Liberdade e o Direito de Expressão

Neste blog praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão, próprios de Sociedades Avançadas !

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

A palavra d'órdem é... PROIBIR

Tudo (sempre) para nosso bem!

Em frente ao escritório onde trabalho, há dois ou três cafés onde os estudantes, nos intervalos, bebem uns copos, conversam, namoram e jogam às cartas ou ao dominó. Acabou! Agora é proibido jogar nestes locais!
Nas esplanadas, a partir de Janeiro, ficou proibido beber café em chávenas de louça, ou vinho, águas, refrigerantes e cerveja em copos de vidro. Tem de ser tudo em copos de plástico. Higiénicos, confortáveis e de bom toque.
Vender, bolos ou pasteis nas praias ou nas romarias, que não sejam industriais e embalados? Proibido.
Nas feiras e nos mercados, tanto em Lisboa e Porto, como em Vinhais ou Faro, os exércitos dos zeladores da nossa saúde e da nossa virtude (ASAE) fazem razias semanais e levam tudo quanto é artesanal: azeitonas, queijos, compotas, pão e enchidos.
Na província, um restaurante artesanal é gerido por uma família que tem, ao lado, a sua horta, donde retira produtos como alfaces, feijão verde, coentros, galinhas e ovos? Acabou. É proibido. Embrulhar castanhas assadas em papel de jornal? Proibido.
Trazer da terra, na estação, cerejas e morangos? Proibido.
Usar, na mesa do restaurante, um galheteiro para o azeite e o vinagre é proibido. Tem de ser garrafas especialmente produzidas e preparadas para o efeito. A industria vidreira agradece o novo impulso comercial.
Vender, no seu restaurante ou no seu lugar de frutas e hortaliças, produtos da sua quinta, azeite e azeitonas, alfaces e tomate, ovos e queijos, acabou. Está proibido.
Comprar um bolo-rei com fava e brinde porque os miúdos acham graça? Acabou. É proibido.
Ir a casa buscar duas folhas de alface, um prato de sopa e umas fatias de fiambre para servir uma refeição ligeira a um cliente apressado? Proibido.
Vender bolos, empadas, rissóis, merendas e croquetes caseiros é proibido. Só industriais.
É proibido ter pão congelado para uma emergência: só em arcas especiais e com fornos de descongelação especiais, aliás caríssimos.
Servir areias, biscoitos, queijinhos de amêndoa e brigadeiros feitos pela vizinha, que é uma excelente cozinheira que faz isto há trinta anos? Proibido.
As regras, cujo não cumprimento leva a multas pesadas e ao encerramento do estabelecimento, são tantas que centenas de páginas não chegam para as descrever.
Nas prateleiras, diante das garrafas de Coca-Cola e de vinho tinto tem de haver etiquetas a dizer Coca-Cola e vinho tinto...
Na cozinha, tem de haver uma faca de cor diferente para cada género.
Não pode haver cruzamento de circuitos e de géneros: não se pode cortar cebola na mesma mesa em que se fazem tostas mistas.
No frigorífico, tem de haver sempre uma caixa com uma etiqueta "produto não válido", mesmo que esteja vazia.
Cada vez que se corta uma fatia de fiambre ou de queijo para uma sanduíche, tem de se colar uma etiqueta e inscrever a data e a hora dessa operação.
Não se pode guardar pão para, ao fim de vários dias, fazer torradas ou açorda.
Aproveitar outras sobras para confeccionar rissóis ou croquetes? Proibido.
Flores naturais nas mesas ou no balcão? Proibido. Têm de ser de plástico, papel ou tecido.
Torneiras de abrir e fechar à mão, como sempre se fizeram? Proibido. As torneiras nas cozinhas devem ser de abrir ao pé, ao cotovelo ou com célula fotoeléctrica.
As temperaturas do ambiente, no café, têm de ser medidas duas vezes por dia e devidamente registadas. Claramente.
As temperaturas dos frigoríficos e das arcas têm de ser medidas três vezes por dia, registadas em folhas especiais e assinadas pelo funcionário certificado.
Usar colheres de pau para cozinhar, tratar da sopa ou dos fritos? Proibido. Tem de ser de plástico ou de aço.
Cortar tomate, couve, batata e outros legumes? Sim, pode ser. Desde que seja com facas de cores diferentes, em locais apropriados das mesas e das bancas, tendo o cuidado de fazer sempre uma etiqueta com a data e a hora do corte.
O dono do restaurante vai de vez em quando abastecer-se aos mercados e leva o seu próprio carro para transportar uns queijos, uns pacotes de leite e uns ovos? Proibido. Tem de ser em carros refrigerados.
Todo este fundamentalismo, como é evidente, para nosso bem.
Para proteger a nossa saúde. Para modernizar a economia. Para apostar no futuro. Para estarmos na linha da frente.
E não tenhamos dúvidas: um dia destes, as brigadas da ASAE vêm, com estas e outras regras, fiscalizar e ordenar as nossas casas.
Para nosso bem, pois claro.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Criminosos do asfalto

Velocidade e falta de civismo

Os motoristas europeus impressionam pela educação. Não por serem bonzinhos ou melhores do que nós, mas porque são cívicos e temem a lei!

Os anjos da morte estão cansados de nos recolher, a nós que nos matamos ou somos assassinados no tráfego das estradas, cidades, esquinas deste país. Os anjos da morte estão exaustos de pegar nos restos de vidas deitadas borda fora. Os anjos da morte andam fartos de corpos mutilados e almas atónitas com a falta de civismo dos portugueses. Os anjos da morte suspiram de dor por todo esse desperdício de vida.

Não sei se as campanhas que tentam aos poucos aliviar essa tragédia ajudam tanto a preservar vidas como as intermináveis, ricas e coloridas propagandas de cerveja ajudam a beber mais e mais e mais, colaborando em grande parte nessa carnificina. Mas sei que eu estou no limite do medo quando saio para a estrada. Não apenas porque abro jornais, TV e computador e vejo a mortandade em andamento, mas porque tenho observado em pormenor os problemas em questão. Recentemente, ao conduzir numa auto-estrada, reparei num motorista que tentava empurrar para o separador central um carro que seguia à minha frente na faixa esquerda, numa velocidade adequada ao trajecto. Chegava-se provocatoriamente perto, pertinho, pertíssimo, quase batia no outro, que se desviava um pouco lutando para se manter firme no seu trajecto sem desacelarar.
Logo adiante, pára tudo: um acidente grave. O motorista do carro assediado, um senhor de cabelos brancos, desce, vai até o carro do imbecil agora parado à sua frente, fala, gesticula, numa justa ira. Depois volta ao carro, em que a família o espera. Recomeça o tráfego, perco os dois de vista. Mas fica na minha memória um condutor boçal e criminoso tentando fazer um inocente perder o controle do seu carro. Era inconsequente por natureza, era um delinquente ou agressivo perigoso, ou estaria simplesmente alcoolizado às 8 da manhã? Não cheguei a saber. E pouco importa, face à violência cometida e sem castigo.
Outro dia observei na televisão um motorista, apanhado a quase 200 por hora, sendo entrevistado ainda dentro do carro. Fiquei impressionado com seu sorriso idiota, o arzinho arrogante, e o jeito desafiador com que encarou a câmera num silêncio que ofendia, quando perguntado sobre as razões da sua insanidade. Todo o seu ar era de quem estava coberto de razão: a lei e a segurança dos outros e a dele próprio nada valiam diante da sua omnipotência.
Atenção: os jovens são – em geral, mas nem sempre – mais arrojados, mais imprudentes, têm menos experiência na condução. Portanto, são mais inclinados a acidentes, fúteis ou fatais, em que há gente que mata e que morre. Mas há um número impressionante de adultos – mais homens do que mulheres, diga-se de passagem, porque talvez sejam biologicamente mais agressivos – cometendo verdadeiros crimes ao conduzir, avançando com o sinal vermelho, quase empurrando o veículo da frente com o seu pára-choque, não cedendo passagem, ultrapassando em locais absurdos sem a menor segurança, continuando a beber antes de conduzir, enfim, usando o carro como um punhal hostil, cuja arma nos é arremessada sem possibilidade de defesa.
Cada um porta-se como quer – ou como consegue. Isso vem do caráter inato, combinado com a educação recebida em casa, ou na escola. Quando esse comportamento ultrapassa o convívio quotidiano e pode mutilar pais de família, filhas e filhos amados, amigos preciosos, ou seja lá quem for, então é preciso instaurar leis férreas e punições comparáveis a esses delitos na maioria irreparáveis. Que não permitam escapadelas nem facilitem cometer uma infracção com branda cobrança. Que não admitam desculpas nem subterfúgios, não premiem o erro, que não pequem por uma outra criminosa omissão.
Precisamos em quase tudo de autoridade e respeito, para que haja uma verdadeira reforma generalizada na vida deste País, passando da desordem e do caos a algum tipo de segurança e bem-estar. É preciso reformar o civismo dos portugueses. Os condutores no resto da Europa impressionam pela educação. Não por serem bonzinhos ou melhores do que nós, mas porque temem a lei, a punição, a apreenção da carta de condução, a prisão, por coisas que aqui entre nós são consideradas apenas "normais acidentes", meros detalhes, "porque há muitos a conduzir assim".
Autoridade justa, mas muito rigorosa, é o que talvez nos deixe mais lúcidos e mais bem-educados para o civismo que se exige e deseja: em casa, na escola, na rua, na estrada, no bar, no clube, dentro do nosso carro. E os fatigados anjos da morte poderão então, se não entrar de férias, pelo menos relaxar um pouco nas suas piedosas tarefas.

Em casa onde não há pão...

Aumento do pão, vai até 50 por cento

Responsável da indústria diz que as panificadoras não conseguem «aguentar mais subidas da matéria-prima». Na resposta, o ministro contesta e garante que «não há razão nenhuma» para subidas. Mas a verdade é outra: comer pão vai mesmo ficar mais caro.

O preço do pão vai subir. Este imperativo é apontado pelo presidente da Associação de Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP) que garante que as empresas não «tem mais capacidade para aguentar o aumento da matérias primas». Actualmente, o pão de 40 gramas custa em média entre os 10 e os 12 cêntimos. Para a industria não entrar em colapso, este preço terá de ser ascender aos 15 cêntimos, afirmou , Carlos Alberto Santos. «As empresas não conseguem superar a crise, as margens não têm espaço para aguentar mais subidas da matéria-prima. Qualquer subida ou é repassada ao consumidor ou corremos o risco de fechar» explicou o dirigente da ACIP.
O preço do pão em Portugal ronda os 10, 12 cêntimos a unidade de 40 gramas. Mas este é um valor está a sofrer a pressão do aumento do trigo nos mercados internacionais, com o alqueire a chegar aos 12 dólares. «O preço do pão deveria rondar os 15 cêntimos», defendeu Carlos Santos, estabelecendo este como um limite de sustentabilidade do sector, que representa um aumento até 50 por cento. «Vai ser muito difícil as empresas saírem do sufoco financeiro em que já estão. Se calhar no final do ano estamos a falar de um aumento em 20 ou 24 cêntimos»
Mas o dirigente da ACIP estabeleceu um cenário ainda mais negro, caso o preço dos cereais continue a subir em flecha. «A continuar nesta escalada eu estimo que se calhar no final do ano estamos a falar em 20 ou 24 cêntimos». Para Carlos Santos há culpas a atribuir por esta situação, e o Governo é o principal visado. Os motivos: «Um excesso de legislação nos últimos anos para fazer em poucos anos o que devia ser feito ao longo de 20. Uma falta de trabalho dos políticos portugueses em Bruxelas para salvaguardar a especificidade em matéria de legislação no componente dos equipamentos industriais do nosso sector. Tivemos que fazer investimentos e estamos descapitalizados», referiu, sublinhando que o pão artesanal acabou: «uma unidade que factura cinco ou seis mil euros por mês tem que gastar tanto dinheiro como uma unidade que factura 400 ou 500 mil euros por mês».

Não há razão nenhuma

O presidente da ACIP recusou qualquer tratamento à base de subsídios para este problema. «Não queremos ser coitadinhos. Queremos uma política agrícola que funcione, que não se dependa do exterior».
Colocando a tónica na importância de Portugal se tornar menos vulnerável às flutuações do preço internacional dos cereais, aumentando a sua produção, fez uma comparação doméstica. «Imagine-se uma família que tem que pedir ou comprar comida aos vizinhos todos os dias para comer. Vai rebentar por algum lado. Eu não sei onde é que a gente vai parar, eu não sei se as famílias portuguesas vão ter dinheiro para comer», lamentou.
Sobre este assunto, o ministro da Agricultura, Jaime Silva, disse que «faz sentido que, a prazo, os consumidores percebam que o custo do pão tem de corresponder ao custo de produção». Porém, disse não compreender os valores avançados pela ACIP. «É natural que, ao fim de vários anos sem aumentos, o preço do pão aumente. Agora, 50 por cento... não há razão nenhuma para que isso venha a acontecer», concluiu Jaime Silva.

Pão no Sul mais caro 300 por cento

O aumento do preço do pão em Portugal provoca diferenças na ordem dos 300 por cento. Segundo notícias recentes, as regiões do interior saem beneficiadas em relação ao Litoral e ao Sul. Na zona de Lisboa, uma carcaça custa 15 cêntimos, três vezes mais do que os 5 cêntimos praticados no Interior Norte. Os industriais de panificação queixam-se o facto de a liberalização do preço provocar situações gritantes de concorrência desleal. Empresas familiares e guerras comerciais levam à quebra de preços mais acentuada.
Conforme manifestaram no X Encontro Nacional de Panificação e Pastelarias, que se efectuou em Braga, «é insustentável manter esta situação de aperto» perante os aumentos do preço da farinha. «Em Bragança é de ficar maluco», diz o padeiro trasmontano João Manuel Félix, ao Correio da Manhã, dando conta dos efeitos nocivos para a manutenção das empresas perante a comercialização da carcaça a cinco cêntimos, como acontece em Gimonde. E dá ainda como exemplo a venda de bolos e croissants a 20 e 25 cêntimos e bolos de casamento a cinco euros.

Padeiros protestam contra desregulação e concorrência desleal

Luís Borges, gerente da Panibral, em Braga, onde a carcaça oscila entre os dez e os 11 cêntimos, assegura que os preços baixos «só são possíveis se for pão feito a água e sem peso, como é óbvio, mas mesmo assim alguma coisa está errada». E denuncia que há para empresas a funcionar fora das normas legais, numa «absoluta subversão das regras do mercado». São padarias familiares com funcionários não declarados e estruturas sem as condições de trabalho, higiene e segurança exigidas por lei. «A uns exige-se tudo, mas depois basta pôr um forno no café e vende-se pão à vontade», protesta. Manuel Arantes, que em Vila Verde vende 17 pães a um euro, garante que é possível vender barato e cumprir as normas. «O que aqui tenho é produção própria, do fabrico, à cozedura e à venda, de tal forma que trabalho 15 horas por dia, sete dias por semana», afirmou ao jornal.
Em Faro, um industrial da panificação que prefere manter o anonimato, garante que não é de agora, nem admirar que no Algarve o pão seja mais caro, «aqui, sempre tudo chega mais caro, e eu não sei porquê», garante. Depois de Lisboa, o Algarve é a região onde o pão atinge os preços de venda mais altos do País.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

TURISMO

“Algarve Convida 2008” promove... Sashada

A feira de turismo «Algarve Convida» tem como objectivo aumentar os fluxos turísticos na região durante a época baixa. Este ano o evento realiza-se no Edifício da Alfândega, no Porto, já que o mote continua a ser a venda directa ao público.

Dar a volta ao Algarve turístico sem sair do mesmo espaço, aproveitando para marcar férias a preços especiais, é a sugestão da feira de turismo «Algarve Convida», que começará a ser divulgada numa campanha que privilegia a imprensa, a Internet, a rádio, a televisão e a publicidade exterior. Durante duas semanas, a campanha publicitária levará o nome da feira aos portugueses para os incitar a procurar a região algarvia para pequenas férias.
Na imprensa, a «Algarve Convida» vai estar presente nos jornais de distribuição gratuita «Metro» e «Destak», no «Jornal de Notícias», num encarte no semanário «Expresso», e também num suplemento especial do jornal «O Primeiro de Janeiro». Na rádio, em spots de 15 segundos difundidos em todos os meios radiofónicos do Grupo Media Capital Rádios e na TSF, através da transmissão em directo, a partir do Algarve, de uma edição especial do programa «Terra a Terra».

O conceito da feira multiplica-se ainda na televisão, em spots de 15 segundos que passarão na RTP1 e na RTP2, na Internet, em portais e sítios especializados, e na publicidade exterior, que pela sua visibilidade é outra das apostas para promover a campanha, com a decoração de 50 autocarros e 10 viaturas Smart em circulação no Porto. Por último, a comunicação do evento abrangerá acções de e-mail marketing e mobile marketing (envio de SMS) dirigidas ao público-alvo: os portugueses residentes na grande área do Porto, entre os 25 e os 55 anos de idade. No total, esta campanha multimeios lançada pela Região de Turismo do Algarve (RTA), que também organiza a feira, está orçamentada em 130 mil euros.

Parceiros de, e para quê?

Com todo este marketing, a questão que se coloca envolve a divulgação de parcerias publicitárias pagas com dinheiro público, dando destaque a empresas privadas que o público desconhece e não reconhece como mais valia para a verdadeira promoção do turismo algarvio, de Sagres a Vila Real de Stº. António. Normalmente, são ‘parcerias’ engajadas em conhecimento de influências, completamente alheias à hotelaria, ao marketing turístico, ou até mesmo ao principal segmento turístico algarvio, que é o golfe. Não se compreende a filosofia da presidência da RTA quando coloca em destaque, nuns largos milhares de cartazes publicitários com promoção pública na imprensa, pagos com o dinheiro dos contribuintes, o logo-tipo de uma empresa privada sem qualquer expressão turística e regional, nem como entidade - nem como marca de prestígio.
O único fito envolvido, é apanhar a boleia do evento e promover uma marca desconhecida a reboque de um acontecimento regional de expressão nacional, sem que lhe traga qualquer mais valia conhecida. Se ela existe, a RTA tem obrigação de a divulgar publicamente. Porque, “mais de dois mil metros quadrados do Edifício da Alfândega estarão abertos com muita informação para os portugueses nos mais de 50 stands de hotéis, marinas, campos de golfe, empresas de animação, parques temáticos e aquáticos, agências de viagens, operadores turísticos, restaurantes e câmaras municipais do Algarve”, tendo como parceiro na divulgação exclusivamente uma marca que ninguém conhece!
São aquelas 'airesices' que ninguém sabe explicar, nem quais os interesses sub adjacentes. Será que o "Algarve Convida" a conhecer uma nova empresa e marca comercial?

REGIONALIZAÇÃO


António Vitorino defende:
“É uma mais-valia no contexto europeu”

O ex-comissário europeu defendeu em Olhão a criação de regiões e uma participação consistente de Portugal na União Europeia, afirmando que “a existência de regiões é uma mais-valia para o interesse do País no contexto europeu”, para quem a integração de Portugal na União Europeia (UE) constitui um “instrumento fundamental” para enfrentar o desafio da globalização.

No Algarve o militante socialista considerou ainda como principal prioridade para a evolução da UE, a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, prevista para o dia 1 de Janeiro de 2009.
António Vitorino, defensor da regionalização na campanha ao referendo de 1998, considera que as regiões administrativas garantem “a criação de alavancas de desenvolvimento sustentável, que beneficiará o País no seu conjunto”, não apenas pela captação dos fundos comunitários, mas sobretudo ao nível do investimento, aumento da capacidade critica, da investigação e da tecnologia. Durante uma sessão onde abordou a “Questão Europeia - Europa: União, Federação ou Ilusão ?” no âmbito da Universidade Meridional promovida pelo PS Algarve, o ex-ministro da Defesa considerou que “não há para Portugal qualquer outro modelo consistente alternativo à sua inserção no mundo global”, pelo que o País deve “apostar forte a cartada europeia”. Uma rejeição clara à tese dos eurocépticos que defendem a liderança portuguesa num mundo lusófono.
Europeísta convicto e subscritor da União, António Vitorino, actualmente membro do Conselho Coordenador do Fórum Novas Fronteiras, defende que a UE tem de continuar a ser para Portugal uma “prioridade da acção política como Estado e como sociedade” embora reconheça que a “vida do País na Europa não é fácil”, especialmente devido ao processo de alargamento que realçou as diferenças sociais e económicas dos Estados Membros. Para o ex-comissário europeu a principal consequência desta nova dinâmica será a redução do envelope financeiro já a partir de 2013, altura em que os países mais carenciados reivindicarão a maior fatia dos fundos estruturais.

Contra os eurocépticos

Classificando Portugal como “um exemplo de sucesso da integração europeia”, António Vitorino realçou os benefícios registados no País ao longo dos últimos 22 anos, através dos fundos comunitários de apoio e frisou que a evolução do projecto da UE passa agora pela entrada em vigor do Tratado de Lisboa, pondo fim à crise institucional criada com a rejeição do tratado constitucional pelos referendos francês e holandês.
Criticando a teoria de eurocépticos como Vasco Pulido Valente, Álvaro Barreto e Pacheco Pereira, o socialista negou que o Tratado de Lisboa consagre o directório, figura que alegadamente privilegiará os grandes Estados Membros, atribuindo-lhes o controlo e domínio das instituições. “É totalmente demagógico argumentar que o Tratado de Lisboa consagra o princípio do directório”, garantiu António Vitorino, tendo realçado que, para prevalecer, uma decisão tem de ter o voto de 17 Estados Membros que representem 65% da população.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

SAÚDE

Governo disponível para combater a hipertensão

Sociedade Portuguesa de Hipertensão avisa: É urgente mudar o estilo de vida dos hipertensos.

Para tratar a hipertensão é tão importante fazer exercício físico como tomar a medicação. No momento da consulta, o médico deve investir tanto tempo a explicar que o doente tem de emagrecer, deixar de fumar ou fazer exercício como a insistir na toma da medicação. No âmbito do 2º Congresso Português de Hipertensão, realizado este mês em Vilamoura, foram apresentadas pela primeira vez em Portugal estas novas recomendações para orientar a consulta clínica e definir o melhor tratamento de um doente hipertenso. Este Congresso foi organizado pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) e a abertura oficial contou com a presença do Dr. Francisco Ramos, Secretário de Estado Adjunto da Saúde e do Director Geral da Saúde, Dr. Francisco George.
A adesão ao tratamento não está apenas nas mãos dos médicos e dos doentes. O acesso aos serviços de saúde tem de ser fácil e só assim a aplicação das orientações clínicas à realidade tem efeitos positivos e pode contribuir para o tratamento eficaz dos doentes. O Dr. Francisco Ramos mostrou disponibilidade do governo para ouvir novas propostas. “Quero sublinhar a nossa disponibilidade para receber as vossas propostas de como aplicar medidas que contribuam para o combate à HTA. O Governo está disponível para encarar, de forma positiva, as vossas propostas”, salientou o Secretário de Estado Adjunto da Saúde, na Sessão Solene de Abertura do Congresso.
A implementação das novas orientações das Sociedades Europeias de Hipertensão e Cardiologia devem ser ajustadas à população portuguesa que apresenta uma elevada prevalência de acidentes cardiovasculares cerebrais. A Sociedade Portuguesa de Hipertensão apela para a diminuição da ingestão de sal, a redução do peso e a prática de exercício físico regular. “Muitos estudos demonstram que as alterações nos estilos de vida são capazes de reduzir a pressão arterial num número importante de doentes e podem contribuir, por si só, para o controlo da pressão arterial e, hipertensos ligeiros”, concluiu o Prof. Doutor Jorge Polónia, da Faculdade de Medicina do Porto.

Prevenir antes de remediar

Outro objectivo fundamental das novas recomendações é intervir num contexto de risco cardiovascular global e não numa lógica simplista de avaliar e controlar a hipertensão, na medida em que se torna também relevante tratar todos os outros factores de risco associados como a diabetes, a obesidade ou o colesterol, patologias com tendência a crescer em Portugal.
“Em termos práticos, pode afirmar-se que um doente com HTA, dislipidemia e diabetes tem um risco cardiovascular muito maior que a soma do risco dos três componentes citados. O valor da pressão arterial é apenas mais um factor nesta avaliação global e não um factor isolado a condicionar a actuação terapêutica”, justifica o Dr. José Nazaré, Secretário-Geral da Sociedade Portuguesa de Hipertensão.
Outra novidade das Sociedades Europeias de Hipertensão e Cardiologia são os novos exames para a avaliação do risco cardiovascular, que faz a medição da velocidade do sangue nas artérias. “Em Portugal, este exame ainda não está suficientemente implementado e é tão importante quanto a medição da pressão arterial,” afirma o Prof. Doutor Luís Martins, Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão. A SPH pretende divulgar amplamente estas recomendações junto dos médicos de Medicina Geral e Familiar que são os principais responsáveis pelo seguimento dos doentes hipertensos. Ao colocar em prática as novas orientações é possível diagnosticar mais doentes, tratá-los e controlá-los, contribuindo para a melhoria do prognóstico dos doentes com HTA. As Sociedades Europeias de Hipertensão e Cardiologia divulgaram estas orientações clínicas para o tratamento da hipertensão em 2003 e foram objecto de reformulação em Junho de 2007.
Embora a hipertensão seja uma doença controlável, ainda existem cerca de 40% de hipertensos na população portuguesa, cerca de 2/3 dos hipertensos não sabem que o são e, dos que estão tratados e medicados, só 11% estão realmente controlados. Tratar a hipertensão é reduzir o risco cardiovascular e a mortalidade.

Internacional

Cuba sem Fidel...
E agora?

Depois de 50 anos à frente dos destinos do país, o ditador Fidel Castro renuncia à presidência e deixa o poder ao irmão, Raúl. Será que o destino do país irá mudar?

Fidel Castro renunciou à Presidência do Conselho de Estado de Cuba depois de 50 anos a comandar os destinos do país. Polémico e controverso, Fidel sobreviveu a 9 presidentes norte-americanos e sete em cada dez cubanos nunca conheceram outro chefe de Estado. Mas milhares de cubanos prefeririam ter conhecido: Fidel tinha sempre guardado para os opositores penas pesadas na prisão, e quem escapou teve de optar pelo exílio; mas mesmo quem lhe critica os métodos cita como exemplo de virtude os sistema de saúde e de educação cubano. Chegou ao poder a combater a ditadura de Fulgêncio Batista, em 1959, que tinha o apoio dos Estados Unidos. Sai agora, depois de ter sido acometido de doença, e ter decidido delegar o poder ao irmão, Raúl Castro. Neste período em que Fidel operou uma suave transição, prometeu sempre estar por perto e velar por todas as decisões importantes do país. Afinal, segundo o «comandante», «os verdadeiros revolucionários nunca se reformam». Promete, agora, «combater apenas como um soldado das ideias». Será que o homem que comandou os destinos de Cuba consegue manter-se afastado das decisões do país? E o destino de Cuba? Será diferente agora que Fidel sai de cena?


Orgulhosamente só

Fidel Castro renunciou à presidência de Cuba, numa carta publicada no jornal oficial do governo online Granma. «Comunico-vos que não aspirarei nem aceitarei, repito, não aspirarei nem aceitarei o cargo de Presidente do Conselho de Estado nem de Comandante em Chefe», afirmou Fidel Castro, que desde o dia 31 de Julho de 2006 cedeu o poder provisório a ser irmão Raúl Castro. O líder histórico cubano estava afastado do poder há 19 meses por motivos de doença, tendo sido operado aos intestinos em 2006.
Fidel Castro, de 81 anos, estava na liderança de Cuba há 49 anos, desde que encabeçou ao lado de Che Guevara a «revolução romântica» em 1959, e conseguiu, apesar de quase isolado internacionalmente mas com a ajuda da União Soviética primeiro, e depois com a Venezuela, fazer o regime sobreviver mais de meio século num ambiente adverso. Depois da queda do comunismo, foi a reedição salazarista do «orgulhosamente sós», que espalhou miséria, prostituição e descontentamento pelas ruas de Havana, numa terra de músicos que cantavam para os turístas «para não chorar».
Figura incontornável da segunda metade do século XX, Fidel Castro abordou o século XXI sem interromper as suas diatribes contra «a sociedade de consumo» ou o «imperialismo norte-americano», apresentando-se como defensor do «terceiro mundo» contra o «Norte» e dando a impressão de que, para ele, a guerra fria nunca terminou. No passado dia 20 de Janeiro, o presidente interino e irmão do líder histórico cubano, Raúl Castro, obteve mais votos que Fidel nas eleições gerais, apesar de o «comandante» também ter sido eleito. No dia 24 de Fevereiro, foi eleito pelo Parlamento presidente, cargo exercido por Fidel desde 1976.
O líder histórico cubano estava afastado do poder há mais de um ano devido a doença prolongada, situação que o obrigou a delegar funções no irmão Raúl em 2006. Foi submetido a uma operação cirúrgica, nesse mesmo ano, mas nunca deixou de aparecer, nem de garantir que velava por todas as decisões importantes. Para Fidel, «os verdadeiros revolucionários nunca se reformam», nem quando a doença leva a melhor: agora promete ser um «soldado das ideias», depois de anos à frente dos destinos do país.
Sobreviveu a 9 presidentes norte-americanos, e ao fim de 50 anos de exercício absoluto do poder, sete em cada dez cubanos nunca conheceram outro chefe de Estado.


Ditador inflexível ou humanista revolucionário

Ditador inflexível para os seus opositores, humanista revolucionário para os admiradores, é primeiro que tudo Fidel para os cubanos, quer os que o apoiam, quer os que o combatem, numa quase clandestinidade na ilha ou abertamente no exílio. Atípico, com a sua barba de antigo guerrilheiro, o seu uniforme, a sua boina e os célebres charutos (até 1985), este filho de um emigrante espanhol que se tornou grande proprietário agrícola foi educado nos melhores colégios de maristas e jesuítas do país. Só na Universidade aderiu à rebelião, e depois à guerra total, até à sua tomada do poder em 1959, de armas na mão, contra a ditadura de Fulgencio Batista, na época «vendido» ao poder norte americano.
Guerreiro inveterado, os seus «mais belos anos» foram, diz ele, os 25 meses de guerrilha na Sierra Maestra (1957-1959), forjando a sua personagem de chefe militar, levado ao pico da lenda anti-imperialista com a sua retumbante vitória na Baía dos Porcos, em 1961. Apaixonadamente anti-norte-americano, nunca cessou de desafiar «o império» e, de facto, nenhuma das 13 administrações que se sucederam na Casa Branca conseguiu obter dele concessões de monta em 47 anos. Simultaneamente calculista e exaltado, capaz de cóleras homéricas, permitiu que centenas de milhares dos seus compatriotas tomassem o caminho do exílio, na sua maioria para as costas dos Estados Unidos. Os opositores não passam, aos seus olhos, de «mercenários» de Washington, passíveis de pesadas penas na prisão.
Ideologicamente arreigado - «Nunca me senti mais próximo de Marx e Engels», disse o ano passado -, Fidel Castro devota ao dinheiro um desprezo feroz e sempre lhe preferiu um igualitarismo duvidoso. Praticamente só com Deus, o antigo aluno dos jesuítas procurou um compromisso: entre o marxismo e o cristianismo.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Hospital Central do Algarve

Governo de Sócrates sem data para construção do futuro hospital

O governo de José Sócrates continua sem dar cumprimento às vastas promessas eleitorais que fez, neste caso, sobre a construção a curto prazo de um Hospital Central no Algarve (HCA).
Esta, como muitas outras, onde se incluem os famosos 150 mil novos empregos...

Sobre o HCA, a nova ministra da saúde Ana Jorge não se quis comprometer nem avançar, com uma data concreta para o início da construção do futuro Hospital Central do Algarve. Instada sobre o avanço da nova estrutura de saúde algarvia, a instalar no Parque das Cidades, a ministra limitou-se a dizer que «o processo está em curso» e a decorrer «em bom termo», recordando que o programa funcional «se encontra aprovado». Ana Jorge falava à imprensa, em Tavira, durante a sua primeira visita oficial ao Algarve, onde veio conhecer o projecto de implementação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados na região.
Ainda sobre as datas avançadas pelo seu antecessor, que previa o início da obra em 2009 e o seu término em 2012, esta governante apenas referiu que os prazos serão «provavelmente» seguidos. Apesar de não fornecer mais pormenores, Ana Jorge já aprovou, no final da passada semana, a proposta de Programa Funcional do Novo Hospital Central do Algarve.

O despacho, assinado no passado dia 14 de Fevereiro, terá sido agora comunicado às Câmaras Municipais de Faro e de Loulé, assim como à Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS Algarve), à Associação de Municípios do Algarve (AMAL) e à estrutura de Missão Parcerias de Saúde, «para célere implementação dos passos subsequentes e urgente lançamento do concurso em PPP». Porém, e apesar da formalização deste despacho, a ministra não incluiu no programa oficial da visita ao Algarve uma deslocação à cidade de Faro.
Presente na inauguração da nova unidade tavirense, o presidente da autarquia e da Área Metropolitana do Algarve (AMAL), Macário Correia, que se tem mostrado crítico em relação à condução do processo do futuro Hospital Central, apelou à ministra da Saúde para que «se inteire» sobre as necessidades desta região em relação à nova estrutura. Nesse sentido, Macário pediu celeridade no lançamento do concurso público que permitirá a construção efectiva da nova unidade de saúde regional. O presidente da AMAL apelou ainda à nova ministra maior capacidade para estabelecer «consensos», aludindo às suas anteriores funções como médica, possivelmente bem mais sensibilizada para as «gritantes carências» que se sentem na área da Saúde, no Algarve.
Fonte: 'Barlavento' - 22.02.08

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Congresso de Hipertensão




AVC - Elas são
as maiores vítimas


O 2º Congresso Português de Hipertensão, realizado de 21 a 24 de Fevereiro no Hotel Marinotel, em Vilamoura, no Algarve, teve conclusões interessantíssimas para os(as) algarvios(as): as mulheres no pós menopausa ignoram os perigos da hipertenção, e o Algarve não foge às estatísticas.



MULHERES PÓS MENOPAUSA IGNORAM HIPERTENSÃO

Após a menopausa, as mulheres ficam mais vulneráveis a um conjunto de doenças, mas desconhecem ainda que nesta fase a hipertensão é um factor agravante da sua condição de saúde. Isto porque de acordo com a prática clínica, após a menopausa a hipertensão torna-se progressivamente mais frequente e mais intensa em mulheres do que em homens, fazendo delas as maiores vítimas das doenças cardiovasculares. Esta foi uma das matérias abordadas no 2º Congresso Português de Hipertensão.
As razões para as diferenças relativas aos valores da tensão arterial e na incidência de hipertensão entre os dois sexos ainda são especulativas. Uma possibilidade, ainda não comprovada, é que os estrogénios naturais são responsáveis pelos níveis de pressão arterial mais baixos, observados em mulheres jovens, assim como a sua diminuição contribui para a maior incidência de hipertensão após a menopausa.
“Com a menopausa, a mulher hipertensa toma uma terapêutica de substituição que não aumenta o risco cardiovascular. Mas, à medida que a mulher se afasta da menopausa, o risco em mulheres sob terapêutica de substituição é superior do que as que não a fazem”, declarou a Dra. Paula Alcântara, especialista de Medicina Interna no Hospital de Santa Maria e membro da Direcção da Sociedade Portuguesa de Hipertensão.

Até esta fase, as mulheres hipertensas são as mais controladas, as que mais tempo dedicam à saúde, indo regularmente às consultas e, por isso, são diagnosticadas precocemente, ao contrário dos homens. Denota-se uma maior incidência de mulheres tratadas e controladas relativamente à hipertensão. Apesar disso, as mulheres têm maior mortalidade do que os homens, sobretudo morte de doença cardiovascular. “Na generalidade durante a infância, as raparigas têm uma pressão arterial mais elevada do que os rapazes e a, partir da adolescência, esta relação inverte-se. Também durante a idade adulta, a prevalência de hipertensão tende a ser superior nos homens do que nas mulheres. Contudo, após a menopausa, as mulheres têm uma prevalência de hipertensão igual ou superior à dos homens”, acrescenta a mesma especialista.
A hipertensão arterial é o maior factor de risco para a doença cardiovascular. contribuindo significativamente tanto para a morbilidade como para a mortalidade globais. Considerando a população geral, os homens têm níveis de pressão arterial mais elevados do que as mulheres, como também têm a maior prevalência de hipertensão arterial. De acordo com dados divulgados em 2007 pela Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares, em 2003 - último ano com dados apurados - as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 37,6% de todas as mortes em Portugal, com o Algarve em 3º plano de incidência. A cada 14 minutos que passam morre um português de doença cardiovascular (estatísticas da Saúde INE,2005).

sábado, 9 de fevereiro de 2008

CARNAVAL FORA DE ÉPOCA


A farra Carnavalesca de Verão vai chegar.

Portimão e Albufeira vão disputar lugar no podium dos 'colunáveis'.


Este é o ano derradeiro para os autarcas 'darem nas vistas', pelo bom (quase sempre virtual) e mau motivo. Para mostrarem trabalho, desculpas e conservarem os ganhos ou recuperar perdas, da actuação de seus mandatos. Na 'pole position' da exibição, estão Portimão (com suas festas megalómanas), Albufeira (fazendo concorrência aos Casinos do Algarve) e no rasto destes dois coloca-se uma 'fome descomunal' de protagonismo a viver-se em Vila Real de Santo António.
O impacto positivo nos índices de popularidade para futuras candidaturas não deixa dúvidas: as Festas de Verão algarvias, pagas com o dinheiro dos munícipes são o trampolim para uma possível visibilidade a desfrutar pelos autarcas destes Concelhos. Festas de um pretenciosismo exagerado, que não trazem mais valias para as populações, a não ser a visibilidade disfrutada pelos representantes políticos, e onde o exibicionismo roubou o lugar à Cultura. O que devia ser desprezível, tornou-se usual e abusivo em nome da 'diversão do Povo'. Mas o arquivo dessas notícias e reportagens serão um documento para a história. Infelizmente, a mais clara condenação dessa prática desavergonhada não sai da boca de nenhum Director de Jornal independente, de nenhum Jornalista que se preze (escuta-se em bastidores, entre dentes amarelecidos de comprometimento) e tem apenas um defeito: quando chegar será tarde demais. Tarde não para influir nos rumos do progresso desta Região, e para ter sido um instrumento capaz de contribuir para que o metabolismo da crise ética e moral da classe política tivesse como produto não a complacência cínica, mas a indignação purificante.

É uma lástima a pobreza da Imprensa algarvia.
Tão pouco ética ao serviço das populações, tão enormemente cobarde face ao poder político, dominada por uns 'artistas' de capelinha em luta pela sobrevivência e migalhas de mordomias, vendidos por um prato de lentilhas em anúncios, com cabecinhas de 'cães-de-feira', num Algarve que nem sequer tem intelectuais que possam ser a sua reserva moral. Os que existem, são espertos e aliam-se à 'teta' do poder, todos mandando às favas a honestidade em troca de vantagens materiais.
Com uma Imprensa castrada como esta, e sem paixão pela ética e por princípios deontológicos, que fáz cóssegas em vez de investigar e denunciar, noticiando, o Algarve está a perder uma chance extraordinária de moralizar o seu testamento político, e a hipotecar o futuro lentamente em benefício de uma 'classe' emergente que finge trabalhar em prol da causa pública.
Que não restem dúvidas: a maioria dos políticos que ocupam os cargos públicos em Municípios e Departamentos do Estado algarvios, não têm força moral nem intelectual para se imporem às direcções partidárias em Lisboa. Não se atrevem sequer a 'bater o pé' em prol de benefícios ou investimentos para o Algarve. Não têm o mínimo de preparação para o desempenho de tais tarefas. São unicamente 'funcionários' Partidários nomeados, inquestionavelmente, os responsáveis por deixar que os piores sectores da política ocupem a cena principal, expondo o país às misérias a que todos assistimos indignados.
Evidentemente que existem excepções, mas são pouquíssimas, sem peso para fazer a regra.
Com as Festas de Verão algarvias, os políticos nada mais pretendem que visibilidade pública ao maior nível nos jornais e revistas côr-de-rosa, muitas das vezes para também 'imporem' as suas ambições pessoais dentro do próprio Partido.
Quando o Governo socialista de José Sócrates (socialismo de galinheiro) prometeu 'moralizar' os gastos públicos dos Municípios, e não o consegue fazer, não tendo actuado para sancionar ou demiti-los, nem depois dos factos consumados ampla e publicamente conhecidos, é um sofisma que nada tem a ver com comportamento moral.
Só uma Imprensa livre pode ser suficientemente firme na denúncia de todo esse descalabro que se vive no Algarve, no momento adequado. Não será depois, que conseguirão despertar a consciência das populações, e legar aos seus filhos uma Região próspera e competitiva.

Para nos diferenciarmos - ainda que por pouco - da miséria reinante, e sentirmo-nos bem com a nossa consciência, temos a obrigação moral de não calar.
Parar, quando nos sentimos conspurcados.
E dizer: jornalismo castrado, NÃO.