Ele tombou...
Aconteceu algures, por esse Mundo, numa rua de uma qualquer cidade.
Não se sabe como o pássaro morreu. Ele estava ali no asfalto, inerte, e sem vida. Seria um facto corriqueiro, mas o repórter fotográfico fez a grande diferença.
A Solidariedade
Segundo o relato do fotógrafo, uma outra ave permanecia próxima àquele corpo sem vida e ficou ali durante horas. Chamando pelo companheiro, ela pulava de galho em galho, sem temer os que se aproximavam, inclusive sem temer o fotógrafo que se colocava bem próximo.
A Solicitação
Ela cantou num tom triste. Chamava-o. Ela voou até ao corpinho inerte, poisou como querendo levantá-lo e alçou de novo vôo até um jardim próximo. O fotógrafo entendeu o que ela pedia e, assim, foi até o meio da rua, retirou a ave morta e a colocou no canteiro indicado. Só então a ave solidária levantou vôo e, atrás dela, todo o bando.
A Despedida
As fotos traduzem a sequência dos factos e a beleza indescritível dos sentimentos no reino animal. Inesperadamento, todos nós somos confrontados com esta realidade. Que já conhecemos, mas que não estaremos nunca preparados para aceitar.
Uma Questão de Amor e Carinho
Segundo o relato de testemunhas, dezenas de outras aves, antes de partirem, sobrevoaram o corpinho do companheiro morto. As fotos mostram quanta verdade existiu naquele momento de dor e respeito.
Um grito de dor e lamento
Aquela ave que fez toda a cerimónia de despedida, quando o bando já ia alto, inesperadamente voltou ao corpo inerte no chão e, num grito desesperado de quem não aceita a morte, tenta novamente chamar o companheiro à vida. Desesperada, mas com amor e carinho, ela despede-se do companheiro, revelando o seu sentimento de dor.
Serão os animais realmente os irracionais?
Infelizmente, e como tudo o que tem o cunho da solidariedade e da partilha, o nome do fotógrafo ficou no anonimato...
Liberdade e o Direito de Expressão
Neste blog praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão, próprios de Sociedades Avançadas !
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
VAMOS ACABAR COM ESTE DRAMA
O Algarve vai reforçar as acções contra a sinistralidade rodoviária, no âmbito da campanha regional “Conduzir pode Matar” e na Operação “Natal em Segurança 2007”. A campanha regional “Conduzir pode Matar”, que teve início no Dia Mundial da Memória das Vítimas de Acidentes de Viação, decorrerá ao longo dos próximos meses em toda a região algarvia, através de acções que visam a intervenção preventiva com a utilização de diversos meios de informação, de forma a erradicar os comportamentos de risco nas vias rodoviárias.
A par da antecipação feita pelo Governo do lançamento da campanha nacional de combate à sinistralidade “Mortes na Estrada - Vamos acabar com esse drama”, as acções previstas para a região algarvia serão intensificadas também já a partir desta semana, aumentando a vigilância nas estradas e acessos às localidades, com a colocação de meios das diversas Forças de Segurança nos pontos mais críticos da região. Será feita ainda a distribuição de cartões de sensibilização aos automobilistas e instalados out-doors e ‘muppies’ na via pública com a mensagem “Conduzir pode Matar”.
Nas vias rodoviárias a actuação das Forças de Segurança incidirá principalmente no controlo de velocidade excessiva, condução sob o efeito do álcool, não utilização de cintos de segurança, manobras perigosas e uso de telemóveis. Será intensificada também a actividade policial nas zonas comerciais do distrito, aumentando a visibilidade dos meios de segurança como medida de dissuasão de actos ilícitos.
TURISMO NA MIRA DA UE
O Parlamento Europeu aprovou um relatório sobre a política de turismo na Europa, no qual aborda questões como a harmonização das normas de qualidade para o alojamento turístico, a protecção dos consumidores, em especial dos que reservam viagens em sítios Web, a acessibilidade dos destinos turísticos para pessoas com mobilidade reduzida, como pessoas idosas ou pessoas com deficiência, a criação de um rótulo "Europa" e a promoção de um turismo sustentável do ponto de vista económico, social e ambiental.
Novas medidas para renovar a política europeia sobre o sector
No relatório sobre uma política de turismo europeia renovada, os eurodeputados defendem a criação de normas mínimas em matéria de segurança e de qualidade dos serviços de alojamento, com a possível introdução de uma marca CE para o alojamento que englobaria critérios comuns pan-europeus por forma a dar ao consumidor uma garantia quanto ao nível mínimo de qualidade que se pode esperar, independentemente do país da União Europeia visitado.
O Parlamento Europeu (PE) exorta também os Estados-Membros a promoverem "um ordenamento do território que contrarie a emergência de empreendimentos apostados num turismo massificador", com fortes impactos negativos para a preservação da natureza e do património histórico e cultural e que não se integram nas comunidades locais nem as envolvem (alteração 2).
Certificação dos sítios Web
Dado que há cada vez mais turistas a reservar directamente as suas viagens (transporte, alojamento, etc.) utilizando meios electrónicos e evitando os intermediários – operadores turísticos e agentes de viagens – cuja quota de mercado está a diminuir (de 98% em 1997 para 60% em 2007), o PE salienta que todos os sítios Web que oferecem mais do que um serviço para venda, "como os que são oferecidos pelas companhias aéreas de baixo custo e por outros intervenientes neste mercado", deveriam ser também integrados na Directiva 90/314/CEE relativa às viagens organizadas, férias organizadas e circuitos organizados. No interesse dos consumidores, os eurodeputados recomendam a certificação dos sítios Web que prestam informações e oferecem serviços turísticos (reserva e pagamento) de natureza electrónica.
Timeshare
O Parlamento acolhe com satisfação a proposta de directiva apresentada pela Comissão em 7 de Junho sobre a protecção do consumidor relativamente a determinados aspectos da utilização a tempo parcial de bens móveis e imóveis (timeshare), produtos de férias de longa duração, sua revenda e troca, que visa alargar o âmbito de aplicação do actual quadro regulamentar de modo a incluir novos produtos de férias a longo prazo que têm surgido no mercado nos últimos anos e certas transacções, como a revenda e a troca de produtos, relacionadas com o timeshare.
Os eurodeputados consideram que "a proposta irá reforçar a protecção dos consumidores no sector do turismo e estabelecer uma situação equitativa, protegendo o sector de timeshare honesto da concorrência desleal". O PE defende que a Comissão e os Estados-Membros devem ponderar a viabilidade de elaborar uma carta dos direitos e deveres dos turistas europeus, tento em conta os "incidentes desordeiros e violentos causados por turistas europeus em destinos europeus", bem como um código de conduta europeu para as empresas turísticas.
Acessibilidade dos destinos turísticos
Os deputados solicitam à Comissão e aos Estados-Membros que criem um rótulo CE "Acesso para todos" que garanta serviços de acessibilidade de base para os turistas de mobilidade reduzida e cubra ofertas como, por exemplo, o alojamento hoteleiro, os restaurantes, as infra-estruturas de lazer e naturais, os auditórios, os monumentos, os museus, etc.
A questão da acessibilidade dos destinos turísticos prende-se igualmente com os serviços de transporte prestados ou disponíveis. Os eurodeputados solicitam à Comissão que, no contexto da nova política europeia do turismo e no âmbito do desenvolvimento da política europeia de transportes, "tenha em devida consideração o défice de acessibilidade das regiões com características naturais ou geográficas específicas, tais como as regiões ultraperiféricas, as regiões insulares e de montanha e as regiões mais setentrionais escassamente povoadas".
Promoção de destinos turísticos europeus
A promoção da Europa como "um destino turístico ou um grupo de destinos turísticos atraentes" poderá ser feita através da criação de um rótulo "Europa" e da sua publicitação junto dos agentes do sector do turismo fora da Europa e da criação de um rótulo "Património Europeu" destinado a destacar a dimensão europeia dos sítios e monumentos da UE. O relatório salienta a "necessidade urgente" de proteger a cultura tradicional, nomeadamente as artes, o artesanato, os ofícios e os conhecimentos populares em perigo de extinção, que "são essenciais para a preservação da identidade nacional e da atracção turística das áreas rurais".
Programa europeu de turismo para a terceira idade
Perante a importância das alterações que se avizinham na estrutura demográfica da UE, os eurodeputados chamam a atenção para a necessidade de dar execução a um programa europeu de turismo para a terceira idade na época baixa (que poderia ser designado "Ulisses"), o qual "contribuiria para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos mais idosos da UE, a criação de emprego e a criação de maior procura e crescimento na economia europeia".
Novas medidas para renovar a política europeia sobre o sector
No relatório sobre uma política de turismo europeia renovada, os eurodeputados defendem a criação de normas mínimas em matéria de segurança e de qualidade dos serviços de alojamento, com a possível introdução de uma marca CE para o alojamento que englobaria critérios comuns pan-europeus por forma a dar ao consumidor uma garantia quanto ao nível mínimo de qualidade que se pode esperar, independentemente do país da União Europeia visitado.
O Parlamento Europeu (PE) exorta também os Estados-Membros a promoverem "um ordenamento do território que contrarie a emergência de empreendimentos apostados num turismo massificador", com fortes impactos negativos para a preservação da natureza e do património histórico e cultural e que não se integram nas comunidades locais nem as envolvem (alteração 2).
Certificação dos sítios Web
Dado que há cada vez mais turistas a reservar directamente as suas viagens (transporte, alojamento, etc.) utilizando meios electrónicos e evitando os intermediários – operadores turísticos e agentes de viagens – cuja quota de mercado está a diminuir (de 98% em 1997 para 60% em 2007), o PE salienta que todos os sítios Web que oferecem mais do que um serviço para venda, "como os que são oferecidos pelas companhias aéreas de baixo custo e por outros intervenientes neste mercado", deveriam ser também integrados na Directiva 90/314/CEE relativa às viagens organizadas, férias organizadas e circuitos organizados. No interesse dos consumidores, os eurodeputados recomendam a certificação dos sítios Web que prestam informações e oferecem serviços turísticos (reserva e pagamento) de natureza electrónica.
Timeshare
O Parlamento acolhe com satisfação a proposta de directiva apresentada pela Comissão em 7 de Junho sobre a protecção do consumidor relativamente a determinados aspectos da utilização a tempo parcial de bens móveis e imóveis (timeshare), produtos de férias de longa duração, sua revenda e troca, que visa alargar o âmbito de aplicação do actual quadro regulamentar de modo a incluir novos produtos de férias a longo prazo que têm surgido no mercado nos últimos anos e certas transacções, como a revenda e a troca de produtos, relacionadas com o timeshare.
Os eurodeputados consideram que "a proposta irá reforçar a protecção dos consumidores no sector do turismo e estabelecer uma situação equitativa, protegendo o sector de timeshare honesto da concorrência desleal". O PE defende que a Comissão e os Estados-Membros devem ponderar a viabilidade de elaborar uma carta dos direitos e deveres dos turistas europeus, tento em conta os "incidentes desordeiros e violentos causados por turistas europeus em destinos europeus", bem como um código de conduta europeu para as empresas turísticas.
Acessibilidade dos destinos turísticos
Os deputados solicitam à Comissão e aos Estados-Membros que criem um rótulo CE "Acesso para todos" que garanta serviços de acessibilidade de base para os turistas de mobilidade reduzida e cubra ofertas como, por exemplo, o alojamento hoteleiro, os restaurantes, as infra-estruturas de lazer e naturais, os auditórios, os monumentos, os museus, etc.
A questão da acessibilidade dos destinos turísticos prende-se igualmente com os serviços de transporte prestados ou disponíveis. Os eurodeputados solicitam à Comissão que, no contexto da nova política europeia do turismo e no âmbito do desenvolvimento da política europeia de transportes, "tenha em devida consideração o défice de acessibilidade das regiões com características naturais ou geográficas específicas, tais como as regiões ultraperiféricas, as regiões insulares e de montanha e as regiões mais setentrionais escassamente povoadas".
Promoção de destinos turísticos europeus
A promoção da Europa como "um destino turístico ou um grupo de destinos turísticos atraentes" poderá ser feita através da criação de um rótulo "Europa" e da sua publicitação junto dos agentes do sector do turismo fora da Europa e da criação de um rótulo "Património Europeu" destinado a destacar a dimensão europeia dos sítios e monumentos da UE. O relatório salienta a "necessidade urgente" de proteger a cultura tradicional, nomeadamente as artes, o artesanato, os ofícios e os conhecimentos populares em perigo de extinção, que "são essenciais para a preservação da identidade nacional e da atracção turística das áreas rurais".
Programa europeu de turismo para a terceira idade
Perante a importância das alterações que se avizinham na estrutura demográfica da UE, os eurodeputados chamam a atenção para a necessidade de dar execução a um programa europeu de turismo para a terceira idade na época baixa (que poderia ser designado "Ulisses"), o qual "contribuiria para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos mais idosos da UE, a criação de emprego e a criação de maior procura e crescimento na economia europeia".
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Machadada no comércio tradicional
A Delegação de Albufeira da ACRAL, Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve denunciou o que considera de “grave atropelo” às competências das Associações de apoio aos comerciantes, no novo anteprojecto do Decreto-Lei que está a ser elaborado pelo Governo de José Sócrates, que estabelece o regime jurídico da instalação dos estabelecimentos de comércio a retalho e dos conjuntos comerciais.
Nova lei do Governo “escancara” portas às grandes superfícies
O presidente da ACRAL, Gilberto de Sousa, lamenta que “as Associações que representam o comércio local sejam, mais uma vez menosprezadas pelo Governo, e desta vez de urna forma muito séria, já que o novo anteprojecto que estabelece o regime jurídico da instalação dos estabelecimentos de comércio a retalho, e dos conjuntos comerciais, não prevê a presença de nenhuma Associação na Comissão de Autorização Comercial (COMAC).
Para a ACRAL, sendo que a competência para conceder a licença de instalação e de modificação dos estabelecimentos comerciais a retalho e dos conjuntos comerciais, cabe à Comissão de Autorização Comercial, territorialmente competente, esta Associação compreendemos como é que não se encontra definido na sua composição, um elemento da Associação representativa do Comércio Local. Para a ACRAL, esta atitude da parte do Governo e do secretário de Estado do Comércio, bem como dos Serviços e Defesa do Consumidor, são “demonstrativas de uma profunda despreocupação e desconsideração para com o nosso comércio local.”
Gilberto de Sousa acrescenta que, “no nosso entender, este tipo de atitudes, tomadas pelo Governo, só nos levam a um caminho, acabar de vez com o comércio tradicional do nosso país. Até à data de hoje, a Delegação da ACRAL pode dizer, com orgulho, que, por pertencer à Comissão de licenciamento Comercial, já defendeu os seus associados da Instalação de inúmeras Grandes Superfícies na região algarvia. Assim, consideramos fundamental e essencial a continuação da representatividade da Associação Comercial na Comissão. E pretendemos sobretudo deixar um sério aviso de alerta aos nossos Governantes, que ao aprovarem este novo anteprojecto do Decreto-Lei que estabelece o regime jurídico da instalação dos estabelecimentos de comércio a retalho e dos conjuntos comerciais, estão a matar o nosso comércio local, uma vez que, será com toda a certeza, estrangulado e fustigado pelas inúmeras Grandes Superfícies que irão abrir ao abrigo deste novo regulamento.”
Para a ACRAL, impõe-se um estudo sério, uma consulta mais alargada e sobretudo a presença de um membro da Associação Comercial na nova Comissão de Autorização Comercial (COMAC). A ACRAL deixa claro: “vamos defender o que é nosso, pois prosseguindo este caminho que o Governo de José Socrates impõe, no final do mesmo, nós vamos unicamente encontrar memórias de um comércio que era único, tradicional, mas que era nosso.”
Nova lei do Governo “escancara” portas às grandes superfícies
O presidente da ACRAL, Gilberto de Sousa, lamenta que “as Associações que representam o comércio local sejam, mais uma vez menosprezadas pelo Governo, e desta vez de urna forma muito séria, já que o novo anteprojecto que estabelece o regime jurídico da instalação dos estabelecimentos de comércio a retalho, e dos conjuntos comerciais, não prevê a presença de nenhuma Associação na Comissão de Autorização Comercial (COMAC).
Para a ACRAL, sendo que a competência para conceder a licença de instalação e de modificação dos estabelecimentos comerciais a retalho e dos conjuntos comerciais, cabe à Comissão de Autorização Comercial, territorialmente competente, esta Associação compreendemos como é que não se encontra definido na sua composição, um elemento da Associação representativa do Comércio Local. Para a ACRAL, esta atitude da parte do Governo e do secretário de Estado do Comércio, bem como dos Serviços e Defesa do Consumidor, são “demonstrativas de uma profunda despreocupação e desconsideração para com o nosso comércio local.”
Gilberto de Sousa acrescenta que, “no nosso entender, este tipo de atitudes, tomadas pelo Governo, só nos levam a um caminho, acabar de vez com o comércio tradicional do nosso país. Até à data de hoje, a Delegação da ACRAL pode dizer, com orgulho, que, por pertencer à Comissão de licenciamento Comercial, já defendeu os seus associados da Instalação de inúmeras Grandes Superfícies na região algarvia. Assim, consideramos fundamental e essencial a continuação da representatividade da Associação Comercial na Comissão. E pretendemos sobretudo deixar um sério aviso de alerta aos nossos Governantes, que ao aprovarem este novo anteprojecto do Decreto-Lei que estabelece o regime jurídico da instalação dos estabelecimentos de comércio a retalho e dos conjuntos comerciais, estão a matar o nosso comércio local, uma vez que, será com toda a certeza, estrangulado e fustigado pelas inúmeras Grandes Superfícies que irão abrir ao abrigo deste novo regulamento.”
Para a ACRAL, impõe-se um estudo sério, uma consulta mais alargada e sobretudo a presença de um membro da Associação Comercial na nova Comissão de Autorização Comercial (COMAC). A ACRAL deixa claro: “vamos defender o que é nosso, pois prosseguindo este caminho que o Governo de José Socrates impõe, no final do mesmo, nós vamos unicamente encontrar memórias de um comércio que era único, tradicional, mas que era nosso.”
Pessoas portadoras de deficiência
Empresas são pouco sensíveis à sua integração
A integração de pessoas com deficiência no meio empresarial português está muito aquém das necessidades, disse em Faro, a Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação durante uma visita a um Hipermercado, o segundo a receber certificação de responsabilidade social a nível mundial. Idália Moniz, o Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor e a Governadora Civil de Faro, contactaram com os seis trabalhadores portadores de diferentes deficiências físicas e mentais - como a cegueira, a síndroma de Down e a esquizofrenia - contratados pelo Grupo Auchan, no âmbito da sua política de integração social.
Idália Moniz reconheceu que apesar de se verificar uma adesão gradual dos empresários ao projecto de responsabilidade social, "ainda são poucos os que aderiram às práticas integradoras", ficando por esgotar os apoios criado pelo Governo, entre os quais a criação de protocolos que permitem o enquadramento de estágios profissionais e a celebração de contratos de trabalho.
Para a Governadora Civil de Faro as empresas algarvias começam a revelar uma visão mais abrangente sobre as questões sociais. “Quanto mais responsabilidade social houver, maior consistência terá a sociedade e maiores capacidades haverá em termos de aquisição de bens e produtos”, referiu Isilda Gomes, realçando que a integração de pessoas portadoras de deficiência no meio laboral não constitui um risco, mas sim uma mais valia para as empresas.
Quem escreveu os Lusíadas?
A vida é assim... Mas nem tudo são tristezas!
Certa manhã, numa Escola AB1 + 2, em Faro, a professora perguntou a um aluno:
- Diz-me lá quem escreveu "Os Lusíadas"?
O aluno, a gaguejar, responde:
- Não sei, 'Sou' Professora, mas eu não fui.
E começa a chorar. A professora, furiosa, diz-lhe:
- Pois então, de tarde, quero falar com o teu pai.
Em conversa com o pai, a professora faz-lhe queixa:
- Estou preocupada, não sei o que se passa com o seu filho. Perguntei-lhe quem escreveu "Os Lusíadas"... E ele respondeu-me que não sabia, que não foi ele... O pai interrompeu:
- Bem, ele não costuma ser mentiroso, olhe se diz que não foi ele, é porque não foi. Já se fosse o irmão...
Irritada com tanta ignorância, a professora resolve ir para casa e,
ao passar pelo posto da G.N.R. no Coiro da Burra, diz-lhe o comandante:
- Parece que o dia não lhe correu muito bem...
- Pois não. Imagine que perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas". Respondeu-me que não sabia, que não foi ele, e ainda começou a chorar!
O comandante, atencioso:
- Não se preocupe, ó Doutora. Chamamos cá o miúdo, damos-lhe um "apertão", vai ver que ele confessa tudo!
Já com os cabelos em pé, a professora dispara, chega a casa e encontra o marido sentado no sofá, a ler a Bola.
Pergunta-lhe ele:
- Então o dia correu bem?
- Olha, então queres saber. Hoje perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas". Começou a gaguejar, que não sabia, que não tinha sido ele, e pôs-se a chorar. O pai diz-me que ele não costuma ser mentiroso. O comandante da G.N.R. quer chamá-lo ao posto e obrigá-lo a confessar... Já viste isto? Que se ha-de fazer?
O marido, conforta-a:
- Olha Luisa, esquece. Janta, dorme e amanhã tudo se resolve. Vais ver que se calhar foste tu e já nem te lembras...!
Desanimada, caiu no sofá e chorou.
Um destes dias vou falar do Poeta, mal amado - como sempre nesta terra, e que morreu na miséria.
sábado, 24 de novembro de 2007
Segurança para crianças algarvias
A Federação Regional das Associações de Pais do Algarve (FRAPAL), lançou em parceria com a Direcção Regional da Educação, o Governo Civil de Faro e a Junta Metropolitana do Algarve, uma campanha de sensibilização “Educação - Uma Responsabilidade de Todos”, através da elaboração de um folheto volante que será distribuído às cerca de 50.000 crianças e jovens, alunos do Algarve, que frequentam o ensino pré-escolar, básico e secundário e respectivos pais e encarregados de Educação.
Portugal é o pior em acidentes com crianças
Segundo a presidente da FRAPAL, Ana Vidigal, "pretende-se com esta iniciativa, prestar algumas informações aos Pais e Encarregados de Educação sobre a Comunidade Escolar, locais e formas de participação, demonstrando a mais valia no estabelecimento de parcerias, apelando á participação efectiva de todos os agentes educativos e comunidade em geral na formação dos nossos mais jovens cidadãos, sensibilizando para a grande responsabilidade que é a educação, na perspectiva de que “todos” teremos de assumir cada vez mais os nossos deveres, para que as nossas crianças e jovens, possam ver realizados efectivamente os seus sonhos e os seus direitos."
A distribuição dos trípticos está a cargo da Direcção Regional da Educação, que os remeterá a todas os Jardins de Infância e Escolas do Algarve afim de serem distribuídos a todos os pais e encarregados de Educação, através dos seus filhos e educandos.
Portugal é o pior de 18 países europeus a prevenir mortes acidentais de crianças e jovens, revela um relatório da Aliança Europeia para a Segurança Infantil apresentado no Parlamento Europeu, em Bruxelas. Segundo o relatório, em 2001 Portugal poderia ter salvo 77 por cento - 560 de 731 - das crianças e jovens mortos acidentalmente se tivesse aplicado políticas de prevenção equivalentes às da Suécia. O relatório foi elaborado com base nos mais recentes dados fornecidos pela Organização Mundial de Saúde, relativos a 2001 e tomou como referência o número de mortes acidentais na população entre os zero e os 19 anos da Suécia.
As pontuações atribuídas a cada país baseiam-se nas políticas de prevenção aplicadas, numa escala que vai de zero a 60 pontos. Portugal, com um somatório de 20 pontos, tem metade da pontuação da Suécia, Países Baixos e Irlanda do Norte, que encabeçam a lista. Um exemplo apresentado é o uso obrigatório de capacete para ciclistas, que vigora apenas na república Checa e na Suécia, estando demonstrado que reduz os danos na cabeça e no cérebro entre 63 e 88 por cento. Outro exemplo é a proibição de transportar crianças até aos 13 anos no banco da frente do carro, que vigora em Portugal. O rácio português há seis anos era de 22,16 mortes acidentais por 100 mil crianças e jovens. Com base nos dados recolhidos, a Aliança Europeia da Segurança Infantil estima ainda que 21 por cento das mais de 50 mil mortes de pessoas com menos de 20 anos na União Europeia (UE) se devem a lesões acidentais.
Em 2003, numa UE ainda a 25, a principal causa de morte no grupo etário considerado foram os acidentes com veículos (49,1 por cento), seguidos do suicídio (13,3 por cento) e afogamento (7,5 por cento). O estudo teve em conta dados da Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Escócia, Espanha, Estónia, França, Grécia, Hungria, Itália, Irlanda do Norte, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal, República Checa e Suécia. A Irlanda do Norte e a Escócia foram consideradas individualmente porque cada nação que integra o Reino Unido tem a sua política de promoção da segurança infantil. A Aliança Europeia para a Segurança Infantil é um programa da Eurosafe, Associação Europeia para a Prevenção de Acidentes e Promoção da Segurança.
Portugal é o pior em acidentes com crianças
Segundo a presidente da FRAPAL, Ana Vidigal, "pretende-se com esta iniciativa, prestar algumas informações aos Pais e Encarregados de Educação sobre a Comunidade Escolar, locais e formas de participação, demonstrando a mais valia no estabelecimento de parcerias, apelando á participação efectiva de todos os agentes educativos e comunidade em geral na formação dos nossos mais jovens cidadãos, sensibilizando para a grande responsabilidade que é a educação, na perspectiva de que “todos” teremos de assumir cada vez mais os nossos deveres, para que as nossas crianças e jovens, possam ver realizados efectivamente os seus sonhos e os seus direitos."
A distribuição dos trípticos está a cargo da Direcção Regional da Educação, que os remeterá a todas os Jardins de Infância e Escolas do Algarve afim de serem distribuídos a todos os pais e encarregados de Educação, através dos seus filhos e educandos.
Portugal é o pior de 18 países europeus a prevenir mortes acidentais de crianças e jovens, revela um relatório da Aliança Europeia para a Segurança Infantil apresentado no Parlamento Europeu, em Bruxelas. Segundo o relatório, em 2001 Portugal poderia ter salvo 77 por cento - 560 de 731 - das crianças e jovens mortos acidentalmente se tivesse aplicado políticas de prevenção equivalentes às da Suécia. O relatório foi elaborado com base nos mais recentes dados fornecidos pela Organização Mundial de Saúde, relativos a 2001 e tomou como referência o número de mortes acidentais na população entre os zero e os 19 anos da Suécia.
As pontuações atribuídas a cada país baseiam-se nas políticas de prevenção aplicadas, numa escala que vai de zero a 60 pontos. Portugal, com um somatório de 20 pontos, tem metade da pontuação da Suécia, Países Baixos e Irlanda do Norte, que encabeçam a lista. Um exemplo apresentado é o uso obrigatório de capacete para ciclistas, que vigora apenas na república Checa e na Suécia, estando demonstrado que reduz os danos na cabeça e no cérebro entre 63 e 88 por cento. Outro exemplo é a proibição de transportar crianças até aos 13 anos no banco da frente do carro, que vigora em Portugal. O rácio português há seis anos era de 22,16 mortes acidentais por 100 mil crianças e jovens. Com base nos dados recolhidos, a Aliança Europeia da Segurança Infantil estima ainda que 21 por cento das mais de 50 mil mortes de pessoas com menos de 20 anos na União Europeia (UE) se devem a lesões acidentais.
Em 2003, numa UE ainda a 25, a principal causa de morte no grupo etário considerado foram os acidentes com veículos (49,1 por cento), seguidos do suicídio (13,3 por cento) e afogamento (7,5 por cento). O estudo teve em conta dados da Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Escócia, Espanha, Estónia, França, Grécia, Hungria, Itália, Irlanda do Norte, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal, República Checa e Suécia. A Irlanda do Norte e a Escócia foram consideradas individualmente porque cada nação que integra o Reino Unido tem a sua política de promoção da segurança infantil. A Aliança Europeia para a Segurança Infantil é um programa da Eurosafe, Associação Europeia para a Prevenção de Acidentes e Promoção da Segurança.
REGIONALIZAÇÃO - Sim senhor, e para já!
Face às actuais políticas, o Algarve precisa urgentemente de ser “uma Região”. É necessário não esquecer, que esta é também uma das mais importantes reformas administrativas que está por fazer.
O Algarve, é a única Região continental onde desde sempre se fez sentir uma aspiração fortemente regionalista que, sem quebra da unidade nacional e do verdadeiro interesse de todos os portugueses, permita uma descentralização administrativa que termine com a excessiva subordinação ao Terreiro do Paço sobre questões que interessam exclusivamente aos algarvios. Face às actuais políticas administrativas e orçamentais do actual Governo, e agravadas pelos cortes de Bruxelas, mais do que nunca o Algarve precisa de pensar na “sua” Regionalização, pelo que, o Movimento - REGIÕES SIM, é bem vindo e deve ser comparticipado por todos algarvios!
Hoje, tudo leva a crer que o PS quer esperar mais quatro anos para propor novo referendo. Mas é preciso que lentamente, a regionalização volte à agenda política. No passado, o PS foi o principal protagonista. Os socialistas foram mesmo, os mais entusiastas nas intenções programáticas que, pela mão de António Guterres, submeteram ao eleitorado uma errada proposta de Referendo. Agora, José Sócrates já remeteu para a próxima legislatura a hipótese de um segundo referendo à regionalização, com a desculpa de que “não passou tempo suficiente para que haja consenso”. É esse consenso que o PS devia fazer agora. Trabalhar no sentido de uma descentralização efectiva com legitimidade autónoma e democrática, que preparasse uma efectiva regionalização. Porém, não é isso que está acontecer.
A ideia que o secretário-geral socialista começou por levar ao fórum "Novas Fronteiras" tem hoje outros interesses dentro do partido, e a tarefa não será fácil, conhecidas que são as diferentes posições ("pró" e "contra") dentro do PS e o frontal desinteresse na matéria pela oposição de alguns sectores do PSD à regionalização.
Por parte do PCP e do BE, eventualmente, o consenso em torno das cinco regiões-plano será também menos complexo de obter, mas tudo indica que o PP possa preparar um rotundo "Não", apesar de no seu seio também existir quem prefira outra opção. Há mesmo quem garanta que, na próxima revisão constitucional, Paulo Portas irá propor uma alteração à Constituição Portuguesa que "arrume "de vez com a questão da regionalização.
É nesse cenário que deverão ser entendidas as posições que os algarvios devem tomar urgentemente. Porque se a Regionalização fosse um facto para o Algarve, teríamos agora mais força para reivindicar o que nos tem sido prometido e adiado ao longo dos anos. É preciso acabar com os resultados demasiado prejudiciais para os algarvios, pela tendência bem portuguesa de alteração de políticas conforme a cor dos Governos, e de uma vez por todas exigir a regionalização, já que o Algarve tem todas as condições para que assim seja, além de que, esta é a última das reformas preconizada pela Revolução do 25 de Abril que está por cumprir.
Embora os resultados do referendo efectuado tenham espelhado uma confusa posição dos algarvios - face ao modelo proposto, hoje existe uma rara abrangência que testemunha a grande consensualidade que a questão da Regionalização alcançou no Algarve depois de muitos anos de intenso debate político. Isto explica também porque é que a grande cambalhota da liderança do PSD a nível nacional tem, apesar de tudo, efeitos limitados no plano regional.
O resultado desse debate intenso está também patente na maturidade das formulações de algumas posições apresentadas por pessoas de vários quadrantes da sociedade algarvia, defendendo a regionalização como um imperativo urgente para o reforço da coesão nacional, salientando a sua importância para atenuar as assimetrias entre regiões e as desigualdades de desenvolvimento dentro de cada região.
Neste principal aspecto, é clamoroso o que acontece no Algarve entre uma faixa litoral que, mercê do factor turismo, apresenta hoje níveis de vida aceitáveis e um imenso interior subdesenvolvido, envelhecido e desertificado, onde todos os índices económicos e sociais estão muito abaixo do limiar mínimo, e tornam o Algarve paradoxalmente numa das zonas mais deprimidas de todo o País.
Regionalização? Sim senhor, e para já!
O Algarve, é a única Região continental onde desde sempre se fez sentir uma aspiração fortemente regionalista que, sem quebra da unidade nacional e do verdadeiro interesse de todos os portugueses, permita uma descentralização administrativa que termine com a excessiva subordinação ao Terreiro do Paço sobre questões que interessam exclusivamente aos algarvios. Face às actuais políticas administrativas e orçamentais do actual Governo, e agravadas pelos cortes de Bruxelas, mais do que nunca o Algarve precisa de pensar na “sua” Regionalização, pelo que, o Movimento - REGIÕES SIM, é bem vindo e deve ser comparticipado por todos algarvios!
Hoje, tudo leva a crer que o PS quer esperar mais quatro anos para propor novo referendo. Mas é preciso que lentamente, a regionalização volte à agenda política. No passado, o PS foi o principal protagonista. Os socialistas foram mesmo, os mais entusiastas nas intenções programáticas que, pela mão de António Guterres, submeteram ao eleitorado uma errada proposta de Referendo. Agora, José Sócrates já remeteu para a próxima legislatura a hipótese de um segundo referendo à regionalização, com a desculpa de que “não passou tempo suficiente para que haja consenso”. É esse consenso que o PS devia fazer agora. Trabalhar no sentido de uma descentralização efectiva com legitimidade autónoma e democrática, que preparasse uma efectiva regionalização. Porém, não é isso que está acontecer.
A ideia que o secretário-geral socialista começou por levar ao fórum "Novas Fronteiras" tem hoje outros interesses dentro do partido, e a tarefa não será fácil, conhecidas que são as diferentes posições ("pró" e "contra") dentro do PS e o frontal desinteresse na matéria pela oposição de alguns sectores do PSD à regionalização.
Por parte do PCP e do BE, eventualmente, o consenso em torno das cinco regiões-plano será também menos complexo de obter, mas tudo indica que o PP possa preparar um rotundo "Não", apesar de no seu seio também existir quem prefira outra opção. Há mesmo quem garanta que, na próxima revisão constitucional, Paulo Portas irá propor uma alteração à Constituição Portuguesa que "arrume "de vez com a questão da regionalização.
É nesse cenário que deverão ser entendidas as posições que os algarvios devem tomar urgentemente. Porque se a Regionalização fosse um facto para o Algarve, teríamos agora mais força para reivindicar o que nos tem sido prometido e adiado ao longo dos anos. É preciso acabar com os resultados demasiado prejudiciais para os algarvios, pela tendência bem portuguesa de alteração de políticas conforme a cor dos Governos, e de uma vez por todas exigir a regionalização, já que o Algarve tem todas as condições para que assim seja, além de que, esta é a última das reformas preconizada pela Revolução do 25 de Abril que está por cumprir.
Embora os resultados do referendo efectuado tenham espelhado uma confusa posição dos algarvios - face ao modelo proposto, hoje existe uma rara abrangência que testemunha a grande consensualidade que a questão da Regionalização alcançou no Algarve depois de muitos anos de intenso debate político. Isto explica também porque é que a grande cambalhota da liderança do PSD a nível nacional tem, apesar de tudo, efeitos limitados no plano regional.
O resultado desse debate intenso está também patente na maturidade das formulações de algumas posições apresentadas por pessoas de vários quadrantes da sociedade algarvia, defendendo a regionalização como um imperativo urgente para o reforço da coesão nacional, salientando a sua importância para atenuar as assimetrias entre regiões e as desigualdades de desenvolvimento dentro de cada região.
Neste principal aspecto, é clamoroso o que acontece no Algarve entre uma faixa litoral que, mercê do factor turismo, apresenta hoje níveis de vida aceitáveis e um imenso interior subdesenvolvido, envelhecido e desertificado, onde todos os índices económicos e sociais estão muito abaixo do limiar mínimo, e tornam o Algarve paradoxalmente numa das zonas mais deprimidas de todo o País.
Regionalização? Sim senhor, e para já!
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
ALGARVE NÃO TEM NUTRICIONISTAS
Dos 87 hospitais existentes em Portugal Continental apenas 27 têm nutricionista. O alerta é da Associação Portuguesa dos Nutricionistas, que pretende com esta chamada de atenção alertar para a escassez de profissionais qualificados, no que respeita à nutrição hospitalar.
Apesar de existirem três Hospitais no Distrito de Faro nenhum deles tem ao serviço da população nutricionistas.
De acordo com um estudo apresentado recentemente, pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, a desnutrição hospitalar aumenta em 20% os custos do internamento, sendo ainda responsável por um acréscimo de 200 a 1300 euros por internamento.
A par do acréscimo dos custos económicos associados à desnutrição hospitalar, existem ainda problemas de saúde relacionados com a alimentação desajustada, que têm vindo a aumentar nos últimos anos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 75% das mortes na Europa estão relacionadas com as doenças crónicas não transmissíveis, directamente relacionadas com os hábitos alimentares, e ainda segundo a mesma fonte, se nada for feito, em 2025 50% da população mundial será obesa.
Em Portugal, o uso de ferramentas de rastreio e de avaliação de alterações relacionadas com o estado nutricional é inexistente, assim como o aconselhamento e suporte nutricional. Segundo dados da Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica (APNEP), em Portugal, estima-se que 38% a 47% dos doentes hospitalares se encontram em risco de desnutrição e que 8% a 15% estão desnutridos.
Para a APN, “se fosse feito um rastreio em massa de alterações do estado nutricional a todos os doentes hospitalares, a desnutrição seria precocemente tratada. Esta falta de pro-actividade, reflecte o escasso interesse que hoje em dia ainda é dado às estratégias preventivas”. “Caso existissem mais nutricionistas nos hospitais e nos cuidados de saúde primários, continua a APN, situações limite como a desnutrição hospitalar seriam evitadas, porque os doentes beneficiariam de uma intervenção precoce”.
Para Alexandra Bento, Presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas, “é urgente dotar os hospitais portugueses de um número suficiente de nutricionistas, para que no futuro se assista à tomada de medidas, que conduzam à implementação nacional de uma política alimentar, adequada à prevenção e tratamento de problemas associados à má nutrição”.
Alexandra Bento adianta ainda que “a diminuição dos custos associados ao internamento pode ser uma realidade, caso os hospitais tenham nos quadros nutricionistas. Isto porque a alimentação hospitalar dever ser terapêutica e adequada nutricional e culturalmente aos utentes a que se destina”.
O papel dos nutricionistas nos Hospitais
Nutrição Clínica – o nutricionista avalia e faz a prescrição nutricional em todas as valências médicas do internamento e da consulta externa. A supervisão do cumprimento da terapêutica nutricional requer um contacto directo com a equipa médica, de enfermagem e com os serviços de alimentação e farmacêutico.
Serviço de Alimentação – o nutricionista organiza, planeia e avalia todo o suporte orgânico do serviço: administrativo, controlo e gestão de custos, adequação de recursos e promove todos os requisitos necessários à adequação nutricional e ao sistema de segurança alimentar de todo o hospital.
Saúde em Albufeira sem cura
A situação é caótica e em rutura. Durante o Verão, os doentes amontoam-se pelas salas da urgência, esperando horas, outros gemendo nos bancos do jardim, com os médicos em stress pela situação. Na consulta externa a situação não é melhor.
De Inverno, a situação já não é boa em determinados dias. Mas no Verão, o Centro de Saúde de Albufeira entra em completa ruptura. São portugueses e estrangeiros em desespero completo, esperando horas a fio por um atendimento de urgência que nunca mais chega. Os acidentes sucedem, e as ambulâncias não param de despejar sinistrados ou pessoas a necessitar de cuidados médicos urgentes.
Crianças e adultos de terceira idade são os mais atingidos e prejudicados pelo caos instalado, que chega a demorar quatro horas por um atendimento, e os estrangeiros interrogam-se de como é possível uma “Capital” que se diz de turismo, estar pessimamente servida de serviços públicos de Saúde.
As funcionárias de atendimento nem sempre estão á altura do lugar que ocupam, pela deficiente formação de atendimento. Maus modos e cansaço. A preparação destas funcionárias deveria implicar um método que visasse situações de intenso movimento psicológico, o que nem sempre acontece.
Daí que, as situações vividas pelos utentes acabem muitas das vezes em confrontos verbais. Ainda num dia de final deste Verão, uma senhora de 85 anos teve de esperar deitada num banco de pedra - no passeio exterior à sala da urgência, até que fosse chamada para a consulta. A senhora apresentava sinais de agitação e desidratação acelerada em face de uma diarreia de alguns dias. A espera pela sua vez demorou duas horas e meia, e só foi encurtada face aos protestos de alguns dos presentes que se apressaram a relatar a situação ao responsáveis do serviço.
Estes, atingem um stress enorme depois de horas consecutivas de serviço continuo neste posto. Uma médica de serviço que - logicamente, mantemos o anonimato, dizia que “desde as nove horas da manhã, até às cinco da tarde não tivera tempo para comer mais que uma sandes e ir uma única vez à casa de banho.”
A situação banaliza-se e a direcção do Centro de Saúde não toma as providências necessárias para uma actuação mais atenta nos serviços de assistência às urgências, que no verão deveria de ter um acréscimo de cuidados e eficiência, deixando chegar até á ruptura total.
Até quando?
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Flor do cacto pica, e é independente!
À flor-do-cacto (escrava da política) que não pertencia àquele canteiro... Les fleurs du mal
Le Vampire
"Toi qui, comme un coup de couteau,
Dans mon coeur plaintif es entrée;
Toi qui, forte comme un troupeau
De démons, vins, folle et parée,
De mon esprit humilié
Faire ton lit et ton domaine;
— Infâme à qui je suis lié
Comme le forçat à la chaîne,
Comme au jeu le joueur têtu,
Comme à la bouteille l'ivrogne,
Comme aux vermines la charogne
— Maudite, maudite sois-tu!
J'ai prié le glaive rapide
De conquérir ma liberté,
Et j'ai dit au poison perfide
De secourir ma lâcheté.
Hélas! le poison et le glaive
M'ont pris en dédain et m'ont dit:
"Tu n'es pas digne qu'on t'enlève
A ton esclavage maudit,
— Imbécile!
Par se que de ton empire
Si nos efforts te délivraient,
Tes baisers ressusciteraient
Le cadavre de ton vampire!"
Charles Baudelaire
É alguém que dispensa apresentações... Este é um dos poucos poemas que sei "de cabeça", porque estou péssimo pra decorar coisas, (talvez a falta de hábito, e por isso eu já não saiba contar 'histórias' - a menos que as tenha criado - ou piadas, daquelas a que assisto no dia-a-dia, e já não dispenso, como o ar que respiro).
Não, não sei muito bem francês. Nem, tenho óptima pronuncia, mas ainda sei este poema, porque fez parte de um exercício escolar há muitos anos...
Hoje, o meu francês mal dá para ir ver um show ao Moulin Rouge...
Antes que alguém o peça, vou colocá-lo em português (ah-ah, vou provar que sei o poema ipsi literis... hehe).
Claro que, esta tradução é livre, minha, depois de ter lido numa óptima edição bilingue "As Flores do Mal", mas o certo é que ela encaixa na perfeição, escolhe melhor as palavras e o poema fica sonoro, com ritmo e cadência, como tem que ser...
O Vampiro
"Tu que, como uma punhalada,
No meu coração penetraste,
Tu que, qual furiosa manada
De demónios, ardente, ousaste,
Do meu espírito humilhado,
Fazer teu leito e possessão
- Infame à qual estou atada
Como numa galé ao grilhão,
Como ao baralho o jogador,
Como à carne o parasita,
Como à garrafa o bebedor
- Maldito sejas tu, maldito!
Supliquei eu ao gládio veloz
Que a liberdade me alcançasse,
E ao veneno, pérfido do algoz,
Que a covardia me amparasse.
Mas, ai de mim!
Com desprezo e desdém,
Ambos me disseram então:
"Digna não és de ninguém
Jamais te arrancaremos da escravidão,
- Imbecil!
Porque se de teu império
Te libertássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadáver de teu vampiro!"
(Aqui, o Vampiro antes de sugar o sangue em troca de votos, dedicava-se a fazer 'paciências', desenhos geométricos, estafeta e salto em pára-quedas...)
SIDA - O regresso
Portugal é o quatro país da Europa Ocidental com mais casos diagnosticados
Portugal é o quarto país da Europa Ocidental que mais casos novos de infecções por VIH diagnosticou em 2006, segundo o relatório anual do Programa das Nações Unidas sobre a doença. No topo da lista surge o Reino Unido, com 8.925 novas infecções de VIH detectadas no ano passado. Aliás, o Reino Unido mantém-se como um dos países da Europa Central e Ocidental onde o VIH/sida tem mais prevalência, tendo os novos casos da doença duplicado de 2001 para 2006.
Este aumento deve-se essencialmente às novas infecções entre a comunidade gay, que paradoxalmente foram os primeiros a 'protegerem-se' do flagelo. Porém, o sucesso das novas terapias abriu um brecha na auto-confiança dos homossexuais e levou a um retrocesso na prevenção. Também aumentou o diagnóstico de mulheres e homens heterossexuais que contraíram o vírus em países com elevados níveis de prevalência da doença, sobretudo na África sub-saariana e nas Caraíbas.
Na Europa Ocidental, França é o país que se segue ao Reino Unido, com 5.750 novos casos diagnosticados em 2006. Depois surge a Alemanha com 2.718 casos e Portugal com 2.162 novas infecções por VIH. Segundo o relatório da Onusida, apenas algumas regiões de Espanha e de Itália contribuem para estes cálculos reportando os dados. Em todos os outros países da Europa Ocidental o número de novos diagnósticos é menor e as novas infecções apenas excedem as mil na Holanda.
Na Europa Ocidental, o VIH é transmitido essencialmente devido a relações sexuais desprotegidas e também por uso de equipamento contaminado entre consumidores de droga injectável. No entanto, a ONU refere que esta última causa tem pouca representação, com excepção para dois países: Portugal e Espanha.
notícia: lusa
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Democracia lat(r)ina
Deputada venezuelana agride jornalista
"Democracia latina, onde estás que não te vejo!" - Parece dizer o turculento Hugo Chavez...
Num programa em 'directo', uma deputada do Partido de Chavez, agrediu o jornalista à estalada, às pergunta feitas pelo entrevistador.
A reportagem foi transmitida ontem pela SIC Notícias.
Se a moda pega - o que nem admira, porque também somos latinos, de sangue na guelra e experts na peixeirada, ainda vamos ver as nossas deputadas ao estalo nos corredores de S. Bento, aos jornalistas mais atrevidos.
Será com medo disso, que os chefes dos Partidos não disponibilizam mais lugares para as mulheres entrarem na política activa?
É que por enquanto, elas só servem para 'colorir' a nossa Democracia!
Milhares de Casas para Venda
Por falta de pagamento
Leilões de casas disparam com as dívidas aos bancos
Além de casas e apartamentos em venda novos e a estrear, encontram-se milhares de casas à venda nas imobiliárias do Algarve.
Também as execussões dos tribunais (e fiscais) estão a operar em força. Só este ano, duas das maiores leiloeiras do sector imobiliário a operar no mercado já levaram a leilão mais de dois mil imóveis. O número excede o total de 2006 e espera-se que continue a aumentar. Porquê? Porque o aumento das taxas de juro tem feito subir os casos de incumprimento no crédito à habitação e também porque os leilões começam a ser encarados como uma forma mais expedita de encontrar compradores num país em que a oferta de imóveis é já de 1,5 por agregado familiar.
Vivendas e apartamentos T2, localizados nas periferias das mais importantes cidades algarvias. É este o perfil da maior parte dos imóveis que são leiloados e também o que tem maior procura por quem frequenta os leilões.
Dos 1500 imóveis que a Luso-Roux já levou a leilão este ano - contra 1100 em 2006, uma grande parte situam-se no Algarve, diz a leiloeira.
Aquelas localizações são também as que mais se encontram nos lotes leiloados pela Euro Estates, tendo referido que a empresa procura sempre ter alguma diversidade, nomeadamente casas em bom estado, em zonas centrais, que possam suscitar mais interesse entre os participantes do leilão.
Tal como na Luso-Roux, também na Euro Estates têm aumentado o número de imóveis para leiloar de um a dois leilões por ano em 2003 e 2004, passaram para a organização de uma dezena de certames anuais a uma média de 65 «lotes» por cada.
Sobre o número de imóveis com empréstimo em incumprimento, apenas a Caixa Geral de Depósitos revela que das mais de 700 mil operações de crédito à habitação que tem em carteira, há cerca de 2400 imóveis que se encontram para venda, incluindo este número os disponíveis e em regularização.
A actividade das leiloeiras mostra, contudo, que há cada vez mais casas para vender, sendo que mais de 90% destes imóveis pertencem a instituições financeiras e só uma pequena percentagem são propriedade de particulares, que optam por este sistema depois de terem tentado, sem sucesso, vender a casa.
A falta de pagamento dos empréstimos por parte dos clientes leva os bancos a avançar com várias soluções para resolver a situação. Negociar é sempre a primeira opção. A última é colocar uma acção judicial, que pode culminar com a execução da hipoteca que o banco tem sobre o imóvel. Pelo meio há a possibilidade de o cliente avançar com a dação do imóvel em pagamento, solução preferível à da acção executiva.
A subida das taxas de juro e os efeitos da crise do mercado imobiliário de alto risco («subprime») nos EUA fazem temer um aumento das situações de incumprimento e também a dificuldade de vender as casas, já agravada pelo custo do crédito e o excesso de oferta.
Espanha ajuda famílias endividadas
Em Espanha, o problema do sobreendividamento também existe, mas o Governo espanhol aprovou um pacote de medidas para ajudar as famílias com problemas de financiamentos, lançando no mês passado, uma série de medidas para ajudar as famílias espanholas a diminuir o risco na compra de casa. Até agora, segundo o «Jornal de Notícias», as famílias podiam deduzir nos seus impostos (até um máximo de 9.010 euros) uma parte dos gastos.
Agora, um acordo entre o Governo central e as comunidades autónomas define um conjunto de ajudas, que vão dos 4 mil aos 12 mil euros, para pagar a entrada da casa.
Por outro lado, o Governo entendeu fomentar o arrendamento para travar a subida do preço das habitações. A partir de 1 de Janeiro de 2008, são permitidas deduções fiscais iguais às aplicações na compra a todos os cidadãos que pagarem aluguer e com rendimentos inferiores a 24 mil euros líquidos por ano.
O valor médio das hipotecas em Espanha superou os 150 mil euros. O capital emprestado pela banca para aquisição de casa ronda os 160 mil milhões de euros.
Leilões de casas disparam com as dívidas aos bancos
Além de casas e apartamentos em venda novos e a estrear, encontram-se milhares de casas à venda nas imobiliárias do Algarve.
Também as execussões dos tribunais (e fiscais) estão a operar em força. Só este ano, duas das maiores leiloeiras do sector imobiliário a operar no mercado já levaram a leilão mais de dois mil imóveis. O número excede o total de 2006 e espera-se que continue a aumentar. Porquê? Porque o aumento das taxas de juro tem feito subir os casos de incumprimento no crédito à habitação e também porque os leilões começam a ser encarados como uma forma mais expedita de encontrar compradores num país em que a oferta de imóveis é já de 1,5 por agregado familiar.
Vivendas e apartamentos T2, localizados nas periferias das mais importantes cidades algarvias. É este o perfil da maior parte dos imóveis que são leiloados e também o que tem maior procura por quem frequenta os leilões.
Dos 1500 imóveis que a Luso-Roux já levou a leilão este ano - contra 1100 em 2006, uma grande parte situam-se no Algarve, diz a leiloeira.
Aquelas localizações são também as que mais se encontram nos lotes leiloados pela Euro Estates, tendo referido que a empresa procura sempre ter alguma diversidade, nomeadamente casas em bom estado, em zonas centrais, que possam suscitar mais interesse entre os participantes do leilão.
Tal como na Luso-Roux, também na Euro Estates têm aumentado o número de imóveis para leiloar de um a dois leilões por ano em 2003 e 2004, passaram para a organização de uma dezena de certames anuais a uma média de 65 «lotes» por cada.
Sobre o número de imóveis com empréstimo em incumprimento, apenas a Caixa Geral de Depósitos revela que das mais de 700 mil operações de crédito à habitação que tem em carteira, há cerca de 2400 imóveis que se encontram para venda, incluindo este número os disponíveis e em regularização.
A actividade das leiloeiras mostra, contudo, que há cada vez mais casas para vender, sendo que mais de 90% destes imóveis pertencem a instituições financeiras e só uma pequena percentagem são propriedade de particulares, que optam por este sistema depois de terem tentado, sem sucesso, vender a casa.
A falta de pagamento dos empréstimos por parte dos clientes leva os bancos a avançar com várias soluções para resolver a situação. Negociar é sempre a primeira opção. A última é colocar uma acção judicial, que pode culminar com a execução da hipoteca que o banco tem sobre o imóvel. Pelo meio há a possibilidade de o cliente avançar com a dação do imóvel em pagamento, solução preferível à da acção executiva.
A subida das taxas de juro e os efeitos da crise do mercado imobiliário de alto risco («subprime») nos EUA fazem temer um aumento das situações de incumprimento e também a dificuldade de vender as casas, já agravada pelo custo do crédito e o excesso de oferta.
Espanha ajuda famílias endividadas
Em Espanha, o problema do sobreendividamento também existe, mas o Governo espanhol aprovou um pacote de medidas para ajudar as famílias com problemas de financiamentos, lançando no mês passado, uma série de medidas para ajudar as famílias espanholas a diminuir o risco na compra de casa. Até agora, segundo o «Jornal de Notícias», as famílias podiam deduzir nos seus impostos (até um máximo de 9.010 euros) uma parte dos gastos.
Agora, um acordo entre o Governo central e as comunidades autónomas define um conjunto de ajudas, que vão dos 4 mil aos 12 mil euros, para pagar a entrada da casa.
Por outro lado, o Governo entendeu fomentar o arrendamento para travar a subida do preço das habitações. A partir de 1 de Janeiro de 2008, são permitidas deduções fiscais iguais às aplicações na compra a todos os cidadãos que pagarem aluguer e com rendimentos inferiores a 24 mil euros líquidos por ano.
O valor médio das hipotecas em Espanha superou os 150 mil euros. O capital emprestado pela banca para aquisição de casa ronda os 160 mil milhões de euros.
domingo, 18 de novembro de 2007
A diferença
Vejam a diferença que há entre o Algarve e o resto do País!
O Natal... dos Bancos, do poder económico!
Primeiro foi Lisboa, (Praça do Império - 2005).
Depois foi... Lisboa, (Terreiro do Paço - 2006).
Depois foi o Porto (Avenida dos Aliados- 2007).
No Verão, vai ser o Algarve, mas para servir de 'bidé' para os semi-cúpius dos VIP, ministros, políticos, administradores e quejandos!
Portugal vive a 2 tempos: o agora, e o nunca!
sábado, 17 de novembro de 2007
A SUA OPINIÃO
Em construção
Tal como o Algarve,
este blog está em permanente construção.
este blog está em permanente construção.
Será um espaço de todos vós.
Um "operário" virtual na análise e reflexão.
No diálogo e discussão com acutilância e actualidade.
Sobre todos os temas que digam respeito ao Algarve.
Sem nos alhear-mos do que se passa no Mundo!
De Sagres ao Guadiana.
Um "operário" virtual, do elogio ou da denúncia, da política à cultura, da sociedade á animação.
Esperamos os vossos contributos.
Tal como o poeta, vivam o Algarve com emoção,
preservando-o da sua destruição!
Operário em Construção
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asa
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o fato do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– \"Convençam-no\" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.
O operário em construção.
Autor: Vinícius de Moraes
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