PORTIMÃO, VILAMOURA, ALBUFEIRA E ARMAÇÃO DE PERA NO 'RANKING' DA OFERTA
A Organização Mundial do Turismo (OMT) definiu em 1995, o turismo sexual como “viagens dentro do sector turístico ou fora dele, utilizando no entanto as suas estruturas e redes, com a intenção primária de estabelecer contactos sexuais com os residentes do destino”. Trata-se de um tipo de turismo onde "o motivo principal de pelo menos uma parte da viagem do turista é o de se envolver em relações sexuais. Este envolvimento sexual é normalmente de natureza comercial".
Historicamente, as viagens e a prostituição têm sido muitas vezes associadas. De facto, quando olhamos para a história do turismo, podemos verificar através das ruínas de antigas grandes cidades, nas quais era frequente receber "viajantes" por motivos essencialmente religiosos e/ou comerciais, que já há cerca de dois milénios atrás, existiam bairros de prostitutas. Exemplos deste facto são as ruínas das cidades de Ephesus (Turquia), Babilónia (Iraque) ou Pompeia (Itália). O turismo sexual no geral tem sido reconhecido como uma das componentes das atracções turísticas de vários países no sudeste asiático, bem como o de outros países, como por exemplo os da América Latina. Geralmente, a prostituição doméstica antecede o turismo sexual, ou seja, há primeiro uma procura interna à prostituição e só depois se verifica a chegada de turistas sexuais.
Historicamente, as viagens e a prostituição têm sido muitas vezes associadas. De facto, quando olhamos para a história do turismo, podemos verificar através das ruínas de antigas grandes cidades, nas quais era frequente receber "viajantes" por motivos essencialmente religiosos e/ou comerciais, que já há cerca de dois milénios atrás, existiam bairros de prostitutas. Exemplos deste facto são as ruínas das cidades de Ephesus (Turquia), Babilónia (Iraque) ou Pompeia (Itália). O turismo sexual no geral tem sido reconhecido como uma das componentes das atracções turísticas de vários países no sudeste asiático, bem como o de outros países, como por exemplo os da América Latina. Geralmente, a prostituição doméstica antecede o turismo sexual, ou seja, há primeiro uma procura interna à prostituição e só depois se verifica a chegada de turistas sexuais.
O turismo sexual "democratizou-se" ao longo do tempo, constituindo actualmente um fenómeno massificado nalguns países. A prostituição é proibida na maior parte desses países onde o turismo sexual acontece. No entanto, a legislação existente a este respeito não é cumprida e/ou é insuficiente. A exploração sexual, embora se utilize da infra-estrutura do mercado turístico, não pode ser considerado simplesmente um segmento a mais da atividade turística, por acreditar que a exploração possa ser um mercado, mas deve ser considerada uma deformação, que reflecte a existência de problemas sociais graves, nos países receptores.
A actividade de prostituição entre adultos em Portugal não é considerada ilegal por si só, não incorrendo em penas nem os clientes, nem as pessoas que se prostituem. No entanto, o fomento à prostituição ou a recolha de lucros pela actividade de prostituição de terceiros é considerado crime de lenocínio, punível com prisão. Embora estas leis tenham sido pensadas inicialmente para protegerem mulheres da exploração sexual por parte de terceiros, na prática invalidam também que as pessoas que se dedicam à prostituição se possam organizar entre si quer em grupos de apoio, quer para coordenação comercial. Por outro lado, facilitam a difusão do mercado da prostituição doméstica, criando redes particulares de oferta ocultas (proxenetas) quase sempre difíceis de serem descobertos.
Prostituição Made in Algarve
A actividade de prostituição entre adultos em Portugal não é considerada ilegal por si só, não incorrendo em penas nem os clientes, nem as pessoas que se prostituem. No entanto, o fomento à prostituição ou a recolha de lucros pela actividade de prostituição de terceiros é considerado crime de lenocínio, punível com prisão. Embora estas leis tenham sido pensadas inicialmente para protegerem mulheres da exploração sexual por parte de terceiros, na prática invalidam também que as pessoas que se dedicam à prostituição se possam organizar entre si quer em grupos de apoio, quer para coordenação comercial. Por outro lado, facilitam a difusão do mercado da prostituição doméstica, criando redes particulares de oferta ocultas (proxenetas) quase sempre difíceis de serem descobertos.
Prostituição Made in Algarve
Em Novembro de 2006, assisti a uma reportagem na TVE que mostrava o desenvolvimento da prostituição na Europa. Em Espanha, Itália e o que apelidaram do novo "paraíso", Portugal. Só Algarve abriga um terço da prostituição activa em Portugal, composto essencialmente por portuguesas e imigrantes dos paises da Europa de leste, África e Brasil, com destaque para cidades como Portimão, Armação, Loulé, Albufeira e Faro. Basta abrirem-se as páginas de jornais como o Correio da Manhã, e analizar-se a significativa e visível "oferta". Chamou-me atenção o facto que, em todos os casos existiam sempre números significativos de portugueses. Em Espanha, para cada quatro prostitutas uma é portuguesa e em Itália, de cada quatro prostitutos, um era nosso conterrâneo. São números surpreendentes.
Apenas para que tenhamos uma idéia do que isso representa, se nos outros países europeus a realidade for semelhante, vivemos a triste e vergonhosa realidade de abrigarmos grande parte da mão de obra na indústria da prostituição do velho continente.
Mas, a reportagem a que assisti fez-me lembrar outra coisa. Na verdade, assistindo ao documentário da prostituição em terras européias, não deixei de me lembrar de uma outra reportagem que assisti messes atrás onde o assunto era a prostituição infantil e, entre outras coisas, aparecia gente vociferando contra os turistas estrangeiros que atravessavam distâncias imensas apenas com o intuito de comerem "carne tenra".
Depois disso lembrei-me de um outro episódio, também, televisivo: um programa de reportagem inteiro dedicado ao turismo sexual e prostituição infantil masculina no Parque Eduardo VI, em Lisboa, onde todas as autoridades entrevistadas enfatizavam a importância e a urgência na tomada de medidas contra os estrangeiros que vinham de suas terras prostituir as meninas e os meninos do nosso país, mas que acabam por nunca fazer nada contra o crescente comércio sexual.
Salvo as devidas verdades em cada uma dessas notícias, e sem desconsiderar a urgência em se combater o turismo sexual nas nossas terras, o que me impressiona é a extrema facilidade que nós temos em sermos uns grandes mentirosos e, pior, de sermos experts em matéria de hipocrisia. Tudo isso porque, seríamos abençoados se realmente a maior causa da prostituição em Portugal estivessena origem dos turistas estrangeiros. Mas, a grande verdade é que isso não passa de mais uma mentira que nós inventamos para não termos que encarar algo que é bem nosso e que faz tanto mal. Mais uma falsidade criada por nós para que possamos passar por santos, inocentes, puros e vitimados mais uma vez pela maldade dos outros quando, no fundo, sabemos que temos podres que cheiram muito mal, a começar pelos abusos sexuais de menores praticados no silêncio cumplice familiar. Que - felizmente, vem sendo denunciado.
Mas seria interessante que não perdêssemos de vista algumas coisas. Em primeiro lugar, a prostituição infantil aumenta no nosso país porque temos leis que mais complicam do que resolvem o que têm de resolver. Depois, existe uma rede comercial muito bem organizada em torno da prostituição existente - particularmente no Algarve, formada por certos hotéis, motéis, bares e discotecas, taxistas, agências de turismo e outros. Todos ganham alguma coisa com a prostituição. E, a pior parte de todas, temos uma cultura de “hipocrisia santa” onde, em nome da discrição e do respeito, nos enclausuramos no pior de todos os males humanos: a indiferença. E, no nosso caso, uma indiferença culpada.
Somos nós que ainda perpetuamos a cultura prostituta da prepotencia e do assédio sexual às empregadas; somos nós que protegemos os nossos filhos quando eles cometem também os seus deslizes; somos nós, o país onde a gravidez na adolescência está aumentar; somos nós, o país onde as placas do proibido para menores de dezoito anos não quer dizer nada; somos nós que achamos que ter casos extraconjugais faz parte da cultura ocidental; somos nós, o país onde a frequência de bordéis camuflados e congéneres está ai para todo mundo que o quer ver de um modo tão escancarado que se tornou numa coisa comum; enfim, somos nós tantas outras coisas.
Apenas para que tenhamos uma idéia do que isso representa, se nos outros países europeus a realidade for semelhante, vivemos a triste e vergonhosa realidade de abrigarmos grande parte da mão de obra na indústria da prostituição do velho continente.
Mas, a reportagem a que assisti fez-me lembrar outra coisa. Na verdade, assistindo ao documentário da prostituição em terras européias, não deixei de me lembrar de uma outra reportagem que assisti messes atrás onde o assunto era a prostituição infantil e, entre outras coisas, aparecia gente vociferando contra os turistas estrangeiros que atravessavam distâncias imensas apenas com o intuito de comerem "carne tenra".
Depois disso lembrei-me de um outro episódio, também, televisivo: um programa de reportagem inteiro dedicado ao turismo sexual e prostituição infantil masculina no Parque Eduardo VI, em Lisboa, onde todas as autoridades entrevistadas enfatizavam a importância e a urgência na tomada de medidas contra os estrangeiros que vinham de suas terras prostituir as meninas e os meninos do nosso país, mas que acabam por nunca fazer nada contra o crescente comércio sexual.
Salvo as devidas verdades em cada uma dessas notícias, e sem desconsiderar a urgência em se combater o turismo sexual nas nossas terras, o que me impressiona é a extrema facilidade que nós temos em sermos uns grandes mentirosos e, pior, de sermos experts em matéria de hipocrisia. Tudo isso porque, seríamos abençoados se realmente a maior causa da prostituição em Portugal estivessena origem dos turistas estrangeiros. Mas, a grande verdade é que isso não passa de mais uma mentira que nós inventamos para não termos que encarar algo que é bem nosso e que faz tanto mal. Mais uma falsidade criada por nós para que possamos passar por santos, inocentes, puros e vitimados mais uma vez pela maldade dos outros quando, no fundo, sabemos que temos podres que cheiram muito mal, a começar pelos abusos sexuais de menores praticados no silêncio cumplice familiar. Que - felizmente, vem sendo denunciado.
Mas seria interessante que não perdêssemos de vista algumas coisas. Em primeiro lugar, a prostituição infantil aumenta no nosso país porque temos leis que mais complicam do que resolvem o que têm de resolver. Depois, existe uma rede comercial muito bem organizada em torno da prostituição existente - particularmente no Algarve, formada por certos hotéis, motéis, bares e discotecas, taxistas, agências de turismo e outros. Todos ganham alguma coisa com a prostituição. E, a pior parte de todas, temos uma cultura de “hipocrisia santa” onde, em nome da discrição e do respeito, nos enclausuramos no pior de todos os males humanos: a indiferença. E, no nosso caso, uma indiferença culpada.
Somos nós que ainda perpetuamos a cultura prostituta da prepotencia e do assédio sexual às empregadas; somos nós que protegemos os nossos filhos quando eles cometem também os seus deslizes; somos nós, o país onde a gravidez na adolescência está aumentar; somos nós, o país onde as placas do proibido para menores de dezoito anos não quer dizer nada; somos nós que achamos que ter casos extraconjugais faz parte da cultura ocidental; somos nós, o país onde a frequência de bordéis camuflados e congéneres está ai para todo mundo que o quer ver de um modo tão escancarado que se tornou numa coisa comum; enfim, somos nós tantas outras coisas.
Mais uma vez escrevo um artigo colocando o mal do mal em nós, apenas porque não consigo ver a coisa de outra forma. Alguém precisa de desfazer esse mito que ainda persiste entre nós da vítima burra, poço de inocência e de pureza que pintamos quando ouvimos notícias como essa da prostituição Europeia. É que logo aparece no dia seguinte alguma notícia que desmente tudo isso, com um pai a violar a filha durante anos, ou um energumeno a violar a criança do visinho.
É preciso não esquecer que, este país já foi, dos brandos costumes!