Jornalistas algarvios foram distinguidos em Portimão
“Pela dedicação impar à causa da Comunicação Social, pela verdade e rigor colocado no relato dos acontecimentos do dia-a-dia, quer ainda igualmente por esta profissão ser um dos pilares institucionais da democracia”, disse Manuel da Luz.
Num país, cuja tradição normalmente só festeja pessoas depois de mortas, foi agradável verificar que o trabalho vivo dos “homens da Imprensa” não é relegado para segundo plano nos acontecimentos regionais. É verdade que dantes até havia concursos jornalísticos, e prémios para as “melhores peças” jornalísticas, o que galvanizava e incentivava a profissão, mas, há falta de melhor e mais imaginação, pelo menos que as autoridades se lembrem de vez em quando (da carreira) dos que tem por vida profissional informar o público com rigor e isenção.
Foi o que aconteceu quando o presidente da Câmara de Portimão, Manuel da Luz, dirigiu algumas palavras aos homenageados e convidados presentes na iniciativa levada a cabo pelo segundo ano por aquela autarquia, na Homenagem a Profissionais da Comunicação Social. A cerimónia concretizou-se durante um jantar no Clube de Golfe Reguengo do Morgado, em Portimão, no qual compareceram muitos admiradores dos homenageados (na foto da esqª. a Governadora Civil acompanhada do presidente da Câmara do Funchal e esposa), mas onde a falta de alguns “colegas algarvios” foi bastante notada, revelando uma vez mais ser o “calcanhar de aquiles” desta profissão.
Os prémios foram entregues pelo presidenta da Câmara de Portimão aos homenageados, que agradeceram em improvisos muito aplaudidos.
...E os galardoados foram:
Raul António Pires Durão
(A título póstumo)
Nasceu a 9 de Setembro de 1942 e faleceu com 65 anos a 8 de Outubro de 2007.Iniciou a sua carreira jornalística aos 19 anos, quando cumpria o serviço militar obrigatório na Guiné, como locutor da Rádio Nacional da Guiné. Terminada a comissão militar, regressa a Lisboa e inicia a sua carreira na extinta Emissora Nacional, como locutor de rádio. Em 1971, Raul Durão entra para a RTP, através de um concurso público, para admissão de locutores e apresentadores, juntamente com Ana Zanatti, Maria Elisa, Eládio Clímaco e Fernando Balsinha. A sua imagem fica marcada ao BOM DIA PORTUGAL, visto que apresentou este magazine durante os 8 anos em que ele esteve no ar. Apesar de se ter retirado da RTP em 2002, Raul Durão fez sempre questão de se manter ligado ao mundo da comunicação, colaborando com a RTP ÁFRICA, no programa “LATITUDE” praticamente até falecer.
Artur Manuel de Jesus Linha
Nasceu em Lisboa 1 de Março de 1940. É jornalista há mais de 52 anos, tendo desempenhado funções em Portugal e Angola. Carteira Profissional d Sindicato dos Jornalistas e da Comissão Carteira Profissional de Jornalista, nº 1253.
Cargos e funções actuais a nível jornalístico e associativo: Director do Semanário «Gazeta de Lagoa», desde 31.3.1989; Director do Quinzenário «Voz de Silves», desde 16.7.1990; Director-Geral e Coordenador da Revista «Tribuna do Algarve», desde7.12.1982; Presidente da Direcção da Associação de Amizade Lagoa/S. Domingos (Cabo Verde).
Percurso profissional: (de 1956 a 1962 – em Portugal). Colaborador da revista «Flama», contos, usando dezenas de pseudónimos; colaborador da revista «Plateia», colaboração diversas; colaboração do «Diário Popular», contos, usando dezenas de pseudónimos.
Francisco Pinto Balsemão
Presidente da holding Imprensa, SGPS-AS, e presidente da SIC. A Impresa detém as seguintes participações; Sojornal, Expresso, Medipress, Blitz e Autosport, Imterjornal, Courrier Internacional, Publisurf, Surf Portugal, Imprensa Classificados, Lusa. A Imprensa detém ainda uma participação na Edimpresa, Exame, Exame Informática, Caras , Activa, Cosmopotitan, Visão, TV Mais, Telenovelas, Jornal de Letras, Turbo, Witch, Casa Claudia, Caras, Super Interessante, FHM, Stuff, Rotas do Mundo, etc.
Licenciado em Direito, foi jornalista e administrador (1965-71) do Diário Popular; fundador do jornal EXPRESSO (1973-80), fundador do Partido Social Democrata (1974), deputado e vice-presidente da AR, Ministro de Estado Adjunto no VI Governo Constitucional (1980), Primeiro Ministro dos VII e VIII Governos Constitucionais (1981-83).
João Francisco Manjua Leal
Nasceu em Faro (Freguesia de São Pedro), verdadeiramente a 26 de Dezembro de 1937. Casou na Fuseta, em28 de Outubro de 1963, com Maria Armanda de Sousa Leal, pai de duas filhas. Desde de menino e moço que pagou no vício do jornalismo, tendo trabalhado nos principais OCS do Algarve.
Chefiou a Delegação do «Jornal do Algarve», em Faro e foi Correspondente Regional de «Rádio Renascença» (23 anos, que lhe mereceu a «Medalha do pontificado de João Paulo II), «Diário de Notícias», (onde trabalhou durante mais de 40 anos e de que foi Redactor Regional), «O Primeiro de Janeiro», «Jornal de Notícias», «Diário Popular», «A Capital», Emissora Nacional (actual RDP/ Sul), «Publituris», «Magazine do Algarve», «Sol do Algarve» (revista de Turismo, de que foi director), «Algarve Mais, «La voz de Huelva», «A voz de Loulé», «O Barlavento», etc.
Armindo Jorge Abreu
Nasceu no Funchal a 28-3-1935 tendo feito o curso do ensino secundário no Liceu Moniz. Iniciou-se no jornalismo em 1961, como colaborador do Madeira Popular tendo ingressado nos quadros do jornal da Madeira em 1966 onde desempenhou funções de revisor, repórter e redactor. Em 1972 transfere-se para o Diário de Notícias do Funchal onde se mantém até 86. Neste matutino atinge a chefia de redacção sendo nomeado director interino,
por breve período, em 1974.
No período de 70 e 73 acumula a locução e o jornalismo radiofónico na antiga Emissora Nacional. Fá-lo mais tarde na Estação Rádio Madeira. A sua carreira na Radiotelevisão Portuguesa inicia-se em 6 de Agosto de 1972 como jornalista pivot. Exerce, sucessivamente, os cargos de chefe de redacção, chefe do departamento de informação e director do centro regional de 1988 a 1998. Passou à situação de aposentado em Março de 200. É detentor da carteira profissional de jornalista nº 48.
Maria Antónia Palla
Nasceu no Seixal em 1933, no seio de uma família “republicana, laica e socialista”. Fez a instrução primária em casa, o secundário no Liceu Francês Charles Lepierre e licenciou-se em Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras de Lisboa.
O jornalismo foi sua única profissão, iniciada em 1968 no “Diário Popular” após um concurso que permitiu que, pela primeira vez, três mulheres entrassem numa redacção, com funções indiferenciadas. Seguiram-se o “Século Ilustrado”, “Vida Mundial”, “A luta”, Agência ANOP, “A Capital”, RTP, e a revista “Máxima”, de que foi chefe de redacção. Em 1972 foi destinguida com o prémio de reportagem “João Pereira Rosa”.
Foi membro do Conselho de Imprensa, eleita pela classe e foi a primeira mulher eleita para a Vice-Presidência do Sindicato dos Jornalistas. Foi também a primeira mulher a ocupar o cargo de Presidente da Caixa de Previdência dos Jornalistas, função que desempenhou nos últimos dez anos. Foi agraciada com a Ordem de Liberdade, em 2004, pelo Presidente Jorge Sampaio.
João de Jesus Ribeiro
Natural de Silves, de onde saiu aos 2 anos de idade em 1927. É casado há 39 anos com Rosa Ribeiro, tem uma filha. Aos 17 anos, João Ribeiro, após concluir o curso comercial, contrariando vontade da mãe, que considerava a profissão de fotógrafo, uma vida de saltimbanco, troca um emprego certo na Seguradora Comércio e Industria, pela aventura da reportagem fotográfica, no Portugal dos anos 40.
Passou por grande parte dos jornais da capital até ser contratado, em 1966, para a delegação de Lisboa no JN. Um descarrilamento em Vigo, em 1966, que vitimou 30 portugueses, foi um dos seus últimos trabalhos para aquele jornal. Nesse ano transferiu-se para o JN, onde esteve ligado durante 40 anos e o trabalho que elege durante este período é a cobertura do incêndio na Câmara Municipal de Lisboa, em 1996, o qual teve honras de primeira página, integralmente preenchida com uma fotografia sua mas, desta vez a cores. O decano do jornalismo passou ainda pelo Diário Popular e pelo Diário de Lisboa.