de custo e diz que governador do Banco de Portugal é «ingénuo».

Dizer sim ao nuclear: Quercus contra

A Quercus reagiu às declarações, argumentando que os ambientalistas não concordam com benefícios financeiros apontados pelo governador do Banco de Portugal: «Só por ingenuidade sobre o sistema energético ou por desconhecimento das prioridades do ponto de vista de custo é que podem ter sido feitas as declarações do governador do Banco de Portugal», disse Francisco Ferreira, dirigente ecologista.
Para os ambientalistas, «se o problema do país é financeiro, então incluir o nuclear nas questões energéticas é um erro». Isto porque «um dos principais argumentos contra o nuclear é que é muito insustentável do ponto de vista de custos». O exemplo finlandês também foi dado por Francisco Ferreira, que apontou as «enormes derrapagens» desta central nuclear.
A Quercus alega ainda que uma central em Portugal teria uma dimensão que não conseguia ser suportada pela rede eléctrica nacional, além dos tradicionais argumentos dos problemas do tratamento dos resíduos gerados pelo nuclear e da questão do risco. «O debate do nuclear foi feito nos últimos dois anos e extinguiu-se. Muito porque Portugal é o país da Europa onde a população acha que se deve apostar menos no nuclear», acrescentou.

Sábado, vai ser dia de protesto

Combustíveis: DECO lança protesto contra preços

Jornada nacional apela aos consumidores para não abastecerem os veículos durante o próximo sábado

A associação de defesa do consumidor, DECO, organiza no próximo sábado uma jornada nacional de protesto contra o preço dos combustíveis, apelando aos consumidores para não abastecerem os veículos durante todo o dia, noticia a Lusa. O slogan da campanha lançada pela DECO é: «Preços dos Combustíveis: assim não! Sábado 27: Não se esqueça, não abasteça». A DECO quer com este protesto, que as petrolíferas façam repercutir no preço de venda ao público as reais variações dos preços das matérias-primas.
Reivindica ainda que a Autoridade da Concorrência exerça «com eficácia as suas competências de fiscalização e supervisão» do mercado, vigiando em permanência a evolução dos preços e reprimindo eventuais práticas restritivas da concorrência. A DECO quer ainda que o Governo crie uma «estrutura específica de regulação deste sector», que tenha capacidades «efectivas de intervenção» e que fomente o aparecimento de novos operadores no mercado.
A associação de defesa dos consumidores diz que as petrolíferas respondem de imediato ao aumento do petróleo com aumento dos preços dos combustíveis, mas que no caso da descida do petróleo, as empresas «mantêm discricionariamente os preços». Refere ainda que o mercado nacional é dominado por três empresas, «numa verdadeira situação de oligopólio», que praticam preços idênticos entre si, o que demonstra a falta de concorrência do mercado.