Estranho silêncio paira sobre o processo de extradição de dois cidadãos Iranianos que pediram asilo humanitário em Inglaterra.
Um País bem nosso conhecido pelos seus excessos e costumes de libertinagem dos seus cidadãos, que se revela deste modo insensível, e hipócrita, ao subscrever os Direitos Humanos.
O Governo trabalhista britânico foi fortemente criticado pelo jornal "The Independent" por não conceder asilo político a dois cidadãos iranianos (um jovem homossexual e uma lésbica), que solicitaram por temerem uma condenação à morte no seu país. O último caso conhecido diz respeito a Pegah Emambakhsh, uma lésbica de 40 anos que fugiu para a Inglaterra depois da sua companheira ter sido condenada ao apedrejamento no Irão.
Agora, mais de 60 deputados britânicos enviaram um pedido ao primeiro-ministro, Gordon Brown, no qual lhe pedem que se detenha na decisão de deportar Mehdi Kazemi, um homossexual de 19 anos. Kazemi fugiu para a Holanda depois de o Ministério do Interior britânico negar o seu pedido de asilo político no ano passado, e o seu caso está actualmente nas mãos da Justiça holandesa, que deverá decidir se o devolve ao Reino Unido.
"De regresso ao Reino Unido, o jovem gay expõe-se ao risco de ser deportado para o país onde o seu companheiro já foi executado", informa o jornal.
Os grupos de defesa dos direitos dos homossexuais indicam que há dezenas de pessoas com essa orientação sexual a serem executadas no Irão (foto ao lado), e outros que solicitaram asilo no Reino Unido por temor a sofrer perseguição caso voltem ao Irão. Pegah Emambakhsh chegou ao Reino Unido em 2005, depois de sua companheira ter sido detida pela Polícia de Teerão.
De acordo com a legislação islâmica iraniana, as lésbicas declaradas culpadas de relações sexuais podem ser condenadas a 100 chicotadas, mas, ao terceirodelito desse tipo, a condenação consiste na sua execução. Emambakshsh esteve a ponto de ser deportada em agosto, mas os parlamentares convenceram o Governo a deixá-la por enquanto no país até que se explorasse as diferentes possibilidades de recurso legal contra sua expulsão do país.
De acordo com a legislação islâmica iraniana, as lésbicas declaradas culpadas de relações sexuais podem ser condenadas a 100 chicotadas, mas, ao terceirodelito desse tipo, a condenação consiste na sua execução. Emambakshsh esteve a ponto de ser deportada em agosto, mas os parlamentares convenceram o Governo a deixá-la por enquanto no país até que se explorasse as diferentes possibilidades de recurso legal contra sua expulsão do país.
No mês passado, o Tribunal de Apelações rejeitou a solicitação que tinha apresentado para uma audiência sobre seu caso. Emambakhsh declarou-se muito "decepcionada" com essa decisão, mas afirmou que recorreria ao Alto Tribunal.
A eurodeputada Sarah Ludford, porta-voz do grupo a favor dos direitos dos homossexuais e lésbicas do Parlamento Europeu, escreveu à ministra do Interior britânica, Jacqui Smith, pedindo-lhe que revise o casode Kazemi. "Jacqui Smith deve reconhecer e agir levando em conta a ameaça de perseguição e execução à qual estaria exposto Kzami caso ele seja deportado ao Irã", disse Ludford.
A eurodeputada Sarah Ludford, porta-voz do grupo a favor dos direitos dos homossexuais e lésbicas do Parlamento Europeu, escreveu à ministra do Interior britânica, Jacqui Smith, pedindo-lhe que revise o casode Kazemi. "Jacqui Smith deve reconhecer e agir levando em conta a ameaça de perseguição e execução à qual estaria exposto Kzami caso ele seja deportado ao Irã", disse Ludford.
Mehdi Kazemi deslocou-se a Londres para estudar inglês em 2004, e durante a sua estadia na capital foi informado de que o seu amigo tinha sido detido pela Polícia iraniana sob a acusação de sodomia e enforcado. Numa conversa por telefone com o seu pai, que está em Teerão, Kazemi soube que o seu amigo antes de ser executado (foto acima), e torturado pela polícia iraniana, ao ser-lhe perguntado nomes de seus ex-namorados, ele, sob tortura, tinha deixado escapar o seu. Cinicamente, o Ministério do Interior britânico argumentou que em todos esses casos, que se os iranianos forem discretos sobre a sua homossexualidade, não serão perseguidos pelas autoridades do seu país.
Os ingleses, que até têm soldados seus naquelas paragens, e que urinam sobre as fotos dos ayatolahs... (foto ao lado), parecem esquecer que, deportar uma pessoa para um país onde ela será executada sem ter cometido nenhum crime, numa óbvia violação dos direitos humanos, é condená-la à morte antecipadamente.
E, mesmo que o Ministério estivesse certo no seu presuposto (hipócrita) - de que "se a pessoa é 'discreta' ela não sofrerá perseguição" (um verdadeiro absurdo!) - nesse caso, e ainda em Inglaterra os dois já estão a ser perseguidos e, pelo que se entende, marcados para morrer.